Me levantei de manhã. Fui até o banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e troquei de roupa. Arrumei o cabelo e o deixei solto mesmo. Me sentei na cama, ao lado de Andy, que ainda dormia.
- Andy, acorda...- Ele fez um som estranho com a boca. Tipo um "hmmmmhuhuhumhmnhhum".- Eu vou ... visitar meus pais, volto logo.- Ele assentiu com a cabeça e se cobriu mais. Dei um beijo em sua bochecha e desci. Peguei meu celular, minha carteira e as chaves. Sai e comecei a caminhar até o cemitério.
Nesse tempo que eu fiquei aqui, mal pude ver meus pais. Sou uma filha horrível!
(...)
Na mesma rua do cemitério, havia uma floricultura. Entrei lá e peguei um buquê de rosas brancas e uma única rosa vermelha. Paguei e voltei a caminhar para o cemitério. Abri o grande portão-que estava encostado- e andei pelos tumulos. Caminhei, caminhei, caminhei e finalmente cheguei até eles. Fiquei de joelhos diante de seus tumulos, fechei os olhos e comecei a falar.
Mãe, pai, eu vou voltar pra Los Angeles. Me desculpem por ser essa filha tão horrível, eu juro que queria ser uma pessoa melhor. Me perdoem, eu não queria ser assim, eu queria ser uma boa filha, uma boa garota, mas eu não sou nada. Nada mesmo. Enfim, eu espero que vocês permaneçam em paz para todo o sempre, não importa quanto tempo ele dure. Eu sempre irei amar vocês mais que tudo em minha vida, e eu quero que saibam que eu me orgulho muito de ser filha de vocês. Eu sinto falta de vocês cada vez mais e eu não sei como estou aguentando isso. Muito obrigada por tudo o que fizeram por mim, muito obrigada mesmo. Eu amo vocês.
A essa altura eu já estava aos prantos, apoiada nos tumulos e com a mão sangrado por conta das rosas que eu acabei apertando. Me levantei e cuidadosamente coloquei as rosas em volta de seus tumulos, deixando a vermelha no meio.
- Até logo...- falei, chorando. Dei as costas e caminhei até o portão. Sai e caminhei rapidamente pelas ruas, até finalmente chegar em casa. Abri a porta e percebi que Andy não havia levantado ainda. Tranquei a porta e fui até o banheiro, lavar minha mão que ainda sangrava. Depois de estancar o sangue e enfaixar a mão, fui até meu quarto. Andy ainda dormia, como um anjo. Me sentei ao seu lado e fiquei observando-o dormir. Ele estava com um meio sorriso no rosto. Tão perfeito.
- Para de me olhar enquanto eu durmo.- Disse e eu pulei.
-Virou vampiro agora, foi?- Falei, colocando a mão no peito.
- Talvez.- Sorriu e se levantou, me olhando com malicia.
- Nem começa, pervertido.- Falei
- Eu sou um pervertido?- Se fingiu de ofendido.
- Sim, é.- Respondi e me levantei.
- Então vem cá que eu vou fazer perversões com você.- Levantou e correu atrás de mim. Saímos correndo pela casa inteira, até chegar no jardim. Tentei correr de volta pra casa mas ele me puxou, fazendo a gente cair no gramado. Andy caiu por cima de mim, com uma mão no chão e a outra...
- Tira. a. mão. do. meu. PEITOOOOOOOO!- Gritei
Andy ficou rindo do meu ataque e eu comecei a estapear ele. Ele segurou meus punhos, fazendo eu parar. Nos encaramos por alguns segundos, até ele selar nossos lábios. Coloquei minhas mãos em sua nuca e ele colocou as suas em meu rosto.
- Que coisa é essa? Adolescentes pervertidos!!!- Gritou minha vizinha, a senhora Granger. Velha chata!
Me separei de Andy e nos levantamos. Andy mordeu os lábios, segurando o riso, enquanto a senhora Granger falava um monte. Comecei a rir, e Andy riu juntos. Corremos pra dentro da casa e trancamos a porta. Rimos por um bom tempo, até cansarmos. Andy subiu pro quarto e eu fui pra cozinha, preparar algo pra nós comermos.

(...)
Depois de almoçarmos miojo, escovamos os dentes e começamos a nos arrumar. Me troquei, me maquiei e arrumei o cabelo. Depois de deixar tudo pronto, pegamos as malas e chamamos um taxi. Fomos até o aeroporto, fizemos os trecos lá e embarcamos. Me sentei na janela -como sempre- e Andy sentou do meu lado. Fomos a viagem toda conversando, e, quando não estavam olhando, nos beijavamos. Somos R3B3LD3 sim ou claro?

(...)
Finalmente saímos do aeroporto, estamos quase chegando em casa. Que saudades daqui. Que saudades do Miles, dos meus avós e do Sebastian.

(...)
Entramos em casa e estavam todos na sala. Corri e abracei minha avó, depois meu avô, Sebastian, e finalmente, Miles.
Ficamos conversando um tempão  e Andy disse que estavamos namorando. Todos ficaram felizes, principalmente Sebastian e Miles, que ficaram cantarolando "é o amooooooor". Esse povo não tem jeito!