A perda para algumas pessoas é apenas algo passageiro, mas para outras, pode ser apenas um motivo para matar. 

26 de abril de 1995 – Brooklyn, Manhanttan

As únicas luzes que prevaleciam nas ruas escuras do Brooklyn era a do luar e das poucas estrelas que podiam ser facilmente vistas naquela região. Eram poucas as pessoas que se atreviam a andar por ali naquele horário, a violência era o fator decisivo para isso. Desavisados, a família Swan, conhecida por ser dona de grandes impérios empresariais de Manhanttan circulava livremente por ali, portanto, estava incluída naquele índice.

Charlie estava definitivamente feliz, não era por menos, estava realizando o seu maior sonho desde que havia adquirido aquela fortuna. Nas suas estavam às chaves de uma casa, da sua verdadeira casa, onde nasceu, cresceu e agora, criaria sua filha.

O barulho daquelas chaves sinos nos ouvidos da risonha Isabella, seus risos baixos eram feitos cantorias aos ouvidos do pai... Seu querido pai. Renné era peça fundamental daquele relacionamento, porém, não estava tão contente como Charlie. Ela odiava o lugar em que estava se recusando a todo custo voltar para aquelas origens. Como Charlie sempre dizia, tinha o nariz em pé, não ria com nada, mas no fundo tinha profundo encanto pela família que havia construído com tantos esforços.

- Vamos Charlie, ande logo com isso. – Murmurou Renné olhando para os lados e abraçando o próprio corpo com as mãos frias que estavam cobertas pelo casaco. Estava claro preocupava-se com a violência que aumentava constantemente naquelas redondezas. Não queria correr o risco de ser assaltada na porta de sua “casa”.

- Relaxe Renné, essa parte do Brooklyn é uma das mais calmas... – sussurrou rodando a chave na maçaneta e em seguida abrindo a porta. A garotinha que até então estava escondida nas pernas de Charlie sorriu largamente e adentrou na casa correndo por todos os lados.

De longe uma pessoa observava tudo, sorrateiramente ele se aproximou dos Swan, com o rosto coberto por um capuz só deixava avista vários fios de um longo cabelo de um tom estranho de bronze.

- Passe a grana. – Ordenou em apenas um sussurro transtornado. – Passa tudo agora! – ordenou novamente um pouco mais alto, sua voz era extremamente dura, porém, agora era um pouco mais alta.

Renné estava em estado de choque, imóvel, a única coisa que conseguia pensar era em sua inocente menina. Via a arma apontada para a barriga do homem que amava, mas não conseguia falar ou se mover, apenas observar.

- Hey! – Gritou um senhor do outro lado da rua. – Está tudo bem ai?

O rosto do rapaz encapuzado transformou-se em uma máscara de desespero e nervosismo.

- Diga que está tudo bem. – sussurrou direcionando a arma para Renné. – Vamos, diga que está tudo bem ou ela morre.

- Está tudo bem. – As palavras saíram incertas nos lábios de Charlie.

O rapaz empurrou Renné com força para dentro da casa e em seguida fez com que Charlie também entrasse. Ao entrar fez com que a porta atrás de si se fechasse. Com movimentos rápidos, sem olhar para os lados, o rapaz saía pegando tudo que achava que era de valor, tudo que conseguia carregar sem comprometer a sua velocidade.

Sem pensar muito Charlie avançou no rapaz arrancando o capuz que cobria seu rosto. Com uma velocidade igual o garoto sacou a arma dando um tiro fatal tanto na mulher quanto no homem. Não queria provas contra si.

Isabella observava tudo escondida, não entendia nada, mas sabia que ali estava protegida.

O rapaz que agora estava sem capuz tinha um rosto bonito e sem perceber Isabella estava começando a ficar presa a ele. Quando viu o garoto fugindo pela porta da frente de sua casa ela correu na direção do corpo dos pais e inevitavelmente começou a chorar ao ver o liquido vermelho escorrendo livremente pelo corpo dos dois.

A partir daquele momento sua vida teria um novo significado.

Um objetivo estava sendo pré-estabelecido ali. Naquela noite, sua vida mudaria radicalmente.