Ah, O Amor! escrita por Meredy


Capítulo 3
Capítulo 2 - "Sorrir como um Gato de Chesire"


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas!!! ><!!!
Eu estive super ocupada esses dias, então quase não tive tempo para escrever...
De qualquer forma, eu espero que gostem...
Eu particularmente não gostei, e admito que estava morrendo de vontade de reescreve-lo... Mas como eu já atrasei de mais esse capítulo isso fica lá pra segundo plano....
Aproveitem! ^^
Ah! E a música é... Stray Cat Blues do Rolling Stones



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Capítulo 3 -- Sorrir como um Gato de Chesire



"Eu ouvi o clique-claque de seus pés na escada

Eu sei que você não está assustada, querida

Haverá uma festa, se você acabou de subir

Mas não tem muita importância

Não é nenhum crime capital"


Desde muito pequena Elizabeth sempre foi muito comportada se comparada às irmãs, sempre mais verdadeira e convicta, em contraste a hipocrisia e a ironia de Helena (a irmã mais velha), e o sarcasmo e a arrogância de Meredy (a irmã do meio). Mais ela também tinha como todo ser humano os seus defeitos. Quando se irritava, era grossa, bruta, exigente, impaciente, e às vezes até violenta.

Naquele exato momento ela estava brava. Muito brava. Caminhava como um soldado rumo à guerra, com uma expressão no rosto que até os mais experientes generais teriam medo. Helena havia conseguido a irritado de tal forma que a pequena Beth estava prestes a explodir. Posso jurar Querido Leitor que fumaça saia de suas narinas e a deixavam com um aspecto parecido ao mais assustador dos dragões medievais.

Chegou de volta à porta do quarto da irmã do meio, e a abriu com uma força estrondosa, sem se importar com nada, nem ninguém.

Meredy já estava lá, em pé com o vestido sujo de lama, com a pele imunda, suada e vermelha da corrida a cavalo.

— Onde? Com quem? Fazendo o que? Por quê? Como? De que forma? De que jeito? De que maneira? RESPONDA LOGO ANTES QUE EU PULE NO SEU PESCOÇO E RESTIRE AS PALAVRAS DA SUA GARGANTA COM A MINHA MÃO! — Pronunciou alto, a pequena Beth! Tomada pela fúria e pela cólera, não pensou duas vezes antes de perder os bons modos e partir, para digamos, uma abordagem mais “radical”.

Pulou em cima da irmã e tapou a sua boca com a mão. Elas se encararam e Meredy sentiu a adrenalina ferver no seu sangue graças a uma assustadora intenção assassina que emanava da “coisa” que antes fora uma garotinha de olhos azuis doces e serenos.

— Cale-te! Vão te ouvir!!! Deus! Imagina só se Fiona nós pega!

— Não me importo! Só quero respostas! — Disse abaixando drasticamente o tom de voz.

— Vai ter todas as respostas que quiser quando ficar calma!

A pequena Beth respirou, e respirou, e respirou. Não conseguiu se acalmar. E começou a sacudir a irmã mais velha, que em alguns minutos de terror se imaginou sendo brutalmente torturada pela irmã mais nova.

—Pare! Eu não sou um saco de batatas para você me sacudir assim! Sabe o Baile da Meia Noite?

— O Baile da Meia Noite... — Beth se iluminou. Seu olhar voltou a ser o de sempre, sua pele assumiu o habitual tom de palidez, e a terrível e nem um pouco agradável aura antes sustentada por esta magicamente se dissipou trazendo de volta todo o brilho que normalmente estaria ao seu redor.

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— Deixa-me ver se entendi: Você se apaixonou pelo filho mais velho do Senhor Montecchi, Leigh Montecchi, que por acaso é o sucessor da família Montecchi que a nossa maior inimiga desde sempre e agora como sabe que essa relação nunca vai ser aceita vai fugir com ele, sem dinheiro ou um lugar para ficar, abandonando a sua família e ignorando Castiel, o noivo que papai escolheu para você, e quer minha ajuda, mesmo eu sabendo que você vai passar o resto dos seus dias pobre e sem um pão pra por na boca das dezenas de crianças que vão sair de dentro dessa barriga, algum dia...

—E então...

—Tudo bem. Eu ajudo!

— Eu sabia que você ia me ajudar!

— Claro que vou! E então quando vai ser a fuga?

— Durante o baile da meia noite quando papai quiser oficializar o meu noivado.

—O baile da meia noite? Mas... É o evento do ano! Todas as famílias nobres vão estar presentes! Papai vai perceber se você não estiver lá!

— Não, ele não vai! Por que eu vou estar lá!

— Ah? Como vai fugir e comparecer ao baile ao mesmo tempo?

— E é ai que você entra!

— Eu?

— Sim... — Um sorriso gigantesco abriu-se em seu rosto. Imagine querido leitor, um sorriso maior, mais misterioso, mais malandro do que um “Gato de Chesire”

Um arrepio correu pela espinha de Beth, que já se arrependia de ter aceitado ajudar...

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A noite foi longa... Passou o resto dela entorpecida pelos seus pensamentos. Sua cabeça girava. Mais fazer o que? A vida é assim... Uma noite você vai até o quarto de uma de suas irmãs no meio da madrugada a procura de uma boa conversa, e então você percebe que ela sumiu! Direciona-se para o quarto da sua outra irmã, percebe que ela também deu no pé. Ai é quase flagrada pela governanta, mais consegue escapar. Pega no flagra a mais velha se esgueirando na escuridão como uma ratazana. Volta à primeira cena do crime, onde uma criminosa pensa que cometeu o crime perfeito e diante de tudo perde a paciência, grita, se acalma, agradece a Deus por Fiona já ter tomado as pílulas extra fortes contra a insônia, e acaba por ouvir a criminosa contar uma história de um amor impossível, e um louco plano de fuga. Um plano todo enrolado, metendo um bando de gente no meio. Um plano sem falhas. Um plano PERFEITO!

"Oh yeah, você é uma estranha gata desgarrada

Oh yeah, não se arranhe assim

Oh yeah, você é uma estranha gata desgarrada"

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Existem duas coisas que você precisa saber antes que a minha humilde pessoa termine de narrar essa história. A primeira é que Meredy enviou diferentes cartas para diferentes pessoas tempos antes dos acontecimentos narrados nesse capítulo. A segunda é o motivo pelo qual Beth estava proibida de ir ao Baile da meia-noite...

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Uma semana antes, na sala de jantar da residência Capelletti..


“Meu Deus! E pensar que hoje tudo havia começado tão bem...” — Lamentava-se a irmã menor enquanto levava um considerável pedaço de frango até a boca com a ajuda de um singelo garfo de prata.

A situação querido leitor era esta: Elizabeth estava sendo cortejada. Mas não por um amável cavalheiro de boa posição... E sim por um gigantesco, bruto, e indelicado cavalheiro de boa posição cujo nome era Boris. Só Boris... Nada de títulos honoríficos! “É para nós deixar mais próximos!”. Ou pelo menos era isso que ele respondeu quando Beth o perguntou o “por que” de tal coisa...

E agora lá estava ela sentada ao lado do seu pretendente, observando os olhos gananciosos do pai a cada vez que a palavra “dinheiro” era mencionada, os risos abafados de Helena e as indiretas bem diretas de Meredy em relação ao porte físico e a estupidez do tal de “Boris”, enquanto tentava ao máximo se esquivar dos beijos que ele tentava, sem sucesso, roubar.

E foi em uma dessas indiretas lançadas pela irmã do meio que iniciou um diálogo nem um pouco agradável...

— E então “Boris”... O senhor deve gostar muito de animais, não é? — disse enquanto tentava capturar, com a ajuda de uma colher, uma multidão de ervilhas em seu prato.

— E o que a faz pensar assim, senhorita?

— Percebe-se pelo seu porte físico que tem feito muito esforço para se assemelhar a uma determinada espécie...

—Qual?

— Uma espécie muito rara sem duvida...

—Diga...

— Não se ofenda... Já vi alguns desses na cozinha, apesar de nunca ter visto nessa coloração...

— Desembuche...

—Uma ratazana senhor! Uma ratazana! — O Senhor Capelletti engasgou com o vinho.

— Ora mais...

—Mas não é uma ratazana qualquer... É a maior de todas... A soberana... A número um... A única... A ratazana tingida! — Helena fingiu um ataque de tosse na tentativa de disfarçar a gargalhada. Elizabeth engoliu em seco.

—Mesmo? Eu não sabia que tal ser existia... Sou mesmo parecido com ela? — Essa afirmação saiu limpa e pura, sem um único traço de sarcasmo. Meredy resolveu continuar.

—Claro que parece! Mas o senhor não respondeu a minha pergunta! Gosta de animais ou não?

—Não. Tenho horror a eles! — Boris respondeu

Elizabeth adorava animais.

—E arte? Gosta?

—Não vejo graça.

Elizabeth admirava muito a arte.

— Música? Teatro? Literatura?

—Não de identifico.

Elizabeth amava música, teatro e literatura.

— Não gosta de nada?

—Veja bem... Gosto não se discute! Um exemplo... — Boris olhou fixo em um gigante quadro pendurado na parede atrás do Senhor Capelletti — Veja só aquela pintura... Uma plebeia, suja, estranha e sem dúvida feia! Eu sei que é moda hoje em dia exibir quadros da plebe em determinados recintos... Mais numa sala de jantar já é de-...

Ele foi interrompido por Beth que “sutilmente” levantou-se da cadeira, levantou o braço, fechou o punho e o enviou “gentilmente” em direção ao rosto do homem sentado ao lado dela.

—Lave a boca para falar da minha mãe, seu desgraçado!

Trinta segundos. Esse foi o tempo que levou para que “Boris” pudesse estar jogado no chão, chorando e com um nariz quebrado.

—Bravo!!! Ótimo soco Beth! Ótimo soco! — as irmãs mais velhas gritavam em coro, enquanto o Senhor Capelletti se segurava para não ter um enfarto.


"Oh yeah, você é uma estranha gata desgarrada

Oh yeah, não se arranhe assim

Oh yeah, você é uma estranha gata desgarrada

Eu aposto, aposto que sua mãe não sabe que você consegue morder assim"

Stray Cat Blues - The Rolling Stones




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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? *--*



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