Harry POV

Eu sei que fiz besteira, e Louis está mais do que certo em me chamar de idiota, afinal, eu agi como o maior idiota que já existiu no planeta, mas entendam, é difícil pra mim, ver o cara que eu amo sair com a ex-namorada. Eu não suportei quando vi o nome dela na tela do celular do Louis, até que me lembrei que ela só estava ligando por causa da promessa de sair com ela, e aí eu fiquei irritado mesmo.

Liam e Niall ficaram tirando sarro de mim por ter ciúmes daquela garota, porque, segundo eles, “isso não faz sentido, vocês dois estão juntos. Por que raios o Louis iria querer te trocar por uma garota agora?”. Eles tinham razão, mas eu não conseguia não ficar com raiva disso tudo.

Aí eu completei a minha idiotice deixando meu namorado sozinho pra se divertir com aquela morena vaidosa. Quer dizer, só o Louis pra não perceber que ela gostaria de nos separar, afinal, se eu estivesse no lugar dela e meu namorado me trocasse por um cara gostoso como eu, eu também ficaria com raiva.

- Então eu acabei aqui – terminei de contar a minha história para o barman da boate, que apenas suspirou, claramente entediado. – Ah, não me importo se você não ouviu nada, foi bom desabafar – falei, e ele balançou a cabeça.

 - Eu ouvi cada palavra, meu amigo – ele falou, batendo no meu ombro. – Só que eu acho que se você tentar convencer esse tal de Louis de que a ex dele é uma piranha, ele talvez fique bravo com você.

- É verdade, não tem nada que eu possa fazer... – concordei, terminando de beber meu sexto copo de vodka. – Acho que vou para a casa da minha mãe, até mais – falei, deixando uma nota de 50 dólares no balcão.

- Mas o seu deu só 24 dólares – o barman avisou, e eu dei de ombros. – E o senhor não deveria dirigir depois de beber!

- Então o troco é a sua gorjeta, obrigado por me ouvir – falei. – E eu dirijo muito bem, se você quer saber – me virei e segui até o estacionamento. Não, eu não ia atrás do meu namorado na festa do casamento, que nem em filmes de romance. Eu vou mesmo pra casa da minha mãe que eu me sentiria melhor lá.

Louis POV

- É aqui! – Eleanor exclamou, sorrindo, enquanto eu estacionava o carro. Ela tinha falado o caminho inteiro da família, e sinceramente, eu não ouvi nada. Eu só conseguia pensar na briga que tive com Harry, e na besteira que tinha cometido ao sair com a minha ex. Mas talvez ele só estivesse exagerando, não iria acontecer nada entre eu e ela.

Ela ajeitou seu vestido longo vermelho e segurou meu braço, fazendo sinal para seguirmos até o salão. Claro que paramos inúmeras vezes para conversar com cada parente que aparecia, e para todos eu tinha que explicar que era apenas amigo dela, embora ela não ligasse que todos pensassem que nós ainda namorávamos.

Passei a cerimônia inteira com a cabeça em outro mundo, imaginando o que Harry estaria fazendo, ou o que eu diria a próxima vez que nos encontrássemos. Eu me sentia perdido, sem chão, nunca me peguei em uma situação tão complicada que eu não sabia mesmo o que fazer.

Quando a cerimônia acabou, o jantar começou, e eu falei que precisava tomar um ar. Saí nos fundos do salão, onde alguns garçons conversavam e riam encostados na parede. Afastei-me cada vez mais, e peguei meu celular. Nada. Se Harry estivesse bêbado, talvez me ligasse, ou mandasse uma mensagem, pelo menos um sinal de vida ele daria, mas era isso – nada.

Procurei seu nome na lista de contatos, e liguei. O número chamado está desligado ou fora da área de cobertura. Fiquei estático com o telefone ainda no ouvido. O Harry nunca desliga o celular, então onde ele estava? Tentei ligar, mas a mensagem insistia em se repetir.

- Louis? – Eleanor chamou, e eu me virei. A luz do luar fazia seu vestido vermelho brilhar levemente, e a brisa jogava seus cabelos para trás. Eu não podia mentir que ela estava maravilhosa, como uma princesa. – O que aconteceu? E não me diga que está tudo bem porque eu percebi que não está.

- Não é nada... – falei, olhando uma última vez para o celular e podendo ouvir o final da mensagem. Ela balançou a cabeça e se aproximou de mim, passando a mão em meu rosto.

- É o Harry, não é? – ela perguntou num sussurro, próximo ao meu ouvido, e beijou minha bochecha. – Esquece ele por uma noite, Lou – eu estava paralisado, e cada vez mais ela se aproximava da minha boca, até juntar nossos lábios. Pode parecer estranho, mas eu definitivamente preferia beijar Harry.

- Eleanor, o que você pensa que está fazendo? – perguntei, voltando ao normal e a afastando.

- Seduzindo meu ex-namorado – ela falou, beijando meu pescoço. – O que você pensou que fosse? – eu não conseguia acreditar que ela estava mesmo fazendo aquilo. Acho que Harry sabia que isso poderia acontecer, mas então, por que ele me deixou nas mãos dela?

- Não tem como você me seduzir – falei, afastando-me rapidamente dela. Ela jogou os cabelos pra trás, e sorriu maliciosamente.

- Ah, isso é o que você pensa, amor – ela falou, e me empurrou até o muro, para eu não ter para onde fugir. – Ninguém termina comigo por outro cara, Louis, entenda.

- Você é louca – falei, revirando os olhos. – Agora me deixa em paz – falei, forçando-a a sair de perto de mim. Ela arrumou o cabelo, e sorriu de um jeito maligno. Juro que até podia sentir sua aura negra invadindo minha alma.

- Você vai se arrepender, Louis – ela falou, e depois de um estrondo, ela caiu desmaiada no chão. Atrás dela, uma moça de cabelos escuros presos com fitas douradas em uma trança e com um longo vestido branco, segurava uma frigideira e sorria carinhosamente para mim.

- Louis, você está bem? – a noiva perguntou, se aproximando de mim. – Eu vim procurar a minha prima e vi o que ela estava fazendo com você. Mas isso me confundiu um pouco, vocês não namoram?

- Já faz algum tempo que eu terminei com ela – respondi, confuso. Por que a própria prima de Eleanor bateria nela com uma frigideira?

- Desculpa te assustar – ela falou, jogando a frigideira para um garçom atrás dela. – Ela vai acordar logo, acho melhor você ir embora.

- Por que você fez isso? – perguntei, e ela riu fraco.

- Ela sempre foi meio estranha. Há algum tempo ela ficava falando de se vingar de alguém, o que a deixava ainda mais estranha – a noiva respondeu. – Acho que ela queria se vingar de você, garoto, que sorte que eu apareci.

- Obrigado.

- Quando ela acordar eu invento alguma história – falou. – Agora vá logo antes que ela acorde – sorriu, e eu sorri de volta, correndo para o meu carro. Eu acho que nunca passei por uma situação mais estranha, mas ainda assim fiquei aliviado de a prima de Eleanor ter aparecido. Já fazia o caminho de casa, quando parei pra pensar onde Harry estaria. Tentei ligar novamente, e a mensagem se repetiu. Virei a rua, e segui para a casa da minha querida sogrinha que ainda não sabia de nada.