Passei o natal em casa com meu pai e a amada Laura. Até que foi meio legal, e ela cozinha bem, então deu para aproveitar. Eu e Carol tinhamos marcado de passar o ano novo juntas, e meu pai adorara essa ideia, pois agora podia passar a virada de ano com a amada Laura. Não sei porque essa mulher me irrita tanto, provavelmente é porque eu ainda não achei nenhum defeito nela. Estava me arrumando para sair. Os pais de Carol passariam o ano novo juntos na Lagoa Rodrigo de Freitas, e seu irmão passaria em Copacabana, enquanto nós ficaríamos em casa.

Quando cheguei lá seus pais já tinham saído, e Lucas devia estar tomando banho. Nos sentamos no sofá e ligamos a televisão e ela começou a me contar sobre seus encontros com Gustavo.

- Então, nós fomos no cinema ver aquele filme novo, e adivinha? - ela estava entusiasmada demais.

- Vocês encontraram com o Patati? - Binquei. - Não, pera, foi com o Patatá? - Ela revirou os olhos.

- Não. Gustavo me pediu pra namorar com ele!

- Sério? Que legal, e ai?

- É lógico que eu acei... - Seu celular tocou em seu quarto - Ah! Esse é o toque dele, deixa eu atender que eu já volto - e foi.

Fiquei na sala esperando. Ouvindo Carol falando com Gustavo no telefone, era muito engraçado. Sabe aqueles casais melosos que ficam assim: “Eu te amo mais” “não, eu te amo mais”? Então, era basicamente isso. Depois de um tempo (uns 20 minutos) Carol voltou. E ela disse:

- Hm, foi mal, prometo que não vai mais acontecer. Fiz ele jurar que não ia me ligar até de manhã.

- Relaxa, tem problema não. E ai, que filme você baixou?

- Esse aqui - disse me mostando uma pasta no seu notobook, onde estava escrito O espetacular Homem-aranha. - Já viu?

- Não, mas deve ser bom.

- Bem, o ator é um gato, então se for ruim pelo menos não será desperdicio. - Rimos.

Começamos a ver o filme, que era até bem legal. Quando já deviamos estar no meio do filme, Carol, do nada, me disse:

- Você devia sair comigo e com Gustavo. Sabe, pra se conhecerem...

- Desde que não seja para eu ficar de vela, tudo bem. - Seu rosto de iluminou.

- Ótimo, então sexta a gente pode ir comer no shopping?

- Tá, claro. - Ainda não estava muito avontade com aquilo.

Depois de assistirmos o filme, que era muito bom, vimos outro, Enrolados. Quando acabamos o segundo filme já estava perto de meia noite, então Carol levantou e disse:

- Tenho uma surpresa. Não é nada demais, mas... Peraí! - Correu para a cozinha e voltou com uma garrafa de Champagne na mão.

- Uhul! Você sabe fazer ele explodir igual todo mundo faz? - Perguntei.

- Nunca tentei, mas acho que sim. - Medo. - Bom, daqui a pouco vamos descobrir.

- Enquanto isso me conta então, como Gustavo te pediu em namoro?

- Cara, eu amo muito ele, porque senão... Ele tentando ser romântico é broxante, ou melhor, ele nem tenta! Foi assim: a gente tava comendo, COMENDO, olha quanto romantismo, enfim, então ele disse “Sua mãe é legal?”, e eu “normal porque?”, ai ele “porque eu quero ter uma sogra legal”. - Comecei a ter um ataque de risos. - Vê se isso é pedido de namoro decente! Não é! Ainda tenho que aguentar cantadas pedrero style! Mas tirando isso não encontrei nenhum defeito nele ainda.

- Mas é melhor receber cantadas pedreiro style do seu namorado do que de um pedreiro. - Não conseguia parar de rir.

- Realmente... Ah! falta um minuto pra meia noite, vou preparar o champangne.

Inesperadamente Carol conseguiu fazer a rolha voar do champangne sem quebrar nada. Bebemos e conversamos até bater o sono. No dia seguinte fui pra casa cedo. Quando cheguei meu pai não estava em casa ainda. Então resolvi jogar video game o dia todo, nada melhor para começar o ano do que uma marato de jogos. Mentira, tem uma coisa melhor sim, uma maratona de jogos com o Lucas.