Um clarão enorme surgiu e em seguida, um campo florido surgiu, na minha frente.
– Katherine?- Uma voz conhecida me chamou.
– Papai?- sorri e me virei. Corri para seus braços. Ele me segurou e me rodou ao ar. - Eu senti tanto a sua falta.
– Também senti sua falta, querida.- disse, afagando meus cabelos.
– Onde está a mamãe?- perguntei, olhando em volta.
– Estou aqui, querida.- Senti uma doce voz ecoar em meus ouvidos. Me virei e a abracei.
– Mãe..- sorri, abraçando-a. Nos sentamos em meio as flores, e ficamos aproveitando cada momento desse sonho, pois sei que quando eu acordar, irei passar a viver aquele pesadelo, do qual eu não sei se um dia irei despertar.
– Papai, canta aquela música pra mim?- perguntei
– Claro, filha! Canta comigo, ok? Vocês duas.- Disse meu pai, e assim o fizemos.

– Fairy lady, who stands on the walls...

Life is short and wait is long...
The stars, away, dim with the dawn...

Fairy lady, who stands on the walls...

Your tale has only begun

It comes from far, the Nowhereland

The wind is blowing a sound well known...

Fairy lady, your love is long gone

Oh darling, hear my soul and heed my cry

Cause all my crying may flood a river in my heart

Oh, life is good,

Oh, life is good,

Oh, life is good...

As good as you wish...

Pretty lady the horses are back

Bringing joy and happiness

But all of a sudden the horses are gone

It was only the sound of your heart beat alone

Oh darling, hear my soul and heed my cry

Cause all my crying may flood an ocean in my heart

Oh, life is good,

Oh life is good,

Oh life is good...

As good as a kiss!

Oh my darling, now I cannot halt my cries

My tears have drowned me

And I refuse to realize

What's left around me

It's all so strange, it's all so dark

I'm alone here

To mend the peaces of my heart

Little lady, your tale has an end

For your love to the skies was sent

He's turned into sparks that shine with the stars...

... And by night he will always be there

For his lady to stare

And thus he's never died.

Abri meus olhos. Los Angeles novamente. Meu quarto novamente. Todo aquele pesadelo novamente. E uma decisão nova.

(...)
– Sim, eu vou voltar pra Virginia.- falei, decidida.
– Vai ficar quanto tempo lá?- perguntou meu avô.
– Não sei... uns 2, 3 meses...- falei, pensativa.
– Tem certeza de que quer ir, querida?- perguntou minha avó, acariciando meu rosto.
– Tenho.- Murmurei decidida.
– E quando vai ir?- Perguntou Sebastian.
– Amanhã, de manhã.

(...)
Assim que terminei de arrumar minhas coisas, fui tomar um banho.
Enchi a banheira, despi-me e entrei. Após uns 15 minutos, sai, me sequei e troquei de roupa.
São 22:45 da noite, Andy já deve estar dormindo. Preciso falar com ele, mesmo sabendo que tudo vai acabar em uma briga idiota. Ou eu poderia escrever uma carta e deixar no criado-mudo. É o que vou fazer, talvez seja mais fácil do que ver o olhar de raiva dele.
Me sentei na cama, com meu caderno e uma caneta.

Andy, eu sei que eu deveria dizer isso diretamente pra você, mas sabe como eu sou...faço tudo errado. Eu estou indo pra Virginia. Irei ficar lá por uns 2 ou 3 meses. Sabe, eu sonhei com meus pais essa noite, e isso me fez perceber que eu realmente preciso de um tempo com eles. Com os túmulos deles, ao menos. Quero que saiba que isso não é um adeus, é um até breve. Eu espero. Me desculpa por tudo isso, Andy. É o melhor a fazer no momento. E sei que nesse tempo você vai arranjar alguém por quem valha a pena sentir algo. Eu quero que se lembre do quanto eu te amo, apenas isso. E quando estiver se divertindo na sala, com outra garota, quero que se lembre de não se despir por ali, e quero que se lembre de trancar a porta de seu quarto, pra não correr o risco do Miles entrar, ver tudo e sair cantando pela casa. Eu te amo, Andy.
É, acho que ficou uma bosta, mas tudo bem.
Me levantei, peguei a folha e fui caminhando lentamente até o quarto de Andy. Abri a porta e me deparei com ele dormindo, sem camisa, abraçando com o travesseiro. Sorri involuntariamente.
Suspirei e mordi os lábios. Coloquei a folha em cima do criado-mudo. Andei cuidadosamente até a porta, mas acabei tropeçando no all star do Andy. Por pouco não cai. Mas fiz um puta barulho.
– Katherine?- Fodeu. Andy me encarou, com aquela carinha de sono.
– Ahm, oi, é... volta a dormir ai, que eu vou dormir ali... é...- balbuciei.
– Dorme aqui comigo?- perguntou. Não pensei nem duas vezes e me deitei ao seu lado. Abracei ele e fechei os olhos.

(...)
05:30 am

Me levantei cuidadosamente para não acordar Andy. Suspirei e acariciei seu rosto. Com todo o cuidado do mundo, dei um selinho nele e fui para meu quarto. Prendi meu cabelo num coque meio solto e lavei o rosto.
Me maquiei e troquei de roupa. Respirei meu fundo e levei minha mala até a sala. Subi até o 3º andar e entrei no quarto dos meus avós.
– Vó? Vô?- falei. Os dois acordaram.- Estou indo pro aeroporto.
Eles se levantaram e se despediram de mim.
Desci até o quarto de Miles, que já estava acordado.
– Amor, to indo..- falei e ele me abraçou.
– Se cuida, viu? Eu te amo, e é bom tu voltar inteira de lá.- Disse. Ri de leve e o abracei mais forte.
Depois, fui até o quarto de Sebastian, que também estava acordado. Eita povo que gosta de acordar cedo. Me despedi dele por um looongo tempo.
Fui até o quarto de Andy. Abri a porta e ele ainda dormia, como um anjo. Me sentei ao seu lado, fazendo poucos movimentos para não acordá-lo.
– Eu te amo.- sussurrei e dei um selinho rápido em seus lábios.

(...)
Embarquei no avião e me sentei na janela. É, espero que daqui pra frente tudo dê certo. Vou sentir do calor da California, vou sentir falta das praias maravilhosas, vou sentir falta dos meus avós, do meu tio e do Miles. Até da Claire sentirei falta. Mas irei sentir falta de uma coisa, em especial. Irei sentir falta do Andy. Sentirei falta do Andy, do jeito dele, do sorriso dele, do som da risada dele, dos olhos dele... ahh os olhos..., do corpo dele, da forma como ele bagunça o cabelo na tentativa de arrumar. Dos beijos dele. Daquele hálito quente e daquele piercing gelado tocando meus lábios, tornando aquilo uma experiência maravilhosa. Eu tenho dito recentemente o quanto eu o amo? Pois é, eu o amo.

Don't wanna love you, but i do.