Já faz três meses do ocorrido, pois ainda tentava entender se aquilo foi real, ou se foi tudo da minha imaginação. É ridículo de a minha parte acreditar que poderia ser verdade, mas infelizmente eu acredito. Confesso que desde aquele dia toda noite fico olhando para fora na esperança, que talvez ele apareça novamente. Esses dias no trabalho me perguntaram o porquê de estar tão cansada, eu dei uma desculpa de estar muito preocupada com minha família. Pois faz dois anos que não os vejo, só tendo noticias pela internet ou carta, já faz dois anos que me mudei para a Coréia do Sul. Minha vontade era de largar tudo e voltar para o Brasil. O problema é que se voltar, vou ter que aturar todos aqueles problemas que acontece dentro de casa, novamente. Ou seja, prefiro ficar só.

O inverno havia chegado de vez, as árvores estavam carregadas de neve, os animais estavam escondidos em algum lugar por essa natureza congelada. E Eu havia acordado cedo na manhã para procurar o meu gato Dechane,ele desaparecerá há Três semanas atrás.

Desde aquela noite na qual ele aparecera na minha cozinha, eu tinha criado um vínculo; e ele era meu companheiro para todas as horas, amava aquele gato com se fosse um filho para mim. E agora estou aqui numa rua coberta de neve, tremendo de frio, mas ainda na esperança de encontrar algum vestígio do bichano. Saindo da minha distração, ouvi alguém gritar ofegante o nome “Sion”,eu olhei e vi um cachorro da raça labrador cor caramelo, correndo na minha direção.

–SION,ME ESPERE!-A menina com uma carinha de criança gritava desesperada e muito ofegante. No segundo seguinte,quando o cachorro cruzou comigo,o agarrei pela guia. A menina diminuiu o passo com uma expressão aliviada no rosto. -Muito obrigada, ele sempre foge de mim quando algum gato cruza nossa frente. -Ela disse parando na minha frente, pegando a guia das minhas mãos.

–Você disse gato?!-disse num tom de desespero, com uma pontinha de esperança se formando no meu peito. -Que cor era?-Minha voz havia saído esganiçada pela euforia. A menina olhou de Sion para mim. Acho que ela estava pensando, ou até com medo de responder pelo fato de minha voz ter saído naquele tom. -Acho que era cinza, não lembro ao certo. Por quê? você tá procurando o seu?Posso ajudar?....Quer dizer, deixa pra lá- olhou para Sion novamente dando um meio sorriso.

Deixei a pergunta no ar. A esperança que eu havia depositado quando ela disse “gato”, foi em vão. Pensando bem, como sou tola. Pois há vários gatos por esses becos, teria uma em um milhão de chances se fosse o meu. Estudando-me curiosamente, esperando que eu falasse alguma coisa, mas desviou o olhar para seu cachorro novamente. Abrindo a boca pra falar uma coisa, mas uma voz de longe que gritando seu nome interrompeu no exato momento, em seguida fechou a boca e olhou para trás.

–Danielle, você mão deveria estar nesse frio!-O rapaz falou num tom de reprovação olhando sério pra ela. O cabelo dele era roxo (minha cor favorita) que fez olhar pra ele, o admirando sem perceber. -Vai pegar um resfriado mocinha!-Danielle deu um sorriso e o beijou a bochecha. – Já estou indo pra casa Junnie.- olhou para mim sorrindo.-Quer vir conosco...como você se chama?-Ela me perguntou ainda sorrindo. –Me chamo Flávia e...- Me interrompendo sem menos eu terminar minha frase.- Eu sou Danielle.-Disse animadamente.-E Esse é o JunHyung,mas todos chama de Joker ou Junnie.-Apontou para Jun, dando a guia de Sion para Jun segurar e pegou uma das minhas mãos livres,me puxando.-Vamos,vai ser divertido!

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A casa deles era moderna, linda por sinal. Mas eu ficava pensando como alguém tão jovem poderia ter casado tão cedo. Sim eu deduzi que ela era novinha pelo fato de ter uma carinha de bebê. Ou eu que estou velha demais?Não, tem gente que prefere compromisso mesmo, eu já sou de curtir cada momento livre. O interessante que eles não combinavam nem um pouco, mas que sou eu para dizer quem deveria combinar, ou não. Cada um tem seu jeito, mas ela era muito fofinha e ele um pouco fechado. Não conseguia vê-los como um casal.

Ele abriu o portão e deu passagem pra nós entrarmos primeiro, em seguida entrou atrás e fechou o portão com um estrondo. Parecia que estava com raiva sei lá. No caminho pra cá, ele também não falou uma palavra, enquanto Danielle falava sem parar.

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Dentro da sala de visitas encontrava um grupo de cinco rapazes de cores de cabelo diferentes um do outro, e cada um com uma beleza diferente. Fiquei encantada com todos, principalmente o moreno que me estudava com uma expressão séria.

Ainda de pé ao meu lado, Danielle fez as apresentações tentando animar aquele povo, que pareciam mortos, mas nem me atrevi a perguntar o que havia acontecido, era recém-chegada ali e esse assunto não cabia a mim. Seja lá o que estivesse acontecendo.

Os nomes dos rapazes eram DooJoon,HyunSeung,DongWoon,GiKwang e YoSeob. Fiquei feliz por descobrir que o nome do moreno era DooJoon,mas fiquei decepcionada por ele não demonstrar nenhuma emoção quando Danielle me apresentou, igual aos outros demonstraram.

DongWoon bateu no assento do sofá,fazendo sinal para mim sentar ao seu lado.Eu hesitei um pouco,pelo fato de DooJoon estar em uma das pontas e DongWoon na outra.Queria e não queria sentar no meio dos dois,pois talvez fosse nada demais, suspirei baixo e fui em direção ao assento, me acomodando um pouco tensa.

Danielle Sentou-se no colo de YoSeob,o mesmo entrelaçou suas mãos na cintura de Danni. O que me pegou de surpresa, pois eu pensava que o marido, ou namorado dela fosse o JunHyung.Estudei o último cautelosamente e vi uma expressão de dor no rosto,ao ver os dois distribuírem carícias.Me toquei naquela hora.Claro, Todo aquele mau humor de antes,era porque ele deveria entregar a garota que ama para outro e esse outro era seu melhor amigo....acho.Para falar a verdade eu senti a mesma dor ao ver aquela carinha de sofrido.

–Então...Você não é daqui Flávia?-Uma voz sussurrada do meu lado, me tirou do devaneio que a pouco eu estava; olhei para o lado e vi DongWoon olhando pra mim,esboçando um lindo sorriso.-Sou brasileira,porque?-Disse atropelando as palavras, o que fez rir. – Nada, só curiosidade mesmo-Ele disse por fim e eu assenti.-E também você tem um cheiro bom, me...-DongWoon interrompeu-se e logo em seguida saiu correndo para o jardim coberto de neve lá fora.Sem dizer uma palavra DooJoon o seguiu.

Fiquei ali sentada tentando digerir o que acabará de acontecer, minha curiosidade já estava coçando, minha vontade era de ir atrás e o que eles deveriam estar fazendo. O problema era aquele pessoal reunido ali, e ficaria mal de minha parte se eu fosse espreitar alguém. A cada minuto minha vontade aumentava, eu já estava ficando louca, e ao ponto de chorar. Pode acreditar?Queria chorar por não ficar a par dos acontecimentos. Cinco pares de olhos olhavam para mim estupefatos, será que dava pra ver minha expressão naquele momento?Será que estavam esperando eu explodir ou coisa parecida?Bem eu não sei.

Levantei-me dando uma desculpa que estava me sentindo sufocada e precisava sair um pouco para fora. Os cinco assentiram. Danni até se ofereceu para ir comigo, mas eu dispensei sua companhia. Talvez tivesse soado grosso da minha parte, mas precisava sair dali o mais rápido possível.

O quintal estava congelado, meu corpo inteiro tremia. Odeio quando minha curiosidade fala mais alto que a razão, pois sempre acabo me dando muito mal. As árvores estavam com camadas de neve grossa nos galhos, e só de tocar já me davam arrepios severos. Enfiando-me entre os arbustos, vi uma cena deplorável. Vi DongWoon e DooJoon sujos de sangue,mas um era a boca e um pouco das roupas; e o outro era o pescoço, as roupas também.Fiquei pálida e meu coração se acelerou.Estava tão assustada, que sai do meio dos galhos fazendo um estrondo. Escutando passos vindos atrás de mim, tentei aumentar a velocidade dos meus. Para variar sem sucesso algum, pois logo senti alguém me puxar pelo braço.

–As crises dele têm aumentado a cada dia. E só você pode resolver o problema.