Melody Pov.

Acordei com um barulho alto, quando consegui sair do estado sonâmbula notei que a porta do quarto parecia que iria cair, levantei correndo e abri.

–MÃE? – Disse encarando minha mãe assustada.

– Sim, eu, porque não abriu a porta? Estou aqui batendo há uns cinco minutos – Disse minha mãe meio revoltada.

– Talvez porque eu estivesse dormindo – Falei irônica, afinal eram duas da manhã, notei quando olhei o relógio da parede.

– Bom, eu vim aqui pra saber por que sua irmã não passou lá no meu quarto pra me dar um beijo de boa noite como ela sempre faz – Disse ela de cara fechada, minha irmã era filhinha da mamãe – Aliás, cadê ela?

Nesse momento me subiu um frio pela espinha, minha mãe não podia saber que a filhinha ‘’santinha’’ dela não estava no quarto, e bom era de madrugada já. Eu sei que odeio minha irmã, mas não posso deixar ela se ferrar porque tenho uma dívida com ela, já que uma vez ela me ajudou a ir a uma festa que meus pais não me deixaram ir.

–E-ela... hã, TÁ NO BANHEIRO, sabe comeu porcaria daí já viu né – Falei.

– Ai Meu Deus, coitadinha, me deixa entrar pra ver ela – Disse minha mãe me empurrando pra entrar no quarto, mas antes que ela conseguisse eu a barrei.

–NÃO – Gritei - Quer dizer – Continuei quando ela me olhou desconfiada - Nós não temos remédio aqui, porque você não vai lá ao seu quarto pegar um? – Disse começando a suar frio, eu era péssima em mentiras.

– Certo, já volto então, VIU BEBE NÃO SE PREOCUPA MAMÃE JÁ VEM COM O REMÉDINHO – Gritou ela antes de se virar e ir em direção ao seu quarto.

Quando ela entrou no elevador, o quarto dos meus pais eram três andares acima do nosso, eu sai correndo pelo corredor sem nem fechar a porta.

Corria tentando lembrar o quarto do senhor covinhas, era lógico que minha irmã deveria estar lá.

Logo achei o quarto que eu havia invadido mais cedo e comecei a bater com toda a minha força.

Demorou alguns segundos pra alguém abrir a porta completamente enfurecido.

–MAS QUE PORRA É ESSA? – Disse um Harry Styles muito irritado, mas não era bem nisso que eu estava prestando atenção, e sim no fato dele estar apenas com uma cueca boxer preta na minha frente, com o cabelo completamente bagunçado e uma cara de sono.

Tentei rapidamente recobrar minha consciência que nesse momento só tinham pensamentos impuros.

–Minha irmã, eu preciso dela – Falei tentando olhar pra dentro do quarto para achá-la, mas o corpo de Harry impedia.

– Sua irmã não está aqui, e eu estava dormindo – Ele disse ainda emburrado, mas do nada abriu um sorriso olhando para meu corpo.

– Mas sabe, acho que acabei de perder o sono, e você pode me ajudar a recuperá-lo – Falou com um sorriso safado brincando em seus lábios.

Nesse momento me toquei que eu estava com um short minúsculo e apenas de top, e claro meias, que merda, mas antes de começar a bater naquele garoto eu tinha que me focar, afinal minha mãe apareceria a qualquer minuto.

–Como assim ela não está com você – Falei ignorando aquele comentário.

– Simples, ela meio que enlouqueceu, DE NOVO, no meio do jantar, então quando terminamos de comer eu disse que precisava ir e ela ficou gritando no restaurante, isso foi lá pelas nove horas – Falou.

–Nove? Vocês saíram as oito – Disse.

–Eu comi rápido pra não ter que aturar mais nem um segundo daquela tortura – Ele falou com uma careta me fazendo soltar uma risada. Quando ele viu que eu estava rindo ele abriu um sorriso, mas antes que ele fizesse mais um comentário inapropriado, eu falei.

–Olha, eu realmente preciso achá-la, minha mãe vai enlouquecer se daqui a um minuto ela não estiver na cama – Falei meio desesperada.

–Você não vai conseguir encontrá-la em um minuto – Ele disse me avaliando.

–Eu sei – Falei.

–Eu posso te ajudar se você quiser, mas vai ficar me devendo – Ele disse.

– Certo, e como você pretende me ajudar? – Aceitei já que estava desesperada. Meus pais não podiam saber que dormi fora de casa aquele dia da festa que nem era pra eu ter ido, e com certeza Johanna contaria se ela se ferrasse hoje.

– Eu tive uma ideia, já fiz isso pra minha irmã uma vez – Ele falou entrando no quarto.

Vi ele botar uma calça de moletom, GRAÇAS A DEUS, e logo em seguida fechar a porta.

– Vem comigo – Falou agarrando meu pulso e me puxando.

Quando chegamos à metade do caminho vimos que o elevador estava andando, ou seja, ou alguém é sonâmbulo e estava usando o elevador a essa hora da noite, o que era muito improvável, ou era minha mãe chagando. Comecei a correr com Harry.

Cheguei ao meu quarto no momento que escutamos o barulho do elevador parando no nosso andar. Fechei a porta correndo e olhei desesperada para Harry que olhou para uma das camas e correu se dirigindo para ela. Vi Harry entrar debaixo do edredom e puxá-lo até tapar a cabeça.

Eu já ia começar a gritar com aquele garoto, que tipo de plano era aquele? Nunca daria certo, mas antes que eu conseguisse fazer alguma coisa ouvi a porta ser aberta.

– Filha, achei o remédio, onde está sua irmã? – Ela disse logo botando os olhos na cama.

– Shhhhh, ela recém conseguiu pegar no sono, é melhor não acordá-la – Falei.

–Mas e o remédio? – Perguntou preocupada.

– Quando ela acordar eu dou pra ela, mas como ela dormiu é melhor não abusar da sorte, vai que ela não consegue dormir de novo – Disse fingindo pena enquanto olhava para a cama onde Harry estava.

–Tudo bem – Falou ela entrando no quarto e se dirigindo para a cama onde Harry estava, entrei em pânico.

–O que você está fazendo? – Falei sussurrando desesperada.

–Vou dar um beijo de boa noite nela – Falou ela se inclinando para puxar a coberta.

–Não, ela vai acordar, tem o sono muito leve, sou eu quem não acorda nem se apertarem uma buzina no meu ouvido – Disse tentando me controlar ao mesmo tempo em que puxava minha mãe pelo braço.

–Você tem razão, é melhor deixá-la dormir, mas ela vai morrer asfixiada desse jeito – Ela disse.

Harry Pov.

Merda, onde eu fui me meter, porque inventei de ajudar essa garota? Agora to aqui quase asfixiado e essa mulher não sai do quarto nunca.

Ouvi Mel dizer novamente pra não tocar em mim e que tudo ficaria bem, que ninguém morreria asfixiado, o que eu estava começando a duvidar.

Logo depois ouvi o barulho da porta sendo aberta e logo em seguida fechada novamente.

Tirei o edredom de cima de mim e puxei o ar com toda a força que eu podia. Assim que me recuperei o suficiente de quase morrer de falta de ar e de ataque do coração, olhei na direção de Mel e logo me lembrei do porque ter ajudado ela. Simplesmente porque ela estava incrivelmente sexy naquela roupa, se é que aquilo era uma roupa, ela devia ter ficado desesperada que nem notou que estava seminua, praticamente.

– Não acredito que isso deu certo – Ela falou rindo ainda um pouco assustada – Você está bem? – Ela perguntou parando de rir.

–Sim, mas posso ficar melhor – Disse levantando e me aproximando dela.

Ela me olhou um pouco assustada e nervosa e a cada passo que eu dava em sua direção, ela dava um para trás, até que se encostou à parede e eu consegui alcançá-la.

–Harry, sério, obrigado, você me salvou, mas agora você já pode ir embora – Ela disse quando eu toquei na sua cintura.

– Pensei que tivesse salvado sua irmã – Disse enquanto ela tentava tirar minha mão de cima dela.

– Na verdade, se eu não a salvasse eu quem estaria mais ferrada – Disse.

– Agora fiquei curioso, explica melhor – Falei encarando ela, mas dando um espaço.

– Se você me soltar eu falo – Disse, como sou curioso soltei, mas continuei perto sem sair do lugar, impedindo-a de se mexer.

–Ainda não estou confortável – Falou enquanto olhava para minha barriga, me deu uma imensa vontade rir.

– É o máximo que você vai conseguir – Disse, mas assim que vi ela levantar o olhar e começar a me encarar prestes a explodir eu me afastei.

Já tinha visto aquela ruiva irritada e nesse momento não custava eu evitar isso.

–Ok- Ela falou mais calma sentando em uma das camas enquanto eu sentei na outra – Por mais que eu odeie minha irmã eu tenho uma divida com ela, uma vez eu queria ir a uma festa, foi há uns três meses atrás – Falou pensativa, enquanto eu prestava atenção – Meus pais não me deixaram ir, minha irmã me ajudou e eu consegui sair de casa, eu tinha combinado que voltava as três da manha, mas acabei chegando em casa só as oito, e mesmo assim ela me acobertou, e pela cara dela não tinha sido fácil, então ela me disse que se ela se ferrasse um dia, e eu de alguma forma pudesse ter ajudado, ela iria contar para eles, daí descobri que ela não tinha feito aquilo pra me ajudar e sim para ajudar a si própria - Falou.

– Certo, e porque você só chegou em casa às oito? – Falei sorrindo e logo Mel tinha as bochechas e as orelhas da cor do cabelo, não me aguentei e comecei a rir.

–Não te interessa e para de rir retardado – Disse fechando a cara.

–Safadinha você hein, não imaginei você assim – Falei olhando pra ela maliciosamente.

–Cala a boca, como se você não fizesse isso todos os dias – Falou ela se levantando irritada.

–Se você quiser satisfazer seu apetite sexual eu sou todo seu – Falei enquanto ela abria a porta.

–Cai fora, você tá começando a fazer eu me arrepender de ter aceitado sua ajuda – Falou ainda vermelha.

Eu me levantei e puxei-a pelo pulso fazendo com que seu corpo batesse com força no meu, no mesmo momento em que fechei a porta com a outra mão.

Ela me olhava perplexa, e antes que ela começasse a gritar e me bater colei minha boca na sua, a senti ficar tensa com isso, mas logo ela começou a me dar tapas no braço com a mão livre enquanto tentava se soltar.

Afastei meus lábios já que ela não cedia e segurei seu outro braço empurrando-a contra a parede, coloquei seus dois braços em cima de sua cabeça.

–Me larga seu idiota, ME LARGA – Ela começou a gritar e se debater.

Cheguei novamente perto de sua boca, mas antes que pudesse beijá-la desviei e encostei meus lábios em seu pescoço, apenas roçando eles e dando leve mordidas, senti ela se arrepiar toda, comecei a subir os lábios até sua orelha e nesse momento ela parou de se mexer.

–Eu sei que você também quer – Sussurrei mordendo sua orelha enquanto a senti estremecer. Acho que descobri o ponto fraco da ruivinha.

Tenho que admitir eu queria muito beijá-la, o jeito que ela era brava me excitava tanto quanto me irritava, e ela também estava pedindo pra eu agarrá-la vestida daquele jeito.

Melody Pov.

Eu tentava a todo custo me soltar daquele garoto, ele era tão abusado, não pode ficar por ai agarrado as pessoas. Ele tinha me encostado na parede e eu tentava soltar meus pulsos que ele prendia em cima da minha cabeça enquanto pressionava meu corpo contra a parede. Tinha que parar de pensar o quanto aquilo parecia tão sexy.

Mas quando ele começou a roçar os lábios no meu pescoço eu pensei que iria morrer, e tentei me soltar mais ainda antes que eu não respondesse mais por mim. Quando ele sussurrou com aquela voz rouca no meu ouvido, eu nem mesmo entendi o que ele disse de tão zonza que fiquei, e depois mordeu minha orelha, a única coisa que eu pensei foi que eu estava ferrada.

Fechei os olhos sentido todo o arrepio passar por meu corpo, e então novamente senti seus lábios pressionando os meus, quando ele pediu passagem para aprofundar o beijo eu nem se quer pensei em recusar dessa vez. Estava chupando seu lábio inferior enquanto sentia sua língua nos meus. O beijo foi ficando mais rápido, e sua língua explorava a minha enquanto ele pressionava mais ainda seu corpo contra o meu, senti sua barriga encostar-se à minha já que eu estava só de top e ele sem camisa, ele se arrepiou e parou o beijo. Senti sua boca voltar para meu pescoço dando leve mordidas e chupões, aquilo estava me enlouquecendo. Ele soltou meus braços e logo suas mãos estavam na minha cintura me apertando e puxando com força, minha mão foi para seu pescoço e a outra para seu peito.

Puxei levemente seu cabelo fazendo com que ele parasse de beijar meu pescoço e voltasse para meus lábios, dei um suspiro quando senti Harry acariciar a parte das minhas costas que estavam nuas e senti ele sorrir durante o beijo. Comecei a arranhar de leve seu pescoço e ele estremeceu. Coloquei minhas mãos em seu peito e fui o empurrando para trás até cairmos na cama, fiquei em cima dele naquela cama de solteiro e comecei a beijar seu pescoço, o ouvi gemer baixinho e estremeci por dentro. Harry colocou suas mãos nas minhas coxas apertando-as, voltei a beijar sua boca com mais urgência e arranhei seu peito um pouco mais forte.

–MAS QUE MERDA É ESSA? – Ouvi um grito vindo da porta e cai da cama – O que tá acontecendo aqui? – Vi que minha irmã gritava da porta do quarto.

Olhei para ela e depois para Harry e vi que ele parecia tão tonto quanto eu deveria estar, e bem, também dava para notar algo pressionando sua calça.

– Eu que devia estar gritando com você – Eu disse enquanto me levantava e via que ela estava olhando para a virilha de Harry que nesse momento sentou na cama emburrado.

– Agora sim que eu realmente detesto você – Ouvi ele dizer antes que Johanna falasse alguma coisa.

– Você sabia que eu tive que me virar nos trinta pra salvar sua pele? – Perguntei pra ela ignorando Harry.

–Como assim? – Disse ela confusa olhando pra mim e para Harry alternadamente.

– Sua mania de sempre ir dar um beijinho de boa noite na mamãe quase ferrou com a sua vida, e a minha devo acrescentar – Falei cruzando os braços e ouvia Harry começar a gargalhar.

– Eu, quer calar a boca garoto – Disse ela irritada para Harry que não conseguia para de rir – Bem, se é isso, obrigada, mas o que ele está fazendo aqui, e porque vocês estavam quase se comendo?

Nesse momento senti minhas bochechas queimarem de novo.

– Eu, hormônios – Falei fechando a cara, e Harry riu mais ainda se curvando para frente – Dá pra você parar de rir idiota?

– Agora eu sou idiota? – Ele disse parando de rir e olhando pra mim com um sorriso de canto – E pensei que você me amasse – Falou ele voltando-se para minha irmã.

– Não depois de você me chamar de louca e me deixar plantada no restaurante – Disse minha ela cruzando os braços o olhando irritada.

– Tem razão – Ele falou levantando rápido da cama e agarrando minha cintura ao mesmo tempo em que se curvava para perto de mim – Amanhã terminamos o que fomos obrigados a interromper – Ele sussurrou no meu ouvido no mesmo momento em que o empurrei com toda força fazendo ele me soltar.

– Cai fora e nunca mais encosta em mim – Disse enquanto continuava empurrando-o até a porta.

– Sabe, você é bem selvagem, adoraria que sua irmã não tivesse atrapalhado, agora vou ir pro meu quarto sonhar com o que teria acontecido se ela não tivesse nos interrompido – Disse ele antes de eu bater com a porta na sua cara.

– Não teria acontecido nada idiota, e nunca vai acontecer – Gritei e o ouvi rindo através da porta.

– Agora você pode me explicar o que aconteceu? –Perguntou minha irmã um pouco perplexa e de braços cruzados quando me virei.

–Depois, agora preciso de um banho gelado – Disse me dirigindo para o banheiro e trancando a porta.