She Is A Rebel escrita por Rising Sun


Capítulo 14
Capítulo 13- Demônios fingem ser pessoas


Notas iniciais do capítulo

Estou em um ótimo momento de inspiração, mal saiu o capítulo 12 e já estou postando esse. Fiquem felizes!
Tentarei escrever o mais rápido possível então por favor não me abandonem.
Aproveitem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/253412/chapter/14

“Demorei mas aprendi, nem todo mundo é quem diz ser

–Anônimo”

Eu realmente estava preocupada com a situação de Zammy. Depois de chorar por tanto tempo, disse para que tomasse um banho e relaxasse um pouco enquanto eu iria até a cozinha fazer algo para comer.

Ela aceitou e eu desci. Coloquei meu tipo de café favorito na cafeteira, peguei todos os ingredientes para fazer um bom brigadeiro e verifiquei se tinha sorvete na geladeira - essa comida sempre me deixa um pouco menos mal nesses momentos difíceis da vida - e por sorte, tinha um pote ainda cheio.

Tudo ficou pronto bem rápido, coloquei a comida em uma bandeja e subi, mas quando entrei no quarto e encostei a comida na escrivaninha percebi uma Zay totalmente encolhida e cheia de hematomas por todo a corpo.

– Zay, não sei se devia perguntar ou não, mas o que diabos aconteceu? Porque você parece que foi espancada? - Perguntei, enquanto pegava um pijama e lhe entregava.

– Eu… Ele… Por acaso… Minha mãe… Eu ainda era nova… Monstro... - Zay respondeu com palavras aleatórias e o choro querendo voltar.

– Pare. Não chore, pode me falar se quiser depois. Neste momento, apenas vamos ligar o computador, assistir um filme engraçado, comer esse maravilhoso brigadeiro e nos empanturrar de sorvete está bem?

Ela apenas concordou com a cabeça e foi o que fizemos até ficarmos cansadas demais para mantermos nossos olhos abertos.

–.-

Acordei em meio a um pote vazio de soverte, meu notebook quase caindo da cama e Zay parecendo um feto. O Sol já tinha saído e pareciam ser umas nove horas, com certeza já deviam ter passado duas aulas na escola, mas isso não importa, Zammy não tem condições de ir para esse inferno hoje e precisa da minha presença.

Levantei da cama tentando ao máximo não acordá-la, peguei uma roupa e fui tomar banho.

Assim que me despi percebi que o telefone de Thomas ainda estava no meu braço. Dei uma risada. Ele tinha feito corações ao redor do número e a letra dele parecia muito de menina. Será que ele é gay? Talvez.

Tentei decorar o número repetindo-o várias vezes e entrei no box. Enquanto a água caia em meus cabelos desejava imensamente que o líquido levasse todos esses problemas para o ralo, é uma pena que isso não irá acontecer, nada vai mudar, quando eu sair daqui a merda ainda estará jogada no chão.

Quando voltei para o meu quarto Zay já estava acordada e futricava minha prateleira de livros (que ainda estava meio vazia por conta da loucura de minha mãe que tacou fogo nos que eu tinha antes).

– Gostou da minha pequena coleção de livros? Eu, particularmente, gosto muito deste aqui. - Disse, tirando um livro da autora brasileira que eu mais gostava.

– Gostei. E já que fez propaganda deste vai ter que me emprestar - Respondeu, tentando parecer melhor do que estava ontem.

Concordei e continuei a encará-la, desejando pra caramba que eu tivesse o poder de ler mentes quando olhasse para os olhos de uma pessoa.

– Então… Porque está me encarando?

– Queria saber o que está pensando agora.

– Não é nada bonito.

– Já esperava por isso. Vai me contar?

– Tudo bem… Mas já vou avisando que é uma história bem longa.

Sentei-me na cama e fiz uma cara de “pode começar”.

– Bom… Quando eu nasci meus pais não eram casados, eles apenas tinham tido algumas noites juntos e eu meio que vim como algo não esperado e meu pai simplesmente não queria cuidar e viver comigo, apenas pagava uma pensão por obrigação. Passaram-se alguns anos em que eramos apenas eu com minha mãe numa casa pequena na periferia da cidade, eramos felizes, porém certo dia mamãe conheceu um cara no supermercado. Lenisvaldo. - Zammy estremeceu - Parece que ele a ajudou na época e depois a convidou para sair. Os dois começaram a namorar depois de mais ou menos dois meses. Tudo normal, como qualquer casal que está se gostando o problema começou quando depois de três anos ele veio morar conosco.

Zammy se calou, provavelmente se lembrando das coisas que haviam acontecido. Uma por uma. Suspirou uma vez. Outra. Parou. “ Vou continuar”, disse.

“ Eu tinha dez anos e ter um ‘pai’ era até uma ideia bem legal. Confesso que fiquei bem animada no dia que ele chegou, além de que minha mãe gostava bastante dele, porém depois de mais ou menos dois meses a verdadeira personalidade daquele ser começou a aparecer. Quando minha mãe não estava em casa ele me prendia em uma cadeira, tapava a minha boca e me molestava - lágrimas de raiva saiam dos olhos dela - . Eu juro que tentava me defender, escapar daquilo mas eu era fraca demais e quando eu dizia que iria contar para minha mãe ele me chantageava dizendo que bateria tanto em mim e na mamãe que nós nunca iríamos esquecer.

Então teve um dia que ele tentou me estuprar, mas por sorte eu tinha quebrado um vaso novo tentando me livrar da pele nojenta dele e cortei seu pinto com um pedaço maior do vaso…”

Comecei a rir loucamente. Não pelo fato dela quase ter sido estuprada, mas porque de todos os lugares que ela poderia tê-lo atingido, foi logo o pau do cara. Ok, parei. Isso é mórbido.

Zay ainda olhava com uma cara de “what the fuck?”, mas dei um sinal para ela continuar e assim ela fez.

“ Enfim… eu cortei o pinto dele. -segura o riso- Corri para fora de casa até o trabalho da minha mãe e contei tudo. Quando voltamos para casa ele tinha fugido. Tentamos dar queixa na polícia, mas como não haviam provas, apenas as palavras de uma criança os federais não levaram o caso adiante. Esperava que ele nunca mais aparecesse na minha frente, mas ontem, ele me achou.

No começo não o reconheci, mas quando ele sorriu. Era o sorriso do demônio que eu vi anos atrás. Ele me jogou no chão e começou a me chutar, eu gritava por socorro mas a rua estava deserta, depois de um tempo que pareceu uma eternidade um estranho dirigindo um carro passou e eu gritei como louca. Lenisvaldo fugiu. Não sei o que ele vai fazer agora, mas estou com medo. Muito medo.”

A abracei sem saber o que dizer para consolá-la e nem podia mencionar agora que “ficaria tudo bem” porque seria uma mentira.

– Esse monstro tem que pagar Zammy.

– Como? Não temos provas nem dinheiro para pagar um bom advogado.

– Deixe isto comigo. Precisamos falar com a minha mãe. - Disse. Não estava muito animada de ter que falar com Jade, mas não havia opição. Ela tinha seus contatos e meios para que esse caso seja levado em conta como um pro bonno por uma grande empresa de advocacia.

Zay precisava de minha ajuda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acharam???
Estou com saudades dos comentários!!!
Me deem um sinal de que ainda estão lendo, por favor!