Pulei em uma mesa do Mc Donald's e me sentei na cadeira.

- Ei. - disse Bruno, tão ofegante quanto eu, se sentando ao meu lado. - O que foi?

- Ela não vai mandar em mim. - disse me ajeitando na cadeira.

Bruno's POV

Ela estava nervosa e chateada.

- Mas ela é a sua mãe. - coloquei a mão por cima da sua, tentando acalmá-la.

- Não! Não é. Me criou, me amou... Mas não pode mandar na minha vida desse jeito! - ela falou alto. Fiquei olhando-a, sem conseguir piscar. - Droga. Falei demais.

- Ei... Ei. Me explica. - eu disse, quando vi que ela tentaria desconversar.

- Não é nada. - ela disse virando o rosto e fitando o chão.

- Me diz. - falei de um jeito autoritário, fazendo-a olhar para mim. - Agora.

- Steph é minha mãe adotiva. É tudo que precisa saber. - ela disse se levantando e indo para a fila do lanche.

- E por que não me disse isso antes?

- E por que não me perguntou? - retruquei.

Ela pediu um Big Mac e eu também.

Fiquei tomando minha Coca-Cola enquanto ela bebia seu suco de laranja.

- E então, quem são seus pais?

- Não quero falar sobre isso. - ela disse, fitando o chão novamente. Continuei encarando-a. Ela suspirou. - Eles são da realeza e... - ela me olhou nos olhos. - E...

- E? - perguntei, tetando arrancar mais coisa do que ela me diria.

- E... o "reino" - ela disse rindo da palavra que mais parecia sair de um filme ou de um livro - foi totalmente devastado por camponeses à mando da minha tia que era simplesmente a pessoa mais invejosa do mundo... Então, a minha tia me roubou e me entregou para a minha mãe, a Steph, quando estava começando a carreira aqui na américa.

Fiquei olhando-a, perplexo.

- É, eu sei que parece uma completa invenção da minha cabeça, mas é a verdade. - ela disse remexendo suas batatinhas.

- Nomes. - ela me olhou, confusa. - Quero nomes... Dos seus pais... E etc.

- Ok. - ela disse sorrindo. - Meu pai, por mais incrível que pareça, é de verdade o Thomas. Ele conseguiu fugir da masmorra que a minha tia, Pollyanna, fez... Mas a minha mãe... Emma. - ela engoliu em seco, secando uma lágrima. - Ela continuou presa lá. - e tocou o colar em sua garganta, em formato de coroa. - É a única lembrança que tenho dela.

Toquei seu rosto.

- Calma.

- Eu tô... Eu tô calma. Mas meu pai. Ele estraga tudo! Tudo! Ele nunca tá feliz com nada, sabe? Perder a mamãe o deixou amargo! A culpa de tudo isso é dele. - ela disse apertando minha mão. - Se ele não tivesse traído minha mãe... Se eu tivesse conseguido escapar antes... Se... eu não tivesse me apaixonado! Tantas coisas aconteceram, tantas coisa obscuras aconteceram na minha vida.

- Estou aqui para te escultar. - disse acariciando seus cabelos. - Me diz o que aconteceu.

- Não quero falar sobre isso. Não quero! - ela disse se levantando e tombando com Stephenie.

- Aí está você! Vai pra casa agora. - disse ela, agarrando o cotovelo da garota que... por incrível que pareça não havia me contado seu nome.

- Ei! Espera! - eu disse virando a garota para mim. - Qual é o seu nome?

Ela sorriu.

- Katheryn... Mas me chame de Katy. - e entregou para mim um papel com um número... O seu número de telefone.

- Katy! - gritei, antes de a mãe dela tentar levá-la para longe outra vez.

- Sim? - ela disse gentil.

Lhe beijei rapidamente e agarrei seu braço.

- Segura a respiração. - sai correndo com ela por todo o shopping.

Ouvi suas gargalhadas altas e então comecei a sorrir.

Algo estava se remexendo em meu estômago e eu me sentia feliz só de poder estar perto dela.

Será que... Não! Não mesmo. Acabei de conhecê-la.

Paramos na frente do cinema e compramos dois ingressos para o primeiro filme que veio em nossa na mente.

Já na sala meu celular tocou.

Era uma mensagem do Ryan.

"Ei, cara, esqueceu da festa hoje? Bora, bro, a gente tá te esperando"

Mas quando eu ia digitar a resposta, o filme começou.

Desliguei o celular.

Tanto faz, ele vai sobreviver à isso.