POV Grover

Já estávamos voando fazia seis horas. Cara, meu traseiro de bode está doendo. Muito. E dava para ver que os animais estavam cansados. A Diva nos guiou até um pequeno bosque perto do East river. Pousamos, e agradessemos aos animais por nos trazerem até aqui. A loba sugeriu que eles ficassem por aqui e descansassem, mas eles recusaram dizendo que precisavam ir.

Fizemos uma pausa para descansar e comer alguma coisa. Com um movimento das asas, a loba fez aparecer uma refeição para nós. Ela tinha até incluído latas de aluminío...

Quando terminamos de comer, tudo o que sobrara desapareceu. Pegamos nossas mochilas e partimos.

Os lobos nos guiaram pelo bosque escuro, já que já estava de noite. Volta e meia ouvíamos os sussuros de animais da floresta, e eu só era capaz de entendê-los porque sou um sátiro. Eles murmuravam coisas como senhora ou mylady antes de desaparecer nas sombras.

Após alguns minutos de caminhada, sinto um cheiro estranho. Aparentemente os lobos também sentiram, pois pararam de andar instantaneamente. Eles se agacharam, rosnando e com os pelos na nuca eriçados, encarando um trecho de mata escura bem ao nosso lado.

" Cuidado." A Diva falou em minha mente " Haja o que houver, não olhe nos olhos dele. O resultado será pior do que qualquer um que a Medusa possa conseguir."

" Morte instantânea." completa o outro lobo.

Um silvo de cobra interrompe o diálogo mental. Podíamos ouvir o som da respiração do monstro e das folhas do chão da floresta sendo esmagadas pela passagem de alguma coisa bem grande.

– Basilisco. - sussurou Annabeth

Todos já havíamos pego nossas armas de bronze celestial. Bem, todos, menos eu e os lobos. Eles lutariam com as garras e as presas, e eu, que sou um desastre com qualquer tipo de arma, irei usar as flautas de bambu. Pode parecer medíocre, eu sei, mas não se deve subestimar a magia da natureza.

Subitamente, o monstro ataca. Annabeth estava certa. É realmente um basilisco.

Mas o monstro não parecia estar em um de seus melhores momentos. Grover podia ver que ele sangrava de diversos cortes em seu corpo.

A serpente gigantesca foi direto pra cima de Annabeth. Com um olhar, já sabíamos o que fazer.

Percy e Annabeth se separaram e começaram a distrair o basilisco, tomando cuidado para não olhar em seus olhos.

Thalia e Clarisse iriam tentar destruir os olhos do bicho, seja com flechas ou com a lança elétrica da filha de Ares.

Os lobos iriam dar a volta e atacar por trás, enquanto eu e Nico tentáriamos conter a cobra.

Levei minha flauta aos lábios e comecei a tocá-la. Plantas, no início finas e frageis, se tornando mais resistentes aos poucos, Começaram a se enrolar ao redor de seu corpo. O filho de Hades convocou sombras, e estas começaram a se prender às minhas plantas, fortalecendo-as.

O basilisco tenta atacar Annie novamente, mas Percy envia um jato d'água bem nos olhos do monstro. Estes se fecham, e Thalia aproveita a oportunidade para atirar uma flecha no esquerdo.

A serpente sibilou, indignada, e se voltou para atacá-la. Nesse momento os lobos pularam em cima da cobra, derrubando-a com seu peso. A loba branca mordeu a garganta dela, impedindo a passagem de ar, enquanto o outro prendeu o rabo do monstro entre seus dentes.

Eu e Nico redobramos nossos esforços e logo Percy se juntou à nós, criando um casulo de água para o basilisco. Clarisse, aproveitando a distração, enterrou a lança elétrica no olho bom. De repente, senti o cheiro de ozônio. Os lobos saíram de cima da coisa e Clarisse também se afastou.Segundos depois um raio caiu no casulo, eletrocutando a água e o basilisco.

Retirei a flauta de meus lábios. A magia consumira quase toda a minha energia. Meu último pensamento foi: É, pelo visto somos uma ótima equipe. E então apaguei.