Narrador May Of’ / Narrador Nick On’

 Quando fiquei sabendo que May já tinha saído do hotel, pedi um helicóptero na hora, eu precisava encontrá-la, e pela primeira vez os Sites de fofoca serviram pra alguma coisa, foram neles que eu descobri que May estava indo pro Apartamento dela. E a idéia de montar a casa com rosas foi a melhor idéia que eu tive. Ele estava ali agora em meus braços, deitados na cama. Isso não era como antes, ela confiava em mim eu sabia disso, do jeito como seu corpo era sobre o meu. Eu não iria passar dos limites dessa vez...

 Ela segurava meu cabelo com carinho. Mordi seus lábios devagar, a casa estava toda escura, exceto pelo abajur ligado. 

 - Você acredita em mim? – perguntei.

 - Sim, sempre – ela me olhou tão carinhosa, á beijei com calma.

 - Eu preciso partir ainda hoje... – falei, eu não podia ficar aqui, precisava ir de volta á turnê.

 - Tudo bem. Eu preciso organizar minhas coisas mesmo... Então você vai agora? – assenti. Sua face entristeceu.

 - Mas você poderia vir comigo... – seria a melhor coisa.

 - Não Nick, acho melhor você ir, e durante a turnê eu vou te visitar – sorri. Era a escolha dela.

 Sai do apartamento de May e fui em direção ao helicóptero.

Narrador Nick Of’ / Narrador May On’

 Eu estava de volta à Nova York e desde que Nick veio aqui eu já estava pensando em me mudar de apartamento, por que Nells não falava comigo e eu não iria forçar a barra com ela, e Nathalia sumiu do mapa, não me deixou telefone, nem me liga mais. Então por fim decidi que iria me mudar. Seria a melhor coisa a fazer.

 Fiquei duas semanas tentando achar o melhor apartamento, pra uma pessoa. Mas bem aconchegante. Eu ainda não sabia que bairro escolher, não queria um super conceituado, queria apenas um apartamento gostoso com vista para um park! Acho que deveria falar com Nick, ele sempre tem boas idéias, mas ainda faltavam dois meses para a sua turnê acabar, então se Nick não vem a Maysa, Maysa vai até Nick!

 Eu iria pegar um avião até a Áustria onde eles estavam agora. A turnê ficou toda de cabeça para baixo, eles deveriam começar pela Europa, mas acabaram começando pela America, e agora estavam na Áustria para fazer um show enorme em um estádio exemplo na Europa inteira.

 Me aproximei do corredor que ligava a plataforma ao avião, carregava apenas uma bolsa de mão e uma maleta com o notebook. Eu estava escrevendo um livro, mas não pretendia publicar, era apenas por leitura. Sentei ao lado da janela e fiquei olhando as pessoas lá dentro do aeroporto, pelo que eu ouvi pelos cochichos entre elas, muitos deles estavam esperando um avião que caiu no meio do oceano perto do Brasil. Senti a poltrona ao meu lado se movimentar. Um louro alto, magro e de aparência clássica e elegante. Deveria ser austríaco ou alemão. Notei uma maleta marrom que ele carregava, parecia estar cheia, virei de volta para a janela quando vi lá na frente a porta do avião ser fechada e uma aeromoça se posicionar bem á frente do avião.

 “Senhores passageiros com destino a Áustria, o avião levantará vôo em dez minutos, peço a todos que coloquem o cisto de segurança...”  por um minuto eu esqueci de prestar atenção ao que ela falava, o homem ao meu lado abriu a bolsa e tirou de dentro um livro de Sidney Sheldon, o mesmo que eu estava lendo. “Quem tem medo do escuro?” fiquei acanhada de pegar o meu que estava na bolsa e ler, ele poderia achar atrevimento, mas mesmo assim percebi que não estava escrito em inglês, mas sim em alemão. Não soube identificar se ele era alemão, mas o nome do livro e o autor isso eu pude. Havia aprendido por um ano alemão no Brasil, mas parei quando vim pra cá. Em poucos minutos o avião rasgava a pista com sua velocidade, a passagem fria e gélida lá fora passava correndo pela janela. Fechei os olhos quando senti um solavanco em baixo de mim, as rodas estavam entrando dentro do compartimento, quando abri os olhos nós estavamos subindo e meu corpo estava deitado á 30° senti meu coração palpitar e o medo percorrer minhas veias. “Bevar roen” uma voz rouca e forte falou perto de mim. Virei os olhos assustada e o loiro olhava pra poltrona da frente.

 - Você precisa relaxar – seu idioma mudou, mas a voz rouca e sexy agora entrava como melodia para os meus ouvidos.

 - Ah, me desculpa eu tenho um pouco de medo de voar – forcei um sorriso, mas acho que não deu muito certo.

 - Você é daqui de Nova York? – ele ainda não me olhava.

 - Sim – falei olhando os carros e as casas ficarem pequenas – e você?

 - Berlin, Alemanha – ele não sorria mas sua voz era muito sedutora, o frio do avião estava fazendo minha boca tremer e minha respiração sumir.

 - É muito frio aqui dentro – comentei.

 - Lá fora é mais acredite – eu olhei meio assustada, dessa vez seus olhos estavam fechados e sua cabeça encostada na poltrona.

 - Você tem medo de voar? – perguntei. Seus músculos do rosto contraíram, sua boca se fechou e seu nariz abriu um pouco, ele parecia sentir dor.

 - Não... – ele deu uma pausa – eu estou bem – sua voz saiu fraca. Notei que suas mãos estavam atadas e ele esfregava uma na outro, e se continuasse assim iria ficar sem pele.

 - Tem certeza – perguntei de novo.

 - Olha eu estou bem, agora se você não quiser que eu faça uma besteira com você fique quieta – ele foi bem ríspido.

 - Oo – fiquei assustada, que historia é esse de ser assediada?

 Durante o percurso até Londres, ele não falou nada, iríamos fazer ponte aéria, de Nova York até Londres e de Londres até a capital da Áustria que eu não lembro o nome agora. Faltava pouco pra gente sair do avião, ele já estava parado e se movia até a parede do aeroporto para que desembarcássemos.

 Desci e não vi mais o alemão, seria melhor assim ele é muito maluco. Passei pela segurança e fui comer algo. Só iria pegar o avião daqui a duas horas, teria tempo pra ligar pra Nick e avisá-lo que estava indo vê-lo, só para lembrar que eu ainda não havia falado, então Surprise.

Passei apenas uma hora andando pelo shopping do aeroporto, e depois fui pra sala de espera. Peguei meu celular e liguei para Nick.

 Telefone On’

 - Hey amor – falei.

 - Oi May – sua voz era calma – tudo bem?

 - Sim... – olhei ao redor e vi um fotografo me olhando – espera um momento – sai de onde estava e fui á um lugar mais privado.

 - Tudo bem – eu ouvia um barulho estranho tipo, batida de pé.

 - Está tudo bem mesmo? – perguntei.

 - Sim por quê? – quis saber.

 - Nada, só perguntei – respirei e sentei no sofazinho. – Então onde você esta? – perguntei.

 - No meio do estádio na passagem de som com varias fãs olhando pra mim e toda a produção também – ele riu baixinho.

 - Liguei em hora errada não foi? – me senti envergonhada, todos deveriam estar querendo me matar.

 - Não, eu tenho tempo pra você – ele falou com uma voz fofinha, sorri e olhei um homem de uniforme perto da porta de embarque, ele sorriu pra mim e me chamou, mostrou o relógio no pulso dele e sorriu.

 - Bom amor, só liguei pra dizer que estou com saudade, mas agora eu preciso ir esta bem? – comentei.

 - Tudo bem, depois do show de hoje à noite eu te retorno – ele não me esperou responder apenas desligou.

Telefone Of”

 Levantei dali e entrei no corredor coberto para dentro do avião. Sentei no numero da minha cadeira e abri a portinha da minha janela. Fechei os olhos, eles estavam cansados. Mergulhei em um mar profundo. Seria triste se algo desse errado, por que sinto falta do beijo de Nick, do seu abraço e quero muito estar com...