Porque Nada é tão Fácil escrita por CuteMari


Capítulo 22
Anjo da Guarda




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Depois de ouvir toda a história do Romance deles, que tinha começado quando eu ainda estava no hospital, seguimos para a praia.

Estava um dia lindo, e praia estava vazia. O mar verde e muito calmo. Para aproveitarmos o Sol, nos lotamos de bronzeador. Eu tinha que concordar que eu estavabranquela demais para os padrões de beleza brasileira. Fazia bastante tempo que não sai de casa com um Solzão desse.

Não sei quantas horas passamos lá, esticadas nas toalhas. Conversamos sobre tudo, e ela me tirou o atraso de todas as fofocas que eu tinha perdido lá na escola. Mas então, quando o Sol já estava mais baixo, e a comida do almoço játinha sido devidamente digerida, Lih me fez um convite:

- Jenn, vamos dar um mergulho para tirar esse óleo do corpo?

Eu hesitei, a maré estava mais alta agora e as ondas estavam mais fortes.

- Não sei Lih, já esta meio tarde. A água já deve estar gelada.

- Ah Jenn, larga mão de ser chata! - Disse ela levantando e puxando a toalha de baixo de mim me fazendo rolar na areia. Me senti um bife a milanesa com todos aqueles farelos grudados no bronzeador.Ok, agora eu seria obrigada a me lavar.

- Ah, mas eu te pego garota! - Gritei rindo para Lih, que já estava com os pés na água.

Continuei correndo até chegar perto dela. Mergulhamos juntas e foi um alívio tirar toda aquela areia da pele e do biquini, mas tirar a areia do meu cabelo exigiria um trabalho maior. Então, quando emergi da água, não vi que eu estava bem longe da Líliam. Ela estava no raso, enquanto eu era puxada para o fundo pela pressão do mar.

Comecei a me desesperar, eu sempre tive medo de mar desde o dia em que eu quase me afoguei. Então percebi Lih gritar desesperada apontando alguma coisa em minhas costas. Me virei, e meus temores se confirmaram quando vi uma onda gigantesca se formar e quebrar bem em cima de mim, me fazendo rolar pela areia. Senti várias partes de meu corpo serem esfoliadas pela areia do chão, e mesmo nadando desesperadamente eu não conseguia achar a superfície. Engoli, talvez, alguns litros de água salgada e comecei a ficar sem ar. Continuei rolando até um momento em que tudo pareceu parar.

Arrisquei abrir meus olhos e só vi uma escuridão perpétua. Só havia uma fonte de luz e depois de um tempo pude perceber que ela vinha de um vulto. Era a senhora do ônibus! Ela sorria e me estendia a mão, como se nada estivesse acontecendo. Percebi que eu já não tinha falta de ar.

Segurei a mão dela sem hesitar, então foi como se o mundo estivesse voltando a girar, a escuridão tornou-se de novo água e a mão que me segurava era agora a de Lih que tentava me puxar para a parte rasa. Me levantei agradecendo por não estar mais tonta e fui puxada para a areia fofa, onde literalmente desmontei no chão. Estava exausta, arranhada, dolorida e com dois litros de água salgada no estômago. 

Rezei para meus pais não ficarem sabendo disso, seria difícil aguentar os sermões e as preocupações desnecessárias.

Depois de me recompor, vi Lih ao meu lado com nossas coisas arrumadas.

- Acho que chega de praia por hoje, não é? - Perguntou amistosa.

- Eu preciso de um banho de água doce urgente! - Comentei, pegando minhas coisas e indo em direção ao apartamento do meu pai.

 

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O banho foi bem relaxante, mas não pude deixar de pensar naquela senhora que havia me ajudado. O que seria ela? Algum fantasma que resolveu me deixar louca? Ou seria só coisa da minha cabeça? Estranho.

Depois de rolar pelo mar eu nem tinha ânimo para sair com a Líliam, então nós jantamos pizza no chão do meu quarto mesmo. Conversamos até altas horas e fiz questão que ela me contasse mais sobre oJonny. O romance deles ia bem além do que eu pensava, e saber de tudo que eles faziam me deixava muito, mais muito feliz.

Enfim, quando dormi eu ainda pensava na misteriosa visão daquela senhora tão simpática. É a voz de minha vó ecoava na minha cabeça: " Todo mundo tem um anjo da guarda,  mas só uns têm o privilégio de vê-lo." Seria verdade?

 

 


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