POV Astoria

As aulas de voo haviam começado algumas semanas depois do início as aulas. E Draco fez acontecer um episódio ridículo, mesmo com a intenção de fazer Harry Potter ser expulso, o famosinho conseguiu se superar e pelo visto acabou enrolando bem a Prof.ª McGonagall que não o expulsou.

Na manhã de Hallowen Draco estava sentado na mesa da sonserina no salão principal, e não pude deixar de notar que ele estava com uma cara fechada e nem se fez o trabalho de azarar os amigos. Seus olhos estavam apagados e acinzentados, e perdera o brilho encantador que os olhos azuis mais bonitos que eu conhecia tinham.

_Chateado Malfoy? – Eu perguntei em um impulso só, sem desviar o olhar da partitura que estava estudando enquanto mordia um pedaço da torta de abóbora que cheirava à distância.

_Não Greengrass! – Ele respondeu grosseiro. O que me fez engolir seco. – Prestando atenção em mim novamente? – Agora ele abriu um sorriso sobre mim. Um sorriso malicioso de canto de boca.

_São seus olh... quer dizer – Eu fiquei sem saída, não tinha o que responder. Então corei.

_Bom dia Srta. Greengrass – Foram as palavras que pairavam no ar e que me salvaram naquele momento. Ditas por ninguém menos que Severus Snape enquanto ele atravessava o salão.

Todos por perto me olharam por um momento, e Draco voltou seu olhar cinzento para Potter. Fiquei quase roxa de vergonha. Já tinha virado rotina todos me observarem as vezes, mas misturou tudo. O sorriso de Draco, e o bom dia de Severus seguidos de olhares.

POV Astoria.

...

Novembro havia chegado assutadoramente frio. E na sala comunal da sonserina sempre se encontrava a lareira acesa e os alunos sentados nas poltronas mais próximas para aproveitarem o calor que vinha do fogo. Os alunos estavam realmente muito animados, pois começara a temporada de quadribol, e no sabado seria sonserina contra grifinoria. Nada melhor do que começar com as duas casas que mais se odeiam. É como jogar faisca para acender o fogo, e de repente BUM.

Astoria não demonstrava tanta animação quando o assunto era quadribol, mas tinha que adimitir, esse jogo seria realmente "O Jogo", como todos diziam.

Assim se passaram os dias até o sabado. Alunos excitadíssimos, olhares serrantes entre os alunos da grifinoria e da sonserina, e muitas conversas e gritos de guerra combinados para a torcida. Os jogadores, é claro, aproveitavam para se mostrarem para as garotas. E sempre passavam pela sala comunal aos gritos e cantarolando. Chegaram a algumas vezes interromper Astoria no piano, mas a garota não ligou, todos estavam felizes e ela também estava. Afinal, quem é que não gosta de quadribol?!

...

Finalmente sabado chegou, e se a sala comunal ja estava animada antes, imagine agora. Draco esbanjava um sorriso de ponta a ponta. Astoria, por sua vez, não pode deixar de reparar em como Draco estava feliz, o que fazia ela se encontrar em meio a devaneios de vez em quando. Simplesmente perdida no sorriso do loiro.

Durante o café da manhã Asty ficou junto de Blaise, que fazia a garota rir com suas palhaçadas. Mas mesmo assim não tirou os olhos azuis de Draco Malfoy.

Assim que todos acabaram o café da manhã Astoria levantou-se pedindo licença pois iria ao banheiro. Achou estranho Pansy e Daphne a seguirem, mas continuou o caminho como se não estivesse acompanhada.

_Apaixonada pelo Draquinho, Asty? - Perguntou Pansy enquanto se olhava no espelho.

_Hein? Como assim, Pansy? - Ela se assustou com o comentario da garota.

_Você se comporta diferente na presença dele. Nós ja percebemos! - Daphne se intromenteu.

_Pena que Malfoy nunca olharia para Astoria Greengrass e sua carinha de criança. - Astoria revirou os olhos ao ouvir isso. Afinal todas tinham 11 anos, e ela se comportava como adulta.

_Bom pode ser mesmo que ele não olhe, e se não olhar se mostrará bem diferente do resto não é mesmo? - Astoria respondeu de uma vez só, e nem se deu conta que talvez estivesse afirmando gostar dele.

_Se toca Astoria, você é uma esquisita. As pessoas olham pra você porque você anda comigo!

_E comigo! - Acrescentou Daphne, e Pansy revirou os olhos sem que Daphne percebesse.

_Você é a mais baixinha, a esquisita, se faz de coitada, a queridinha do professor... Me poupe querida. - As duas sairam do banheiro dando gargalhadas, e nem deram tempo para Asty responder.

A garota se virou para o grande espelho em sua frente, e se pos a chorar de cabeça baixa.

"Não, não posso abaixar a cabeça para elas e ser tudo o que elas querem que eu seja". A garota pensou enquanto levantava a cabeça para o espelho. Porem não conseguia cessar as lágrimas. E preferiu deixar que elas caíssem, ela segurava aquilo a muito tempo dentro de si, e era óbvio que uma hora ou outra fosse sair.

Go on and try to tear me down

I will be rising from the ground

Like a skyscraper!

Like a skyscraper!

Saiu do banheiro quando conseguiu parar de chorar e percebeu que a escola estava um pouco vazia e que alguns alunos estavam mais agasalhados que o normal. Pareciam até que iam sair.

"O JOGO!". A garota se lembrou, correu ao seu quarto para pegar alguns agasalhos, e foi correndo se juntar aos colegas.

Chegando nas arquibancadas se sentou entre Zabini e Goyle. Ao lado de Goyle estava Draco, e ao lado de Zabini o Crabbe, e Pansy e Daphne estavam em pé encostadas no parapeito. E quando faltavam 15 minutos para começar o jogo todos ja estavam se amontoando perto das duas, inclusive Draco, que estava entre elas.

A partida havia começado, mas Asy preferiu ficar em pé acima de seu assento, como alguns outros alunos, e com os braços cruzados, apenas observava o jogo. Não soltava nenhum murmúrio, nenhuma exclamação, por menor que fosse.

_Aquele é Harry Potter? - Perguntou Pansy indignada.

_Não pode ser. - Comentou Daphne.

_Mas nenhum aluno do primeiro ano pode jogar, nem sequer ter uma vassoura própria. - Draco disse fuzilando.

Sonserina perdeu. Harry Potter, o novo apanhador pegou o pomo. Para a tristeza de sonserina e para o ódio que quase saltava de dentro dos olhos de Malfoy.

Assim como os outros, Astoria permaneceu o resto do dia calada, e com uma expressão fria. A garota preferia não demonstrar fraqueza perto dos outros. Os jogadores estavam arrazados, e pela primeira vez na semana entraram na sala comunal em silencio e seguiram para seus dormitórios cabisbaixos.

Apesar de Astoria não estar demonstrando nem um pingo de emoção, seja ela feliz ou triste, dava para perceber a mudança de humor que havia ocorrido na garota. Ela sempre estava feliz, e saltitando e com certeza frieza não era caracteristica dela. Porem ninguem fez o trabalho de mencionar, acharam normal, alias todos estavam tristes pelo resultado do jogo.

POV Astoria.

Graças a Merlim ninguém fez o favor de mencionar minha mudança de humor, e nem ligaram pelo fato de eu passar reto pelo piano. Nunca me senti tão mal, mas não vou demonstrar isso. Não vou deixar ferirem meu orgulho.

...

_Astoria estou com duvidas em Transfiguração. - Daphne disse mandona. Muito cara de pal.

_Então pergunte para alguem que esteja disposto a ser seu capacho e fazer tudo que você quer. - Respondi secamente, e ela ficou boquiaberta. - Quem sabe talvez... Pansy Parkinson. Ah me desculpe... neste caso o capacho é você.

Pronto, ja tinha me vingado de Daphne, apesar de subir a bola de Pansy um pouco, mas não me emportei, porque a buldogue não estava no dormitório ainda. E com certeza Daphne não contaria isso a ela. Então me retirei do lugar e fui dar uma volta.

POV Astoria