Promessas Inquebráveis - HIATUS escrita por Firefly Anne


Capítulo 3
Conto De Fadas Na Realidade


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi! *-* Aqui está o segundo outtake de Promessas Inquebráveis para vocês! Bom, nas reviews eu senti certa curiosidade da parte de vocês em querer saber o que houve com o casal perfeito Esme e Carlisle. Eu sou aquele tipo de pessoa totalmente do contra, haha Esme e Carlisle não são perfeitos, e pelo que deu para parecer no primeiro outtake há coisas escondidas por debaixo do tapete. O que eu queria dizer é: o meu foco é Edward e Bella e não os conflitos de seus pais (por que Renée é tão fechada, por que Edward não mantém contato com o pai, etc.). Isso são coisas que eu não quero abordar, pois encaixaria um pequeno drama e eu programei para que tudo isso fosse doce. =) Enfim, espero que vocês gostem! Mais uma vez obrigada por todos os comentários, amei ler todos!
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Boa leitura! :)



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Outtake II — Conto de fadas na realidade

[...]

Eu ainda estava aturdida com a visita de Edward. Não, na verdade eu ainda estava acreditando que aquele garoto ao meu lado, era fruto da minha mais doce imaginação. Apesar de eu desconfiar que não tenha a mente tão fértil para formá-lo exatamente como ele era.

— Estou atrapalhando? — ele pergunta.

— Não, eu não estava fazendo nada de importante — respondo, querendo deixá-lo mais calmo. Ele não, a projeção dele.

Não quero, de forma alguma, deixar a minha utopia materializada de Edward ficar aborrecida.

— Você está pensativa — ele diz. Seu tom é doce e não há nenhum estilhaço de cobrança subliminar.

— Só estou demorando a assimilar que você está realmente aqui — confidencio para a miragem.

Estou muito surpresa que a minha mente tão limitada tenha sido capaz de projetar Edward tão perfeitamente. Eu não havia esquecido sequer um detalhe. Eu era uma verdadeira artista!

— Eu estou aqui — ele diz. Talvez para provar o seu ponto, mais uma vez Edward toca suas mãos entre as minhas.

Eu quero agarrar a sensação de ter seus dedos entre os meus. Quero colá-lo ao meu corpo para nunca mais ter que vê-lo outra vez se afastar. Na verdade, na primeira vez eu que me afastei, mas agora seria ele quem iria ir embora.

Eu estava soando confusa até em meus próprios pensamentos.

— Sente isso? — de repente ele pergunta. — É tipo uma eletricidade. Você sente? — repete a sua pergunta.

Eu sinto, quero lhe responder.

A minha voz está presa no fundo da garganta, parece que uma brasa de ferro foi-me enfiada garganta abaixo.

Olho para os meus pés. Em seguida fito mais uma vez Edward — que tem seus orbes presos aos meus. Ele aguarda uma resposta minha.

— Sinto — confesso. Eu sinto isso desde que toquei suas mãos estendidas ao erguer-me do chão.

— Às vezes eu me pergunto o que isso significa.

A resposta está na ponta da minha língua, mas eu não quero soar como uma estúpida — que certamente ele me alcunharia se eu lhe contasse.

Queria dizer: “Essa eletricidade existe porque eu sou a sua princesa e você é o meu príncipe.”

Lógico que eu nada lhe digo.

Ele não deve acreditar em conto de fadas, e eu realmente não o jugo por isso. Eu também duvidei dos “felizes para sempre” quando não encontrei Edward naquele parque que ele disse sempre estar jogando.

— Não deve ser nada — desvio os meus olhos dos seus.

Contudo, Edward não se afasta de mim, erguendo minha palma até o seu rosto. Sinto a sua respiração salpicar a pele nua da minha mão.

— Estava com saudades — ele diz. E então eu derreto. Meu corpo totalmente mole se transforma em uma perfeita marionete e Edward é o meu condutor.

Estou à sua mercê.

Eu quero lhe dizer algo.

Quero dizer que também estou com saudades — morrendo, na verdade —, mas então nós dois escutamos passos próximos à porta, e Edward precisa se esconder. Não sei muito bem qual a reação Charlie terá ao ver-me interagindo com um garoto, ainda mais um garoto não conhecido nas redondezas. Renée poderia muito bem tranquilizar o meu pai, justificando que eu já conhecia Edward, e que ele não me faria nenhum mal.

Mas eu não posso confiar em Renée.

— Você tem que se esconder! — murmuro para Edward. Levanto-me da calçada, e tão logo Edward me segue.

Puxo suas mãos, e o levo em direção aos fundos da casa, um lugar onde ele ficaria seguro. Agradeço que não há ninguém andando pela rua, ou que haja vizinhos ao lado. Seria constrangedor explicar o motivo de eu estar correndo com um garoto em meu encalço.

— Você tem que ficar aqui — digo a Edward, entre arfadas.

— Por quê? — ele me pergunta.

— Meu pai não ficaria muito feliz ao vê-lo — respondo.

— Mas eu sou seu amigo! — ele replica, e eu rolo os meus olhos.

A porta se abre; logo se fecha.

Eu preciso me apressar, ou Charlie nos pegará em flagrante.

— Eu preciso ir. Não saia daqui, Edward.

Eu corro novamente até a entrada da casa, para o meu alivio é apenas Renée molhando as plantas. Não consigo conter um suspiro de alívio.

— O que você estava fazendo nos fundos de casa? — minha mãe pergunta.

Eu penso em uma desculpa para lhe oferecer.

Não consigo encontrar nenhuma.

Todas me parecem impertinentes demais, e com certeza Renée desconfiaria, ou descobriria pelo tom rubro de minhas bochechas sempre que lhe omito a verdade.

— Um bicho — respondo sem encará-la nos olhos.

Renée nada questiona, e eu agradeço. Estou me sentindo culpada demais para conseguir prolongar uma invenção. Porque a mentira é um ciclo-vicioso. Se você começa com uma mentirinha, ela vai crescendo, criando raízes, até que há centenas de metros dessa pequena raiz que você semeou.

Quando Renée desaparece do meu campo de visão, volto para o lugar em que Edward está escondido.

Ele me olha assustado com o meu ato, mas ele também nada me questiona.

E então eu me dou conta de um detalhe.

Edward é real.

Edward realmente está em Forks.

E ele está bem à minha frente.

Pulo em seus braços, me apoiando em seu pescoço, enquanto ele regressa alguns passos para trás com o choque que recebeu com o meu gesto não programado. Ele retribui o abraço caloroso que estou dando, e isso me deixa feliz. Muito.

Ele está muito cheiroso.

Seu perfume me deixa totalmente embriagada.

— Você realmente está aqui — consigo sussurrar em seu pescoço. Edward se retrai um pouco, afastando-me de seu colo.

— Agora que você percebeu isso? — ele me pergunta, jocoso. Quero morder as covinhas que apareceram em suas bochechas quando ele sorriu. Controlo-me. Eu não sou um canibal.

— Pensei que a minha mente havia projetado um Edward para amenizar a saudade — eu digo em um tom muito baixo. Não consigo escutar a minha própria voz. Temo que, se Edward não estivesse tão próximo a mim, ele não tenha escutado o meu murmúrio.

— Eu estou aqui — ele assegura outra vez.

E eu finalmente acredito.

Talvez contos de fadas realmente existissem.

Em nossa fábula, eu era a princesa e Edward seria o meu príncipe.

— Amanhã você irá para algum lugar? — ele me pergunta.

— Não. — respondo curiosa.

— Posso vir vê-la? — ele pede.

— Não sei. — fico em dúvida. — Você está na casa do seu pai? — pergunto.

— Não. Estou hospedado no hotel da senhora Stanley.

Não consigo evitar uma gargalhada.

— Hotel? — rio outra vez. — Alí não é um hotel. A senhora Stanley possui muitos filhos, e bem, todos estão na universidade então ficaram quartos de sobra. Não há hotel em Forks.

Edward me acompanha na gozação.

— Há um lugar que eu queria mostrar a você — ofereço.

— Onde? — ele me pergunta.

— É uma praia. O único problema é que ela fica longe demais — mordo os lábios, nervosa.

— Carro está descartado — Edward palpita.

— Totalmente.

— Você tem uma bicicleta? — De repende ele pergunta, e eu novamente me animo com a chance de mostrar para Edward o lugar mais lindo que eu já conheci.

Balanço a minha cabeça afirmativamente e marcamos de nos encontrarmos em frente ao final da avenida, para irmos até a reserva.

Despeço-me de Edward com um beijo na bochecha, e volto para casa inserida mais uma vez no meu conto de fadas na realidade.

Quando entro no meu quarto, procuro furtivamente pelo meu diário que está por dentro da almofada — aquelas folhas era o recanto mais sagrado dos meus segredos.

Procuro pela data atual, e pesco a minha caneta rosa com glitter e começo a escrever sobre o meu dia, e sobre a visita de Edward. Uma folha terminada, eu desenho no rodapé o meu nome e o de Edward inseridos em um coração.

Acho que estou apaixonada.



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Notas finais do capítulo

Aquela troca básica ainda continua! Vocês se lembram? Eu escrevo. Vocês comentam. Eu posto mais!