P.D.V. Anne

Ao ver Laiza caída no meio do estacionamento minhas pernas tremeram. Foi tudo tão rápido que mal vi o motoqueiro assassino fugir. Laiza estava desacordada.

—Laiza!- Edward estava pálido, com uma mão ele tocava o rosto dela e com a outra apoiava a sua cabeça, no instante que ele tocou o couro cabeludo dela eu pude ver o sangue. Ele parou de respirar nesse momento, estranho. Meu estomago embrulhou e ele levantou-se após soltar a cabeça de minha prima com cuidado, ele parecia querer fugir, mas voltou-se a ela e pegou-a no colo.

Seus olhos que a segundos eram topázio agora estavam negros que nem ônix. Ele me viu o encarando confusa. Ao virar-se em direção a escola com ela nos braços ele franziu o cenho, como se estivesse sentindo alguma dor, mas ele estava intacto. Ele se direcionou a enfermaria e eu os segui. Ele carregava a adormecida com tanta facilidade, parecia nem fazer força. Força!

—Eu vou matar aquele desgraçado!- sussurrou Edward entre dentes adentrando a sala pequena onde se encontrava uma única enfermeira na escola.

—O que aconteceu ?- perguntou a enfermeira ruiva de olhos verdes.

Como Edward não respondeu, enquanto ele colocava minha prima na maca eu falei.

—Um louco veio de moto em nossa direção e ela estava mais perto dele, para não a atropelar Edward se jogou contra ela, para ela não ser atingida.

Rapidez!

A enfermeira mexeu a cabeça em desaprovação. Edward voltou a si.

—Vou chamar Carlisle...- ele pegou o seu celular e nem o vi discar números quando já estava falando tão rápido que era impossível entender suas palavras. Laiza mexeu-se na maca.

—Edward já estava ao seu lado quando ela perguntou.

—O que aconteceu?- tentou se levantar, mas Edward a impediu fazendo-a se deitar novamente -Ai que dor na minha cabeça...

—Você bateu com a cabeça, deve ficar deitada por um tempo- ele falou gentilmente com ela.

—Você está bem?- minha prima pegou na mão dele e eles sorriram juntos.

—Você está sangrando e pergunta  se eu estou bem?- ele sorriu irônico.

Ela corou.

—Cadê minha filha? - Titio Charlie entrou na enfermaria preocupado - Oh Laiza, minha filha.

Ele a abraçou desajeitado.

—Eu to bem pai, não foi nada!- ela aproveitou-se da situação e sentou-se, e eu me aproximei.

—Como não foi nada! Pelo que eu soube isso é uma tentativa de homicídio.

—Pai...

—Se eu pegar o cara que fez isso juro eu o deixo mofar na prisão.

Eu nunca tinha visto tio Charlie tão irritado, mas ele parecia estar falando sério.

—Seu pai está certo- falo Edward - Esse cara tem que ser preso! - eu o vi trincar os dentes.

Naquele momento lembrei das palavras de Laiza... (...) Edward é um vampiro(...) Jacob é um lobo(...) Será que isso era possível? Eu tinha feito uma varredura na internet e em alguns livros na noite passada sobre o assunto, mas não tinha me convencido. Mas concordo que a família de Edward tinham muitas características, mas isso era loucura.

Um homem loiro, de aparência pálida que nem a de Edward e incrivelmente lindo entrou, ele tinha os olhos topázio, por isso constatei que esse seria Carlisle Cullen.

Ele fez um curativo em Laiza.

—Foi só um pequeno corte, ela desmaiou devido a pancada, mas mesmo assim acho bom fazer uns exames - mas pelo que eu conhecia de minha prima, tinha certeza que ela não faria exame algum.

Dr. Cullen sinalizou para Edward o acompanhar, Edward que segurava a mão de Laiza, sem se importar com os olhares de tio Charlie, a soltou e o seguiu.

Me aproximei da janela distante de todos. Sem perceber que eles estavam conversando atrás dela.

—Você viu quem foi né Edward?- sussurrava Carlisle.

—Foi ele, ele queria me assustar ou sei lá o que, mas ele iria a atingir se eu não a empurrasse. E só em pensar que eu poderia tê-la ...

—Não se culpe, pois isso não aconteceu, eles estão arrumando confusão de mais, assim vão atrair os Volturis para Forks! Não estou gostando nada disso. Esses Salvatore só aparecem aqui para arrumar confusão. E agora mais do que nunca os Volturis...

Não escutei mais, eu tinha escutado direito? Ele falou Salvatore? O que a família de Damon tinha a ver com o acidente no estacionamento? Não podia ter sido Damon, ou podia?

Tio Charlie e Laiza conversavam distraidamente, sem saber o assunto confuso que eu tinha acabado de ouvir.

—Acho melhor você ir para casa e descansar hoje, a pancada poderá causar tontura.- falou Carlisle ao entrar na enfermaria.

—Mas eu estou bem! -  protestou Laiza.

—Escute o que o Dr. Cullen fala menina!

Ela olhou Edward, pedindo ajuda, mas ele a incentivou com um olhar.

—Tá bom então, vou pra casa.

—Eu posso leva-la, claro, se o xerife Swan autorizar.

Tio Charlie ficou pensativo por um tempo.

—Tudo bem, mas só porque tenho que voltar a delegacia, mais uma jovem foi encontrada morta e temos que investigar. E você Anne?

Ele me encarou.

—Eu? Q... eu posso leva-la para casa, se Edward não se importar.

—Anne, não acho muito aconselhável, você vai perder aula e eu iria sair mais cedo mesmo, não será bom você perder mais aulas.

Por um lado ele tinha razão, mas eu estava mesmo era dando uma desculpa para poder matar aula. Droga!

—Tudo bem, eu arrumo uma carona para ir para casa.

Fui para a aula de inglês, insuportável, eu estava morrendo de dor de cabeça de ouvir aquele professor falando, o sinal me salvou.

Quando acabou fui para o estacionamento, Alice tinha me oferecido uma carona, e eu claro aceitei, não estava mito a fim de ir para casa a pé.

Mas quando eu cheguei no estacionamento o vi sorrindo encostado em sua moto.

Ele vestia uma camiseta branca, eu destacava seu peito musculoso, nossa ele era lindo! Ele veio ao meu encontro.

—Jacob o que você...- ele não me deixou terminar, agarrou com um braço minha cintura e o outro colocou atrás de minha cabeça, me beijou loucamente, no inicio tentei resistir mas não aguentei e passei meus braços em volta de sua cabeça. Ele me deixava sem fôlego, e seu calor preenchia meu corpo.

Pib piiiib...

Uma buzinada forte nos fez saltar.

—No meio do estacionamento não é lugar para ficar de agarramento com seu namorado Anne!

Alice se divertia com minha cara de vergonha.

Ela gargalhou e após sairmos do caminho ela passou com o Volvo do Edward. Jacob não havia tirado o braço de minha cintura.

—Quem você pensa que é para me agarrar assim?

—Marrentinha, sabe que você fica muito sexy quando está brava.

—Cala boca Jacob!

—Ele riu, mostrando aqueles perfeitos dentes brancos.

—E aí, vai querer minha carona?

—Não!

O que eu estava dizendo?

—Ah Anne para né, deixe de ser teimosa.

Eu dei as costas para ele e segui em direção à saída da escola.

Ele me alcançou, pegando em minha mão, o seu toque quente fazia meu corpo vibrar.

—Vem comigo, precisamos conversar. Vem?

Eu parei de andar e olhei em seus olhos. Como eu poderia dizer não a ele?

—Tá bom... Mas só porque precisamos conversar!

Ele riu de minha expressão

Ao chegarmos à minha casa ele fez cara de nojo.

—Que foi?- perguntei tirando o capacete.

—Nada não, Edward está aqui.

—Lá vem você com isso de novo...

Ele colocou um dedo em meus lábios sinalizando para eu parar de falar.

—Só preciso conversar com você a sós, é só isso.

Tio Charlie não iria gostar nada do que eu iria falar, mas...

—Vamos lá para o meu quarto, pode ser?

Ele me olhou, primeiro com curiosidade, depois com malícia.

—Conversar!

—Sim, conversar.

Ele riu e entramos em casa. Edward e Laiza estavam sentados no sofá, no momento em que entramos eles pararam de falar e nos olharam.

—Oi, você está melhor?

—Sim, estou, obrigada, oi Jack.

Jacob que estava serio olhando para Edward respondeu.

—Oi Laiza, Anne me contou que você se machucou, é sério?

Ele olhou para Edward, fazendo mil acusações com o olhar.

—Sim , mas já estou bem, se não fosse por Edward, a essa hora vocês estariam no meu velório.

Ele sorriu de sua ironia, mas não se deu por convencido.

—Vamos Jack!

Subi as escadas e ele me seguiu.

Ao entrar no quarto ele sentou-se em minha cama, que agora, como Bella não estava mais na casa, fora substituída para uma de casal.

—Fala Jacob!

—Tá, mas senta primeiro.

Sentei-me ao seu lado subindo pra cima da cama de modo que eu pudesse ficar de frente para ele.

Ele começou.

—Olha vou ser curto e grosso.

Grosso? Ui... Meu lado pervertido estava querendo falar mais alto que meu lado tímido.

—Vai...- o incentivei ao ver que ele tinha notado minha expressão maliciosa.

—Lendas dizem que em Forks e em La Push residem duas espécies, digamos de humanos diferentes, espécies inimigas, que nunca se deram bem.

¨ Uma se denominava os Frios, mais conhecidos como vampiros e a outra seriam descendentes de lobos. As lendas contam que os frios que residiam aqui se diziam vegetarianos, ou seja, aqueles que não bebiam sangue humano, mas os lobos mesmo assim temiam que eles fizessem algum mal a sua tribo, então fizeram um tratado em que os Frios não poderiam entrar nas terras dos lobos, ou seja em La Push, e os lobos não contariam para os humanos normais o que os Frios eram.¨

Engoli em seco, será que eu teria que ceder e acreditar mesmo naquelas histórias?

—Eu sou um lobo Anne, e o namorado de Laiza é um vampiro. Será que você pode entender o porquê de nós não nos darmos certo? Será que você pode acreditar que eu não sinto ciúmes de Laiza, mas sim que quero proteger vocês?

—Mas Jack, você mesmo disse que eles não bebem sangue humano!

—Mas eles podem perder o controle muito fácil, e acabar com o sangue de uma pessoa em segundos. E concordo que nunca antes tínhamos tido problemas com os Cullen, mas de um tempo pra cá algum deles vem se alimentando de humanos, mas não sabemos se é um dos Cullen ou são alguns amigos deles.

—Então você está dizendo que esses desaparecimentos e mortes na região são ataques de vampiros?

—Sim Anne, agora você sabe de tudo sobre mim. E espero que tome cuidado com eles, pois vejo que também já fez amizade com eles.

Ele estava falando de Alice.

Não tinha mais jeito, eu tinha que aceitar o que estava óbvio. Eu apaixonada por um lobo, minha prima por um vampiro e esse segredo ninguém poderia descobrir.