Nós nos beijamos por um tempo e logo Harry parou e me olhou. Eu apenas abaixei a cabeça envergonhada.

– Tinha um paparazzi ali. - Harry disse apontando para um canto.

– Como? - Perguntei olhando na direção em que ele apontava.

– Quer dizer... Eu só te beijei por que havia um paparazzi. - Ele disse e eu o fitei confusa.

– Ah, claro. - Disse e dei um soco de leve em seu braço. - Nós somos amigos, você não me beijaria por nada...

– Pois é. - Harry disse sorrindo e eu me senti uma idiota por pensar, por um momento, que ele realmente me beijaria.

– Vamos voltar para a cafeteria? - Perguntei.

– Vamos. - Harry disse levantando-se.

– Me ajuda. - Disse esticando os braços ainda sentada.

– Ok, sua preguiçosa. - Harry disse segurando as minhas mãos e me puxando.

– Vamos voltar para a cafeteria e fazer uma linda capa de revista para a Caroline se descabelar de raiva! - Brinquei e Harry me fitou.

– Tive uma ideia melhor. - Harry disse e me puxou pela mão para o lado ao contrario da cafeteria. - Esquece a Caroline, namorados precisam de momentos românticos para se conhecerem.

Apenas sorri e deixei Harry me guiar. Pegamos as bicicletas novamente e começamos a pedalar. Pedalamos pelo parque e os gritos voltaram, gritavam por Harry, algumas ficavam pasmas ao vê-lo. Uma garota começou a correr atrás de nós. Para tentar fugir, a distraímos e deixamos as bicicletas atrás de algumas árvores.

– Harry, não podemos deixar as bicicletas... - Disse e Harry apenas fez sinal para que eu fizesse silêncio, ele se escondeu atrás de uma árvore e eu em outra.

– Aonde ele foi? - Escutei uma voz na trilha principal do parque.

– Acho que por ali, vamos. - Uma outra garota respondeu confiante.

Assim que escutamos os passos se afastarem, nós caímos na gargalhada. Harry estendeu a sua mão e eu a segurei. Saímos logo dali, abandonando as bicicletas.

Caminhamos até uma parte do parque mais reservada ainda de mãos dadas. Eu não estava vendo nenhum paparazzi, mas se ele não soltou a minha mão é por que com certeza ele deve ter visto. Paramos e Harry deitou-se apoiando o corpo nos cotovelos. Sentei-me ao seu lado e sorri olhando algumas crianças brincando logo a nossa frente.

– Elas são tão fofas. - Harry disse seguindo o meu olhar.

– Concordo, são inocentes e felizes. - Disse sorrindo e olhando Harry. - Você pensa em ter filhos Sr. Styles?

– Bom, eu nunca parei para pensar sobre isso... - Harry disse sorrindo fraco. - Você já pensou?

– Claro, quando se esta apaixonada você faz muitos planos... - Disse pensativa.

– Você já pensou em ter filhos com o Logan? - Harry questionou sério, ele pareceu estremecer quando falou no Logan.

– Sim, vários. - Afirmei com um sorriso triste. - Teríamos primeiro um menino e logo depois uma menininha...

– Porque essa ordem? - Harry perguntou curioso.

– Porque o Logan sempre dizia que o nosso menino iria cuidar da nossa princesinha... - Disse sorrindo de leve ao me lembrar.

– Faz sentido... - Harry disse pensativo. – Acho que eu gostaria de ter uma filha.

– Por quê? - Perguntei confusa.

– Porque meninas são fofas, meigas. - Harry disse sorrindo. - Não sei bem ao certo.

– Verdade. - Concordei. - Mas dão mais trabalho.

– Ah... Como ele era? – Ele perguntou.

– O Logan? - Perguntei intrigada.

– Sim. - Ele disse sentando-se e olhando em meus olhos.

– Bom, o Logan... “meu eterno aventureiro” - Disse sorrindo ao lembrar de como eu o chamava. - Era um homem, cabelos negros, olhos extremamente azuis, tinha em media 1,90 de altura, corpo másculo, pele pálida e lábios avermelhados. Era um excelente turismólogo, eu achava incrível como ele conhecia cada pedacinho do mundo, mesmo que na teoria... Ele era um fanático por novas culturas, lugares, costumes, musicas, pessoas. Ele era o tipo de pessoa, que sonhava em colocar uma mochila nas costas e sair conhecendo o mundo... - Parei nessa parte e suspirei, me lembrando que foi o que ele realmente fizera. - Uma pessoa que diga o que for... Só tentava fugir de tanta “hipocrisia e falsidade” como ele dizia.

– É, realmente você o ama. - Harry disse triste.

– Sim. - Disse sorrindo fraco. - Mas você deve saber como é, quer dizer... Você com certeza já se apaixonou.

– Para falar a verdade... - Harry disse fitando a grama a sua frente. - Eu nunca me apaixonei.

– Por isso que você é tão “mulherengo”? - Perguntei insegura.

– Talvez... Eu só não entendo... - Harry disse me olhando. - Como alguém pode se tornar tão importante na sua vida, dessa forma que você descreve. Jenni você quis se matar por não tê-lo mais.

– Eu sei. - Disse cabisbaixa.

– Mas eu não consigo ter raiva do Logan. Porque ele foi o motivo de nós nos conhecermos. - Harry disse.

– Por causa dele e da sua paciência com bêbadas. - Disse rindo.

– Eu já fiquei bêbado várias vezes, talvez seja por isso. - Harry disse sorrindo.

– Verdade. - Disse sorridente e o fitei. - Mas antes do “nosso namoro”, você pegava todas?

– Eu não pegava todas. - Harry explicou rindo. - Eu pegava algumas... E na maioria das vezes virava capa de revista.

– Ah, claro. - Disse rindo do jeito que ele explicou.

– Mas e você? - Harry questionou curioso. - Como era o seu antigo namoro? Fala a verdade, o nosso é bem melhor.

– Éramos um casal quietinho sabe? Do tipo que passa as noites frias grudadinhos, disputando um pedacinho de um mesmo cobertor... Amávamos cozinhar juntos, mas no outro dia acordava com resmungos, ele sempre reclamava das louças que eu sempre detestei lavar. Ele sabia minha comida preferida e a preparava da forma mais perfeita possível. Nas noites de sexta, sempre costumávamos tomar um bom vinho após uma semana exaustiva de trabalho e colocávamos para tocar Daughtry ou He is we. Não éramos um casal de novelas, nós brigávamos também... Brigávamos muito por sinal... Ambos éramos extremamente orgulhosos. Ele que me acordava cedinho, pois eu sempre me atrasava pro trabalho. Se não fosse ele, acho que já estaria sem emprego. – Disse sorrindo por tantas lembranças boas que me restaram. -Tomávamos café da tarde exatamente as 17 hrs e se caso eu não conseguisse chegar, ele me ligava preocupado. Ele sabia de cor os meus filmes preferidos e também sabia que eu preferia Vodka a cerveja. Ele sempre soube os meus gostos, minhas manias, meus jeitos e de todos os meus problemas. Ele sempre me ajudava com os problemas, e por pior que fossem ele estava ali, me ajudando da forma mais angelical possível. Ele quebrava barreiras e sempre levantava muros de proteção se fosse possível e necessário.

– Ok, ele era perfeito. - Harry disse sorrindo.

– Não, se ele fosse não teria me deixado somente duas coisas. - Disse sorrindo triste.

– Como assim? - Harry perguntou.

– Ele se foi e me deixou somente uma carta e... - Disse triste. - Essa maldita saudade.

– Eu sinto muito. - Harry disse abraçando-me.

– Não sinta. - Disse sorrindo. - Ele se foi e sentir não vai trazê-lo de volta.

– Ok, você precisa se divertir agora. - Harry disse levantando-se e me puxando.

– Aonde vamos? - Perguntei já sabendo que ele não me responderia.

– Nós vamos nos divertir! - Harry disse e saiu correndo me puxando pela mão.