Crime Passional escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 11
Investigações secretas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/2533/chapter/11

Como combinado, Jaken levou as provas ate o apartamento, e Sesshoumaru passou a estudá-las.

Rondou a faculdade, procurando ouvir conversas, mas só sabiam comentar sobre a súbita depressão de Kanna, irmã de Kagura.

Haviam se passado três meses e era véspera de Natal, mas ninguém na família Daiyoukai estava disposto para cear, ou comemorar.

- Kaede-sama, onde Inu-Taishou-sama foi? – Rin perguntou curiosa.

- Não sei Rin-chan, mas eu acho que ele foi ao cemitério, ele não fala muito sobre onde vai a nós, talvez o Inu-Yasha saiba... – Kaede informou arrumando a mesa para a ceia juntamente com Jaken que estava sorrindo estranhamente.

- O que esta acontecendo Jaken? De uns tempos para cá você tem estado muito sorridente. – Kaede observou, e viu-o olhá-la seria.

- Eu... você acha que estou sorrindo muito? – perguntou rabugento.

- Já sei Kaede-sama, o Jaken-sama deve estar de namorada nova. – Rin sorriu, e Kaede a olhou surpresa, vendo que o que ela dissera fazia sentido.

- Não é nada disso – ele corou – vocês falam demais... – ele pegou uma travessa e a levou em direção da cozinha, estava afoito com o comentário.

- Rin-chan, acho que ele não gostou do comentário... – Kaede começou a rir, sendo acompanhada por Rin.

- Do que vocês duas estão rindo? – Inu-Yasha chegou e achou estranho aquele gesto, ainda mais vindo de Rin.

- Foi um comentário que fizemos sobre o Jaken-sama, ele ficou aborrecido...

- Ah não esquenta, ele é todo esquisito mesmo... – comentou Inu-Yasha sorrindo e logo caminhando em direção a porta.

- Vai buscar a Kagome-chan Inu-Yasha? – Rin olhou-o.

- Sim, ela vai cear conosco... – Inu-Yasha pegou as chaves saindo em seguida.

Eram quase cinco da tarde quando visitas inesperadas chegaram à casa da família, pessoas que deixaram Rin muito feliz. Ela estava na sala de estar, acariciava a filha em seus braços e reparava em seu rostinho os traços que herdou de Sesshoumaru. Era uma garotinha linda, de olhos dourados e muito expressivos, enquanto dormia, a criança sorria, e era igual ao sorriso de Rin, largo e espontâneo, tão natural quanto às batidas de seu pequenino coração. Rin muitas vezes se pegou chorando ao ver tanta semelhança com Sesshoumaru, ela era linda, muito linda, como o pai, e também a mãe.

- Rin-chan! – uma voz muito conhecida chamou-a e ela olhou. E ao fazer, seu rosto assumiu um lindo sorriso, alegrou-se.

- Sango-chan!! – ela levantou-se com a menina nos braços e Sango aproximou-se e a abraçou juntamente com a menina.

- Eu senti muitas saudades de você, e essa garotinha linda... – Sango olhou-a tocando no rostinho dela acariciando-a. - ... ela é muito bonitinha, se parece muito com você Rin, e também com... – ficou seria e viu Rin sorrir tristemente. - ...desculpe Rin.

- Não se desculpe Sango, eu gosto de lembrar dele, ele foi uma pessoa muito importante para mim, e nada melhor do que lembrar que ele deixou boas lembranças – olhou para o rostinho de Haru suspirando depois.

- Eu posso pegá-la? – pediu, querendo mudar de assunto.

- Pode sim! – Rin sorriu, entregando depois a menina para Sango, que a acolheu com muito carinho nos braços.

- Cadê o Miroku? – Rin perguntou, vendo que ele não estava presente.

- Esta lá fora com Inu-Yasha e Kagome.

- Porque ainda não entraram?

- A Kagome esta passando um sermão em Inu-Yasha por ele não se comportar no trânsito, e o Miroku esta segurando ela para não bater nele.

Minutos depois Inu-Yasha muito invocado, adentrou a porta da casa, e quase furou o chão de tão duro que pisava. Uma gota desceu no rosto de Rin que com um sorriso muito sem graça cumprimentou Kagome.

- Kagome-chan, que prazer em vê-la...

- Oi Rin-chan, senti muitas saudades, você faz falta em nossas vidas. – Ela comentou, e viu Inu-Yasha virar o rosto ainda irritado com a situação.

- Ah, vamos lá pessoal, hoje é véspera de natal, não vamos ficar de cara amarrada um para o outro... – Miroku pediu, sentando-se perto de Sango depois.

- Ele esta certo Inu-Yasha, porque não assume que você errou para a Kagome e pede desculpas? – Rin sorriu, e aproximou-se.

- Esqueça – ele bufou raivoso. – eu não sou como o meu irmão, não peço desculpas por coisas a toas...

- Inu-Yasha! – Kagome chamou-o repreendendo por falar em Sesshoumaru.

- Não ligue Kagome, eu não ligo de escutar comentários sobre ele, eu ate gosto de lembrar dele, mas só dos bons momentos que passamos juntos, e sei que o Inu-Yasha não disse por mau... – Rin olhou-o com carinho, e Inu-Yasha baixou a vista, envergonhado pelo que dissera.

- Tudo bem Rin-chan, não esquenta, daqui a pouco eles estão aos beijos... – Sango deu uma risada, mas logo parou, pois Haru mexeu-se em seu colo.

- E essa garotinha linda, Sangozinha o que acha te termos uma também? – Miroku disse espontaneamente, e sem maldades, mas o olhar de Sango o fez levantar-se rapidamente e se esconder atrás de Rin, que riu da situação.

Neste momento Inu-Taishou chegou e não entendeu a reação do rapaz e aproximou-se do grupo ali presente.

- O que esta acontecendo aqui? – perguntou serio.

- Não aconteceu nada Inu-Taishou-sama, só estamos conversando... – Rin sorriu.

- E porque seu amigo Houshi esta escondido atrás de você?

- É porque esse pervertido esta querendo ter um filho comigo Inu-Taishou-sama. – Sango explicou olhando para Miroku com olhos estreitos.

- E porque não quer um filho, as crianças ajudam a nós superarmos as piores feridas da vida... – Inu-Taishou aproximou-se e pegou Haru nos braços e deu um fraco sorriso ao vê-la sorrir em seu sono angelical.

Um silêncio se fez no local, todos ali presentes sabia que “a ferida” de que ele falara é a perda de Sesshoumaru, e resolveram não comentar.

Faltavam apenas dez minutos para a meia noite e todos estavam à mesa de jantar, mas uma cadeira estava vazia, ninguém ocuparia aquele lugar a mesa.

Inu-Taishou ficava na cabeceira Inu-Yasha no lado esquerdo e no lado direito era onde Sesshoumaru costumava a sentar-se. E o lugar estava vazio aquele natal, era o primeiro natal em que um membro da família Daiyoukai iria faltar à ceia.

Antes da ceia começar, Inu-Taishou levantou-se erguendo uma taça.

- Em respeito à morte de meu filho, eu peço a todos que façam uma reverência... – e assim foi feito.

Rin estava triste, e enquanto ceava seus pensamentos a levaram a primeira vez que se viram, e depois ao primeiro jantar... logo não conteve a emoção, e bem na hora em que uma lagrima correu em seu rosto, Haru começou a chorar, e disfarçadamente ela limpou, e logo levantou-se pegando a menina no colo.

- Com licença, eu vou ver se ela precisa de alguma coisa. – Rin, após ver que Inu-Taishou assentiu com a cabeça se retirou, indo para seu quarto.

Lá, enquanto trocava as fraldas da menina, seus olhos entregaram-na em uma tristeza muito grande, e quando ela começou a vestir a menina, uma suave batida na porta pode ser ouvida por ela, que rapidamente secou o rosto.

- Entre... – ela pediu com uma voz arrastada.

Sango adentrou, logo fechando a porta.

- Você esta bem Rin?

- Estou sim Sango... – disse ela depois de terminar de ajeitar o vestido que Haru usava.

- Ela lembra muito ele... – Sango olhou para Rin.

- Sango, eu sinto tanta falta dele, eu queria tanto, tanto que estivesse aqui conosco essa noite... – Rin começou a chorar de novo e Sango a abraçou amigavelmente.

- Eu sei Rin, eu sei... Inu-Taishou-sama também esta triste, dá para perceber em seus gestos.

- Eu vou descobrir Sango, eu juro que vou descobrir quem foi que fez isso, e quero saber o porquê fez tamanha crueldade comigo... – Rin separou-se e olhou para Haru.

- Eu queria poder te ajudar Rin, mas não tem como, eu não sei nada sobre seu caso e depois as investigações nós temos que deixar para a policia...

- Eu não penso assim Sango, nesse ponto eu sou igual ao Sesshy, e pela minha filha eu juro que vou descobrir quem foi que matou ele e o colocar atrás das grades como um animal selvagem... – Rin suspirou, e logo pegou Haru nos braços.

- Vamos voltar para a ceia Rin, ou vão estranhar nossa demora...

Rin assentiu positivamente e logo as três foram para a sala, onde Rin pois Haru no carrinho de bebe perto dela e Sango sentou-se próximo a Miroku.

Logo após a ceia, todos os presentes encaminharam-se para a outra sala para conversarem, mas Inu-Taishou destacou-se subindo logo para seu quarto, mas não foi bem para seu quarto.

Ao subir passou pela porta do quarto de Sesshoumaru e ouviu um barulho, resolvendo assim entrar. E quando o fez irritou-se ao ver Jaken mexendo nas roupas que pertenceram a Sesshoumaru.

- Seu idiota o que esta fazendo?

- Nada Inu-Taishou-sama, eu estava arrumando algumas roupas do Sesshoumaru-sama que estavam caídas no chão do closet...

- Jaken, são quase duas da manha, porque viria arrumar o quarto de meu filho há essa hora?

- Perdoe-me Inu-Taishou-sama, mas eu estava com saudades do Sesshoumaru-sama, e vim ver o quarto dele, e vi essas roupas jogadas no chão do closet e resolvi assim arrumá-las...

Inu-Taishou olhou para Jaken e viu que ele falava a verdade, e logo virou-se para sair.

- Depois que terminar saia daqui, e não entre mais nesse quarto, se eu o ver de novo aqui sem minha autorização eu irei o demitir. – depois desse aviso, Inu-Taishou saiu, deixando um Jaken muito preocupado, segurava algumas calças e camisas de Sesshoumaru nas mãos.

- Sesshoumaru-sama, vou ter que levar poucas roupas para o senhor, ou então seu pai vai perceber que andou sumindo coisas do senhor aqui... – ele murmurou baixinho, arrumando as roupas que segurava em uma pequena mala, colocando também o perfume que ele mais gostava, o qual costumava usar quando saia com Rin, assim como os documentos do rapaz que ate então não podia sacar dinheiro no banco, tendo assim que fazer alguns bicos para sustentar-se.

Logo aquela noite acabou, e na manha do dia vinte e cinco de dezembro, Jaken saiu antes do sol se levantar, carregando consigo a mala com as roupas e os objetos de higiene pessoal de Sesshoumaru.

Sesshoumaru, por segurança, estava morando longe de onde residia sua família, do outro lado da cidade.

Quando Jaken chegou ao lugar, o sol estava quase nascendo, e Sesshoumaru estava desjejuando quando ouviu suaves batidas na porta. Ele levantou-se e de vagar andou ate a porta e esperou.

- Sesshoumaru-sama, é Jaken, trouxe o que me pediu senhor. – Sesshoumaru abriu a porta, e aquele homem, um tanto estranho, adentrou o quarto onde ele estava vivendo. – Esse lugar não é muito aconchegante senhor...

- Como A Rin esta?

- Esta bem senhor... vosso pai e irmão também estão bem... – Sesshoumaru não comentou, e logo pegou a mala que Jaken estendia para ele.

- Trouxe minha arma? – Sesshoumaru perguntou, olhando as coisas que Jaken tinha trazido.

- Não senhor, sua arma não estava no lugar de costume...

- Onde procurou idiota? – o rapaz parou de súbito e olhou serio para Jaken, que se contraiu com aquele olhar frio.

- Em seu carro senhor, debaixo do banco, onde ela sempre ficava, e também não esta no seu quarto senhor...

- Naquele material que trouxe para mim, dizia que o cartucho encontrado no meu quarto era de uma 9mm... alguém roubou minha arma e usou-a contra mim...

- Sesshoumaru-sama... Bokusen-ô-sama comentou sobre isso, sobre a munição ter saído de uma 9mm... eu ouvi quando ele disse a vosso pai que o assassino tinha o intuito de matar o senhor com um tiro certeiro na cabeça...

- Mas foi nas costas Jaken...

- Sim senhor, mas a perícia simulou o acontecido, e foi provado que o criminoso era canhoto, e que não tinha muita firmeza nas mãos, por isso errou o alvo...

Sesshoumaru ficou pensativo, logo sentando-se à mesa.

- Sesshoumaru-sama? – Jaken olhou-o pensativo.

- Jaken, escute mais, veja se consegue ouvir mais alguma coisa quando Bokusen-ô estiver lá, e faça com que meu pai descubra que minha arma foi roubada...

- Como senhor, Inu-Taishou-sama me proibiu de chegar perto de vossos pertences...

- Seu idiota, da um jeito...

- Sim senhor... eu irei fazer com que saiba. Agora eu tenho que ir, ou vão dar falta de mim na casa. Ainda tenho que ajudar a senhorita Rin com algumas coisas, ela ira o visitar hoje no túmulo, e vai levar a vossa filha...

Sesshoumaru olhou-o, e logo ele caminhou ate a porta saindo depois.

- Rin vai estar no cemitério hoje, pelo menos esse presente eu vou ganhar, vou poder vê-la... – comentou em tom baixo.

Depois que a criança nasceu ele ainda não tinha visto Rin e naquele dia, finalmente a veria, e com sua filha.

Rin levantou-se cedo naquele dia, e este estava claro, mas muito frio. Estava na estação de inverno, e para sorte de Rin, não nevava muito aquele dia.

No desjejum, Inu-Taishou estava preocupado com Haru, pois Rin teimava em levá-la junto, para visitar o túmulo de Sesshoumaru.

- Menina Rin, esta um frio muito intenso lá fora, a nossa Haru ficaria mais confortável se ficasse aos cuidados de Kaede.

- Inu-Taishou-sama, seu filho não sabia que eu estava grávida quando morreu, ele não sabia que teria um filho, não é justo eu não levá-la para conhecer o túmulo do pai...

- Mas menina Rin, a pequena Haru tem apenas um mês de vida, não entende essas coisas.

- Inu-Taishou-sama, não importa o que pense, eu irei levá-la, tem muito tempo que eu não vou ao cemitério...

- Esta bem, sei que não vou convencê-la do contrário...

- Eu irei pedir ao Inu-Yasha para nos levar, eu não vou me demorar muito, só vou colocar flores e voltar. – Rin levantou-se e logo caminhou para seu quarto onde Haru ainda dormia.

- Por isso se davam tão bem, ela é cabeça dura igual a meu filho... – Inu-Taishou murmurou.

Logo a tarde chegou, e Rin, acompanhada de Inu-Yasha, caminhava entre as lápides do cemitério. O caminho estava coberto de neve como um tapete branco, e Rin com Haru muito bem agasalhada nos braços caminhava rápido.

Ao chegar, Rin entregou a filha para Inu-Yasha, e depois de tirar a neve da lápide, e limpar a fotografia nela posta, colocou as flores perto desta, pegando Haru de volta depois.

- Inu-Yasha, poderia nos deixar a sós um momento... – Inu-Yasha assentiu com a cabeça.

De onde Sesshoumaru estava podia vê-la, estava de costas, mas em um momento ela virou-se, acalentava a menina que começou a chorar.

Ele estreitou os olhos, e seu coração quase saltou do peito ao ver Rin acalentando sua filha.

Reagindo naturalmente as pernas do rapaz levaram-no pela a emoção ate frente a lápide, ficando assim de frente para Rin. Ela conversava baixinho com a filha e ao levantar o rosto, Rin arregalou os olhos.

Era ele, o vento rápido que dera àquela hora desalinhava seus cabelos longos, os olhos dourados estavam fixos aos de Rin e ambos os corações pulsavam acelerados.

- Sesshy?... – ela sentiu um frio na barriga ao vê-lo.

Ele estava parado ali, frente a ela a quase cinco metros de distancia, a única coisa que movia eram seus cabelos soltos ao vento.

- I-Inu-Yasha! Inu-Yasha!! - ela virou o rosto para chamar o rapaz e este veio correndo, estranhando os gritos da garota, e quando ele chegou, ela olhou para onde ele estava, mas tinha sumido, como um fantasma.

- Eu vi...

- Viu o que Rin?

- Ele estava ali, na minha frente... – as lagrimas desceram de seus olhos e o coração ainda estava acelerado.

Inu-Yasha caminhou ate onde ela apontava, mas não encontrou nada.

- Não tem ninguém aqui Rin...

- É... – ela confirmou e logo olhou Haru, ela tinha parado de chorar, Rin deu um meigo sorriso para ela, e logo começou a andar pois o frio estava muito intenso e Inu-Yasha correu para alcançá-la.

- Você esta bem Rin?

- Sim... “- Sesshy, você veio ver sua filha, você veio ver a pequena Haru...”

- Rin... você continua linda... – Ainda podia sentir o coração acelerado, além de ter os olhos dela fixos aos dele, pode ver a filha, de longe, mas viu. Quase um ano sem poder trocar nela, sem poder ter os olhos dela, era uma tortura, aquilo tinha que terminar, mas só terminaria quando encontrasse o assassino.

Depois desse súbito encontro, Sesshoumaru empenhou-se nas investigações, e numa de suas saídas, viu Kouga e Kagura juntos, e nesse momento resolveu fazer algo que deveria de ter feito desde a primeira vez que o viu no cemitério.

- Delegacia de policia...

- Gostaria de falar com o delegado...

- E quem deseja?

- Um amigo...

Na delegacia...

- Bokusen-ô-sama, tem um homem na linha dois, disse que é seu amigo. - policial informou, saindo logo da sala do delegado.

Bokusen-ô, por sua vez, tirou o fone do gancho e depois de o aproximar do ouvido apertou a tecla, indicando a linha dois.

- Sim? – perguntou de súbito.

- Mande uma viatura para a praça perto da faculdade de Tókio, o Kouga esta aqui, traga também uma carrocinha ele esta com o lobo dele...

- Ei eu conheço a sua voz, mas... quem esta falan... – Ele perguntou, mas antes que terminasse a pergunta a ligação foi encerrada.

Bokusen-ô levantou-se rápido, e logo depois de pegar seu casaco no cabideiro, saiu de sua sala...

- Crianças têm uma prisão a fazermos, vamos... – ele chamou, já andando em direção a saída.

Vinte minutos depois a viatura parou frente à praça, surpreendendo Kouga e Kagura juntos, eles estavam conversando distraidamente.

O lobo de Kouga começou a rosnar, e um veterinário logo atirou no bicho, com um dardo tranqüilizante.

Desesperado Kouga tentou fugir, mas os policiais o alcançaram e conseguiram o prender. Furioso, ele tentava se soltar, bramindo vários palavrões contra os policiais.

O veterinário, com a ajuda de um policial, colocou o lobo na carroceria do seu carro, e logo o levou para o zoológico. Já Kouga foi levado para a delegacia e Kagura que o acompanhava também foi levada.

- Eu não entendo o porquê estão me prendendo, eu não fiz nada... – Kagura reclamou ao ser sentada a força na cadeira frente ao delegado.

- É mocinha, não adianta mentir, o que estava fazendo com aquele rapaz?

- Ele é um conhecido meu...

- Conhecido? – Bokusen-ô sorriu, levantando-se depois e parou frente a ela, abaixando-se para olhar no rosto dela. – você sabia que ele é suspeito de ter matado Sesshoumaru?

- viu-a arregalar os olhos.

- Lógico que não – mentiu. – você acha que eu iria ficar andando por ai com alguém suspeito de matar uma pessoa, ainda mais o Sesshoumaru, o homem que eu amei...

- Não sei, estavam juntos não é...

- E isso prova algo seu velhusco?

- Veja como fala menina... – um homem que tinha acabado de entrar disse em tom de aviso.

- Inu-Taishou meu amigo, foi bom ter chegado...

- I-Inu-Taishou-sama, o senhor me conhece, sabe que eu...

- Eu não sei de nada menina... – respondeu secamente, deixando Kagura igual a uma estatua de pedra com aquelas palavras. – o que ela faz aqui Bokusen-ô?

- Eu a encontrei conversando com o Kouga... – Bokusen-ô sentou-se novamente em sua confortável poltrona e Inu-Taishou aproximou-se de Kagura e olhou-a friamente

- Esta encrencada menina, seu pai não vai ficar satisfeito de saber dessa sua façanha...

- Ei não me acuse sem ter provas, eu não sabia que ele tinha feito mal a Rin... – calou-se e arregalou os olhos ao perceber o que tinha dito.

Bokusen-ô ficou reto na cadeira e olhou com certa surpresa para Inu-Taishou, que olhou-o do mesmo jeito.

- Ninguém falou no nome de Rin aqui... o que você sabe, ou conta ou vai ficar encarcerada ate nos contar tudo, então o que prefere?

Kagura suspirou fundo, viu que sua situação havia se complicado, de novo sentiu raiva de Rin, por causa dela tinha se complicado novamente, mas dessa vez, não era por causa de um namorado, era uma coisa muito mais grave.

Depois de longas quatro horas de conversa, Kagura finalmente havia contado tudo, desde a droga no drinque de Rin ate as ameaças de morte que recebeu de Kouga.

- Então agiu sobre ameaça... ele acuou você e não teve escolha? – Bokusen-ô perguntou serio.

- Bem ele tinha uma arma né, como eu diria não?

- Me dê o numero de seu pai moça, vamos conversar com ele...

- Meu pai vai me matar se souber que fui presa por andar com maus elementos...

- Isso é problema seu, anda dê-me logo o numero...

Um tempo depois, Naraku estava na delegacia, acompanhado de Kanna que olhava para Kagura séria.

Depois de Bokusen-ô conversar com ele, pedindo que não a deixasse sair da cidade liberou a família, e muito sério e frio, o homem a pegou pelo braço e a levou.

- Aquele maldito, além de ter violentado a menina Rin, matou meu filho... – Inu-Taishou estava impaciente, e o nervoso era perceptível nos seus olhos.

- Calma meu amigo, não podemos o acusar de ter assassinado Sesshoumaru, ele já tinha sido preso por violentar a namorada de seu filho e...

- E depois que fugiu arrumou um jeito de se vingar de meu filho por ele ter o prendido, eu vou... – Inu-Taishou fez menção em ir ate a carceragem onde Kouga estava, mas Bokusen-ô correu ate ele e o segurou pelos ombros o contendo ali.

- Não Inu-Taishou, você não pode fazer nada contra ele...

- Eu terei o prazer de apertar o pescoço dele ate ele não respirar mais, saia da minha frente ou eu...- Inu-Taishou estava furioso tentando tirar as mãos de Bokusen-ô de si.

- Pare de agir como Sesshoumaru homem! – Bokusen-ô irritou-se, e aquele pedido fez o chão sumir dos pés de Inu-Taishou. – Eu não tenho a sua força para conter um Daiyoukai caramba!

Ele baixou as vistas e conteve-se. Bokusen-ô por sua vez saiu de perto dele um tanto irritado, e parou perto do telefone, lembrando se de algo.

- Aconteceu uma coisa hoje... que me deixou muito intrigado...

- E o que foi Bokusen-ô? – Inu-Taishou virou-se para o olhar ainda nervoso.

- Eu devo estar enlouquecendo, mas eu juro que ouvi a voz de Sesshoumaru nesse telefone hoje... - ele olhou o aparelho e depois Inu-Taishou.

Ele deu um sorriso gélido, e muito conhecido, e aproximou-se de Bokusen-ô depois.

- Não me injurie, sabe melhor que eu que ele esta morto...

- Você convive comigo desde que éramos rapazotes e sabe que não sou dado a mentiras, o que eu ouvi foi à voz dele eu tenho certeza, e falava com muita frieza e certeza do que queria...

- Deve ser alguém com a voz parecida, meu filho morreu há quase um ano, e eu não acredito em fantasmas...

Bokusen-ô riu, e Inu-Taishou deu as costas logo saindo do lugar.

Um tanto irritadiço, o general, ao chegar em casa passou como um foguete pela sala, mas um tom de choro o fez parar, e prestar a atenção em certa conversa que estava vindo do quarto de Rin, o qual ficava próximo as escadas.

- Eu o vi Kaede-sama, e ele parecia tão real, estava bonito como sempre e usava um sobretudo longo e preto, estava com um pouco de neve... era ele Kaede era meu Sesshy...

- Não chore mais menina, deve ter sido o espírito dele que veio a visitar.

- Não Kaede-sama, eu também senti lá no hospital, ninguém quis acreditar em mim, mas eu senti o calor das mãos dele em meu rosto, e também dos lábios dele me beijando...

“ – Será?... Não, eu Inu-Taishou não acredito que ele possa estar vivo...” – pensou censurando-se e riu com o próprio pensamento.

- Pai? Esta ficando esclerosado? – Inu-Yasha perguntou com sarcasmo ao ver o pai rindo a toa.

- Inu-Yasha, veja como fala comigo seu moleque...

- Ah não, por favor, não comece a falar como o Sesshoumaru, ou daqui a pouco vai começar a agir como ele, me surrando...

Inu-Taishou analisou as palavras de Inu-Yasha, e percebeu que estava agindo como ele desde cedo, o que esta acontecendo? Será que a saudade era tanta assim?

Não falou mais nada, subiu as escadas em silêncio, e Inu-Yasha não entendeu a reação.

Logo que subiu o último degrau, parou e olhou um pouco distante dali a porta do quarto de Sesshoumaru. Caminhou decidido ate lá, mas ao chegar à porta parou com a mão no ar, a qual ia tocar a maçaneta.

- Isso é loucura... – ele censurou-se e virou-se para sair dali, mas sua curiosidade estava sendo aguçada. Logo voltou ao ponto inicial, mas dessa vez entrou no quarto, e fechou a porta. Após acender a luz, ele caminhou ate perto da cama e olhou-a, lembrando-se da ultima vez em que cobriu o filho, em que o viu dormindo ali. Mas seus olhos não soltaram lagrimas, pois logo se afastou dali, indo assim para perto do closet parando frente a ele.

Ficou olhando-o por algum tempo, mas logo decidiu abrir as portas e adentrou-o. Procurou por certa roupa descrita por Rin na conversa que ouviu, mas incrivelmente não achou, riu de novo daquela situação, e escorou-se com um braço em uma das prateleiras onde ficavam os sapatos e continuou rindo.

- Isso não esta acontecendo... eu estou enlouquecendo... – Inu-Taishou passou a mão na franja, e logo saiu daquele local descendo em seguida aos gritos.

- Jaken!!!! Jaken!!! – ele chamou e Inu-Yasha o olhou confuso, nunca tinha visto o pai dele gritar dessa maneira.

Logo, Jaken apareceu na sala estava um tanto preocupado, pois em anos trabalhando ali nunca tinha visto também o patrão gritar.

- Sim Inu-Taishou-sama?

- Cadê?

- Cadê o que senhor? – viu o se aproximando sério e frio, e Inu-Yasha levantou-se indo para o lado do pai, ele estava estranhamente nervoso, e isso despertou a atenção dos empregados e de Rin também que foram olhar o que estava acontecendo.

- Cadê o sobretudo do meu filho, aquele preto que ele usava?

- Eu não sei senhor...

- Inu-Taishou-sama, do que esta falando?

- Rin você viu ele no cemitério com esse sobretudo não foi?

- Sim, mas...

- Jaken, fale agora onde foi que você colocou o sobretudo do meu filho?!! - perguntou dessa vez agarrando o colarinho do empregado o fazendo ficar tão apavorado que a voz travou na garganta.

- Pai solte ele, não esta vendo que ele não sabe de nada, solte o...

- Como não sabe, eu vi ele mexendo no closet de Sesshoumaru na noite de natal, agora essa peça some, só pode ter sido ele...

- Não senhor, eu nunca tiraria nada de dentro dessa casa sem a vossa permissão senhor...

- Solte-o pai, ele parece estar dizendo a verdade! Mas que droga... e também para que ficar guardando as coisas dele se ele já morreu, deixe disso pai, o Sesshoumaru não vai mais voltar a vida, esqueça-o ou vai acabar enlouquecendo!

Inu-Taishou soltou o empregado de modo maquinal, vendo que as palavras de Inu-Yasha tinham fundamento, mas e tudo o que tinha acontecido? E a ligação feita para Bokusen-ô, e o que Rin dissera, e a roupa desaparecida?

Ele respirou fundo e olhou o filho, um olhar de profunda tristeza, passou a mão no rosto, e controlou-se para não chorar e logo sentou-se no sofá e ficou ali por horas pensativo. Se perguntando o que estava acontecendo.

Algumas semanas depois, Rin finalmente sentiu-se a vontade para pilotar sua moto, mas não o fez, como iria carregar sua filha.

- Não, ainda não posso... – ela comentou olhando a moto na garagem, não percebendo que Inu-Taishou tinha chego atrás dela.

- Esta falando sozinha menina Rin? – a viu assustar-se, mas logo acalmar se, respondendo à pergunta que ele fizera a ela.

- Não Inu-Taishou-sama, eu estava olhando minha moto, e vendo que ainda vou ter que andar de ônibus, não posso carregar a Haru comigo na moto...

- Isso eu concordo, ela não tem idade para isso... – ele sorriu, e ela fez o mesmo. – Porque não usa o carro de Sesshoumaru? Ele esta em perfeitas condições...

- Não posso fazer isso Inu-Taishou-sama... eu já so o seu de vez em quando... e...

- Porque, você não tem carteira? Ou não sabe dirigir?

- Não, não é isso, eu não posso ficar usando o carro dele e...

- Rin... – Inu-Taishou aproximou-se e tocou o ombro de Rin amigavelmente. - ... ele não vai mais usar esse automóvel, se ficar ai parado, eu vou acabar o vendendo, você era a namorada dele, e agora é a mãe de uma filha dele, minha neta, por isso você pode usar o carro, eu estou dando permissão a você para fazer isso...

- Mas...

- Ele não se importaria menina, ele nunca se importaria de dar conforto a você e sua filha, agora vá lá no chaveiro e pegue as chaves do carro...

Rin fez o que lhe foi pedido, mas ainda não concordava com aquilo, mas como diria não a ele?

- Tem uma coisa que eu preciso tirar daqui antes de te entregar as chaves... – ele abriu a porta e sentou-se pondo a mão depois embaixo do banco, percebendo assim que a arma não estava lá. Com isso arregalou os olhos, e sentiu o coração pulsar forte. - ... sumiu...

- O que senhor? – Rin olhou-o confuso.

-A arma dele não esta aqui... – rapidamente saiu do carro e quase correu ate a sala, e com afoites

ligou para Bokusen-ô, avisando desse acontecimento.

Com isso, novas investigações foram feitas, e Bokusen-ô descobriu que a arma que tinha matado Sesshoumaru era a do próprio Sesshoumaru.

- Alguém roubou a arma dele de dentro do carro...

- Isso é obvio Bokusen-ô, mas quem foi?

- Quem foi a ultima pessoa que seu filho deu carona?

- Não sei, mas a duas pessoas andaram comigo naquele carro, uma foi a Sara, e a outra foi a Kanna, eu dei carona para elas em um dia de chuva, dias diferentes, eu usei o carro do meu filho por não saber onde tinha posto as chaves do meu...

- Se eu não me engano, a Kanna é irmã de Kagura certo?

- Sim... mas o que tem isso?

- Logo ela pode ter pego a arma de Sesshoumaru e entregue para Kagura e ela a entregou a Kouga...

- Faz sentido, mas eu acho que a senhorita Kanna não faria isso... – Inu-Taishou sorriu.

- Ah já sei, esta interessado nela não é?

- Ora ela tem idade de ser minha filha, e depois...

- Não negue, sua cara não esta dizendo o que seu lábios pronunciam homem...

Inu-Taishou corou ficando sem graça em seguida.

- E essa Sara quem é? – Bokusen-ô mudou de assunto.

- Amiga de infância da Kagura as duas só andam juntas...

- Que ótimo, quem roubou a arma então? E nem temos a maldita arma para ver as impressões digitais ou algum rastro do maldito assassino... – Bokusen-ô- frustrou-se socando a mesa como desabafo.

- Voltamos à estaca zero meu amigo, o maldito assassino não deixou pistas, e só existia uma pessoa que faria ate o capeta falar...

- Sesshoumaru... – ele olhou-o sério e viu Inu-Taishou assentir com a cabeça.

Um tanto frustrado com aqueles acontecimentos, Inu-Taishou voltou para casa. Logo em seguida Rin chegou com Haru mas eles não conversaram, apenas se cumprimentaram com acenos de cabeça, e Rin logo se recolheu.

Nem tudo estava perdido, as investigações pela delegacia foram intensificadas e Bokusen-ô interrogava Kouga todos os dias, e ele afirmou ter uma arma, que foi encontrada dias depois com um dos irmãos dele, Hakaku, que foi preso também. Mas a arma não era a de

Sesshoumaru, logo a bala que matou Sesshoumaru não tinha saído daquela arma.





Continua...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crime Passional" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.