Blackbird, Fly. escrita por JohannaD7


Capítulo 1
Safe and Sound


Notas iniciais do capítulo

Posto os outros capítulos se tiver leitores. Música: http://www.youtube.com/watch?v=RzhAS_GnJIc



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- Cante.

Bem no fundo das campinas, bem distante

Num maço de folhas, brilha a lua aconchegante

Esqueça suas tristezas e aquele problema estafante

Porque quando amanhecer de novo ele não será mais tão pujante

Aqui é seguro, aqui é um abrigo

Aqui as margaridas te protegem de todo o perigo

                                                           

É da natureza humana debater internamente sobre sua morte. Nunca fui uma exceção. A morbidez da vida vaga pelos meus pensamentos, assim como qualquer outra pessoa, vez ou outra, de repente, desde sempre. Mesmo tendo ficado bem pior depois do meu aniversário de 12 anos: não podia evitar debater se morreria com sangue nas mãos ou calos nos dedos, após anos e anos de trabalho no distrito 11. Mas, sinceramente, nunca pensei que seria assim. Tão leve. Tão... doce.

Já que eu iria morrer, que fosse pelas mãos da brava Katniss do distrito 12. Quem mais teria piedade? Ou sequer cuidado? Thresh, talvez, mas ele ainda me assustava. Pensei bastante antes de me tornar sua aliada. Por um breve momento cheguei a pensar que tivesse chances, até aquele fogo atingir a mata e ficar bem claro que os gamemakers não deixariam ninguém longe o suficiente para ficar em paz. Fui mesmo tola em esperar paz bem no meio dos Jogos Vorazes. Meu primeiro ano na colheita. Quem diria? Qual seria o tamanho da sorte de uma garotinha de 12 anos em uma arena sanguinária lotada de assassinos? Quais seriam as chances de alguém se voluntariar? Se arriscar por mim? Como Katniss fizera por sua irmã, Primrose. Eu era a mais velha, afinal de contas.

Depois da colheita dois pacificadores armados me arrastaram para o Edifício da Justiça e me jogaram em uma pequena saleta lotada de livros, com dois sofás e uma mesinha de centro. Luxuoso, porém sinistro. Toda a decoração se limitava a variados tons de marrom e vermelho e pendurado na parede do fundo, uma enorme pintura de morangos podres. Senti meu estômago revirar. Logo teria o mesmo destino daqueles morangos.

Quando abriram a porta de madeira maciça, mamãe foi empurrada pra dentro com o nariz sangrando, com meus irmãos mais novos na barra de sua saia. Foi quando eu comecei a chorar. Ela me tomou nos braços.

- Shhh. Rue. Rue. Me escute, florzinha. Vai ficar tudo bem. A mamãe promete pra você. Vai ficar tudo bem.

Eu soluçava com o rosto enterrado em seus cabelos quando ouvi gritos no corredor e os mesmos pacificadores armados voltaram para arrancá-la de mim.

- Não! Berrei, agarrando em seu vestido que por pouco não se rasgou.

- Não levem minha menina! Não levem minha menina!

Os berros se tornaram nítidos. Era papai. Estavam batendo nele. Meus irmãos começaram a chorar enquanto mamãe ia embora e eu implorava em silêncio: Por favor.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, de verdade. Obrigada! ♥



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