Back to Us escrita por The Sweet B


Capítulo 9
Capítulo 9 - Especial Los Angeles - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Em nenhum momento eu pretendo xingar eu desrespeitar Selena Gomez. Não sou fã dela, mas também não sou hater. Acho que devemos levar em consideração que, apesar do ciúmes que sentimos, ela não é má pessoa e, com os seus projetos filantrópicos, tem feito muito pela humanidade, mais que eu e talvez você. Em qualquer caso de desrespeito por ela, saiba que é apenas uma brincadeira e que isso se trata de apenas uma fanfic! Divirtam-se (:



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Acordei quando a voz do capitão ressoou na nave avisando de que estávamos pousando no Aeroporto Internacional de Los Angeles. Desliguei o iPod que tovaca 1973 de James Blunt, me ajeitei na poltrona e coloquei os cintos. Minha mãe já estava acordada - aparentemente apenas eu cai no sono em um voo tão rápido de apenas uma hora. Encarei o céu azul da California, quase corando ao me lembrar que dias atrás havia cruzado o mesmo céu, noturno. Imaginei o que a minha mãe acharia disso se algum dia descobrisse. Uma hora depois, estávamos chegando ao nosso hotel. Estava localizado na Hollywood Boulevard, uma parte de LA que nunca tinha visto antes, mesmo estando nessa cidade semana passada e há dois anos atrás, quando Justin e eu gravamos no clipe juntos. As memórias de Justin e eu brincando no mar durante a madrugada daquele dia me deixaram com um sorriso extremamente idiota no rosto.

- Está aqui - disse minha mãe dando a gorjeta para o camareiro assim que ele colocou nossas malas dentro do quarto. - Por sinal, você não teria nenhum mapinha da cidade, teria?

- Vou buscar - ele acenou e desapareceu, fechando a porta. Minha mãe tirou o chapéu e suspirou, admirando o quarto e a vista. - Aqui estámos nós! O que vamos fazer?

Senti uma pontada de culpa no coração ao pensar que minha mãe estava tão animada em explorar a cidade comigo, quando na verdade eu tinha outras intenções. Contrai a boca em uma linha rígida.

- Eu pensei em rever uns amigos, tudo bem para você? - disse apreenssiva.

Mamãe piscou os olhos algumas vezes, aquela expressão de animação desaparecendo do seu rosto. Ela tocou os cabelos curtos e contraiu os ombros.

- Bem, claro que não... eh... que amigos são esses?

Me sentei na minha cama fofa de molas, ao lado da que seria da minha mãe. Enrolei uma mecha do cabelo nos dedos.

- Ah, eu conheci muita gente na época em que ainda namorava com Justin. Nunca perdi o contato.

Isso era meia verdade. O fato é que, na verdade, eles ainda se lembravam de mim, mas não nos falamos a muito tempo. Quero dizer, espero que ainda se lembrem de mim.

- Bom, nesse caso... é, não vejo problemas. Você quer que eu a acompanhe?

- É claro! - eu não traria a minha mãe para LA e a deixaria sozinha. - Claro que sim, mãe, mas só preciso fazer algumas ligações e combinar alguma coisa com eles. Mas, sim, é claro que vamos sair juntas. - lhe dei um sorriso satisfeito, alegre por ter resolvido pelo menos esta parte da viagem. 

Ela me deixou sozinha, alegando que iria tormar um banho. Peguei meu celular e procurei por Justin na minha agenda. Enquanto o telefone tocava, o camareiro voltou com o mapa e nos deixou de novo.

- Ali?

- Oi - disse e fui em direção da grande janela com a visão de Hollywood inteira e a Calçada da Fama bem a esquina. - Já estou aqui.

- Legal! Você fez um bom voo?

- Sim.

Era tão ridiculo a forma como eu estava animada e nervosa. Pelo amor de Deus, eu já tinha falado com esse garoto pelo telefone milhares de vezes! Mas era diferente. Porque dessa vez eu estava disposta a tudo. A descobrir toda a verdade e me aprofundar em tudo aquilo que perdi nos últimos dois anos.

- E onde está hospedada?

- Hollywood Blvd. É um hotel em esquina a Calçada da Fama, não tem como errar.

Justin riu.

- É tão perto da minha casa de carro. O que você quer fazer hoje?

- Pensei em sair com a minha mãe, primeiro. Dá uma olhada na cidade e tal... Podemos nos encontrar hoje a noite?

- Claro! Nos encontramos em algum lugar, eu mando o endereço por mensagem. Vou levar alguns amigos.

- Tudo bem.

- Até mais, Ali - ele desligou.

Me joguei novamente na cama branca de molas, tentando acalmar os pensamentos. Está em LA é como acendar uma vela de esperança. Mas eu devia manter a ansiedade longe e pensar direito. Eu tinha que formar um plano. Afinal, qual o verdadeiro motivo de Justin ter terminado comigo? O que aconteceu? O que fazia ele querer voltar a ter qualquer tipo de relacionamento comigo logo agora? Me levar para sair, me encontrar na minha escola... O que se passava na cabeça dele? Era apenas amizade ou o nosso reencontro também desencadeou o mesmo que eu sentia nele?

- Nossa, a água está ótima! - mamãe apareceu enrolada em um roupão e uma toalha na cabeça. - Ah, ele trouxe o mapa? Pensei em dar uma de turistas patéticas e ir até a casa da Angelina Jolie e Brad Pitt, o que acha?

Eu ri com a animação dela e concordei, correndo para tomar um banho e me preparar devidamente para o calor da cidade e o dia cheio que vinha a seguir. Fizemos tudo o que a minha mãe queria e mais um pouco. Optamos por um daqueles ônibus turísticos e o roteiro foi basicamente os mais clichês - mesmo assim, divertido - da cidade, entre a casa dos famosos, estúdios de cinema, o letreiro de Hollywood e as ruas mais famosas. Já escurecendo, mamãe e eu estávamos de volta ao hotel tomando raspadinhas. Ela estava cercada de sacolas de compras e um boné do Hard Rock.

- O que você combinou com seus amigos?

Balancei a cabeça, quase havia me esquecido da noite que teria. Olhei no relógio. Devia me encontrar com Justin em uma hora e meia.

- Acho que vamos sair para jantar.

- Certo. Então acho que vou pedir que levem algo para comer no quarto.

Arregalei os olhos.

- Você não vem comigo?

- Ah meu amor, não precisa. Vá sair com seus amigos.

Analisei bem o rosto da minha mãe.

- Então tudo bem?

- Claro! - ela sorriu. - Estou morta, no fim das contas.

- Então... tá. Só vou tomar um banho.

As portas automáticas do hotel se abriram e eu parei, pensando em alguma coisa.

- O que foi?

- Eu vi um vestido nessa lojinha do lado que realmente gostei. Estou pensando em compra-lo.

- Ah é? Então me dê suas coisas - ela pediu, estendendo as mãos para pegar minhas sacolas de compras.

Enquanto ela subia para o quarto, corri até a loja, não muito distante do hotel. Abri as portas e uma vendedora sorriu para mim simpática.

- Posso ajudar?

- Sim. Pode trazer aquele vestido branco para mim, por favor?

Ela acenou e retirou o vestido do manequim, depois o estendeu para mim, me apontando o local onde estava o provador. Vesti o vestido e encarei o espelho.

- Serviu? - a vendedora me perguntou. Eu abri as cortinas e ela analisou meu reflexo no espelho. - Ah, ficou ótimo em você! E é o último do estoque.

O vestido era colado no corpo, tomara-que-caia e terminava no meio das minhas coxas. Mesmo assim, não era tão vulgar e contrastava com a pele bronzeada. Eu parecia mais madura também, no entanto. E gostava disso. Tombei a cabeça para o lado e mordi os lábios, dando uma última olhada em mim no espelho, mas eu já sabia o que queria.

- Vou levar.

- Ótima escolha - ela sorriu e fechou a cortina atrás de mim, me dando privacidade.

Na hora de pagar, quando eu lhe entreguei meu cartão, reparei nos brincos pequenos brilhando em minha direção, em baixo do balcão de vidro.

- Quanto é? - perguntei, apontando para os brincos. Ela olhou os brincos e sorriu.

- São bijuterias. Estão por quinze dólares.

Pensei em o quanto elas combinavam com o meu vestido.

- Vou levar estes também.

A vendedora buscou os brincos para mim, registrou o preço junto com o vestido, os colocou em uma caixinha e depois na mesma sacola do meu vestido. Depois inseriu meu cartão na maquina e me deu para digitar a senha. Quando a nota fiscal saiu, me entregou o cartão, a notinha e as sacolas.

- Volte sempre - sorriu mais uma vez e eu fiz a mesma coisa em resposta.

Corri mais uma vez para o hotel, ciente de que a cada minuto que se passava, meu tempo ficava apertado. Encontrei a minha mãe comendo amendoins e assistindo ao noticiário na televisão. Joguei minhas compras na cama e dei autorização para ela ver, enquanto entrava no banheiro e tirava a roupa para um banho. Quando voltei, ela tinha ajeitado o vestido perfeitamente em cima da minha cama. No chão, sapatos de salto bege.

- Achei que eles ficariam lindo juntos! - ela suspirou.

Sorri, separando uma calcinha e sutiã que não aparecessem através do vestido, só que, quando o vesti e me encarei usando ele novamente no espelho... não sei. Só sei que precisei tirá-lo.

- Não vai usá-lo?

Balancei a cabeça, ainda em dúvida.

- Pensando bem, acho que hoje não.

Peguei a mala e puxei de dentro uma saia bandage florida de fundo preto e uma regata branca, colocando um blazer preto com mangas que iam até um pouco abaixo do cotovelo. Não havia mais tempo para mudar.

- Tem certeza de que não quer vim comigo? - perguntei, passando rímel nos olhos.

- Tenho sim, vá ficar com seus amigos esta noite - ela deu um sorriso sereno para mim e eu me perguntei se ela já não suspeitava de que se tratava de Justin.

Passei batom nude, arrumei os cabelos em ondas para o lado e coloquei os brincos recém-comprados. Peguei a bolsa de lado e coloquei dinheiro, cartão, o celular e o batom dentro.

- Ok, já estou indo - corri o que pude em cima dos saltos e dei um beijo na cabeça da minha mãe.

- Tudo bem, divirta-se.

- Volto antes das onze. - assegurei a ela e esperei que ela assentisse. Quando ela sorriu novamente e balanço a mão em tchau, fechei a porta e corri para o elevador.

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Era um restaurante em Santa Monica e levou vinte minutos de taxi com o tráfego. Assim que cheguei, me senti aliviada de ter trocado o vestido, mas continuado mais arrumada. A local era tão sofisticado. Mesmo assim, era bem jovem. A maitre do restaurante pediu minha reserva e eu dei a ela o nome Bieber. Ela checou a lista e, rapidamente, me autorizou a entrar. O som fraco de um piano vindo dos fundos do restaurante ressoava no local, enquanto pessoas da mais alta sociedade riam e bebiam em companhia em suas mesas. Apesar de ter me acostumado um pouquinho com isso graças a minha avó, demorou um pouco para me adaptar. Mas também não tinha o costume de sair com os meus amigos para lugares caros e chiques. Avistei os cabelos castanho claro de Justin e fui em direção a ele. Quanto mais me aproximava, mais tinha visão de sua mesa, e tremi, quando percebi que ele não estava sozinho. Bom, disso eu já esperava, mas não imaginava que, no final do braço dele, estaria Selena Gomez. A conversa que o grupo levava parou, quando me aproximei da mesa. Justin tirou o braço de Selena e se levantou para me cumprimentar.

- Ali - ele me abraçou rápido e me puxou uma cadeira. - Que bom que você veio.

Sorri, me sentando. Passei os olhos rapidamente em todos na mesa. Um cara moreno com os cabelos negros caindo em, não cachos, mas ondulações, e todo estiloso, com brincos e pulseiras, olhava esnobemente para mim, ao lado de uma loira platinada com uma blusa de paetê prateada e batom ofuscavelmente pink. Já Selena Gomez usava uma blusa chiffon roxa e brincos de argola, com os cabelos bem mais escuros que o meu presos em um coque casual, mas ao mesmo tempo sofisticado. Eu não sabia dizer se ela estava feliz ou não em me ver, só que já me sentia incrivelmente desconfortavel em não conhecer ninguem na mesa, além de Justin. E ele se sentou ao meu lado, no mesmo lugar de antes, com um sorriso animado, longe de perceber tudo o que estava acontecendo debaixo dos panos.

- Ali, esses são Kyle e Amber - Justin apresentou os dois. - Pessoal, essa é Alicia. É uma velha amiga.

Velha amiga, repeti mentalmente. Amber sacudiu a taça de martini. Eu daria a ela 20 anos.

- Gostei dos brincos - disse secamente.

- Obrigada - sorri gentil, quando senti uma mão pousar na minha.

- Querida, onde arranjou esse bronzeado?

- Kyle perguntou soando como um gay enrustida, mas Selena pigarreou e ele voltou ao seu lugar.

- É um prazer em vê-la, Alicia - disse com indiferença, mesmo assim, forçando um de seus melhores sorrisos.

- O prazer é todo meu - respondi na mesma altura.

Justin relaxou entre a gente, provavelmente jurando que agora estava tudo bem. Mas não era isso o que eu sentia. Ao meu ver, uma longa noite de luta estava por vir. Era compreensivo, afinal. Eu sou a ex dele, então, claramente, sou ameaça. E provavelmente aqueles outros dois são mais amigos de Selena do que de Justin, tanto que, depois dela ter pigarreado, não me elogiaram novamente, muito pelo contrário, ficaram mais frios e indiferentes comigo. Justin pediu bebidas caras de dezessete dólares cada. Não me lembrava dele bebendo há um par de anos atrás, o que doeu, porque realmente não o conheço mais. Mas quando virei uma das taças, me lembrei de que eu também havia mudado. Selena, Amber e Kyle sabiam me deixar de lado nas conversas, até mesmo quando Justin levantava algum assunto que tinha a ver comigo, eles levavam para uma nova conversa pessoal e cheia de piadas internas, o que me deixava mais deslocada do que nunca. O som suave do piano mudou para notas mais agitadas e eu reconheci os acorde de Teenage Dream de Katy Perry. Os pratos no cardápio eram caros, mas com isso não fiquei intimidada. Esse era um tipo de restaurante que a minha avó frequentaria. Quando nossos pratos chegaram, Kyle entrelaçou os dedos com os cotovelos apoiados na mesa e olhou para mim.

- É bastante interessante esse caso. Diga, Alicia, você e Justin eram namorados, não eram?

Justin engoliu rápido de mais o salmão e começou a tossir, engasgado. Eu não me sentia diferente. Selena alisou as costas de Justin e proferiu um olhar raivoso para Kyle. Ele ergueu as mão para o alto.

- Já faz muito tempo, não é, Alicia? - Selena disse e ao mesmo tempo quis saber. Ela esperava que eu concordasse. Olhei para Justin, ainda incapacitado de falar, dando um longo gole na bebida. Acenei com a cabeça.

- Sim. Éramos crianças. - Não tirei os olhos de Justin. Selena arranjou outro assunto rápido de mais e Justin olhou para mim e fez com a boca a palavra "obrigado". Assenti, me virando para a minha comida.

O resto da noite... bem, foi uma merda. Quando eles não estavam me deixando de lado, me davam a oportunidade de falar apenas duas palavras e era só. As 21:40h, Kyle retornou a mesa depois de ter atendido uma ligação.

- Acabei de falar com uns colegas. Passe VIP para a balada esta noite, quem vai?

Amber vibrou animada. Selena perguntou para Justin antes de confirmar, e ele parecia tão animado quanto. Eu balancei a cabeça negativamente.

- Não, essa eu vou ter que recusar - contrai os lábios em um sorriso forçado.

Com certeza Kyle, Amber e Selena não sentiriam a menor falta. Já Justin, surpreendentemente, desfez a expressão animada e me olhou com uma expressão dúbia.

- Você não vai?

Balancei a cabeça novamente para ele, mas ele esperava uma justificativa.

- Disse para a minha mãe que estaria de volta antes das onze. - expliquei. Não era bem esse o motivo, mas era o que devia falar.

- É uma pena - Selena disse agarrando o braço dele. Não me pareceu sarcástica, muito menos sentida, apenas autoprotetora em volta dele.

- Bom, então eu te deixo no hotel - disse Justin, chamando o garçom para pagar a conta.

Amber arregalou os olhos para Kyle, que parecia está se divertindo da situação. A expressão de Selena era indescritível.

- Tem certeza? - ela perguntou a ele. Justin olhou de relance a conta e depois para ela.

- É a caminho da balada e só fica a uns quinze minutos. Encontro vocês lá logo depois. - falou entregando o cartão de crédito para o garçom.

Toquei o braço de Justin, quando vi que mais ninguem ali, nem Amber nem Kyle, se mecheram para ajudar a pagar o jantar.

- Você já vai me deixar no hotel, me deixa ajudar com a conta - pedi, mas ele me olhou bravo e balançou a cabeça.

- Eu não gosto disso, Ali. Eu posso pagar, tá?

- É, eu sei que pode - soltei uma risada curta. - Mas não é disso que se trata. Me deixa ajudar.

Ele puxou o papel com o valor para longe de mim e entregou ao garçom.

- Você me paga de outro jeito, então.

Selena me olhou com os olhos arregalados, se levantando enquanto Justin se levantava também. Ela não disse nada, no entanto, mas eu percebi. Era tão desconfortável, apesar de não acho que Justin tenha percebido o duplo sentido da frase. Kyle e Amber vinham rindo e cochichando atrás de nós. Imaginei eles como os gatos siameses de A Dama e o Vagabundo, me segurando para não olhar para trás e lhes mandar um olhar raivoso. Do lado de fora do restaurante, os manobristas estacionaram dois carros. O prateado chamativo de Justin e um outro, que Amber pegou as chaves e deu meia volta, indo até o banco do motorista. Selena se aproximou de Justin e o pegou pela gola da camisa, lhe dando um beijo. Fingi não ouvir quando ela perguntou a ele se devia se preocupar com ele me deixando no hotel, e nem ver, quando ele a respondeu com um beijo mais demorado ainda. Quando os três foram embora, Justin abriu a porta de seu carro para mim, sorridente.

- E aí, vamos?

Dentro do carro dele, apenas nós dois, era como se todo o meu desconforto da última hora tivesse dissipado. Ah, por que as coisas não deviam ser assim sempre? Ele batucava os dedos e mechia a cabeça com o ritmo de Bust A Move de Young MC e eu me divertia com a alegria dele. Ele me olhou quando eu ri.

- É isso aí, finalmente um sorriso sincero - ele disse naturalmente virando o carro em uma curva e eu tentei esconder o embaraço.

- Bem, é só que...

- Não foi exatamente o que você esperava?

Pronto, agora sim eu estava vermelha. Encarei as mãos enquanto brincava com os dedos.

- Bom, também não foi muito interessante para mim. - Olhei para Justin surpresa e, quando ele finalmente me encarou de novo, deu de ombros. - Ter que apresentar a namorada para a ex não é exatamente o programa predileto de um cara, Ali.

- Mas somos amigos, certo? - tentei parecer descontraída. Ele deu de ombros.

- É, somos sim - falou prestanto atenção no tráfego.

A música animada acabou e deu início a uma lenta e melancólica de mais. Olhei pela janela. - Amanhã será melhor, prometo. - Justin disse. Olhei para ele de novo.

- Selena vai?

Ele deu uma risada.

- Você não é mesmo discreta, é?

Senti as orelhas arderem.

- Bem, não é o que quis dizer... - tentei contornar a situação, mas ele continuou rindo. - Ela é legal. Serio. É só que...

- Vocês são naturalmente inimigas.

- Ei - disse com um pouquinho de raiva. - Não precisa ser assim.

- Espero. Porque não dá pra ter a minha amiga e a minha namorada se odiando, dá?

Olhei de novo pela janela, vendo as luzes e borrões de uma noite de Los Angeles passar rápido. Justin e eu não falamos mais nada até o meu hotel. Quando ele parou o carro na entrada de veículos, os manobristas e hospedes voltaram o olhar para o exagerado carro reluzente. Justin colocou o antebraço em cima do volante e a mão na minha cadeira, e disse, enquanto eu deixava o carro:

- Te busco aqui as duas da tarde?

Franzi a testa.

- Por que não de manhã?

Ele coçou a cabeça.

- Bem, estou de folga. Não tenho o costume de acordar antes do meio dia.

Eu ri.

- Tá, tudo bem.

- E, Ali? - Parei novamente. - Amanhã vai ser mais divertido.

Olhei pelo para-brisa por um momento, depois estendi meu midinho para ele.

- Pinky Promise?

Ele riu e entrelaçou seu mindinho com o meu.

- Pinky Promise.

Voltei para o quarto decepcionada. A minha mãe notou, mas não disse nada além de:

- Voltou cedo.

Procurei por um relógio enquato tirava um dos saltos. Por fim, achei meu celular e, no visor, uma nova mensagem. Vi as horas primeiro.

- Já são 22:10h.

- Não esperava que você cumprisse a promeça de voltar antes das onze.

Eu sorri fraco, me sentando na cama e retirando o outro sapato.

- O que faria se eu tivesse chegado tarde?

- Ficaria muito brava. Depois ligava para a polícia. - Olhei para ela incrédula. - É uma cidade estranha - ela deu de ombros, se explicando, depois foi para o banheiro e me deixou sozinha para ver a mensagem.

Era de Dean. Ok, só com isso já fiquei nervosa. O que ele quer comigo?

Precisamos conversar. Por favor. Na lanchonete dos pais da Sam? Amanhã as 15h? Beijos.

Merda. Isso foi há duas horas. Bem, eu não quero conversar com ele. Nem me encontrar com ninguém na lanchonete dos pais da Sam. Aliás, ninguem contou para ele ainda que a Sam me odeia? E que me chamou de idiota? E eu estou bem longe agora. Uns 600km distante, para ser mais exata. Então decido não responder. Na manhã seguinte, enquanto eu e a minha mãe estamos no restaurante do hotel, tomando café da manhã, Scooter apareceu de surpresa. Ri, pega surpreendentemente.

- O que você quer, Scoot? - brinquei com intimidade, mordendo um pedaço do meu pãozinho.

- E aí, Ali? - ele sorriu. - Eu sei que estão no meio de um café da manhã, mas eu preciso falar com a sua mãe rapidinho. - Ele puxou uma cadeira e colocou os papéis que segurava em cima da nossa mesa de café da manhã. Mamãe olhou para mim confusa, depois para ele. - Judy, eu sei que você já fez a sua decisão, mas eu não posso deixar essa oportunidade passar, não posso mesmo.

Ela parecia ainda mais confusa. Ou desesperada. Ou enrascada. Eu é que estava perdidinha, mas aos poucos fui capitando o assunto.

- Eu tenho um instinto bem aguçado, e da última vez eu não errei - ele continuou e eu estive ciente de que ele falava de Justin. - É uma oportunidade e tanto. E você quer, eu sei que você quer - ele sorriu. - Dá pra ver nos seus olhos.

Mamãe escondeu o rosto, envergonhada, passando as mãos pelo cabelo apressadamente. Estava desacostumada, sem dúvidas, de ser a cantora. Nos últimos anos, ela tinha sido apenas a minha mãe.

- Vamos lá, Judy. Só iremos conhecer alguns estúdios. Sabe, muitos produtores se interessaram pela sua voz.

O olhar dela voltou a ficar confuso.

- E quando foi que eles me ouviram cantar?

Ok, eu me encolhi na cadeira. Scooter também estava hesitante.

- Bem... Aquela festa em São Francisco. Você não apareceu, sabe...

- Eu fui até lá, mãe - disse em uma fração de coragem.

Ela me olhou de olhos arregalados, mas ainda disse mais:

- Não dava pra deixar isso passar assim, na nossa frente. Esse é o seu sonhos, Judith, não nege. Então eu fui lá no seu lugar e mostrei um vídeo seu cantando do meu celular.

Estava ferrada. Ah, sim, castigo por um mês. Talvez ela pedisse a Joe. Mas não era algo que eu me arrependia. O rosto dela, impressionantemente, de raiva, foi dilacerando para uma expressão mais suave. Ela suspirou e apertou as têmporas.

- Tudo bem, Scooter, vamos logo com isso.

Ele vibrou com os braços e demos um sorriso vitorioso. Minha mãe jogou o guardanapo de pano na mesa e, cerrando os olhos, me apontou um dedo.

- Não pense que não está encrencada, mocinha. Levantei as mãos para o ar, como alguém que se rende. Ela conteve um sorriso.

- Então vamos? - Scooter perguntou.

- Agora? - ela perguntou surpresa.

- É, agora. Não podemos perder tempo, vamos, vamos, vamos.

- Eu tenho que pegar a minha bolsa, passar um batom... ah, Scooter, você me pegou de surpresa!

Ele riu.

- Então se apresse.

Mamãe se levantou rápido da mesa, deu alguns passos, depois voltou.

- E os nossos planos? - ela perguntou para mim.

- Deixa pra lá, eu quero que você siga atrás dos seus sonhos! - a encorajei, com um sorriso largo.  Ela assentiu e foi em direção ao elevador.

Me levantei da mesa também, com Scooter.

- Scoot, posso te pedir um favor?

- Se estiver ao meu alcance.

- Posso te pedir para me deixar na casa de Justin?

Ele fez uma cara alarmada e coçou a nuca. Eu sabia que era pedir de mais, mas precisava arriscar tudo nesses quatro dias.

- Bem, eu...

- Por favor - juntei as mãos em suplica e dei a minha melhor cara de cachorrinho. Ele balançou a cabeça, olhou para longe, depois para mim de novo e soltou o ar.

- Tudo bem. Mas acho que ele ainda está dormindo. - checou o relógio.

- Eu espero ele acordar. Posso me encontrar com Pattie. Faz tempo que não falo com ela.

Ele me olhou quase chocado.

- O que você está aprontando, Alicia?

- Como assim? - perguntei confusa com a pergunta.

- Você não acha que ainda... tem... esperanças, acha? - ele disse cauteloso. - Porque já faz tempo e Justin tem uma namorada agora, e o relacionamente deles vai muito bem.

- Eu sei disso - sorri, agindo naturalmente. - Jantei com ele e a namorada ontem. Ela é gente boa.

Scoot coçou a cabeça.

- Ah, é?

- Claro. Sem ressentimentos, inimizades, ciúmes... - menti.

- Bem. Ok, então.

- Só vou pegar minha bolsa.

- Rápido! - ele me apressou enquanto eu corria até o elevador.

Ele deixou a minha mãe em um estúdio de músicas primeiro. Cumprimentamos alguns produtores e parecíamos duas matutas de Wichita no meio dos equipamentos, disco plátinos e dourados de artistas famosos na parede, e sofás caros de couro. Depois disso, quando ela finalmente se sentiu um pouco mais confortável, Scooter me levou até a casa de Justin correndo com o carro, para voltar logo ao estúdio.

Hollywood Hills era uma parte de Los Angeles que não imaginei que existia. Cercado por reservas, montanhas, uma plantação mais desértica e um rio contando, me fazia me sentir bem longe do agito de Hollywood. Era realmente para quem queria sossego. Scooter estacionou na frente da casa de Justin e me olhou, acho que analisando o meu rosto, preocupado.

- O que, Scoot? - ri. - Não sou uma pscicopata.

- Não disse isso.

- Bom, então nesse caso... - tirei o cinto e, prestes a abrir a porta, ele tocou no meu braço.

- Só... pés no chão.

Franzi o cenho, mas depois resolvi sorrir, para ele me deixar sair do carro. O que diabos eles quis dizer com isso?! Uma vez que Scooter foi embora, analisei toda a entrada da casa boquiaberta. Ele tinha mentido para mim. Essa casa não era maior que a minha, nem pagando. Era no mínimo do mesmo tamanho, mas acho que é bem maior. Respirei fundo e fui até a porta, tocando a campainha. De repente, o medo de ser Selena abrindo a porta passou por mim, mas ao invés disso foi um cara grandão de rosto bem familiar.

- Kenny!

Ele deu passos para trás, pondo a mão no peito, e me arrependir por ter gritado. Será que assutei ele? Kenny abriu, de repente, um dos seus grande sorrisos e seus braços.

- Little Ali! - ele voou para cima de mim, me apertando e me tirando do chão até eu ficar sem ar. Dei batidinhas na costa dele, na esperança de que ele notasse que minhas abilidades de não respirar eram péssimas. Ele me soltou rápidamente, depois me abraçou novamente, só que dessa vez mais fraco. - Quando tempo, garota!

E põe tempo nisso. Por um minuto, fiquei emocionada de Kenny se lembrar e ter tanto carinho assim por mim ainda. Pelo jeito, não fui completamente 100% esquecida. Ele me deu passagem para entrar e foi me seguindo, enquanto eu encarava a enorme sala de estar bem mobiliada.

- O que está fazendo aqui? - ele perguntou, ainda ofegante da emoção do nosso reencotro. Coloquei as mãos no bolso da calça jeans.

- Justin não contou? Vim passar o feriado em Los Angeles. Decidi só passar para fazer uma visita.

- Estou feliz de vê-la aqui, Little Ali - ele disse, incrivelmente tímido para um cara tão grande. Sorri.

- Quem é, Kenny? - Pattie apareceu na sala, desconfiada, depois abriu a boca em perfeito O quando me avistou.

Não sabia o que fazer, não sabia nem se devia me mover, mas Pattie abriu um sorriso, não tão grande quanto eu esperava, e veio me abraçar.

- Alicia. Nossa. Quanto tempo.

Ela riu nervosa, também não sabia como reagir. Flexionei os lábios em algum tipo de sorriso.

- Olá, Pattie.

- Querida, mas... - ela arfou. - O que faz aqui?

Droga. Será que Justin não contou a ninguém?

- Ela veio passar o feriado em LA. Aproveitou para fazer uma visita. - Kenny disse, ainda sorrindo, e eu fiquei extremamente grata dele ter respondido por mim. Pattie olhou para mim, no entanto.

- Estava com saudade - disse envergonhada, dando de ombros, com as mãos enfiadas no bolso do jeans novamente.

- Ora, querida - Pattie sorriu e alisou meu cabelo. - Nós também sentimos falta. Não é só porque você e Justin não deram certo que deviam ter terminar a amizade. Você sempre se deram tão bem.

- É por isso que estou aqui - sorri tímida. - Você está com fome? Estava preparando panquecas.

- Na verdade, acabei de tomar café. Cadê o Justin?

- Acho que ele ainda está dormindo. Se incomodar em esperar?

Pensei em pedir para acordá-lo, mas não achei que tinha todo esse direito agora. Balancei a cabeça em "não" e apenas perguntei se poderia usar o banheiro. Ela me apontou a direção do banheiro, subindo as escadas. Cada parde do corredor do andar de cima era coberta com alguma obra de arte, discos de ouro e plátino, como no estúdio de que acabara de sair, até finalmente fotos de família e amigos. Me dei um pouquinho de liberdade em olhar as fotos por alguns instantes. Vi a foto dos irmãos e pai de Justin, depois dele com a mãe, alguns amigos, Ryan e Chaz, e uma bem antiga com Chaz, Chris e Caitlin, mas estremeci com uma foto bem grande em preto e branco dele beijando a bochecha de Selena. E então, no fim do corredor,  vindo de uma porta entreaberta, ouvi um ronco bem baixinho ressoar. Quando menos dei conta, já estava na porta do quarto. A empurrei com as pontas dos dedos para me deparar com o quarto de paredes, teto e piso de madeira de Justin. Estava invadindo um grande espaço, mas mesmo assim achei tão certo. No meio da cama de casal branca, Justin dormia de bruços profundamente, com os cabelos castanho claro emaranhados. O travesseito branco cobria metade de seu rosto e o ronco dele era baixo e uniforme. Tentei abafar o riso para não fazer barulho, depois fui com as pontas dos pés até o lado da cama. O rosto dele estava tão sereno e tão em paz que seria até pecado acorda-lo. Decidi dá meia volta e procurar o banheiro, mas o giro dos meus calcanhares fizeram a madeira sob meus pés rangeram alto.

Justin se mexeu, ainda sonolento, na cama e fez careta, resmungando algo ininteligível, então voltou a dormir. Esperei mais um minuto até ter certeza de que ele tinha voltado ao sono e voltei a caminhar silenciosamente até a porta, mas piso em algo extremamente duro que machuca a sola do meu pé. As cortinas de todos os cantos do quarto de Justin se abrem lentamente e em um barulho inevitavel quebrando todo o silêncio, deixando a mostra as incríveis janelas e porta corrediça que vão do chão ao teto, e uma paisagem incrível pairando em nossa frente, junto com ela, a luz do dia. Justin esfrega o rosto no travesseiro incomodado.

- Kenny... não - ele resmungou e eu travei, meu coração a ponto de sair pela boca. - Ande, feche essas janelas.

Rapidamente, busquei o controle do chão e aperte todos os botões possíveis, esperando que algum deles fechassem a janela, mas todos eles fizeram exatamente o contrário: diferentes luzes apagara e acenderam, o som ligou e desligou e, impressionantemente, o closet dele se abriu fazendo o mesmo barulho mecânico das janelas. Argh, como eu odeio esses controles! Justin colocou o travesseiro em cima da cabeça, irritado.

- Argh, mais que merda! - o som abafou graças ao travesseiro, então ele se levantou ficando de joelhos na cama, deixando a mostra a única coisa que vestia - uma cueca box Calvin Klein - e os peitos nus. Depois abriu os olhos, zangado. - Tudo bem já entedi, acordei!

Quando ele me encontrou no caminho da porta até a cama dele e me olhou, meio surpreso, meio confuso, meio atordoado, me senti pequenininha de vergonha. Me virei para correr, depois voltei encarando sem saber o que fazer o controle ainda nas minhas mãos. Fui apressada até a cama dele e coloquei o controle delicadamente em cima da cama, depois sair correndo pela porta. Justin me encarou por todo o percusso com a mesma expressão de antes. Fechei a porta dele atrás de mim e sai fugindo pelo corredor, pertubada. Meu rosto ainda queimava de vergonha quando encontrei o banheiro e ali me tranquei, escorregando lentamente pela porta até o chaço. Depois me abri em uma gargalhada, um ataque de risos tão profundo que não consegui parar mais, rindo de mim mesma e do quão ridícula sou. Logo, logo, senti as batidinhas atrás de mim.

- Ali? É você ai dentro? - Justin chamou, mas eu não conseguia parar de rir. Desajeitada, me levantei me apoiando na maçaneta e, quando virei a mesma, fui de cara para frente. Justin me segurou e os meus risos aumentaram. - Você está bem?

Ele estava com shorts e uma camiseta agora, mas a cara inchada e o cabelo bagunçado acusava que ele tinha acabado de sair da cama. Eu me apoeiei nele enquanto ele me ajudava a ficar de pé. Incapacitada de falar, assenti com a cabeça, ainda rindo.

- O que você está fazendo aqui, achei que fóssemos nos encontrar só mais tarde.

- Eu... eu - mas era impossível falar em meio a um ataque de risos.

Justin olhou para mim como se eu fosse a maior boba do mundo, coisa que eu não estava duvidando se era nesse exato momento.

- Você é maluquinha, sabia? - ele disse, divertido com a minha risada. Puxei o ar e tentei cessar os risos. Sequei as lágrimas que derrubei de tanto rir e respirei fundo de novo.

- Eu... eu... vim fazer uma visita a sua mãe. - disse finalmente. Justin franziu a testa.

- E como é que você foi parar no meu quarto?

Senti corar de vergonha de novo. Outra risadinha escapou e eu pus a mão na boca, mas foi Justin que riu, riu de verdade, jogando a cabeça para trás enquanto gargalhava. Eu me juntei a ele e, em poucos segundos, éramos dois idiotas rindo que nem patetas.

- Aquilo foi horrível - apontei para o quarto dele, ainda rindo, e ele riu ainda mais.

- Fiquei tão puto quando você me acordou.

Fui parando de rir aos poucos, limpando novamente as lágrimas.

- Tá bravo?

Ele ainda tinha resquícios de risos no rosto, quando passou a mão no cabelo bem rápido, pensando no que dizer.

- Só você mesma pra me fazer rir quando tô com raiva.

Infelizmente, não consegui conter o incrível sorriso bobo que surgiu na minha cara. Nós dois fomos juntos até a imensa cozinha de móveis bege em encontro a Pattie e Kenny. Kenny estava sorrateiro, esperando umas das panquecas de Pattie, que estava bem ciente do plano dele. Ele tinha acabado de roubar uma quando entramos.

- Kenny! Se esta com fome, é só me pedir! - ela reclamou e ele recuou como um cachorrinho. Justin e eu rimos. - Ah, você acordou filho. E encontrou a Ali. O café já vai sair.

Nos sentamos na mesa redonda de oito lugares, já cheia com os pratos, o suco de caixinha de laranja e bacon. Justin colocou uma tira do bacon na boca e me ofereceu. Balancei a cabeça negativamente. Kenny foi o primeiro a atacar quando Pattie colocou o prato de panquecas em cima da mesa, depois ele e Justin fizeram uma guerrinha pra ver quem pegava primeiro a primeira da fileira. E assim passou o resto da manhã, entre Justin e Kenny brincando como crianças e eu e Pattie observando entrertidas, conversando sobre o Maple Syrup do Canadá, novidades não tão interessantes assim e reformas da casa. No meio da conversa, Pattie brincou dizendo que logo, logo, faria as malas. Perguntei por que e ela respondeu, divertida, que inicialmente Justin tinha comprado essa casa para morar sozinho. Fiz beicinho para ele, desconfiando do por que dele ter mudado de ideia. Justin abraçou a mãe, mas não disse nada. Pattie deu de ombros:

- Ele ainda é o garotinho da mamãe.

E ela, eu e Kenny rimos zombateiro de Justin, que fingia está bravo. Depois do café, ele foi tomar banho e eu me empenhei em ajudar Pattie a tirar a mesa. Não tínhamos muito o que fazer, considerando que os pratos sujos ela colocou na lava-louças e os meninos havia comido quase tudo. Pattie continuou me contando curiosidades a respeito da casa e a nova vida dela e Justin, como sobre as preparações para a turnê e as vendas do livro dela, Nowhere but Up: The Story of Justin Bieber's Mom. Me disse também que tinham empregados e cozinheiro, mas já que Justin está sempre fora e prefere a comida da mãe, decidiram dispensar a maioria dos empregados e continuarão apenas com Rosa, uma porto-riquenha que vem todos os dias de manhã durante a semana e volta para casa no fim da tarde mesmo, um jardineiro e um piscineiro. Além disso, a casa é rodeada de seguranças e câmeras no exterior, apenas autorizados a chegar a um limite de dez metros o carro de Scooter, dela, de Justin, de produtores, o de Selena e/ou de alguém convidado. 

Nossa. Isso sim é precaução.

Pattie e eu ainda conversamos mais, sentadas no balcão da cozinha, comendo chocolate da caixinha de trufas da Charbonnel et Walker, até Justin aparecer tomado banho, perfumado, com uma bermuda que parecia ter sido feita de uma calça jeans rasgada - mas que provavelmente tinha custado mais que meus sapatos -, camisa com estampa do exército, colete e Vans vermelho. As chaves do carro balançavam presas para fora do bolso.

- Onde vão? - Pattie quis saber. Justin se aproximou da gente, apoiou os cotovelos no balcão e roubou uma trufa, demorando propositalmente para responder a mãe, até abri um sorrisão largo. - Vai me contar?

- Tenho escolha? - ele brincou, provocando, como um menino de 18 anos. Pattie fez cara feia. - Só vamos dá um giro na cidade! Pensei em levar a Ali pra rever uns amigos.

A mãe dele cruzou os braços, ainda com cara feia. Era óbvio, eu não tinha lá essa aprovação toda pra ser vista com ele. Afinal, somos ex-namorados, e ele está envolvido publicamente com outra garota agora.

- Não se esqueça de está aqui as 17h.

Ele se virou, balançando as chaves nas mãos. O rosto de Jesus Cristo estava bem evidente na parte de traz da sua panturrilha esquerda e se contraia na medida que Justin caminhava. Saltei do banco e fui atrás dele.

- Não vou. Ah, e vou almoçar fora. Amo você, mãe - ele saiu antes que ela falasse qualquer coisa.

Me virei pra me despedir de Pattie, não devidamente do jeito que queria, mas com o melhor que pude.

- Tchau, Pattie. Foi muito bom revê-la - disse andando de costas, ouvindo Justin abria a porta da sala.

- Até mais, querida - ela sorriu, então corri até ele.

- O que tem as 17h? - perguntei a ele, dando meia volta no carro e abrindo a porta do passageiro. Justin franziu a testa e girou a chave.

- Selena vai aparecer para o jantar.

Ah. Disfarcei qualquer indiferença e liguei o rádio. Justin torceu o nariz quando começou a tocar Call Me Maybe e trocou a estação.

- Que foi?

- Só... menos essa. - disse balançando a cabeça.

Ele não queria ouvir essa música comigo. Claro. Essa é a música que ele ouve com ela. Então não vamos misturar as coisas, pensei, e troquei de estação até me encontrar com o primeiro refrão de Turn Up The Music, do amigo do próprio Justin, Chris Brown. Ele começou a batucar os dedos no volante com o ritmo da música e eu sorri. Ok, um minuto sozinhos. Era perfeito. Bastava para o que eu precisava fazer.

- Então, quem diria né? - comecei. Só que eu comecei muito mal. Droga, Alicia, nada melhor pra falar, não?

- Quem diria o que?

- Bem... Eu. Você. Aqui, amigos... mesmo anos depois.

- Tem razão - e não disse mais nada.

Olhei pela janela em busca de inspiração. Mais um minuto se passou.

- Quem são os amigos que vou rever? - perguntei curiosa.

- Sean está ansioso pra te ver.

Levantei uma sobrancelha. Eu é que estava ansiosa agora! Olhei pela janela de novo. Depois dei uma risadinha, vendo o começo de uma fileira de palmeiras, sentindo as lembranças invadirem a minha memória.

- Que foi? - ele pergunou se divertindo com a minha risada.

- Lembra daquela festa? Na primeira vez que vim a Los Angeles pra gravar o clipe? Estávamos eu, você, Ryan e Sam, depois nos encontramos com Usher e Sean.

- Acho que sim - ele fez careta, tentando se lembrar.

- Saímos para comer e Sam babou na mesa, de tão cansada que ficou depois - tentei ajudá-lo a se lembrar. Justin abriu um largo sorriso.

- É, eu me lembro - enfim disse, depois começou a corar. Não entendi por que. Será que... Será que ele se lembrou do que fizemos na praia logo depois dessa festa?

- Sam falou daquela festa pra todo mundo por uns dois meses. Ficou se achando porque a Miley Cyrus disse que ela era fofa.

Ele riu. Me aprofundei mais nas lembranças daquela festa. Sean e Justin brincando comigo. Ryan fazendo passos engraçados na pista de dança. As piadas de Sam e Usher. Eu conhecendo a Rihanna, Katy Perry e...

Franzi o cenho. Espera um minuto aí. Olhei para Justin, que estava tão concentrado na estrada, mas ainda assim cantando a música. Observei ele por muitos segundos, procurando a forma correta de falar isso. Abri a boca e fechei algumas vezes, descartando as formas erradas.

- Justin - comecei, mas parei. Ele me olhou de relance depois de volta para o trânsito, mas estava prestando atenção em mim. Com os cabelos espetados e meio raspados nas laterais como agora e dois anos mais velho, não me parecia mais o menino daquela festa. - Selena estava naquela festa, não estava?

O corpo dele todo ficou tenso depois disso. Sim, ele se lembrava. Um burbulhão de lembranças me atacaram. As imagens de Selena na festa. Ela conversando comigo. Ela conversando com Justin. Ela abraçando ele e lhe fazendo cafuné, como faria a um irmão. Era ela! Com o cabelo mais curto, só um pouco abaixo dos ombros, naquela época. A forma como ela falava comigo, como me tratou, como foi fofa e como eu amei ela logo de cara. Depois ela me dando o seu número de telefone. Isso mesmo. Nós trocamos os telefones. Entortei o nariz, me perguntando o que eu tinha feito com aquele número. Troquei de celular logo depois, quando voltei para São Francisco. Devo ter perdido o número dela assim. Mais uma vez, a clara memória dela me abraçando de lado, Justin sorrindo enquanto olhava nós duas. Tão diferente de ontem a noite...

Também não disse mais nada a Justin, apesar de que um monte de perguntas me vinheram a cabeça. Eles tiveram alguma coisa antes de mim? Eles tiveram logo depois de mim? Ou pior: eles tiverem durante? Estremeci, balançando a cabeça e afastando o pensamento para bem longe, sendo provocada por náuseas. Justin desligou o ar-condicionado, achando que eu estava com frio. Olhei para ele de novo - dessa vez com tanta raiva -, encarando seu perfil. Era isso, não era? Estava destinado esse tempo todo. Ele ter terminado comigo poucos meses depois daquela festa, ter confirmado relacionamento com ela ainda naquele mesmo ano... Tudo fazia sentindo agora! As pecinhas do quebra-cabeça estavam sendo colocadas ao pouco em cima da mesa e uma imagem estava finalmente se formada.

- Chegamos! - ele estacionou em frente a mais uma casa grande e cara, bem típica da cidade inteira, e eu pulei do carro assim que pude, sem me dá o trabalho de fechar a porta, indo na direção completamente oposta da casa. - Ei, ei, ei! Aonda você vai?

Mas não parei, caminhando pesadamente, com os punhos cerrado. Eu podia ouvir ele correndo atrás de mim e, depois, senti-lo puxar meu braço, mas me livrei dele com um empurrão. O mais forte que pude.

- O que esta fazendo? - ele começava a ficar irritado.

- E eu me perguntava por que diabos você terminou comigo! - gritei, me virando para ele e jogando as mãos para o alto, que voltaram e bateram nos meus quadris.

- Do que você está falando?

- Você! Você, Justin Drew Bieber, você sabe ser o canalha mais idiota e insensível do mundo! - Eu já estava bem perto dele, batendo em seu peito com os punhos cerrados várias e várias vezes, esperando descontar toda a raiva. Mal sentia as lágrimas rolarem.

Justin abraçou meu corpo, em uma estratégia: se eu estivesse perto dele o bastante e envolvida nos seus braços bem mais forte que eu, seria difícil continuar a disferir socos nele. Mais a minha raiva só aumentou, sentindo ele me agarrando, enquanto sentia tanta raiva dele agora.

- Eu te odeio! - falar era tudo o que eu conseguia fazer agora. - Você me deixou por ela! E foi tão covarde que nem pra admitir! Eu te odeio, Bieber!

Segurando forte meus ombros, ele me afastou, e seu olhar estavam negros de raiva.

- Você não para pra pensar antes de tomar conclusões precipitadas? - rosnou, sua voz em um tom tão baixo que parecia preocupado de chamar atenção da vizinhança.

Não respondi, só continuei chorando. Chorando de raiva ou tristeza, tanto faz, mas ficando inevitavelmente cansada. Ele sentiu isso e, cautelosamente, tirou suas mãos de mim. Quando viu que eu não voaria mais para cima dele, deu alguns passos, expirando, passando as mãos nos cabelos.

- Eu não troquei você por ela, está bem? - disse quando finalmente se acalmou, ainda falando baixo. - O que você e eu tivemos foi uma coisa. O que eu e ela temos é outra. Nunca faria aquilo com você. Entendeu? Nunca. Eu não mentia quando dizia que te amava, Alicia.

- Éramos muito jovens, a gente falava coisa sem pensar - balancei a cabeça e me assustei com o quanto a voz saiu chorosa.

- Eu tinha total noção de tudo o que falava - disse sério.

Levantei o olhar e encarei seu rosto. A expressão era tão séria quando a voz, não hesitando em olhar bem no fundo dos meus olhos.

- E o que você quer que eu ache? Aquele papinho todo de "somos só amigos" com ela. Droga, eu confiei em você!

- E quando foi que eu te dei motivos para não confiar? - retrucou. 

- É só que... É só... - minha voz saia em um sussurro. - Você bem que podia não ter saído do nosso relacionamento correndo direto pra ela.

Justin passou a mão no cabelo de novo, procurando afastar a raiva.

- Olha, eu errei muito em ter terminado com você sem nem dá explicações. Eu sei, ta? Mas não fui eu quem traiu aqui, Alicia.

- E você tá dizendo que fui eu? - aumentei o tom de voz, indignada.

- Shhhh! - ele pediu, olhando para a casa de Sean Kingston bem atrás dele, mas eu não liguei.

- Agora você quer me culpar? É isso?

- Não! - ele falou no mesmo tom que eu. - Eu não te culpo por nada! Argh! É um assunto velho. Não tem mais sentido ficar remoendo.

- Esse é o problema, Justin. Isso nunca fez sentido.

Sean abriu a porta dupla de madeira e apareceu na frente da casa, parecendo confuso, com seu calção e camisa branca, e várias pratas penduradas no pescoço.

- Tá tudo bem aí, pessoal? - perguntou, preocupado. Justin me lançou um último olhar de raiva, depois virou para Sean, sorrindo. Fiz exatamente a mesma coisa.

- Tá sim, amigão.

- Ali! - Sean abriu os braços e veio em minha direção. Fui até ele também e nos encontramos na metade do caminho. Ele me abraçou forte, quase tão forte quanto Kenny fez, me tirando do chão. - Quanto tempo!

- Desde que você sofreu o acidente - lembrei. Justin e eu já não estávamos mais juntos naquela época, mas mesmo assim fui visitar Sean no hospital em Miami, aproveitando uma festa que a minha avó teve que ir, na cidade. Apertei ele mais forte. - E que bom que está bem melhor desde a última vez que te vi.

Ele me soltou e riu, batendo nos joelhos. - Ér, já estou de pé e tudo.

- Fiz bem em trazê-la aqui? - Justin perguntou a Sean, brincando, e eu erijeci quando senti a mão dele nas minhas costas.

- Mais que bem! Alicia ganhou meu coração assim que disse que estava no paraíso quando me viu.

Ri, embaraçada.

- Se eu me lembro bem, ela disse que estaria no paraíso se nós dois cantássemos para ela. - Justin deu um soquinho leve no ombro dele e os dois riram, menos eu.

- Pois é, muita coisa aconteceu nessa festa - falei irônica, disferindo um olhar para Justin.

O clima ficou tenso rapidamente.

- Desculpa, eu tinha atrapalhado alguma coisa aqui quando abri a porta? - Sean perguntou, obviamente notando a tensão entre nós. Nem Justin, nem eu falamos eu fizemos nada, só continuamos a nos encarar.

- Não, Sean. Você não atrapalhou em nada. - Fui eu quem disse primeiro, indo até Sean com um sorriso e me abraçando de lado a ele, que colocou seu braço em meus ombros e caminhou junto comigo até dentro de casa.

- Ok, então... mas sabe que se esse cabeção fizer qualquer coisa contra você, pode vim correndo me contar e eu acabo com ele. - sussurrou com tom de brincadeira. Forcei um sorriso, ciente de Justin bem atrás de nós, nos seguindo.

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- E aí está um homem quinhentos dólares mais pobre! - Justin gritou e apontou para Sean, que balançava a cabeça e apoiava as mãos no taco, derrotado.

Estávamos há mais de uma hora jogando sinuca. Participei das primeiras partidas, mas depois, cansada de perder, deixei os meninos se divertirem sozinhos e me conformei em ficar apenas olhando, beslicando alguns pretzels. Foi aí que começaram as apostas. Na primeira partida, apostaram apenas ciquenta dólares, mas na revanche, os preços subiram para cento e vinte, e foi aumentando, e aumentando. Não era tanto pra quem tem tanto, mas eu nunca veria meus amigos da escola apostarem mais que vinte dólares. Sean tirou a carteira no bolso de trás e colocou na mão de Justin quinhentas pratas em dinheiro vivo, só um pouquinho divertido com as provocações de Justin.

- Espere pela próxima, Bieber - ele disse.

- Mas, primeiro - pulei da bancada e me aproximei deles. - Que tal almoço?

Já era meio dia e havía um banquente esperando pela gente no jardim dos fundos da mansão de Sean. Uma mesa repleta de batata frita, salada, sanduíches de atum e frango frito. Os meninos atacaram. Eu fiquei na salada e sanduíche, e eles até riram do quão delicadinha pareço do lado deles. Os dois ainda comentava sobre o jogo de sinuca na mesa. Eu ri, observando. É assim que Justin Bieber e Sean Kingston comemoram o feriado. Justin se levantou da mesa para atender o telefone, pedindo licença, me lembrando que ainda estava chateada com ele. Só ouvi ele falar "É... isso, estou com Sean... Não, só o Sean" antes de não poder ouvir mais nada.

- Quanto tempo vai passar por aqui, Ali? - Sean perguntou. Eu ainda estava tentando evoluir poderes de super audição, mas sem sucesso.

- Só até domingo. Depois eu volto para São Francisco.

Ele fez careta.

- Mas você vai voltar, não é?

- Não sei - sorri e dei de ombros. - Tenho motivos para voltar?

- Ah claro que tem! - ele abriu seu grande sorriso e passou seu braço em volta de mim, me fazendo rir.

Quando Justin voltou, voltou com a mesma expressão que estava depois da nossa briga. Era Selena. Ou a sua mãe, mas estava apostando minhas fichas em Selena. Com quem mais ele brigaria agora além de mim?

- Tudo bem aí, JB? - perguntou Sean.

- Parece que vou dar uma festa. - ele disse, ainda exasperado. - Vocês dois estão convidados. Sean fez barulho, entusiasmado. Continuei olhando para Justin, não mais com raiva.

- Tem certeza de que posso ir? - perguntei. Parecia que só nois dois entendia nosso olhar nesse momento.

- Claro - ele disse, mas só depois de um tempo. - Acho melhor ir agora. Vamos, Alicia, eu te deixo no hotel. Big Sean - ele bateu na mão do amigo e fizeram um cumprimento. - Te vejo mais tarde?

- Pode apostar que sim!

Me despedi de Sean, só por agora, já que nos veríamos mais tarde, e segui Justin até o carro. De volta ao Fisker Karma, eu não parecia mais com tanta raiva assim, e ele idém. Ele estava agora com a cabeça em outra batalha.

- Problemas no paraíso? - me permiti em falar, tentando quebrar o clima com uma piada, depois que já tinhamos deixado a mansão de Sean bem para trás e ele ainda não tinha dito nada.

Justin não me respondeu, olhando para bem longe de mim. Eu só podia imaginar porque ele estava com tanta raiva. Tinha me dito que Selena e ele apenas jantariam esta noite, e agora, uma festa? Talvez ela tenha idealizado a festa de última hora e ele ficou irritado. O que é estranho, já que Justin gosta de agito. O carro parou novamente na saída de veículo do hotel, chamando tanta atenção quanto ontem.

- A que horas devo está lá? - perguntei.

- Hm, eu te pego as 19h.

- Não, não - balancei a cabeça negativamente.- Eu pego um taxi. Você fica lá e ajuda a sua namorada.

Justin entortou os lábios, mas não disse nada. Sai do carro sem me despedi e fui para dentro do hotel. Minha mãe ainda não havia chegado. Estranho. Fechei as janelas e aumentei o ar-condicionado, depois me enrosquei na cama branca fofinha e ali fiquei até as cinco da tarde. Quando acordei, prendi os cabelos em um coque bagunçado alto e me livrei das roupas, me enrolando em uma toalha. Entrei na banheira, ao invés do chuveiro, aproveitando a água morna batizada com algumas ervas que o hotel dispôs.

Se passaram, cinco... dez... quinze minutos quando meu dedos já estavam bem engelhados e a cabeça já doía de pensar, deixei a banheira. A probabilidade de Justin ter mentido e ter tido mesmo um caso com Selena batucava na minha cabeça, com o barulho de pratos de bateria, o que não me dava sossego. Enrolada de novo na toalha, caminhei pelo quarto, procurando o vestido branco que tinha comprado ontem mesmo, feliz por não ter desperdiçado a oportunidade de usa-lo naquele jantar chato. O coloquei em cima da cama, os sapatos no pé da mesma, enquanto vestia minha lingerie e preparava cabelo e maquiagem. Depois, o vestido. E ele finalmente parecia certo. Com os cachos reforçados pelo babyliss, o cabelo caia por cima do vestido em ondas, jogadas para o lado esquerdo e eu recoloco os brincos de ontem. Minha mãe chega nessa hora.

Bato no pulso, no meu relógio imaginário.

- Olha a hora, Judith - me finjo de brava e depois riu, mas ela não.

A cara dela, na verdade, está bem estranha. Fico até preocupada.

- Mãe? O que foi?

- Alicia... - ela balançou a cabeça e, graças a Deus, sorriu. - Eu nunca vou me esquecer desse dia. Scooter mandou não ficar muito empolgada, mas não é disso que se trata. Esse dia me abriu os olhos para muita coisa.Relaxei bastante nos últimos anos, achando que estava velha de mais para sonhar. E não é isso. As coisas não devem ser assim

- Poxa... Até me emocionei... - disse séria, e isso soou engraçado, tanto que a minha mãe riu. - Mas e aí? O que mais teve? Você chegou até tarde.

- É, nós gravamos algumas músicas, independente, sem compromisso, só para testarmos alguns estilos.

- Nossa - arfei. - E você gostou?

- É, foi bastante satisfarório... Para onde você vai? - mamãe me olhou dos pés a cabeça.

- Ah. Vai ter uma festa na casa de Justin. Posso ir? Ele me olhou surpresa, pega pelo nome "Justin" ou então "festa na casa dele".

- É, acho que você pode ir sim - piscou, meio sem certeza. Peguei minhas coisas e tratei de ir embora antes que ela mudasse de ideia.

- Valeu, mãe, te ligo qualquer coisa - dei um beijo bem rápido na bochecha dela e segui até a porta.

- Não chegue tão tarde!

- Pode deixar.

A casa dele reluzia com cores vermelha, amarela e verde que vinham dos fundos. Os seguranças abordavam todo mundo e os revistavam na frente da casa, um de cada vez, mas ninguém parecia ligar. Típico de uma festa em Hollywood? E, assim que fui liberada, fui me deixando levar pelo som da música - acho que Pound The Alarm da Nicki Minaj - até a varanda da casa do Biebs, onde a festa realmente se concentrava. Tinha um DJ no canto e a piscina infinita estava repleta de velas flutuantes. Garçons vinham diretamente da cozinha servindo os convidados com petiscos e bebidas, surpreendentemente, tinha alguém fazendo churrasco. Acho que tinha pelo menos umas 60 pessoas na festa, esse era o meu lance aproximado, e cada uma delas bem vestidos e modernos, de sapatos excêntricos por Christian Louboutin.

- Olha só, é a ex-namoradinha - Amber e Kyle se aproximaram de mim. Kyle novamente segurava uma taça de martini na mão e tinha aquele olhar meu esnobe, e as calças de couro da Amber estavam extremamente apertadas, mas ela não parecia ligar.

- Oi, pessoal - cumprimentei, sem deixar a educação de lado. No entanto, os dois pareciam diferente hoje. Não me olhavam com um ar superior. Quero dizer, olhar, olhavam, mas faziam isso com todo mundo. Digamos que me olhavam como se eu estivesse apenas um degrau abaixo deles, e não dez, como noite passada.

- Amei o seu vestido.

- Obrigada. E eu gostei do seus... - procurei algo que eu realmente achei bonito em Kyle. Ele era tão... diferente. Camisa de mangas roxa, com os cinco primeiros botões abertos, deixando a mostra um peito definitivamente magro e depilado, calças jeans, coturnos estampados, um tanto gay, e um brinco de brilhantes grande pendurado na orelha direita. - ... sapatos.

- Ah mesmo? Garota, tive que brigar pra comprar esses sapatos. Então lá estava eu, no meio da Gucci, quando avisto os sapatos da minha vida, e essa bixa aparece! Quase tivemos que resolver lá fora, você sabe né.

- E você conseguiu? - Amber ficava falando com esse olhar entediado, como quem não esta interessada. E eles nem pareciam mais está falando comigo, como se eu fosse invisível. Peguei a primeira bebida que vi passar.

- Fui pra cima, me agarrei na bixa com unhas e dentes, quis nem me importar se estava na Gucci, mas no fim consegui. Os seis mil e quinhentos dólares mais bem gastos da minha vida.

De repente, eu me vi expelindo toda a bebida da boca, quase atingindo e molhando Amber e Kyle. Os dois me olharam como se eu fosse idiota.

- Desculpa - murmurei, me recompondo.

Seis mil e quinhentos dólares. E a bota nem era bonita. Mas o mais impressionante é falar disso como se fossem meros dez dólares.

- Sabe, ex-namorada, você não me é estranha. Eu acho que já te vi por aí algum dia.

- Impossível - disse, ainda meio afetada pelo último acontecimento. - Não acho que a gente tenha frequentado os mesmo lugares antes.

- Nisso aí ela tem razão - Amber gesticulou com a mãos, a engraçadinha.

- Não é isso. - Kyle colocou a bebida de lado e cerrou os olhos me analisando, o que era desconfortável. - Você por acaso é atriz? - Balancei a cabeça negativamente. - Mas já fez comercial?

- Não.

- Modelo?

- Bem, eu costumo tirar algumas fotos para alguns editoriais de algumas lojas.

- Que lojas?

- Forever XXI, mas já fiz também para Hollister.

- AHÁ! - ele apontou o dedo na minha cara.

- O que é, Kyle? - perguntou Amber impaciente.

- Interessante... - ele murmurou, me analisando. Estava ficando tão impaciente quanto Amber.

- É o Sean Kingston ali? - Amber perguntou, trocando completamente de assunto. 

Virei para ver a entrada da varanda e lá estava Sean com jeans largo, camiseta branca e colete de couro vermelho, abraçado a uma morena de vestido apertado, principalmente nos seios, preto. Ele me avistou, acenou e veio até mim.

- Com licença - eu disse e me afastei de Kyle e Amber.

- Ali - Sean me abraçou. Kyle e Amber ficaram boquiabertos atrás de mim. Acho que não por ele ser Sean Kingston, mas por Sean Kingston me conhecer. - Deixa eu te apresentar a minha garota. Maliah, essa é Alicia. Ali, essa aqui é a minha namorada.

- Prazer em conhecê-la - sorrimos uma para a outra e acenamos com a cabeça.

- Cadê o JB?

- Pra falar a verdade, eu ainda não o vi - falei, dando uma olhada pela festa, procurando encontrá-lo, que nem Sean.

- Baby, por que não vai nos buscar bebidas? - ele pediu a Maliah e ela lhe deu um beijo molhado na bochecha, antes dele lhe dá uma tapinha na bunda e rirem.

- Vocês parecem está indo bem - comentei, com um ar meio divertida, a respeito da publica intimidade recente dos dois.

- É, digamos que sim - Sean limpou a garganta. - E você? Namorando?

- Não - balancei a cabeça e dei outro gole na bebida. - Estou solteira.

- Sério? Não acredito.

- É verdade! - dei risada. - Não por muito tempo, porque só estou aqui há cinco minutos e já vi pelo menos dois caras te encarando.

Sean apontou para um deles, um loiro alto perto do DJ. Apesar de está falando com uma garota, ele estava discaradamente olhando para mim. Imediatamente virei o rosto e fiquei vermelha. Sean começou a rir.

- É o vestido. - ele disse e apontou para mim.

- Aqui, amor - Maliah voltou com as bebidas. 

Nós três conversamos por mais alguns minutos, até que finalmente achei Justin. De longe, dentro da casa, ele e Selena se beijavam. Ela estava sentada em cima da bancada da cozinha - a mesma que há apenas algumas horas eu estava - e ele, entre as pernas dela, abraçados. Desviei o olhar no mesmo momento, sem ousar a olhar de volta. Depois disso, eu, Maliah e Sean nos separamos. Começou a tocar Whistle de Flo Rida na mesma hora e, ainda com o a taça da minha bebida, cheguei mais perto da piscina. Algumas pessoas tinha entrado agora, e sabe-se lá Deus onde arranjaram trajes de banho; mergulhando e jogando água nos convidados na borda, sempre desviando das velas flutuantes.

- Aí está você - a voz rouca de Justin soou perto do meu ouvido.

Virei para ele e, sem conseguir conter, sorrir. Eu tentanva me dizer "vocês brigaram feio hoje de manhã, continue com raiva", mas não dava com ele sorrindo assim pra mim, o cabelo bagunçado daquele jeito e uma jaqueta jeans com mangas de couro.

- É, já estou aqui faz meia hora.

Ele franziu a testa.

- E por que não foi me procurar? - Porque você estava com a língua enfiada na garganta da sua namorada, só por isso. - Venha, vamos pegar outra bebida para você.

Ele agarrou minha mão e me puxou até o bar, do outro lado da piscina. 

- Uma batida de morango. - ele pediu ao barman que se apressou a preparar a bebida para o dono da festa. - Se divertindo? - Justin perguntou para mim.

- Claro - fingi muito entusiasmo.

- Eu falei que ia fazer esse dia mais divertido.

- Calma, a noite mal começou - disse, sem ligar para a malícia da frase. Justin pareceu perceber.

- Senhor? - o barman puxou Justin do devaneio e lhe entregou a bebida.

- Prova. Só cuidado - ele colocou a batida gentilmente em minha mão. - As vezes fica muito forte.

Dei um gole. O gosto da Smirnoff era bem presente, mas forcei a engolir e sorrir - só não tinha me acostumado com o sabor ainda.

- Tá ótimo - disse, escondendo a acidez da voz graças a bebida arranhando a garganta.

Justin sorriu.

- Você encontrou com Sean?

- Acabei de falar com ele.

- Ótimo. Você fica um pouquinho com ele? E já volto. A propósito - ele me olhou dos pés a cabeça e deu um sorriso de lado de parar o coração. -, você está linda.

Justin foi e me deixou, atravessando a piscina e entrando novamente na casa. Dei outro gole na batida, forçando-me novamente a engolir, e curti as batidas de Where Have You Been de Rihanna. Aliás, será que ela apareceria por aqui?

- Eu sei de onde eu te reconheci - Kyle apareceu do meu lado. Olhei pra ele confusa, esperando explicações. - Tinha uma foto sua em um outdoor de uma marca de roupas aí, alguns meses atrás. Tinha saído com alguns amigos para jantar e Selena e Justin estavam entre eles. No carro, de repente, eles começaram a brigar. Eu não tinha entendido o por que até agora.

Kyle olhou distraído por aí, bebendo do seu drink cor de âmbar, como se não tivesse dito nada de importante.

- Espera aí, eles estavam brigando por minha causa?

Kyle me olhou analisando, então arqueou o ombro direito e piscou com seus cílios negros.

- Eu já gosto de você, garota.

Dance Again de Jennifer Lopez começou a tocar e ele deu um gritinho, me puxando para a pista de dança, alegando que amava a música. Nós dois começamos a dançar; ele rebolava até o chão e fazia charme para quem estivesse por perto. Com o tempo, comecei a fazer o mesmo, e nós dois começamos a nos divertir de verdade. Ele pegava a minha mãe e me girava, e eu fazia o mesmo com ele logo em seguida, dando risadas, deixando de lado qualquer hostilidade que tínhamos em relação um ao outro. Dançamos, não apenas aquela, mas outras três, pelo menos, e acabamos, sem querer, virando o centro de atenções da pista. As pessoas começaram a dançar ao nosso redor, a dançar com a gente e a imitar a gente. Kyle realmente se soltava com o ritmo das músicas e só faltava jogar purpurina para o alto. Quando o loiro alto se aproximou de mim, Kyle me mandou uma piscadinha e se afastou de mim.

- Não pude deixar de reparar em você desde que chegou nessa festa. - o Sr. Dos Cabelos Loiros disse perto do meu ouvido.

Sorri tímida para ele, mas não deixei de dançar. Ele pareceu se excitar mais e começou a dançar comigo, tomando a liberdade de tocar em mim.

- Qual o seu nome?

- Alicia. E o seu? - tínhamos que quase gritar por conta do som alto da música.

- Christian - ele pegou minha mão, depositou um beijo no dorso, depois me girou.

Na segunda música, Christian estava mais solto em relação a mim. Dizia coisas no meu ouvido - algumas que eu não entendia -, e tocava na minha cintura de vez em quando. Teve uma hora, no meio da dança, que achei que ele fosse me encoxar.

- Que tal a gente ir pra um lugar menos cheio? - perguntou.

- Não, eu estou bem aqui - falei, desconfiada.

Ele pareceu ter desistido, mas então voltou a falar no meu ouvido:

- Só parar para uma bebida?

Eu sabia que não parecia uma boa ideia, mas mesmo assim fui, só para não ser chata. Ele pegou na minha mão e me arrastou para longe dos convidados e do bar. Meu alerta de segurança começou a tocar na minha cabeça, mas a mão dele era forte ao redor da minha e me puxava rápido.

- Christian, as bebidas estão para lá.

Ele parou, em uma parte já escura do jardim de Justin, perto de uma árvore, e me encostou no tronco. Veio para cima de mim com um enorme sorriso branco.

- Não - eu o empurrei, mas ele era bem mais forte e alto.

Desviava com a cabeça da boca dele e ele tentava segurá-la e me parar com as duas mãos na minha bochecha.

- Fica parada - ele pediu, se divertindo como se eu só estivesse bancando a difícil pra fazer joguinho. O cheiro do álcool bem evidente no hálito dele.

- Não! Me solta!

Minha mãos escorregavam do ombro dele sempre que tentava empurrá-lo e o maldito vestido branco subia nas coxas, o que animava mais Christian. Considerei lhe dá um chute na virilha. Na mesma hora, alguém cutucou Christian forte no ombro  e ele virou. Christian cambaleou para o lado quando Justin lhe deu um soco forte no rosto e o som fez barulho.

- Você é maluco, cara? - Christian gritou, apertando o local onde Justin o bateu.

- Sai daqui! - Justin apontou para a saída, transbordando de raiva. - Eu não quero você na minha casa, sai daqui antes que eu acabe com você!

- Tá... - Christian foi passando entre nós dois. - Pode ficar com a gostosinha, ela é toda sua.

Dessa vez, Justin o acertou em cheio no nariz dele e Christian foi parar no chão. Pattie, Selena e Kenny vinheram correndo pelo gramado enquanto Justin xingava e chutava Christian agressivamente. Pattie implorou que ele parasse e Kenny lhe tocou cauteloso, forçando Justin a se acalmar.

- Pode deixar, eu cuido disso, JB - ele falou.

Justin estava vermelho de raiva, encarando Christian se contorcer e gemer de dor no chão. Eu estava espantada. Nunca vi ele daquele jeito, com tanta raiva assim, e derrubando um cara centímetros maior que ele com tanta facilidade. E ao mesmo tempo, me culpando duramente por dentro, porque se não tivesse me exibido tanto na pista de dança, Christian não tiraria conclusões erradas. Justin olhou pra mim e depois para a mãe e a namorada, antes de marchar com raiva de volta para a casa. Ele ignorou Selena quando ela falou, e a mesma saiu o seguindo. Kenny levantava Christian do chão sem pena e, nossa, quanto ódio dele! Se Justin não tivesse aparecido, teria o atacado eu mesma.

- Alicia, você está bem? - Pattie me perguntou, abrindo os braços para me receber. Eu corri para seu abraço. - Vamos, querida, vamos entrar.

Parecia que ninguém na festa tinha notado a pequena cena apenas poucos metros de distância, e foi melhor assim. Pattie continuou abraçada a mim, me levando para o andar de cima, só parando para pedir a um dos garçons que levasse para cima um copo d'água.

- ... quando eu vi, já tava em cima dele, não deu pra segurar - se desculpava Justin quando Pattie e eu entramos na biblioteca. 

Ele estava com seu próprio copo d´água, sentado em um sofá, com os cotovelos apoiados no joelho, ainda exasperado. Ele ficou quieto quando entrei na sala. Scooter estava ouvindo tudo atentamente com as mãos na cintura, com uma expressão dúbia. Selena estava no outro canto da sala, apertando as têmporas, e parece não ter gostado de me ver.

- Justin - eu falei, mas ele manteve os olhos longe de mim. - Eu queria agradecer pelo o que fez. Não tinha intenção de causar problemas.

- Que isso, imagina - Scooter disse indo me abraçar rapidamente. - Estamos felizes que Justin tenha aparecido e você esteja bem.

- Você foi um herói, filho - Pattie falou orgulhosa, pegando a minha água da bandeja da garçonete e me entregando. Justin, mesmo assim, não disse nada. Selena idém. Dei apenas um gole na água, mas só ficaria calma se ele falasse comigo. Vamos, Justin. Diga alguma coisa.

- Kenny, e então? - Pattie perguntou quando Kenny apareceu na porta da biblioteca.

- Cuidamos dele. Ficou com um olho roxo e a camisa manchada de sangue, mas parece que não quebrou nada. Ele vai ficar bem.

- Bom, então me deixem terminar o serviço - Justin falou, mas Scooter o impediu de se levantar do sofá.

- Não precisamos de você com a cabeça quente, Justin - disse Scooter.

- Quem era aquele cara, afinal? Quem foi que deixou ele entrar? Eu mandei reforçarem a segurança!

- Ele é irmão de uma amiga - Selena disse finalmente, com os braços cruzados.

- E você anda com esse tipo de gente? - rosnou ele. Oh-oh.

- O que você está querendo dizer?

- Aquele idiota podia ter feito uma coisa horrível com a Alicia hoje!

- Bom, então que bom que você apareceu, não é? - ela retrucou, irritada e sarcástica, e Justin e o resto de nós ficamos calados, em um clima tenso.

- Reforçamos a segurança, Justin, mas coisas assim não tem como adivinhar - falou Kenny.

- Eu falo com ele amanhã - Selena murmurou.

- Não, eu não quero que você fale com aquele cara nunca mais, entedeu? - ordenou Justin, segurando o braço dela, preocupado.

Ela olhou para ele, depois para a mão dele no braço dela, depois para ele de novo, se controlando para não surtar e gritar com ele.

- Acho melhor eu ir - falei, tentando acalmar o ambiente. 

Scooter concordou:

- Certo, eu a levo para o hotel.

- Obrigada, Pattie - entreguei a ela meu copo d'água ainda cheio. - Eu sinto muito de novo, a todos. - Olhei para Selena.

- Está tudo bem, querida. Descance agora, nos falamos depois. - Pattie me deu novamente um daqueles seus sorrisos reconfortantes. Scooter tocou nas minhas costas, me conduzindo para fora, mas parei poucos passos depois.

- Justin? - Ele finalmente olhou para mim, e dessa vez não parecia mais com raiva. - Muito obrigada de novo. Mesmo.

Ele piscou algumas vezes, mas não disse nada. Então eu sai e deixei a sala.

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No próximo capítulo:

Kyle junta as forças, mas ele adora barraco. Usher nunca está muito longe. Alicia volta para casa. E Justin finalmente abre o jogo.


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Notas finais do capítulo

PRÓXIMO CAPITULO SÓ A PARTIR DE 7 REVIEWS.