POV Scorpius.

Dois segundos! Só dois segundos!

Tempo suficiente para que ela veja o retrato, me lembro de quantas vezes ouvi James, Albus e Hugo dizendo para que eu jogasse fora aquela foto, mas eu não... Eu não concigo. Fui até o quadro e o abaixei para que Rose não o visse, mas aquilo fora em vão.

- Scorpius... O quê era...? Quem era...?

- Ninguém Rose, são... Meus pais! 

- Não são seus pais! Sua mãe é morena.

- Ela pintou o cabelo quando eu era bebê. - estava mentindo, mas nem me importava.

- Mas Scorpius...

- Segunda porta á direita! - rosnei, Rose subiu as escadas e me olhou com pena, era obvio que estava mentindo, eu não podia contar, meu filho... Eu não queria falar sobre ele...

POV Roxie.

Depois de arrumar qualquer coisa para comer, Albus disse que ia passar na na Hogwarts Cars, eu concordei e ele saiu.

Realmente, aquilo me deixou nervosa, peguei uma bolsa que estava guardada em um fundo falso da minha mala, e sai da casa de Albus, mandei uma mensagem á ele dizendo que iria visitar minha mãe.

Peguei um ônibus vermelho (bem tipico Londres) e fiquei no andar de baixo, queria sumir do mundo por estar em uma área só de riquinhos mimados, enquanto todas as pessoas que eu conhecia estavam em Brixton. Um dos bairros mais precários de Londres, Brixton, centro de Lambeth, é um dos bairros mais pobres da cidade. Ali se concentram filhos de imigrantes, e mais de um terço de sua população é formada por descendentes de negros africanos e caribenhos, que sofrem discriminação no mercado de trabalho. Ou seja, eu e minha família. Nós somos descendentes de negros africanos.

Desci o ônibus e fui andando até minha casa, um pequeno apartamento de dois andares, uma casa precária ao extemo. E eu lá, na mansãozinha do meu patrão. Pelo menos ao fimde tudo, minha mãe vai ter uma coisa melhor para sua saúde. Abri a porta e sumi as escadas, e vi minha mãe comendo comida preparada pela minha tia Alicía.

- Frederico? - minha mãe perguntou.

- Não mãe, sou eu. A Roxie. - eu disse com lágrimas nos olhos. Minha mãe nunca se recuperou pda perda do meu irmão Fred.

- Roxie, onde você estava?

- Eu recebi um convite para viajar um tempo fora mãe. No trabalho.

- Que trabalho? - perguntou minha tia.

- Que eu trabalho como secretaria. Eles querem mandar modelos de carros para os países de terceiro mundo, como o Brasil. Eles odiaram a idéia. mas eu terei de ir como forma de apoio.

- Esse povo realmente tem muito preconceito contra brasileiros. - minha mãe estava certa, cerca de 50% dos brasileiros que saem do Brasil tem como destino á Londres, e muitos inglêses tem preconceito por serem nascidos de um país de terceiro mundo, além de dizer que todos são homossexuais e prostitutas. O que não é verdade. Pois eu sou uma e sei a verdade.

- Mãe, eu trouxe dinheiro para a senhora.

- Não minha filha.

- Mãe a senhore precisa.

- Deus te abençoe pequena, vejo que pelo menos criei uma filha descente.

Lágrimas invadiram meus olhos, nem minha mãe sabia que eu era prostituta. Fiquei um tempo com minha mãe e sai para voltar para minha nova "Casa".

Saindo atrás de mim apareceu dois homens de preto, enquanto eu acelerava o passo, um deles me pegou pelo o braço e, me chacoalhou e me jogou na parede.

- Então gracinha, a mamãe estava doente é? - me perguntou um dos homens.

- Se você não viu Albert, eu acabei de sair da minha casa para comprar remédio para a minah mãe. - eu disse me soltando de suas mães.

- Vamos com você então. - me disse o outro. O que estava de óculos de sol. Alguém já disse para ele que é noite?

- Não, obrigado pela educação Peter.

- Não quer nossa companhia?

- Quer que eu deseje para você entender?

- O chefe está com raiva morena, disse que se você não...

- Eu já disse que vou pagar a divida.

- Com que? Com o dinheiro da mamãe ou "dando" um jeito?

- Eu já disse que vou pagar! - rosnei e ele me derrubou de quatro no chão, eles se afastavam e lágrimas desciam pelo meu rosto. De um outro lado, eu vi um carro diferente, um Potter, que observava da esquina...

POV James.

Admito, Dominique na minha casa foi completamente estranho, a última vez que vi minha casa tão brilhante e completamente limpa foi quando ela estava vazia e á venda.

- Uau, será que eu entrei em um apartamento errado? - eu perguntei e ela riu, foi um riso lindo, porque todos os risos quando são sinceros são bonitos. mas o que eu estou pensando?

- Está com fome? - ela me perguntou.

- Já me viu sem fome? - ela revirou os olhos e disse que podia guardar a minha pasta, aliás ela quem sempre tomou conta dos meus documentos. Eu fui até a cozinha e de lá saiu um cheiro delicioso que me fez ter água na boca.

- Você também cozinha?

- Como você acha que eu e a Lily sobrevivemos por tanto tempo sozinhas?

- Pelo menos o Hugo sabe cozinhar. E eu também, obvio. - ela riu.

- O que? Acha que eu sobrevivo de lanche do McDonald?

- Não, mas provavelmente da Subway sim.

- Você fez sobremesa?

- Não acha que eestá muito grandinho para doces depois da refeição?

- Então, senhorita Delacour, vou lhe mostrar meus dotes culinários.

- Aproveita que ainda o jantar não está pronto.

Sorri, e liguei a televisão. Estava passando o noticíario. (Sim, eu tenho uma televisão na cozinha). Começei a fazer o bolo caseiro de chocolate da vovó Weasley. E Dominique se sentou na mesa para assistir o noticíario.

- Acabamos de ser informados que fora encontrado um corpo de uma mulher que fora estuprada e jogada em uma área pouco movimentada de  Hyde Park.

- Hyde Park? - eu perguntei e Dominique estava em choque, achei que fosse pela maneira brutal do crime, então continue fazendo meu bolo.

- Não identificamos ainda o corpo, mas podemos dizer que fora uma moradora de Camden Town...

- Eu morava nesse bairro... - Dominique disse e eu ri.

- Você morou no bairro que congrega os indivíduos mais exóticos de Londres, com seus cabelos manchados, piercings em lugares inusitados e tatuagens por todo o corpo? - perguntei e ela assentiu.

- Você tinha que ver o namorado da minha irmã. Ele tinha o cabelo todo azul...

- Ainda não se sabe ao certo quem foi o assassino, e esse foi o mesmo individuo que violentou a moça... - Acho que Dominique é muito sentimental, ela começou a chorar e disse que iria ao banheiro. O que estava acontecendo?

POV Hugo.

- Hugo? - Lily chamou minha atenção enquanto eu pensava no que dizer.

- O que foi? - eu perguntei com a maior cara de pau.

- Esse quarto...?

- Lily, eu não... Quero falar sobre... Isso!

- Mas...

- Lily... Não!

- Mais Hugo, isso é...

- Eu já disse NÃO Lily. - rugi e Lily se assustou.

- Está com fome Weasley? - ele me perguntou para acabar com o clima tenso.

- Sempre.

Ela riu e fomos para a cozinha, ela me disse que não sabia cozinhar de jeito nenhum, e que só sobrevivia porque Dominique era um ótima cozinheira.

- Então, digamos que quem vá cozinhar seja eu! - eu disse e ela assentiu.

- Como você é inteligente Hugo. - mostrei a lingua e pedi uma pizza, eu não iria cozinhar.

- Qual pizza você quer? - perguntei.

- Calabreza.

- E eu vou querer de "qualquer coisa".

- Nunca experimentei esse sabor. É bom?

- Não, mas é bom conhecer esse seu lado Lily.

Ela fez uma careta e eu ri, ela era muito fofa, admito.

- Então, calabreza para você Potter? 

- Potter? - ela perguntou.

- Ah me desculpe, é que de repente eu lembrei da senhora Potter. Ela é a sua cara.

E realmente, ela era mesmo. Além da Lily ter um jeitinho Potter na veia.

- Vamos assistir Tv?

- É lógico Weasley.

Liguei a Tv e caiu no noticíario, detesto noticíario porque só dá tragédia.

- Acabamos de ser informados que fora encontrado um corpo de uma mulher que fora estuprada e jogada em uma área pouco movimentada de  Hyde Park.  Não identificamos ainda o corpo, mas podemos dizer que fora uma moradora de Camden Town...

Lily se levantou, assutada, branca.

- O que houve? - eu perguntei.

- Nada. Posso usar seu telefone? - ela perguntou?

- Sim, claro. - ela saiu correndo e pegou o telefone, entrou no quarto e eu só ouvi sussurros, não resiste. Fiquei na beira da porta ouvindo a conversa dela.

- Dominique, você viu o noticíario? - ela disse e eu não ouvi o que a loira respondeu. - Shii, fica calma okay. Vamos dar um jeito nisso. De tudo o que passamod, isso é a única coisa que eu posso te prometer...

Me sentei na porta e fiquei olhando o nada, "De tudo o que passamos...?" O que isso significa?