Gods World escrita por Giih


Capítulo 17
Perguntas


Notas iniciais do capítulo

E ai, qual vocês acham que deve ser o nome desse capítulo? (Dúvida cruel)



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– Primeira pergunta? – Haylow perguntou depois de um tempo, diante da minha demora.

Não era que eu não tivesse o que perguntar, eu só não sabia o que perguntar primeiro. Optei por perguntar sobre Petrick.

– O que aconteceu com Petrick depois? Quer dizer, não entendi nem por que o pegaram.

– Foi mais para me castigar... Me deixar com a sensação de culpa por ele ter morrido.

– Mas ele não morreu.

– Não, mas acho que elas acreditavam que sim. Ele passou os dois anos seguintes no mundo inferior. Ás vezes, quando ia lá com as dracnaes, eu o via, mas ele nunca falava comigo. Devia sentir repulsa de mim. – Ela deu de ombros, mas parecia magoada.

– Por que tiraram ele de lá agora?

– Para me atrair, acredito. Para que eu vá salvá-lo ao invés de meu pai.

– Mas você não o salvou aquela vez. Por que acham que salvaria dessa?

– Não sei... Talvez achem que eu ainda o ame.

– E você ama.

Ela sorriu afetuosamente. – Sim, eu amo.

– E por que te transformaram nisso? – Eu apontei para as pernas dela, esperando ver os troncos de cobra, mas ao invés disso vi duas pernas humanas normais. – Bem, no que você era antes. E por que acabou agora?

Ela pensou um pouco antes de responder.

– Eles, os monstros, não acham certo deixar alguém morrer por você. Podem ser criaturas horríveis, mas são incrivelmente honrados e orgulhosos. Na opinião deles, lutar suas próprias batalhas é uma questão de honra e orgulho. Nunca deixariam outra pessoa... Outro monstro... Lutá-las por eles. E isso foi o que eu fiz. Como punição fui transformada naquilo. Meu pai conseguiu... Retardá-la, dizendo que eu podia fazer a escolha.

– Pera, você só escolheu nos ajudar para desfazer a maldição?

– Não. Eu iria ajudá-los de qualquer forma. Primeiro porque realmente gostei de você na hora. Você estava toda assustada, parada entre eles, com os olhos arregalados. Muito fofa. E segundo porque queria salvar Petrick.

Eu dei risada, não pude evitar.

– Olhos arregalados e fofa? Ok, acredito.

Ela deu risada. – Claro que sim!

– Haylow, sobre o que Apolo... – Eu parei e me corrigi – Sobre o que seu pai disse, por favor, não faça isso. Não proteja minha vida acima da sua. É a sua vida, você não pode morrer simplesmente porque escolheu me salvar.

Ela balançou a cabeça. – Não vem com essa, Jessie. Se meu pai disse que preciso fazer isso, é o que farei.

Desisti e assenti.

– O que mais quer saber?

– Eu quero saber como é que Nyssa não sabia que seu irmão estava desaparecido, levando em conta que já faz dois anos!

– Bem, como a maioria de nós, ela não se dá muito bem com a família, e fica no acampamento o ano inteiro. Ninguém a avisou que Petrick tinha sido sequestrado.

– Quem era o ‘Grande Deus’?

– Grande Deus?

– Sim. As dracnaes falaram que ‘o Grande Deus iria decidir o que fazer com Petrick’.

Ela deu e ombros. – Ele é, provavelmente, algum monstro importante. Algum que os outros monstros vejam como uma espécie de Deus.

– Ah!

– O que mais?

– Acho que essa é minha última pergunta... Quero saber o que seu pai falou que você não me deixou ouvir.

– Hum... Sobre isso... Bem, eu não posso te contar tudo ainda. O máximo que posso falar é que você é realmente muito querida pelos deuses.

– Eu sou querida pelos deuses? Hum, ok. Muito normal.

Ela deu risada. – E quem disse que vivemos em um mundo normal?

Eu dei risada também.

– Por que não pode me contar o resto?

– Porque não é a hora certa. Mas não se preocupe, em breve eu te... – Antes que ela pudesse terminar alguém abriu a porta com força e entrou no quarto gritando.

– Jéssica! Eu vou te matar! – Só podia ser Heloísa. Ela olhou para Haylow, sentada no final da minha cama e depois olhou para mim. – Ah, que lindo! Essa é sua nova amiguinha? Foi com ela que você foi comemorar seu aniversário de dezesseis anos? Aquele em que você e sua melhor amiga pensam desde os DEZ ANOS DE IDADE? É sério, Jéssica, eu vou te matar.

– Nossa, Helo, calma.

– Calma?

– Eu fiquei todos esses dias sem saber onde você estava! Nem uma ligação, nem um recado, nem uma noticiazinha! Você tem alguma noção do que eu e Jake passamos? E então, de repente, aparece um menino que diz ser seu namorado, te carregando no colo na frente da escola, perguntando onde é o hospital mais perto! Você tem alguma noção disso? – Ela respirou fundo antes de continuar. – Sem contar que isso não foi o pior! Jake ficou muito mal, sabia? Ele achou que você ia esperar por ele. Foi o que você prometeu.

– M-mas eu esperei! Ele disse que ia voltar no começo do ano e não voltou! Você deveria estar brava com ele!

– Ah, então só porque o menino se atrasa um pouco pra voltar você parte pra outro?

– Eu não parti pra outro! Eu nem estou com o Leo! Ele não é meu namorado! – Haylow olhava de uma para a outra sem saber o que fazer. – E se você gosta tanto assim do Jake, por que não o namora? Eu nem sei se gosto mesmo dele!

– Não sabe se gosta mesmo dele? Você era obcecada por ele!

– Sim, Heloísa. Você falou perfeitamente: eu era obcecada por ele. Não sou mais.

Ela assentiu lentamente e se aproximou da minha cama.

– Bom, está tudo bem? – Eu assenti. – Fico feliz que esteja, eu estava preocupada.

Eu sorri. – Eu sei que estava.

– Me desculpa pelo escândalo. Eu só estava tão assustada com o fato de você ter sumido e de repente aparecer machucada.

– Eu estou bem agora, Helo, e é isso que importa.

Ela deu um sorriso enorme. – E me desculpa por ter colocado o Jake no meio. Sei que não tinha o direito de fazer isso. Você não é obrigada a gostar dele. E o Leo até que é bem fofo.

– Você acha, é? – Eu perguntei, envergonhada.

– Acho! E também acho que vocês formam um ótimo casal, senhora vou-beber-um-monte-pra-comemorar-meu-aniversário.

– Espera. Que dia foi anteontem?

– Dia 3 de setembro. Seu aniversário. Perdeu a memória também?

– Pera, então foi mesmo meu aniversário!

Heloísa parecia confusa.

– Claro que foi! Por que mais você beberia tanto?

Eu dei risada. – Eu tenho dezesseis anos!

– É, você tem dezesseis anos.

Eu comecei a me chacoalhar na cama e a cantarolar. – Tenho dezesseis anos! Tenho dezesseis anos!

– Espero que esteja feliz com isso. E que tenha valido a pena encher a cara. – Uma mulher jovem disse, entrando no quarto. Ela estava diferente, seu cabelo agora estava curto, ela estava mais magra e estava com olheiras enormes. Mas eu a reconheceria em qualquer lugar, de qualquer jeito. Minha tia.

– Er... Oi tia! Como você está diferente! Está mais bonita!

– Não me venha com gracinhas, Jéssica. Estou decepcionada com você. – Ela olhou para Haylow e Heloísa. – Podem me dar licença, por favor? Quero conversar a sós com minha sobrinha. – Ela falou a última palavra como se sentisse nojo da mesma. Como se quisesse que eu fosse qualquer outra coisa, menos sua parente.

– Claro, senhora. – Haylow disse, se retirando. Heloísa me olhou por alguns segundos e depois saiu também. Assim que ela fechou a porta, minha tia se jogou no chão e começou a chorar.


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Notas finais do capítulo

E ai, qual vocês acham que deve ser o nome desse capítulo? (Dúvida cruel)



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