Quando Lenny se levanta, ele olha para mim com uma sobrancelha arqueada, e deduzo que é por conta de meu rosto vermelho e dentes cerrados.

– Aquela ruiva tentou me matar no banho de sangue. Vem deve ser por ali. - falo bufando.

Voltamos a andar e em pouco tempo chegamos ao que deve ser o acampamento.

–Com certeza deve ter alguma armadilha...-murmuro

–Sim...-Lenny fala concordando

Já concluímos a parte um do plano, agora temos que concluir a parte dois: entrar no acampamento.

–Bem... -Lenny diz - nos podemos entrar subindo por essa árvore.

–Você pode. Eu não sou boa em escalar. Temos que ir rápido, os carreiristas não devem demorar muito.

Olhando em volta, percebo uma coisa que não tinha visto antes, e Lenny também. Tem uma coisa na terra, um fio fino e levemente prateado. O fio é tão fino, que quase não é notado por conta da névoa. Continuo seguindo o fio com o olhar, e descubro que termina em uma lança nas moitas. Provavelmente seria como um arco gigante. Quando o fio for partido, a lança irá se soltar -como quando se solta a corda do arco - matando o que estiver no caminho.

Por que eu não passo simplesmente por cima do fio? Porque seria muito fácil. Peço para Lenny se afastar e pego sua faca. Assim que a lâmina faz contato com o fio, ele se rompe e a lança é solta, ficando presa em um tronco. Para garantir, empurro um pedrinha qualquer. Alguns dardos aparecem, mas estes não chegam nem perto de nos. Devem ter colocado os dardos mal, ou então não haviam terminado a armadilha. Lenny empurra uma segunda pedra - como garantia - e como esperado, nada acontece.

Coloco um pé e depois o outro. Lenny se apressou, e já está mais a frente, olhando o acampamento. Tem apenas três barracas montadas e todos os itens estão espalhados pelo chão. Mochilas, facas, zarabatanas, lanternas. Eles nem se deram o trabalho de protege-los. Ando mais a frente ficando ao lado de Lenny e sorrio.

– Meu plano esta dando certo - falo voltando a ficar séria.

– Sim ,esse seu plano maluco e suicida esta dando até certo - Lenny fala dando um sorriso mínimo.

Olho em volto, vou em direção a alguns objetos e penso voltando com um pequeno sorriso ao rosto: parte dois, concluída.