Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 35
Perdão


Notas iniciais do capítulo

Embora o capítulo não seja enorme a cena que contem nele é uma que eu queria escrever há um bom tempo e também é algo que eu sempre quis ver (e imagino que várias pessoas também) espero que gostem!



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Loki entrou na sala de estudos de forma abrupta, andava em círculos nervosamente até parar em frente a uma mesa onde deu um forte murro, arfando.

– O que está acontecendo? Não pode ser possível! Ela lembra de todos, de minha mãe, da mãe dela, de Odin, do Thor e do pirralho – ele pausou frustrado – mas não me reconheceu? Não... não – ele balançava a cabeça freneticamente – tem algo errado...ela não pode ter me esquecido - fechou os olhos com força deixando uma lagrima cair – Por quê?

Depois que Nina acordou ela não havia reconhecido o marido, mas se lembrava dos demais, era como se Loki nunca tivesse existido em sua vida, Gert a curandeira examinou a jovem, mas nada de errado encontrou e quando disse isso a Loki o mesmo nem ouviu o restante da frase e saiu afoito da sala de cura.

O rapaz não notou que Odin havia entrado na sala, velho encarava o filho caçula com semblante levemente entristecido, só então Loki o fitou.

– Frigga me contou o que aconteceu.

Loki deixou que um sorriso irônico aparecesse em seu rosto molhado pelas lágrimas.

– O universo parece mesmo me odiar.

– Loki...

– Não é uma mentira – ele riu – por mais que eu tente eu acabo sempre terminando assim, sempre perdendo ou me dando mau, será alguém como eu não posso ao menos desejar ser feliz? Porque toda vez.... eu acabo terminando assim...

– Não diga tolices – disse Odin – é penas uma questão de tempo e ela lembrará de você, tenha um pouco de fé...

– Não acha estranho um deus buscar por fé?

– Não somos deuses Loki – disse Odin – somos seres que nascem, vivem e depois morrem assim como os mortais.

– Com uma diferença de 5 mil anos - ele riu triste.

Os dois se encararam por alguns segundos, havia vários sentimentos ali, mas o mais forte era o de dúvida.

– Me diga Odin – disse Loki de repente – por que não me contou tudo? Por que não me falou sobre Ferbauti e o acordo?

Era estranho ter perguntado aquilo tão de repente. Odin ficou cabisbaixo e logo depois voltou a encarar o filho novamente.

– Fiz um juramento a Ferbaulti. Ela me fez prometer que jamais diria o nome dela a você, e que jamais eu deveria contar a você sobre sua linhagem. Ela queria protege-lo de todas as formas e foi o que tentei fazer... mas como você mesmo sabe, mentiras tem perna curta e não duram muito, já o acordo foi uma mera desculpa que ela arranjou para dar você a mim.

Loki encarava o pai.

– Loki, sempre amei você, desde quando o vi embrulhado naquele paninho grosso com aqueles olhos grandes me fitando curioso. Sei, admito que sou mais achegado a Thor, mas isso nunca significou que eu amasse menos você. Mas compreendo que parte de seus erros foi culpa, eu errei contigo, mas se eu havia escondido tudo isso de você era porque eu o amo. E pai as vezes costuma ir um pouco longe para proteger os filhos. Espero que um dia não me odeie mais e que possa me perdoar também.

Loki não disse nada mas havia uma confusão estampada em sua face. O fato era que o jovem mago se via em uma corda bamba oscilando entre perdão e rancor. No entanto o rancor tão viciante e doloroso o puxava, mas ao mesmo tempo, o jovem queria se livrar dele, do rancor que o deixava tão negativo e angustiado, queria o perdão mas ainda sim era teimoso e orgulho para admitir. Logo as palavras de Nina ricochetearam em sua mente.

“Esqueça essa magoa, esse rancor! Não percebe que isso nunca deixará você feliz por completo!”

O rapaz fichou os olhos com força deixando com que mais lagrimas caíssem de seus olhos, e depois votou a fitar o pai, desarmado sem resistências revelando a Odin seu verdadeiro estado de espirito: a de um jovem angustiado.

– Eu... não queria odiá-lo... – ele balbuciou – eu... eu... só queria... que tivesse orgulho de mim...

Loki foi surpreendido por abraço do velho rei.

– Por que achavas que eu não tinha orgulho de você, Loki? – disse velho com uma lagrima teimosa em seu único olho – você é meu filho.

– Nunca fui seu filho de verdade...

– Isso nunca importou – disse o velho afagando o cabelo do mais novo – vamos esquecer tudo isso, pelo menos aos poucos.

Os dois se encararam, Odin tinha aquele olhar de pai que fazia Loki se sentir aquecido quando era criança.

– Me perdoe pai... – o jovem disse.

– Também quero que me perdoe filho... vamos recomeçar do zero.

– S-sim... – o jovem afundou o rosto no peito do pai que ainda o matinha abraçado - d-desculpe pelas coisas horríveis que eu disse....

– Está tudo bem agora, filho.

Loki chorou mais um pouco e logo sentiu uma leveza por todo o seu ser, era uma sensação de paz a qual achou que jamais experimentaria novamente, como se sua alma tivesse rompido as correntes que atormentavam por tanto tempo.

Ambos os dois não perceberam que Thor está ali perto espiando, o loiro também chorava silenciosamente.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo será enfocado na Nina e também veremos por onde andam os bandidos da historia (AmoraBitch&Cia) hhheehe
Bjs e até o próximo!