Nina, ou a doce punição de Loki escrita por Puella


Capítulo 10
Quero viver


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente obrigada pelos comentários! Boa leitura!



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Alfheim. Corte do rei Freyr.

- Alteza – disse-lhe seu assistente Skirnir – Vim lhe trazer noticias... medonhas até!

- O que houve? – falou Frey devidamente sentado em seu trono.

- Houve um ataque ogro perto dos arredores do vilarejo, ele atacou uma moça – Skirnir parou no meio da frase lembrando-se do sucedido...

O homem de confiança de Freyr galopava em seu cavalo quando ouviu gritos e alguns barulhos, apressou o passo e ao chegar encontrou o resto de uma carcaça do que parecia ser um monstro, totalmente queimado e mais a diante uma jovem que chorava copiosamente abraçada a um corpo desfalecido de um rapaz.

- O que aconteceu aqui?!  - ele falou se aproximando da garota.

- Por favor me ajude!a jovem tinha as feições tão desesperadas que eram de cortar o coração – Temos que tirá-lo daqui... ele está morrendo...

Skirnir olhou para o rapaz caído, tinha sangue em sua roupa, ele reconheceu o traje utilizado que era utilizado pelos servos do castelo real, mas ao olhar para o rosto do homem, empalideceu....

- Skirnir! – Freyr berrou impaciente.

- Sim majestade! – o assistente pareceu voltar à realidade – a perdão, eu estava me lembrando dos fatos, onde eu estava... Sim! Então como eu dizia a jovem quase morreu nas mãos do monstro, mas foi salva por um rapaz...

- Que jovem valente – falou Frey coçando uma das orelhas – eu vou dar uma condecoração por sua bravura.

- Isso não será possível majestade...

- Como assim? – o rei respondeu contrariado.

- Ele está gravemente ferido senhor – Skirnir coçou atrás do pescoço – e, ele é um dos nossos criados senhor... Loki, majestade.

- O quê! Odin vai me arrancar às orelhas! Prometi que ele não ficaria em perigo no meu reino!!! Como isso aconteceu?!

- Ele tentou salvar moça, aquela que o acompanha, mas foi ferido gravemente...

- Onde ele está? – rei falou levantando de sua cadeira, impaciente.

- Nós o levamos para a enfermaria do castelo, porém senhor eu temo que ele não passe desta noite...

- E a menina?!

- Está lá com ele, se recusa a sair de perto do asgardiano, está cuidando dele.

- E o monstro?

- Foi destruído, de certa forma, de uma maneira muito estranha meu senhor.

- Como assim? – o rei falou saindo da sala real com seu assistente em seu encalço – Quem o matou?

- Não sabemos, o monstro estava carbonizado, será que foi Loki que o abateu?

- Impossível.... até onde sei Odin tirou todos os seus poderes...

- Será majestade?

Era tudo claro, um céu límpido e claro, embaixo uma grama verde e alta.

Um menino corria. Corria e corria sem parar, até que perdeu o fôlego e caiu sobre a grama sentindo a textura da mesma. Fechou os olhos e ouviu três vozes.

“Loki.”

“Quem é?”

“Por que está fugindo, Loki?”

“Quem são vocês? Do que estão falando?”

“Você sabe quem nós somos...”

“Não. Eu não sei mais, estou morto.”

“Não, Loki. Você está mais vivo do que imagina...”

O menino abriu os olhos e levantou-se bruscamente, num piscar de olhos a grama verde, o céu e tudo mais desapareceu dando lugar ao um lugar escuro e diante dele a figura de três mulheres que pereciam  tecer fios de algodão, uma delas era muito velha, ao lado desta encontrava-se uma jovem e o lado dela uma outra mulher com rosto coberto por um capuz, e o menino olhou para si mesmo e viu que não era mais um menino, era apenas ele mesmo, Loki.

- O que estão fazendo aqui? O que querem de mim?

- Somos as norns e estamos aqui lhe revelar coisas sobre o seu destino, deus das travessuras.

- Mas eu morri.

- Não – falou a jovem que ficava entre as três – tu não morreste filho de Laufey, neste exato momento a tua vida está por um fio.

- Eu ainda estou vivo? – ele falou sem acreditar – Então que lugar é este?

- É a sua consciência – disse a velha.

O jotun se aquietou e olhou para as três a sua frente.

- O que sabem sobre o meu destino?

- Sabemos que tu eras o trapaceiro que se encheu de inveja de teu irmão e quase destruiu o reino de sua família – disse a mais velha – não obstante, cometestes mais crimes.

- E agora te encontras moribundo – disse a jovem.

- Já o teu futuro – a mulher da capa prosseguiu – é incerto, até um instante atrás ele me pareceu definido, porém agora há algo novo, que ninguém previu.

- És mau Loki – disse a jovem – mais ainda sim consegues amar.

- Amar? – Loki riu debochado – Não sei do que falas mulher...

- Não mintas. Tu és o trapaceiro, e sabe muito bem que um trapaceiro engana os outros, mas não a si mesmo. Tu amas, mas esconde isso de todos, entretanto há alguém que soube penetrar em teu coração gelado.

Loki gelou ao ouvir aquelas palavras.

- E é justamente este alguém que apareceu para modificar o teu futuro – disse a velha –tu já sabes quem o é.

- Não faz sentido – ele disse teimoso  - eu não fui feito para amar...

- Não se pode enganar a si mesmo – disse a velha.

- O que você deve fazer é aceitar esse sentimento e seguir seu caminho – disse a mulher do capuz – é a única forma de encontrar o caminho de volta.

- Como?

- Só você sabe a resposta – disse a jovem do meio.

Sem cerimônias as três tecedeiras do destino desapareceram deixando um Loki confuso e sem respostas, era tudo escuro, ele não sabia como sair dali, ele não tinha como sair dali.

Sentou no chão escuro e escondeu o rosto entre os joelhos. Sentiu toda sua memória pulsar, em clic viu toda a sua vida passar: as brincadeiras com Thor e Sif, as fezes em que ficava no colo de Frigga encanto ela lhe cantava até dormir, ou quando ele e o irmão caminhavam com Odin pela sala de relíquias.

- Somente um de vocês subirá ao trono, mas os dois nasceram para serem reis.

Entretanto também houve lembranças ruins, das quais ele tentava esquecer.

- Por que mentiu todo esse tempo? Por que não me contou quem eu era desde o inicio?!

- Para proteger você da verdade.

Sua vida tinha tomado um rumo diferente agora, sentia-se perdido, preso dentro de se mesmo, não tinha saída, fechou os olhos com força, queria morrer.

- Não vá Loki!

Loki olhou para frente e viu uma luz brilhante, de repente ouviu um riso melodioso, a luz tomou a forma de uma figura feminina.

- Não vá embora, fique comigo.

- Nina? – ele falou confuso, indo em direção à garota.

Ela parecia está distante dele, caminhando na direção dela que permanecia parada olhando para ele com os braços estendidos.

- Venha, volte pra mim... volte pra mim...

“Eu te amo”

De repente um clarão. E um abrir de olhos, a luz era tão forte que lhe doía, sentiu finalmente a dor lhe atingir, soltou um gemido fraco. Estava vivo.

- Loki – Nina se aproximou do leito da cama – Cuidado! Você não pode se levantar ainda – delicadamente ela o ajeitou na cama, colocando um pedaço de pano em sua testa.

- O que houve? Eu não morri? Onde estamos? – ele falou olhando o lugar.

- Não – a jovem falou tentando conter as lagrimas – foi um milagre, eu tive tanto medo... achei que nunca mais iria vê-lo. Estamos na enfermaria do castelo, eles te trouxeram pra cá, haviam dito que você não passaria de mais de dois dias.

Loki a fitou e notou que ela segurava sua mão. Nina tinha as mãos tão pequenas e delicadas.

- Há quanto tempo estou aqui?

- Duas semanas – ela disse, e Loki ficou surpreso – Eu fiquei aqui cuidando de você. Seu irmão também esteve aqui.

- Thor?

- Ele queria te levar a todo custo para Asgard – Nina disse com um fraco sorriso – precisava ver o quanto ele parecia desesperado.

Loki virou rosto olhando para o lado, parecia desconfortável, e Nina notou isso.

- Mas eu sugeri que você ficasse aqui, e então ele me trouxe remédios e ervas para eu cuidar de você , acho que se não fosse por isso suas fraturas não teriam se recuperado.

- Ele está aí? – ele perguntou olhando para ela.

- Não – ela disse – ele esteve aqui ontem, mas teve que voltar para Asgard.

- Ótimo. Não queria vê-lo.

Nina pensou em falar algo, mas achou que seria mais prudente não dizer nada sobre o assunto.

- Quer alguma coisa? – ela perguntou acariciando a sua mão.

- Quero – disse Loki sentindo a garganta seca – estou com sede agora.

Nina ficou aliviada em ouvir aquilo, era sinal de ele estava melhorando, ela pegou uma concha que estava em uma vasilha com água ao lado da cama. Delicadamente ela colocou próximo da boca do asgardiano.

- Tome. Mas em goles pequenos – ela ordenou porém, doce.

Ele tomou água devagar embora quisesse beber tudo de uma vez só.

Mas tarde ela pediu a um dos servos do rei que preparassem uma sopa para Loki, pois ele havia acordado. A noticia havia se espalhado por todo o castelo até chegar aos ouvidos de Freyr, que rapidamente foi à enfermaria ver o caçula de Odin.

- Majestade  -Nina recebeu o rei com uma referencia.

- Como ele está? – o rei perguntou.

- Está acordado, ele acabou de tomar uma sopa – ela falou, e o rei caminhou até cama onde ele estava.

Loki estava na cama olhando para o prato vazio de sopa até notar a presença de Freyr.

- Majestade – ele falou olhando para o rei.

- Meu caro, pode parecer estranho para você, mas fico aliviado em vê-lo vivo, achávamos que você não fosse mais voltar. Teve muita sorte meu jovem.

- Eu nunca tive sorte, ela parece me perseguir.

Nina e Freyr apenas riram do comentário.

- Pelo visto ele está bem – de o rei dos elfos.

Ouviu-se um barulho de trovões ao longe, Loki suou frio. Um alvoroço veio do corredor.

Thor apareceu na enfermaria assustando os três.

- Espero que o senhor não tenha feito outro buraco no meu castelo – Freyr falou se lembrado da ultima vês em que o trovejante havia aparecido por lá.

- Onde está Loki? – Thor ignorou o comentário do rei de Alfheim que o olhou irritado.

Thor finalmente encontrou o irmão na cama olhando para ele com a expressão irritada.

- Loki... irmão – Thor se aproximou da cama – você está acordado – ele fez menção de abraçá-lo.

- Nem vem – ele falou se esquivando – eu acabei de escapar da morte! Não quero nenhum de seus abraços assassinos!

- É melhor não abraçá-lo Thor – Nina colocou uma das mãos no braço grande do deus – ele ainda está se recuperando.

- Tudo bem – ele respondeu visivelmente frustrado  - mas pelo menos você está bem, e vivo, e isso já me deixa muito alegre.

Aquilo pegou Loki de surpresa, sentiu raiva de si mesmo por ter sentido mexido pelas palavras do meio irmão.

 - Que seja – ele falou baixo – se não se importa, eu quero ficar sozinho, ainda me sinto dolorido e quero dormir.

- Acho melhor nós sairmos – Nina falou acompanhado os dois homens.

- Você fica – Loki inquiriu.

- Tá Loki, eu já volto.

Nina conversou um pouco com Thor e Freyr que logo depois saiu dexando ela e o meio irmão de Loki.

- Obrigado pelo que está fazendo Nina – Thor disse fazendo um cafuné em sua cabeça – você é uma menina muito boa.

- Ele me salvou duas vezes Thor, é o mínimo que eu posso fazer por ele.

- Você o ama não é?

- Thor! – ela cobriu o rosto, envergonhada.

- Não é verdade?

- Bem... – ela corou – eu... o amo sim, mas não sei como ele é... Loki é meio complicado – ela sorriu fracamente – sim, eu o amo, sempre o amei, desde aquele dia em que ele me salvou.

Depois de Thor ir embora, Nina voltou para o quart onde Loki estava.

- Por demorou? – ele disse manhoso e impaciente.

- Vim trazer seu remédio – ela disse mostrando uma garrafa.

- Você vai ficar aqui?

-  Eu nunca havia saído daqui -  Nina falou sentando na ponta da cama – eu fiquei aqui todos os dias – ela apontou para um sofá que ficava ao lado.

Loki corou um pouco, pensando no que ia perguntar:

- Você... achou mesmo que eu ia morrer?

- Eu achei – ela disse – tive medo por você... mas agora te vendo assim eu me sinto tão feliz...

- Feliz...

- Sim – ela disse sorrindo – e você não está alegre por está vivo?

- Eu não deveria estar vivo Nina.

- Não diga isso! – ela segurou uma de suas mãos com força – Pense nesse recomeço com uma segunda chance!

- Será que eu faria as coisas certas dessa vez?

- Isso só você pode dizer – ela disse olhando bem nos olhos verdes dele – apenas você, mas eu estarei aqui ao seu lado para lhe ajudar. Saiba que não está sozinho Loki.

A jovem deu um beijo carinhoso na bochecha do deus, que corou.

- Dormi comigo hoje – ele falou pegando ela de surpresa.

- Loki! – a jovem corou – você está assim nesse estado e...

- Não é nada do que está pensando – ele disse malicioso – só quero que você fique do meu lado, só isso – ele deu uma leve tapinha na cama.

A garota corou, mas instantes depois ela deitou do lado dele, ainda tensa. Loki segurou a sua mão e a puxou para mais perto dele. Aos poucos ela foi se sentindo a vontade, mas cuidando para não machuca-lo.

- Assim está bem melhor – ele falou fechando os olhos.

Em pouco tempo os dois adormeceram.        


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Notas finais do capítulo

Bem pretendo postar em breve... talvez no fim de semana!
Então beijos e até lá!