Acho que posso me acostumar com isso... escrita por Aline Yamashita


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Vocês vão amaar esse Cap :D Ou não... kkkk espero que gosteem :D
>> Boa leitura



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Juliana nem esperou eu protestar ou reclamar. (o que me deixou #xatiada, tá parei). Ela me levou até o corredor, onde dá lugar aos quartos.

-Pode falar: é o Josh?

-O-o que? Não...Quero dizer, hum... –Comecei a gaguejar, porque as malditas palavras não saiam? Porque todo mundo resolveu fazer esse tipo de pergunta pra mim? – Olha, eu... eu não sei. Não sei se já estou pronta para um novo relacionamento... Ainda mais com o Josh! Eu tenho um carinho enorme por ele e se algum dia eu magoá-lo ou machuca-lo, eu nunca vou me perdoar... – abaixei a cabeça.

- Hum... –foi tudo o que ela disse. –Eu já desconfiava...

E saiu. Simples assim. Tipo, eu abro meu coração e tudo o que ela fala é “hum, eu já desconfiava” ?!

Quando ela estava no meio da sala, eu a puxei novamente para o corredor.

- Como assim “já desconfiava”? –perguntei a ela.

- Ah, sei lá... Tem algumas coisas que só os apaixonados fazem. Uns sinais... E também tem os sintomas de apaixonite aguda.

- Estou escutando...

- Vamos para seu quarto, para conversar melhor...

Levei ela até meu quarto e eu me sentei na cama, mas ela ficou em pé enquanto explicava tudo.

- Bom, naquele dia, lá em baixo, quando Thomas cantava pra mim, Josh cantou para você, certo?

- Certo... – hesitei um pouco na resposta. Era meio constrangedor falar sobre o Josh, com outra pessoa. Ainda mais quando o assunto é: Josh e os meus sentimentos por ele.

- Então, quer prova maior de amor do que essa? Bom, essa história eu vi e presenciei, agora, tem outras que eles me contaram...

-O que eles te contaram? – perguntei fechando os olhos e respirando fundo.

- Me contaram que, naquela mesma noite, vocês dormiram juntinhos. No mesmo quarto, na mesma cama... – ela me olhou maliciosamente.

- Mas não rolou nada! – corei fortemente e minha voz de defesa saiu aguda e desengonçada.

- Ok, ok... Me contaram, também, que vocês assistiram um filme  e vocês não desgrudaram um do outro.

- O filme era de terror e eu me cago de medo.

- Sei... – ela disse ironicamente – agora, me diz: o que você sente quando está perto dele?

- Bom – Olhei em seus olhos e percebi que não era capaz de mentir para ela. – Eu... Minhas mãos começam a suar... Eu fico meio desconfortável se ...hum... se nossos braços ou nossos joelhos estão se encostando. Eu me derreto toda quando eu vejo ele comendo. Eu... –e começou a jorrar. Cada vez mais coisas. Ela ouvia e assentia com a cabeça.

Eu falei de como eu me sinto quando ele chega, de como eu acho ele lindo, fofo, cheiroso. De como ele parece um anjo dormindo. Como foi nossa primeira aproximação.

- Quando fomos assaltados – continuei – ele me protegeu e salvou a minha vida. Eu me senti horrível quando descobri que os bandidos o machucaram. Quando pensei que ia perde-lo, me desesperei, quase morri por dentro. Mas tudo isso, todas essas sensações horríveis passaram quando ele me abraçou, quando senti seu cheiro novamente. Quando percebi que ele estava ali, comigo, e que eu, estava em seus braços, eu...  eu senti uma coisa que eu não sentia a muito tempo... aquilo era...

- Amor –Juliana completou a frase por mim. Eu não tenho coragem o suficiente para pronunciar essa palavra. Seus olhos estavam marejados. – você o ama, Sam... e eu tenho certeza que ele também te ama...

Olhei em seus olhos, e dessa vez, eles transmitiam muita, muita certeza.

- Como você pode ter tanta certeza assim?

- Não posso te dizer... É um segredo. – ela deu uma risadinha.

- Tudo bem...- revirei os olhos.

-Mas, Samantha, você sabe que esses são sinais comuns de apaixonite aguda. Boa sorte.

- E se os sintomas persistirem – fiz uma voz grave e falei meio rápido, como nas propagandas de remédio. – Seu coração deverá ser espancado.

- Nossa – ela riu -, eu nunca tinha visto essa versão.

Conversamos mais um pouco e resolvemos que já estava na hora de passar na casa da Bia e do Josh. Não sei com que cara eu vou olhar para ele agora que sei que sou apaixonada pra ele. Isso é estranho... Quando eu conheci ele, aquele dia na casa dele, quando ele estava sujo de mel. Eu... Eu o via como o irmão da Bia. Tá, eu confesso: Eu o via como o irmão bonitinho da Bia, mas isso é relevante.

Eu não esperava que um dia eu o visse assim. Como o garoto que amo. Se é que eu o amo. O problema é esse... eu não sei. Simplesmente não sei se o amo. Não sei se consigo amar novamente depois de tudo que já me aconteceu. Depois que tudo que eu já perdi.

São muitos “não sei”. Não sei se o amo, não sei se ele me ama, não sei se um dia poderemos ficar juntos.

Não sei se, algum dia, os meus “não sei” vão acabar.

Deixamos as malas em casa e fomos para a casa dos irmãos Chase (sobrenome da Bia e do Josh). A porta estava destrancada, então entramos sem bater.

Na cozinha estavam os pais, tomando café e se preparando para nos levar ao aeroporto.

- Olá, crianças! – Sr.Chase saudou com alegria. – Estávamos esperando vocês. Animados com a viagem?

Conversamos um pouco com eles e logo Bia desceu de pijama.

- Bom dia, pai. Bom dia, mãe. – ela entrou na cozinha, onde conversamos – Ah, oi pessoal... játa na hora?

- Já sim, dorminhoca. – Juliana tinha o braço de Thomas em torno de seu pescoço. -Vai tomando o café, enquanto a Sam vai acordar o Josh.

- Eu?!

- É sim, Sam. Eu estou conversando com a mãe da Bia e Thomas com o pai, a Bia ta comendo, quem sobra? – Foi uma pergunta retórica e mesmo que não fosse, não me dignaria a responder. – Anda, vai logo!

Revirei os olhos e subi as escadas relutante. Fui até o quarto do Josh e bati na porta. Nada.

- Josh... – respondi abrindo a porta, devagarinho.

Ninguém se encontrava na cama, mas a porta do banheiro estava fechada. Fiquei impressionada do loiro já estar acordado.

Sentei na cama e passei a mão pelo lençol enrugado de onde ele havia dormido. Peguei seu travesseiro e cheirei. Tinha um cheirinho doce, como... sei lá. Cheirava a Josh, simplesmente.

Ok, Samantha, pensei, isso foi ridículo. Ponha esse travesseiro de volta no lugar agora.

Quando estava colocando o travesseiro de volta na cama, percebi que havia uma coisa debaixo dele, no lugar onde ele estava. Era uma foto. Na realidade, havia duas fotos. Na primeira, era Josh, alguns anos mais novo com uma menina, mais ou menos da mesma idade. Ela sorria para a foto e ele beijava sua bochecha, com um sorvete na mão.

Juro que se enfiassem uma faca no meu peito doeria menos. Foi horrível. Meu coração falhou uma batida, minha respiração ficou descompassada, eu comecei a passar mal.

Mas então, eu vi a segunda foto. Era uma foto que nós tiramos nos primeiros dias. E, a foto, era exatamente igual a primeira. Tirando o fato de que eu não era a garota da primeira foto.

Encarei bem as duas fotos e quase nem percebi quando uma voz se dirigiu a mim.

- Samantha?

- Oi, Josh. – Respondi sem olha-lo, embora fosse uma tentação o ver de toalha.

Ele se aproximou em silêncio e sentou ao meu lado. Minha cabeça estava baixa, por isso meu cabelo pendia pelos dois lados de minha cabeça, tampando parcialmente meu rosto. Josh olhou as fotos em meu colo e suspirou. Depois, tirou o cabelo de meu rosto e depositou um beijo quente na minha bochecha.

- Ela morreu um dia depois de completarmos 3 anos de namoro. – ele disse depois de um breve silêncio. – Num assalto.

- Você a amava? – minha voz falhou, estava prestes a chorar.

- Muito.

Tirei uma foto do bolso. Era uma foto minha com ELE. Sempre a levava comigo, ela já estava velha e amaçada. Nós a tiramos quando completamos 2 anos de namoro. Um mês antes do acidente.

- Ele morreu um mês depois de completarmos 2 anos de namoro. Em um acidente. Eu fui a única que sobreviveu. – mostrei pra ele a cicatriz que eu tinha debaixo da terceira costela. Uma sequela do acidente.

Josh passou os dedos de leve, o que me causou arrepios.

- Você o amava? – sua voz estava embargada e seus olhos marejados.

- Muito.

Depois de um silêncio... Silencioso, fiz a pergunta que estava entalada na minha garganta.

- Você se apaixonou depois disso? Digo... Amou alguém, novamente? – Olhei para ele esperando a resposta. Eu já tinha deixado algumas lágrimas escaparem, mas ele não teve tanta sorte assim, as lágrimas ganharam a batalha e escorriam pelo seu rosto.

- Eu... – sua voz falhou, um pouco – Eu achava que nunca ia me apaixonar e... nunca ia conseguir amar outra pessoa.– Nossos olhares se encontraram e só ai percebi que apenas 5 malditos centímetros nos separavam. –Mas eu estava enganado.

E ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

PIREM MUITO!!! E NÃO ME MATEM!! KKKKK
QUERO REVIEWS!! KKKKKK
VCS GOSTARAM? TAVA DEMORANDO, NÉ?? KKKK
Bejoos jujubaas ♥



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