Riot - Tumulto Em Vidas escrita por an0nymous


Capítulo 3
003.




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Todos ficaram assustados. Empurrei Justin pro lado, com toda a força que pude.
– Olha aqui garota. O que foi que eu te fiz pra você ficar me chamando de esquisita? Sinceramente, você pensa que vai mudar alguma coisa na minha vida se você continuar com essas palavras fúteis pra cima de mim? O que você fala de mim NUNCA vai mudar o que eu sou, muito menos minha essência de valores e moral. E quer saber mais? Os incomodados que se retirem, por que se eles fizessem o FAVOR de se retirar, essa escola poderia ser um lugar mais feliz pra todo mundo. Entendeu, ou eu vou ter que desenhar pra loira BURRA E SEM ESCRÚPULOS entender? - ela preferiu ficar calada.
Voltei pra minha mesa, levantei a cadeira do chão, peguei minhas coisas e fui embora daquele lugar.
Pouco tempo depois, andando pelo corredor, procurando apenas obedecer meus instintos, percebi que ele estava me seguindo. Não estou com cabeça pra me preocupar com isso agora.
– Espera aí. - ele me alcançou e segurou meu braço.
– O que você quer? Veio pra me criticar também? Me chamar de o que? Esquisita? Ridícula? Estranha? Como a sua nova amiguinha sempre me chamou desde que eu entrei aqui, no meio desse tumulto?
– Posso falar? - ele olhou pra mim, com aqueles olhos amarelos mel, como que pedisse apenas um espaço de tempo. - Olha, achei legal você ter falado aquilo pra ela. O jeito que você se levantou da cadeira foi épico! Ela não tem direito de falar assim com você.
– Você também não me conhece. Pode soltar meu braço, por favor?
– Desculpa. Eu sei que eu não te conheço, mas sei que você é especialmente incrível.
– Você sabe o que tá falando? Ou com quem está falando? Olha pra mim.
– Sei exatamente o que e com quem estou falando. Volta comigo pra aula? Não quero ficar sozinho.
– Com que cara eu vou entrar lá? No momento, eu sou uma pessoa que precisa achar um buraco e ficar lá pro resto da vida.
– Com essa cara aí entre a testa e o queixo. Por favor.
– Tudo bem. - depois de uma luta contra aqueles sedutores olhos e aquela voz que parecia feita por anjos, eu decidi voltar pra sala. Ah, pra que ter medo? Eu sei muitas coisas dela, muito mais do que se pode imaginar!
Entrei na sala e o Sr. Tights ainda não tinha chegado. Estranhei. Justin pegou na minha mão, atravessou a mesa de Elizabeth, Josh e logo depois a de Hailee e sentou-se. Eu apenas imitei como aquela brincadeira de “O Chefe Mandou”. Eu ri da cara de Elizabeth. Logo depois, percebi que Sr. Tights não viria, pois ele teve um infarto. Mas ele está bem, está no hospital e vai sobreviver.

As aulas hoje passaram rápido, fora que matei a aula de música e acabei perdendo Justin cantando. Hoje é sexta (AMÉM) e eu vou sair com meu pai. Cheguei em casa às 16h, como sempre. Tomei banho, dei um jeito no cabelo (santo secador+chapinha), me maquiei (só um pó, blush e rímel) e vesti minha roupa, que por sinal era linda. Nunca pensei que papai pudesse escolher tão bem, ainda sendo a minha cor preferida: roxo. Terminei de me arrumar quando deram 18h. Meu celular toca e não preciso ver quem está me ligando.
– Como você conseguiu meu número? - sim, quem está do outro lado da linha é Justin.
– Eu pedi, Charlie me deu. - ele riu.
– Eu vou puni-la de alguma forma. O que você quer?
– Eu queria saber se tem compromisso amanhã. Eu quero te levar a um lugar especial.
– Faz dois dias que a gente se conhece e você tá me convidando pra sair? Deixa mais um mês passar e aí você pode recomeçar a fazer isso. - ele riu de novo.
– Desculpa. É que eu não quis esperar. Como você quiser. Tchau.
– Então tá, tchau. - desliguei. Vou ter uma conversa séria com a Charlie segunda. Ela não podia ter feito isso.

Fiquei esperando meu pai e ele está lindo como nunca. Tudo bem, meu pai é do tipo de homem que sempre atraiu menininhas, embora tenha pra lá de seus 35 anos. Sempre elegante, devido ao trabalho, no quesito “cavalheiro” meu pai também nunca deixou a desejar.
Embora a ideia me incomodasse, depois do acidente, o papai não tinha ficado com nenhuma outra mulher.
– Oi filha, tudo bem? - ele me deu um beijo na testa. - Como foi na escola hoje?
– O mesmo de sempre pai. Normal. A não ser pelo garoto novo que entrou e é minha dupla em metade das matérias.
– E você gosta dele?
– Eu tenho que me dar bem com ele, até por que somos dupla em muitas matérias, então eu sou obrigada a gostar.
– Não assim né Cat. Do outro jeito.
– Ai pai, não! Que ideia. - rimos juntos. Chegamos ao local, meu pai entregou a chave ao manobrista e entramos.

É, tinha que admitir. O lugar era mais ou menos o “restaurante que seu namorado tem que levar pra começar o namoro”. Tinha uma decoração meio medieval, com grandes portas e candelabros de vidro. Mesas de madeira com toalhas vermelhas e num corredor que levava ao salão tinham quadros e espelhos com molduras bem antigas. O recepcionista nos levou à mesa, sentamos.
– Filha, é sério, como vai a escola?
– Por que o senhor está perguntando isso? Eu já falei que tá tudo bem.
– E aquela talzinha, a Elizabeth. Parou de implicar contigo?
– Acho que depois de hoje, ela não implica mais.
– Por quê?
– Hoje eu e ela tivemos uma conversa no mínimo interessante. - então contei, em detalhes, o que aconteceu. Ele começou a rir.
– É, ninguém é páreo pra minha menininha.
– Menininha? - ri pelo nariz. - Ai, eu vou ao banheiro, volto já.
– Você sabe onde é? Bom, eu vou ficar na cabine do manobrista.
– Eu pergunto onde fica. A gente se vê lá. - saí da mesa. Claro que eu sabia onde era o banheiro. Fui pelo corredor e cheguei. Depois de passar um gloss (para a alegria do meu pai) eu fui para a fila do manobrista.




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