Eu fico em silêncio, enquanto a porta do elevador se abre, e Cato e eu entramos nele.

   - Você…- guaguejo. Não sei o que dizer.

   - Pois é, acho que salvar meu irmão de você não foi a única razão que me levou a me voluntariar.Eu também queria te proteger.

   - Pois então você estragou tudo! – explodo- Por que só a idéia de que eu vou ter de matar a pessoa que acabou de dizer que me ama dentro de algumas semanas está me aterrorizando!- eu digo, surtando.

   - Clove, por favor…Eu só tentei te ajudar.Eu não podia surportar a idéia de te deixar ir pros Jogos Vorazes.Não sem mim.

   - Então,se você me ama tanto, por que beijou a Glimmer hoje?

   - Eu não beijei ela.Ela me agarrou!Tanto que eu tentei falar com você, mas ela não me deixou.Mas afinal, não foi isso que Brutus queria?Ela facilitou um bocado as coisas, por que uma hora ou outra eu ia ter que beijar ela, e eu não queria.

   - Ah, que bom que aquela puta te ajudou!- digo, com sarcasmo.

   - Clove…

   As portas do elevador se abrem, mas eu não me movo.Na verdade, eu me apoio na parede.

   - Eu não entendo…Se ter um casal entre os carreiristas ia ajudar tanto, porque não podia ser eu e você?- digo, com a voz beirando o desepero.

   - Eu conversei com Brutus sobre isso.Ele sabe que eu gosto de você, e não dela, mas ele acha que um cara tão grande e velho com eu, com alguém tão pequena e nova como você seria um casal difícial de acreditar…

   Eu finalmente começo a choramingar.Cato se aproxima de mim e me abraça, me consolando.

   - Por que eu tinha que ser uma Carreirista?Por Que eu tenho que ser aquela que não têm coração, que foi feita pra os Jogos?

   - Por que é o que a Capital quer. E contra isso, a gente não pode fazer nada.

   Eu choro mais um pouco, enterrando meu rosto no peito de Cato.Aquele é o lugar mais confortável do mundo pra mim.

   - Mas que droga.

   - Não se preocupe, Clove…A gente vai ficar bem.Isso não vai ter que acontecer de novo.