Era de manhã, eu estava me arrumando para ir ao colégio, como de costume, quando meu celular tocou.

- Alô? - eu atendi com uma voz de sono

- Bia? - era uma voz desesperada

- Quem fala? -

- É o Brian! - a ligação estava cortando toda hora

- Brian? Ah faça-me o favor, vai mandar trote para a....

- Não! O Brian! Ele foi para o hospital, uma emergência!

- Hã? Como ass....

A ligação foi encerrada.

Era a Khristen, a mãe do Brian. Ela estava desesperada, e quando me contou, eu não podia acreditar. Como assim? Ele voltou para o hospital? Não tive tempo de pensar em nada, peguei a mochila, saí com a mesma roupa que estava no corpo, cabelo molhado, bagunçado, saí sem falar com ninguém.

- Bia, já vai? Espera!

Não dei ouvidos ao meu pai, só saí rapidamente. Cheguei no hospital, encontrei com a Khristen aos prantos, chorava, soluçava, quase desmaiou. Ela estava sendo sustentada por seu marido e as enfermeiras.

- Khristen, o que ouve??? - eu disse ajoelhada segurando os braços dela.

- O Brian... ele... ele...

Eu paralisei.

- Não pode ser... Não! O Brian não! - as lágrimas escorreram pelo meu rosto.

- Ele está lá dentro.

Era Math, o pai de Brian. Ele não chorava, mas seu rosto estava triste, dava pra ver. Eu olhei pra ele com um olhar esperançoso. Foi a melhor coisa que eu podia ouvir naquele momento!

- "Meu Deus, que susto! Pensei que ele estivesse... ah nada!" - pensava.

Enxuguei as lágrimas que caíam sobre meu rosto, e corri para o quarto. Entrei lá, e ele estava dormindo, com aparelhos ligados ao seu corpo. Dava dó só de olhar. O coração apertava, eu sentia medo. Medo de perder aquele homem (sim, homem).

- Brian... que susto você me deu! - Segurei a mão dele, voltei a chorar.

- E... foi tão grande assim?

Eu olhei para ele assustadam ele estava na mesma posição, de olhos fechados.

- Meu Deus! Eu estou ficando louca! - Me afastei dele, me apoiando em cima do móvel de madeira pintada de branco que havia lá.

- Não, não está.

Voltei a olhar para Brian, e lá estava ele. Rindo.

- Seu palhaço! - cheguei mais perto - Só você pra me fazer rir numa hora dessas.

Ele ficou sério novamente. Bem devagar, ele começou a abrir as pálpebras, olhando fixamente para o teto. Eu comecei a prestar atenção nele. O cabelo estava mais curto, os lábios estavam secos, seu rosto era pálido, a voz era fraca, o corpo era mais magro, mas ainda sim continuava lindo. Perfeito.

- Não me olhe. - ele disse seriamente.

- E por quê não olharia?

- Não quero que você me veja assim.

- Continuo sem entender o por quê. - Eu alisava seus cabelos, dando de leve um beijo em sua testa.

Ele fechou os olhos novamente, e começou a chorar.

- Brian, não fica assim. Por favor. Você vai sair dessa, vai ver! Sempre acabou bem, dessa vez não vai ser diferente. Acredita em mim...

Ele riu baixo. Era uma risada irônica; ele não acreditava no que eu dizia. Parecia estar garantido..

- Brian, é sério!! - falei alto - Pára! - comecei a chorar, dando um soco na minha própria perna - por favor...

- Com licença. - A porta se abriu - Eu preciso consultá-lo. - Disse a enfermeira.

- Ah, claro. Brian, eu volto, ok? - dei um beijo na testa dele, e ele respondeu positivamente com a cabeça.

Saí do quarto, e sentei-me ao lado de Khristen e Math. Dei um abraço em Khirsten, e ela retribuiu.

 - Vai para o colégio, ainda dá tempo. - Ela me disse.

- Não, eu vou ficar aqui com vocês.

- Vai, querida. Depois da aula você volta.

Depois de tanta insistência, resolvi obedecer minha sogra. Deixei meu recado, entrei no carro e cheguei no colégio um pouco atrasada, já no segundo tempo. Não adiantou em nada ter ido ao colégio, não pensava em mais nada a não ser em meu namorado. Todos os meus amigos perceberam que havia acontecido alguma coisa, mas não podiam me perguntar durante a aula.

Tocando o sinal do intervalo, a Gabi e o Ashton vieram falar comigo. Parece que eles tinham combinado de não ir todo mundo.

- Amiga, aconteceu alguma coisa?

Fiquei calada.

- Se não quiser falar, tudo bem. A gente entende. - Ashton argumentou - Só preciso saber se está tudo bem. Está?

- Não, Ash. Não está... o Brian, ele voltou para o hospital hoje de madrugada.

Os dois se olharam, eles sabiam o quanto aquilo era horrível. E pra ser de madrugada, parecia mais sério ainda...

- Calma, vai dar tudo certo! - Ashton tentou me acalmar.

- É, vem com a gente. Tenta esquecer um pouco isso. Depois do colégio nós três passamos lá, ok? - Gabi me puxou da mesa.

- Ok...

O dia inteiro foi um inferno, só pensava na hora da saída que iríamos até o hospital. Vai ver que a visita de amigos faria bem ao Bry.

Finalmente as aulas acabaram, e nós fomos em dois carros: Eu fui no meu, e a Gabi foi no carro do Ashton. Chegamos no hospital, e encontramos com os pais deles, que cumprimentaram as visitas.

- É bom que alguns amigos venham visitá-lo. - Disse Math.

- Ele está esperando... - Khristen olhou para mim, ela parecia melhor.

- Vamos? - Eu disse para meus amigos.

- Sim. - Responderam juntos.

Entramos no quarto, e eu entrei primeiro.

- Brian?

- Amor... bem que você disse que vinha.

- E não vim sozinha não. - Eu disse revelando as duas figuras que estavam comigo.

- Ashton! Gabi! Vocês vieram! - Brian sorriu. Era bom vê-lo sorrindo.

As horas se passaram, e Brian se distraiu bastante com a visita. No fundo eu estava na dúvida se ele iria gostar ou não da presença dos dois. Mas gostou, ainda bem. Mas eles precisavam ir, já era noitinha. Eu disse ao Brian que já voltava, e os dois se despediram dele. Quando saímos do quarto, os dois choraram. Era emocionante ver aquela cena, ver como eles se importavam realmente com Bry.

- Bom. Você vai também?

- Vou, Gabi. Vou só passar em casa para pegar as coisas e vou voltar. Vou passar a noite aqui. - olhei para Khristen - Tudo bem, Dona Khristen?

- Não, querida. Vá para cara, fique por lá mesmo. Descanse.

- Imagina, eu vou ficar aqui com ele.

- Bia, eu ficarei hoje com ele. Pode ir para casa.

- Ok, ok. Eu vou. Amanhã passo aqui de novo, depois do colégio, pode ser?

- Claro.

Nós três nos despedimos dos pais de Brian, e cada um seguiu para sua casa. Ash levou Gabi.

A noite passou rapidamente; assim que cheguei em casa dormi, estava exausta.

No fim do dia seguinte (mais um dia monótono), como prometido voltei ao hospital. Encontrei os pais dele, e segui para o quarto.

- Bia!

- Oi amor! - eu disse - "ele parece mais feliz!" - pensei.

- Não viu quem veio me ver?

Eu não entendi nada. Não percebi a presença de ninguém no quarto. Quando olhei para trás...

***

Continua...

***

Parei por aqui, pois tenho que sair muito rápido! Não deu para continuar, mas calma que amanhã tem mais! ;) Beijos para todas vocêes (acredito que só meninas estão lendo.. )! História chegando ao fim :( Mas já tenho outra em mente e daqui a pouco estou escrevendo. Espero que leiam e gostem tanto quanto essa!

Beijos, beijos!

:*