Promessas Inquebráveis - HIATUS escrita por Firefly Anne


Capítulo 4
Lábios Doce Como Mel


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi! *-* Primeiramente eu queria agradecer por TANTOS comentários. Gente, por favor, vocês me deixam andando em nuvens com tanto carinho, sério. ♥ Essa fanfic está sendo realmente importante para mim, além de ser um desafio. É a primeira vez que escrevo não dramas e um casal de adolescentes (13/15 anos), e a experiência está sendo ótima! Espero muito que o sentimento seja recíproco! haha
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Enfim, trago para vocês mais um outtake de "Promessas Inquebráveis". No primeiro capítulo eu avisei que teríamos três extras, e esse está sendo o último, se eu fosse seguir aquela lógica. Contudo, estou lançando a pergunta: vocês desejam que eu faça mais algum extra? Por favor, não se esqueçam de responder.
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Boa leitura! :)



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Extra III — Lábios doce como mel

[...]


Naquela noite eu adormeci perfeitamente bem. Sonhei com flores, uma bela campina e com um intrigante garoto com os olhos cor de grama. Um sorriso bobo incinerou a minha face até o momento em que eu me entreguei para a inconsciência.

Quando acordei, eu estava estupefatamente bem. Não havia aquele mau-humor matutino; eu disseminava sorrisos até mesmo para um batalhão de formigas que estavam cercadas em um doce em cima da minha mesa de estudos.

— Acordada tão cedo, Bells? — meu pai me perguntou assim que me viu passar pela entrada da cozinha.

— Hum... — aproveitei que havia dado uma mordida em minha maçã para pensar em uma desculpa para oferecer aos meus pais a respeito da minha saída esta manhã. — Vou andar de bicicleta.

— Com Alice? — indagou Renée. Ela passava pasta de amendoim em sua torrada.

— Sim... — e então eu me repreendi mentalmente, porque havia uma chance grande demais para ser descartada que Renée ligasse para a casa do Doutor Cullen e verificar se a minha saída com Alice era realmente verdadeira. Renée é desconfiada demais. — Não. — neguei, sentindo-me rapidamente gelar com o içar de sobrancelhas de Renée.

— Na verdade eu estou pensando em ir sozinha — provavelmente o meu rosto estava assumindo todas as colorações existentes em um arco-íris tamanho era o meu rubor.

Eu tinha que praticar essas desculpas a dar para os meus pais.

Quer dizer, eu já estava supondo que Edward viria me visitar mais vezes?

Balancei a minha cabeça, incrédula, com a minha própria conclusão. Afinal, talvez ele só tenha se deslocado até Forks por se sentir na obrigação de cumprir a promessa que ele me prometeu, aquele sábado. Quem iria me garantir que ele realmente estava com saudades de mim?

Murchei por dentro quando esses pensamentos negativos me atingiram.

Eu era assim: irresoluta demais, e talvez tão melindrada quanto Renée. Julgava a minha mãe, mas eu era parecidíssima, nesse aspecto, com ela.

Talvez seja a hereditariedade.

Não, eu não quero ser como Renée. Ela é ranheta demais, e eu prefiro ser como eu sou — alienada —, bem como Renée me diz várias vezes. Minha mãe tem a incrível graça divina de me derrubar de altas nuvens, quando estou sonhando com o meu príncipe encantado.

Ah, se Renée soubesse que meu príncipe realmente existia.

E que ele estava em Forks, eu não poderia esquecer esse detalhe. Eu não sei como ele chegou à Forks, mas eu tenho certeza que não foi em um cavalo. Muito menos branco.

Claro que ele não era de aparência e contornos pintados por uma mão humana ou algum programa de computador; ele era de carne e osso e possuía sentimentos e emoções, assim como eu. Seu nome era Edward, ele tinha os olhos verdes mais brilhantes que eu já conheci, e ele estava aqui... Por mim e para mim.

E isso era tudo o que me importava.

Eu iria me casar com ele. Sim, nós iríamos nos casar, mas não por agora, eu sou muito nova, e não estou preparada para fazer aquelas coisas que mamãe diz que “são situações de adulto”.

São coisas de gente grande, mas eu jamais vi Renée ou Charlie se beijando.

Como era beijar?

Era uma coisa estranha, afinal como ter os lábios grudados com os de outra pessoa seria bom? Parecia nojento. E talvez mamãe concorde comigo, porque ela nunca beija Charlie.

Talvez porque ela sinta dor.

A boca tem dentes, e dentes quando adicionados a uma equação envolvendo lábios gera um resultado doloroso demais.

Ao menos quando — sem querer — mordo a língua sinto uma dor lacerante que me gela os ossos.

— E porque suas duas bicicletas estão separadas, Bella? — Renée perguntou-me. Contra a minha vontade fui derrubada dos meus devaneios mais profundos.

— Hum... Acho que vou trocar o pneu? — crispo a testa.

Eu estava entrando em uma teia.

Renée parecia uma personificação do Spider Man, na versão feminina do personagem. Renée seria uma espécie de Spider Girl. Ela estava me pescando em minha própria contradição.

Sinto raiva de Renée por ela ser tão capciosa.

Ela poderia ser como Charlie, que aceita as minhas desculpas sem me questionar algo mais.

O mundo seria mais formoso se existisse um exército de Charlie’s espalhados por aí.

Eu seria muito feliz seu o meu professor de cálculos aceitasse às minhas constantes desculpas, e que meus atrasos na entrega dos trabalhos eram porque o bichano fedido da vizinha adorava comer papel.

Ele nunca soube que não tenho vizinha.

E nem que gatos não possuem gostos tão... Peculiares, como comer papel. Mas o que eu sei sobre felinos?

— Bella, — minha mãe começou. Renée pousou os talheres em cima da mesa, pondo os cotovelos na madeira e apoiando o queixo contra a palma.

Eu pressentia que ela iria fazer alguma censura, mas meu pai a interrompeu antes que ela começasse o seu sermão.

Por isso eu amo o Charlie.

— Deixe a garota se divertir, Renée. Bella é uma criança!

Queria muito contrariar o meu pai e lhe dizer que eu não era uma criança. Eu era uma mocinha, ao menos não é isso que dizem que a garota se transforma quando têm o seu primeiro pesadelo transformado em realidade?

— Charlie... — Renée tentou contrariar.

— Pode ir, Bells.

Obedeci prontamente, é claro. Eles são adultos, eles que se resolvam!

Corri para fora da cozinha, indo até o fundo da residência buscar as duas bicicletas. Não foi uma tarefa fácil, contudo. Eu era magricela e as duas juntas pesavam o dobro do meu peso.

Por sorte eu consegui chegar até o lugar marcado com Edward.

E ele estava lá. Divinamente perfeito e o detalhe mais primoroso: ele estava à minha espera.

Inspecionei todo o seu corpo, ficando divinamente apaixonada por sua camisa de gola V na cor azul celeste. O dia em Forks estava ameno. Não fazia o sol tão típico da Califórnia, mas também não estava congelada como o Polo Norte — apesar de Forks ser uma das cidades mais frias de Washington. A calça que ele vestia era semelhante a um caqui. Edward era um Apolo. Controlei um riso preso na garganta ao pensar nos deuses mitológicos. Concentro-me em Edward e no fato que ele está vindo à minha direção. Começo a hiperventilar e as minhas mãos corriqueiramente ficam trêmulas com a expectativa da aproximação.

Edward correu para me ajudar, e eu agradeci. Minhas mãos comemoraram quando pude sacudi-las finalmente. Ele me ofereceu um sorriso quando estávamos pertos o bastante.

— Obrigada — murmurei, ainda brincando com os nós dos dedos. Minha palma estava avermelhada, mas havia valido a pena esse esforço. Muito.

— E então, aonde nós iremos? — ele perguntou-me, montando em sua própria bicicleta. Eu queria, por um momento, não ter trazido duas. Assim sendo, nós não precisaríamos ficar distantes; estaríamos praticamente grudados. Talvez ele me abraçasse.

Eu gostaria que ele me apertasse.

— É uma praia que fica na reserva. La Push — lhe respondo.

— Uma praia? — ele instantaneamente para.

Repito o seu ato e também me detenho.

— Sim — confirmo.

— Bella, — ele coça a nuca, Edward quer me dizer algo. Talvez ele não se sinta à vontade para sairmos juntos, sozinhos, para uma praia que ficava a cerca de uma hora e meia de Forks. — Eu não trouxe roupas para... entrar na água. Aliás, apesar de não estar chovendo, está frio!

Encabulada, eu fito os meus próprios pés. Burra, burra, burra, burra! Grito em meus próprios pensamentos com a minha estupidez. Manejo a bicicleta para que eu pudesse fazer a curva e voltarmos em direção à minha casa.

Eu queria chorar.

— Bella, espere! — Edward me chama e, como eu não consigo e nem possuo forças para ignorá-lo, eu me viro em sua direção. — Hum... — ele titubeia.

— Nós estamos voltando, Edward.

— Oh, sim. Não. Espere — mais uma pausa. Eu já estava ficando irritada com a hesitação dele. Tudo bem, eu poderia ajudá-lo e dar um fora em mim mesma se isso poupasse o seu trabalho e o seu receio em me magoar. Quer dizer, eu não estava irritada com suas pausas, eu estava encantada com o bico que se formava em seus lábios rosados e nas linhas que sua testa formava ao crispar a pele alí exposta.

Meus pensamentos eram a incongruência em pessoa.

— Edward... — tentei começar.

— Você quer ir até a praia da reserva, então nós iremos — ele sorri para mim. E eu desmorono. Seguro mais firme na bicicleta ou ao contrário eu despencaria ao chão. — Eu não me importo em voltar com as roupas molhadas.

[...]

Quase uma hora e meia depois, cansados demais para conseguir fazer algo, Edward e eu chegamos até a praia da reserva. Como o esperado, o lugar estava deserto. No começo da semana eu escutei um comentário que um grupo de estudantes havia organizado uma trilha pelas redondezas, por isso La Push estava vazia. A praia costumava ser o point de encontro entre os estudantes, no fim de semana. Nunca estive presente em uma dessas festas, mas Alice me contou uma vez, que Charlotte tinha contado para ela que sempre havia um luau ou então eles se reunião em frente a uma fogueira para contar histórias de terror, fazerem algum tipo de brincadeira ou simplesmente tostar cogumelos.

— Longe demais — Edward comentou ao meu lado.

Estávamos os dois, deitados, na areia fitando o céu com algumas nuvens cinza, cobrindo boa parte do azul.

— Desculpe por ter me esquecido de trazer alimentos — disse. Eu estava tão entusiasmada com o meu encontro (mas que não era um encontro de verdade) com Edward que havia me esquecido completamente que em algum momento sentiríamos fome.

— Não precisa se desculpar, Bella. Acontece. — tranquilizou-me.

Eu fitava o céu, embevecida com a sensação do vento ricocheteando a minha face que por pouco não pulei surpresa quando uma das mãos de Edward procurou a minha.

Deixei um sorriso bobo permear os meus lábios com a sensação de ter meus dedos unidos aos dele.

Não restavam mais dúvidas: eu estava apaixonada.

Meu temor atual era descobrir se eu era correspondida.

Droga! Esqueci-me de trazer em minha mochila algumas revistas. Sem querer eu descobri uma em que havia testes para indicar se o garoto ao qual estávamos apaixonadas retribuía o sentimento. Seria mais fácil, e eu poderia analisar as questões com mais lógica estando na presença do principal envolvido.

Todavia, meus pensamentos viraram uma poça d’água, e eu poderia muito bem ter virando um peixe e nadar nas correntezas da minha própria imaginação, mas tudo o que eu conseguia pensar era que meus dedos estavam entrelaçados aos de Edward.

— Eu gosto de você, Bella — Edward confidenciou. E eu estava me perguntando como eu ainda estava sólida. Meu corpo era apenas líquido, meus pensamentos uma torrente e as minhas emoções um verdadeiro Maremoto.

Fiquei muda de repente, incapaz de lhe responder algo à altura.

Abruptamente Edward se levanta. Como jamais desconectamos nossos dedos, acabo levantando-me ao seu lado, tão mole o meu corpo estava.

Ele sorri para mim e eu me perco em sua alegria.

Edward está sorrindo para mim.

Levantamos-nos simultaneamente, apenas para fixarmos as bicicletas em uma barra de ferro, para que o vento não as levasse para longe.

Perdi completamente a noção de tempo e espaço com Edward, esqueci-me até que não avisei o horário do meu retorno aos meus pais. Eu poderia ficar de punição por um mês, mas eu ficaria feliz porque eu havia tido a melhor tarde da minha vida com Edward, o meu príncipe.

Todavia, os príncipes beijam as suas princesas. A Branca de Neve é despertada do feitiço da Bruxa com um beijo. Até mesmo Gisele acordou ao ter os lábios de Robert selados aos seus. E Edward não me decepcionou. Eu estava nervosa quando ele se aproximou. Calmo. Lento. Sem jamais desviar seus olhos verdes dos meus. Nunca olhei em outra direção, sentindo-me tremer, eu era o terremoto em pessoa. A devastação incendiava o meu corpo. Eu queria correr, gritar, tudo ao mesmo tempo.

Mas eu apenas fiquei parada, em silêncio e esperei.

Observei quando os dedos gentis de Edward entraram em contato com a pele do meu rosto, afastando os fios do meu cabelo que com a força do vento eram jogados em minha face. Minhas bochechas estavam coradas, eu sentia.

Ele sorriu para mim, intercalando seu olhar com meus olhos e lábios.

Eu estava nervosa.

Nunca havia beijado, nem mesmo uma laranja para treinar. Alice treinava em uma laranja, eu deveria seguir o seu conselho e treinar também para não ficar tão desajeitada quando o momento chegasse.

Entretanto, o ósculo mais doce que recebi foi depositado em meus lábios. Fechei os meus olhos apenas para aproveitar melhor a sensação de ter os lábios macios de Edward colados aos meus. Ficamos assim, sem nos mover para qualquer direção por alguns segundos, talvez minutos ou horas.

Afastamo-nos, e sorrimos um para o outro.

O crepúsculo despontava no horizonte.

Hora de voltar para casa.

Eu não me incomodei em deixar uma bicicleta lá. A verdade foi que eu esqueci que estávamos em bicicletas separadas, mas no momento em que andamos de mãos dadas até a grade, bem, eu esqueci até o meu nome.

Talvez eu me chamasse Lupita, eu não sei.

Tudo o que eu sabia era que havia sido beijada por Edward e que estávamos andando de mãos dadas.

Será que estávamos namorando?

Sorri abobada com esse pensamento, e quiçá a resposta fosse sim.



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Notas finais do capítulo

N/A: Muita fofura esses meninos, não é? *-* Posso confessar que estou empolgada demais escrevendo sobre esses dois? *-* Sim, eu estou empolgada demais com esse casal de fofos! E então a Bella teve o seu "primeiro beijo". Na verdade estava mais para selinho do que para beijo de verdade... Enfim, me contem, através das reviews, o que vocês acharam desse capítulo, se querem mais extras, ou se já estão satisfeitas com esses três.
Beijos.