- Saraaaa! – Gritou Catherine da sala.   

- O que? – Gritou Sara de volta.   

- A pipoca é para hoje. Já está no meio da disputa e eu estou com fome.   

- Calma, Cath – pediu a morena e derrubou alguma coisa fazendo um barulho imenso pela casa. – Você sabe que eu não sou boa na cozinha.   

- Já colocou fogo em alguma coisa?   

Sara girou os olhos.   

- Engraçadinha – a morena olhou para a pia, onde havia duas panelas queimadas.   

São as preferidas da Catherine, pensou ela, apreensiva. Pelo jeito suas tentativas de de cozinhar algo diferente foram definitivamente desastrosas. Apenas disso, ela conseguiu fazer a pipoca e levou até Catherine, que estava deitada no sofá. Ela espreguiçou-se e sorriu.   

- Nossa, esse sofá é muito confortável.   

- É claro que é. O sofá é novo.   

Catherine riu.   

- É mesmo. Vem pra cá, eu tava esperando por você, delícia...   

Sara abriu um sorriso malicioso.   

- ...ai como eu gosto de pipoca!   

- Aff, fui trocada por um balde de pipoca.   

- Aham.   

- Nossa, também te amo – disse Sara e sentou-se ao lado de Catherine.    

- Você sabe que eu te amo.   

- Sei. Abre a boca – pediu Sara e colocou uma pipoca na boca da loira. – Bom?   

- Aham. Mas pode melhorar – disse Catherine e beijou sua namorada.   

- Hmm... Beijo com gosto de pipoca. É bom.   

- Que bom que você gostou – Catherine piscou.   

Sara passou um braço por trás da loira e puxou-a para perto do seu corpo. As duas voltaram sua atenção para a TV, onde estava passando uma corrida de bicicleta. Até mesmo os investigadores do LVPD acompanhavam as Olimpíadas.   

Depois de algum tempo assistindo, Catherine inclinou a cabeça e suspirou.   

- Eu sempre quis andar de bicicleta.   

- Você nunca andou? – Perguntou Sara, não acreditando.   

- Andei, sim. Mas bem pouco.   

- Hum... eu te ensino um dia desses.   

Catherine riu agradavelmente.   

- Deve andar pior do que eu.   

- Que nada. Sou ótima na bicicleta – respondeu a morena, fingindo uma pontada de orgulho. Ela pensou por um momento. – Ei... Você tem uma bicicleta.   

Catherine arregalou os olhos.   

- Você não está pensando em...   

- Aham.   

- Você não quer...   

- Queeero...   

- Você ficou louca??   

- Claro que não. Apenas estou tendo uma ideia – disse Sara e sorriu. Catherine engoliu em seco por causa disso. Ela sabia que quando sua amada sorria daquela maneira não vinha coisa boa.   

Sara verificou todos os bolsos atrás do seu celular e tão logo o encontrou, discou um número.   

- Alô? Nick? Oi, aqui é a Sara. Você está ocupado? Não?... Preciso de um favor seu. Ainda tem aquela sua bicicleta preta? Pode trazer aqui na casa da Catherine?... Depois eu explico. Certo... Obrigada. Tchau, Nick.   

- O que aconteceu? – Perguntou Catherine, preocupada.   

- Nick vai trazer a bicicleta aqui daqui algumas horas. Vamos pegar a sua e...   

- Ela está desmontada. Todinha.   

Mas para a tristeza da loira, Sara ficou ainda mais animada.   

- Isso é sério? Ai que ótimo! Vem, vamos montá-la – disse ela e praticamente arrastou Catherine consigo.    

As duas foram até a garagem, e Sara revirou as várias caixas que havia por lá até encontrar no canto um monte formado por canos, guidões e duas rodas. Ela já havia tentado montar muitas vezes, sem sucesso. Mas talvez por ser Sara - um gênio para resolver quebra-cabeças - aquela bicicleta finalmente ficaria pronta.    - Onde foi parar o manual?   

- Joguei.   

- Como??? Por que?   

- Tava escrito em alemão. Eu não ia entender.   

- Para que serve Google Tradutor?   

A loira passou a língua pelos lábios e refletiu sobre a questão.   

- É, né?   

Sara riu, balançou a cabeça e começou a trabalhar. Depois de meia hora, todas aquelas peças tomaram forma e pareceram mais com uma bicicleta do que com uma pilha de nada.   

- Onde estão as rodas?   

- Aqui – disse ela e passou as rodas para Sara. – Desde quando você é mecânica?   

- Desde que meu irmão quebrou minha bicicleta e eu tive que consertar sozinha.   

- Uau. Quando meu carro quebrar eu te chamo.   

- Mas eu cobro.   

Catherine pegou um pano e jogou na sua amada.   

- Sua chata!   

- Sua chata acaba de montar sua bicicleta.   

- Ai, você é incrível! Mas ainda é chata.   

Sara girou os olhos.   

- Eu te amo – disse a loira e abraçou sua namorada. – Como eu posso agradecer?   

- Me beija.   

- Com prazer – Catherine passou os braços pelo pescoço de Sara e a beijou com todo amor e vigor que conseguiu reunir. Sem separa-las, Sara ergueu Catherine no colo e a colocou contra a parede. Seus lábios tornaram-se furiosos um contra o outro enquanto suas línguas travavam uma batalha interminável. As mãos da morena subiram pelas coxas de Catherine, sua cintura até alcançarem seus seios e ela começou a massagea-los, fazendo a loira gemer no beijo.   

- Hã... oi? – Perguntou Nick e bateu na porta da garagem.   

Sara e Catherine automaticamente pararam o beijo e a excitação de Sara foi substituída pela raiva.   

- Eu vou matar esse homem... – murmurou Sara contra o pescoço de Catherine. – Posso?   

- Pode.   

Sara soltou Catherine cuidadosamente e virou-se para encarar Nick. Antes olhou disfarçadamente pelo ambiente, procurando algo para atingir o companheiro de trabalho.   

- Nick Stokes. Por que você está aqui?   

- Porque você me pediu para vir – respondeu ele, meio confuso.   

- Ah é.   

Sortudo, pensou a morena.   

- Eu trouxe a bicicleta...   

- Relaxa, Nick. Eu não vou bater em você. Sua bicicleta é muito legal.   

- O que você vai fazer?   

- Ensinar Catherine a andar de bicicleta.   

Nick olhou para Catherine, que estava parada no mesmo lugar, congelada e com os olhos arregalados de pavor.   

- Eu não vou fazer isso...   

- Ah vai... hahaha...   

Nick e Catherine olharam assustados para Sara e sua risada sarcástica.