Latindo Pra Lua escrita por Hayley


Capítulo 1
Capítulo 1




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Após anos à fio rastejando pela sala, fingindo emitir latidos e dizendo para meus pais "Eu sou o cachorro de vocês!", convenci-os de presentearem-me com um filhotinho. Antes disso, tive de dramatizar bastante. Não preciso nem mais destes testes vocacionais, já sei que tenho um talento artístico para atuar, hehe. Todavia, pretendo seguir outra carreira. Tenho tempo de sobra, pois nem saí do ensino fundamental, ainda. 

A princípio, quando Spike veio para nossa família, notamos que ele encontrava-se um pouquinho dodói. Papai disse que aqueles pontinhos não eram pintinhas de nascença da pelagem dele, digna de um husky siberiano, como eu pensei que fosse, mas sim carrapato. Que coisa esquisita! Será que é grave? Ele deve ter pego de algum outro cachorro, quando colocaram-no para a adoção. Eu posso ter este tal catapato também!? 

Antes, eu ganhara um peixinho, um beta. Apelidei-o de Nemo. Toda vez que trocávamos a água de seu aquário, eu morria de medo! Vai que ele pulasse e Spike o abocanhasse? Cheguei a ter um pesadelo, onde Nemo ficara preso num ralo, gritando por socorro. Felizmente, não aconteceu! Por outro lado, Nemo veio a ter problema de vista, e precisamos jogá-lo num rio.. 

- Castiel, pare de brincar com este cachorro! Você está imundo! Vá lavar as mãos, e venha almoçar. - mamãe já procurava por mim, quando viu-me rolando pelo chão, junto com meu companheiro inseparável. Ela nunca aceitara muito a idéia de cuidarmos de um animal de estimação, e ainda morávamos num pequeno estabelecimento, aqui em Melbourne, Austrália, o que reforçava seu conceito sobre pets. 

- Tudo bem! Vai, Spike, chega para lá! Depois, eu arremesso a madeirinha para você. Vou comer, antes que meu estômago cante a nona sinfonia de Beethoven. 

- Sente-se aí. E não ouse dar pedaços de carne para essa peste! Cada vez mais, a comida encarece. 

- Mas é um pedacinho bem pequetitinho! Não enche nem o buraco do dente.. 

- Olha, filhinho.. Não estamos em condições de dar aquilo que temos para comer para um cachorro.. Você sabe, papai e mamãe estão enfrentando dificuldades. Pelo menos, Spike ainda tem a ração, que foi feita sob medida para a raça dele. Não se preocupe. O que importa é que ele esteja saciado, bem nutrido e aqui, com a gente. - ela acariciou meus escuros fios de cabelo, que roçavam em meus olhinhos. - Depois de almoçar, pode tirar um cochilo, se quiser. Deve estar cansado da escola, não é? Se precisar de ajuda em alguma tarefa, pode pedir ajuda. - beijou-me a testa, e direcionou-se à pia, para lavar a louça. 

Segui para meu quarto, lançando-me sobre minha macia cama. Os edredons eram vermelhos, minha cor favorita! Fechei as cortinas, para que o escurinho prevalecesse sobre o ambiente, e eu pudesse ver todas aquelas figurinhas de estrelas cintilantes brilharem, espalhadas pelo teto e pelas paredes. Como eu gostaria de ter um foguete! Viajando à quilômetros por hora em minha imaginação, pensei como seria pisar em distintos planetas. Encontrar aquelas cavidades enormes em outras atmosferas, descobrir o que faz essa tal gravidade.. Como no espaço sideral, minhas vistas foram escurecendo, tornando-se pesadas.. Até pegar num leve e reconfortante soninho. Nham nham! 

Despertei, bagunçando as cobertas e levando-as ao chão, por causa do calor. Caminhei até a cozinha, e as chaves de casa não estavam lá. Acho que saíram, e me deixaram aqui.. logo, estarão de volta. Procurei, também, por Spike, para que me fizesse companhia. Mas.. ué.. Ele não se encontra na área de serviço, onde tomou como "seu território". Olhei pela casa inteira, e nada! Foram passear sem mim? 


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