Let It Be escrita por hiegabs
Já tinha digitado metade do número do Harry, quando percebi que ainda não estava preparada para conversar sobre o que havia acontecido. Joguei meu celular do outro lado da cama. Só falaria com ele de volta, quando eu tivesse certeza que eu estaria preparada.
Uma semana havia se passado, e Harry não havia tentado me ligar de volta. Eu queria ligar, mas não saberia o que dizer. Estava com medo de perder meu melhor amigo, mas o que eu podia fazer? Minha formatura seria em um mês e tudo o que eu mais queria é que Harry estivesse lá comigo.
Sábado de tarde, estava no computador quando alguém bate na porta. Geoff estava trabalhando e minha mãe estava no banho. Eu teria que descer pra atender.
Quando eu abri a porta, lá estava uma pessoa que eu não esperava.
- Olá Gabs.
- Hey Lou. - Eu disse. - E ai, o que te traz aqui? Entra.
Ele me olhou com uma cara de descrença. Eu acho que eu sabia o motivo de ele estar lá. Ele entrou e começamos a conversar. A conversa estava indo bem, até:
- Harry queria ligar, mas ele acha que você não atender.
- Eu também queria ligar, mas não saberia o que dizer.
- Vocês são melhores amigos. Harry está mal. Ele tenta disfarçar isso, mas é óbvio que ele sente sua falta. - Louis disse.
- Eu também sinto falta dele, mas não sei como resolver isso.
- Vocês não são duas crianças mais. Vocês podem resolver isso por vocês mesmo.
Deixamos esse assunto morrer. Conversamos sobre algumas coisas aleatórias, e então Louis foi embora, pois Eleanor estava esperando ele na casa dela.
Decidi que estava na hora de tomar uma decisão séria.
Liguei para o Harry. Ele atendeu na segunda chamada.
- Gabi?
- Oi Harry.
- Estava com saudades.
- Eu também. Escuta, precisamos conversar. - Disse, tomando coragem.
- É. Eu queria te ligar, mas não sabia se você queria olhar na minha cara.
- Então, vem aqui em casa.
- Ok. Amanhã eu passo ai.
Passei o resto do dia pensando no que eu falaria para o Harry no outro dia.
Finalmente Harry chegou. Eu estava muito nervosa. Achei que iria entrar em desespero, mas Harry nem ao menos tocou no assunto daquela noite, e eu também não estava forçando.
Conversamos sobre várias coisas. Parecia que aquela noite nunca tinha acontecido. Tudo estava voltando ao normal.
Decidi deixar aquela noite no passado e seguir em frente.
Cheguei no colégio e precisa contar pra Cindy e pra Pammy que eu e o Harry voltamos a nos falar, mas quando avistei a Cindy, vi que ela estava em choque.
- O que aconteceu? - Perguntei assustada.
- Josh se declarou pra mim. - Ela disse.
- E por que essa cara?
- Ele foi tão fofo. Disse que não conseguia ficar com nenhuma menina, pois eu não saia do pensamento dele.
- Qual é, você não vai cair na dele, vai? - Nós duas conhecíamos ele. Ela não seria estúpida, mas se acontecesse... Não, não ia acontecer.
Deixei para contar a novidade na hora do intervalo, mas não tive oportunidade. Daniel estava carente de novo. As vezes ele parecia uma menina.
- Qual é, as vezes parece que você não se importa comigo.
- Claro que eu me importo com você. Você é meu namorado. - Disse com raiva.
Daniel havia parado de ser idiota quando eu disse que não estava mais falando com Harry, claro que ele não sabia o real motivo de nós termos parado de se falar, mas mesmo assim, nossas brigas continuavam. Estava até com medo da reação dele quando ele descobrisse que nós havíamos voltado a ser como antes. Mas eu precisava contar.
- Você podia ter no mínimo retornado minhas ligações do final de semana.
- Desculpe, mas eu estava com a minha cabeça cheia.
- O que é tão importante que não te deixa perder 10 minutos para me ligar.
- Minha mãe estava me irritando. - Menti. - E Harry foi lá em casa. Nós voltamos a nos falar.
Já estava preparada para a briga que se seguiu. Não me importava mais com a possessividade de Daniel.
Tentei acalmá-lo, mas no fim do dia, meu esforço foi em vão. Harry foi me buscar na porta do colégio, e como eu poderia negar alguma coisa para aquele sorriso?
Entrei no carro e viemos escutando The Beatles no caminho.
Eu amava ver o Harry cantando, mesmo com ele distraído. O jeito que ele mexia no cabelo, a risada que ele dava quando eu falava alguma merda, as covinhas que se formavam quando ele sorria, tudo isso era algo que me deixava fascinada, e ultimamente, me descia um arrepio sempre que ele me abraçava.
Ele fazia eu me sentir bem de uma maneira inexplicável. Nós tínhamos os mesmos gostos, mesmos desejos, e nós tínhamos uma sintonia tão forte.
Estava com medo de estar sentido alguma coisa a mais por ele.
Claro que eu não estava sentindo nada por ele. Ele era meu melhor amigo, e se ter feito sexo com ele já havia sido um grande erro, imagine se eu me apaixonasse? Joguei esse pensamento de lado.
Chegamos na minha casa e passamos a tarde inteira jogando Guitar Hero. Ignorei todas as chamadas de Daniel. Lidaria com ele amanhã.
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