A Tributo Do Distrito 6 - Jogos Vorazes escrita por Escritora sonhadora


Capítulo 5
Um avox como aliado


Notas iniciais do capítulo

*eu escrevi grande parte desse capítulo durante uma curta aula vaga que tivemos antes de uma prova, então não tive muito tempo de checar meus erros*
desculpem a demora, sai com uns amigos e acabei esquecendo de postar ontem :s



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Somos encaminhados ao trem que nos levará para a Capital em alguns dias. Não consigo falar com Harry entre esse meio termo, mas fico até feliz por isso, não sei se fico triste por ele estar aqui comigo, se fico com ódio pois sei que terei de matá-lo para vencer ou se fico brava e o enfrento com palavras. Bem, no fundo, eu sei que terei de esquecer tudo o que senti por ele algum dia.

Olho pela janela de meu grandioso quarto e vejo que o dia já está claro. Decido me trocar e ir comer alguma coisa, não consegui jantar ontem, não queria ver aqueles rostos na mesa de jantar. Abro as gavetas de uma cômoda e acho estranhas roupas que as pessoas da capital costumam usar, reviro bem as gavetas até que consigo achar uma roupa mais simples, shorts jeans com algumas penas pendendo deles e uma blusa justa de alça azul. Estou prestes a abrir a porta quando penso nos tributos que vi pela TV, naqueles que terei de matar, ou que terão de me matar. Sento na cama e desisto de sair do quarto. Demora um pouco até que alguém bate na porta clamando meu nome.

– Quem é? – pergunto.

– Aquele que pode te deixar viva ou não garota, agora saia desse quarto e me obedeça – eu reconheceria essa voz arrogante de qualquer lugar, era Jaff.

Jaff é meu novo mentor dos jogos vorazes, já que Harry é estúpido demais pra continuar vivo, Jaff não é tão velho, mas temos uma grande diferença de idade, ele já está gordo e sedentário, mas eu o considero um bom mentor para os jogos. Decido abrir a porta e ele me obriga a segui-lo. Na mesa do almoço vejo que Harry está sentado tomando sopa ao lado de Liz que agora está com uma peruca amarela neon como seu vestido ontem, ele está com uma olheira enorme. Sento-me ao outro lado da mesa, bem distante deles e Jaff se junta a mim. Ainda sinto sentimentos fortes por Harry, mas agora não sei se são bons ou ruins.

– Acho que alguém nessa mesa me deve uma explicação – jogo a indireta no ar, mas todos sabem do que estou falando.

– Quem seria? – Harry me perguntou com a cara mais lavada do mundo.

– Talvez um voluntário idiota que poderia estar curtindo uma boa vida agora – respondo a sua provocação.

– Acho que ele não deve nada a você. – diz Jaff, enquanto Harry apenas levanta os ombros como se falasse “tanto faz” – Agora calem a boca e comam.

Jaff é um ogro, mas acho que prefiro assim, geralmente mentores sentimentais demais só acabam matando seus tributos mais cedo. Me sirvo de um pouco de caldo – que estava delicioso – e começo a encarar Harry. Sinto que ele estava fazendo de tudo para não olhar na minha direção. Depois de comer uma quantidade extremamente exagerada de caldo com Liz me olhando enojada decido sair da mesa e voltar para meu quarto. Um avox que estava a nossos serviços no trem me segue e decido fazer um pedido.

– Vocês têm livros por aqui? – pergunto.

Ele apenas acena com a cabeça e sinto cada vez mais ódio da capital por fazer isto com as pessoas.

– Poderia me trazer algum sobre plantas e ervas? Adoro ler esse tipo de livro, é bem útil – e então me lembro que os tributos não deveriam saber essas coisas antes dos dias de treinamento na capital.

O avox arregala os olhos assustado, me sinto culpada e penso se ele poderia ser castigado por eu dizer isto, era tolice, mas não quando se trata da capital. Ele sai rapidamente do local e decido seguir em frente. Fico sentada na cama tentando me lembrar dos tributos que já tinham sido escolhidos e assistindo a TV. Ouço uma batida rápida na porta, demoro um pouco até abrir e quando abro vejo 3 grandes livros e um bilhete acima deles, olho para os lados mas não vejo ninguém. Recolho-os e sento em uma escrivaninha para avaliá-los, eles tem capas coloridas e fotos de pessoas estranhas, nada haver com os livros da biblioteca do distrito 6. Abro o bilhete e fico surpresa “Eu estarei morto se você mostrar isto a qualquer outra pessoa, então assim que ler molhe o papel e o desfaça. Esses livros são os únicos disponíveis para os tributos, mas com uma diferença, troquei o conteúdo deles, o que você tem dentro deles agora é exatamente o que você queria. Estou torcendo por você nos jogos. E que a sorte esteja sempre á seu favor”. Abri rapidamente o livro para me certificar, li um trecho de um artigo sobre plantas aquáticas comestíveis. Fiquei extremamente empolgada, comecei a lê-los rapidamente mas me lembrei do bilhete, tomei um banho e aproveitei para desfazer o bilhete na banheira de sabonetes engraçados, era tudo tão luxuoso na capital que penso em como seria legal compartilhar isto com minha família, mas a ideia de pensar neles acaba entristecendo meu dia. Coloco a mesma roupa de antes e me dirijo a escrivaninha para ler mais. Chega a hora da janta e saio para me juntar a Harry e outros tributos já selecionados. Torço para encontrar aquele avox, mas pelo visto a sorte não está a meu favor. Um calafrio percorre meu corpo e penso na possibilidade de ele ter sido castigado por falar comigo aquela hora, parece tolice, mas não quando se trata da capital. Chego a mesa de maneira provocante, me sento ao lado de Harry e logo depois o tributo masculino do distrito 1 se senta ao meu lado. Inicialmente finjo que Harry não existe, ele não parece ligar, mais por dentro estou explodindo de raiva. O tributo do 1 decide puxar assunto, mas não levo a conversa a diante, me sinto mortalmente – e falo sério – ameaçada. Depois disso passo a refeição inteira encarando os outros tributos e os analisando friamente com olhos de condenação. Liz não está a mesa para dizer o quão deselegante eu sou e isso é ótimo.

Quando estou saindo da mesa piso pesadamente no pé de Harry com a ponta do calcanhar e me dirijo a ele.

– Oh, me desculpe, não vi você ai – falo com uma voz calma e doce.

Os tributos á mesa riem um pouco, me retiro do vagão e o carreirista do um sai logo em seguida. Alguns vagões depois, quando já estávamos longe de todos ele começa.

– O que existe entre você e Harry?

– Nada que seja da sua conta – respondo mas incrivelmente não soa rude.

– Calma linda, eu só queria te dar umas dicas, não acho que ele seja uma boa companhia – ele diz.

– E porque não? – pergunto.

– A capital ao gosta dele, ele não vai durar muito na arena. Você sabe que acidentes – e ele faz aspas com os dedos – vivem acontecendo em inúmeras edições.

– E você é quem por acaso, o presidente Snow? – agora minha voz já soava bem rude.

Ele ri um pouco e me sinto aflita, encosto-me à parede e sua mão para ao lado de meu rosto me impedindo de fugir pela direita.

– Quem dera, sou apenas um tributo querendo uma linda atiradora de facas em sua equipe. – ele pisca pra mim – Sei mais do que deveria Mai.

Nesse momento Harry passa pelo corredor e uma expressão de decepção encorpa seu rosto.

– Ou isso é um combate ilegal, - ele diz – ou eu estava tremendamente enganado quanto a você Mai.

Ele passa pelo corredor rapidamente e ignora as inúmeras vezes que lhe chamo.
– Hm... – o tributo se afasta acanhado – não era bem esta a intenção. Me desculpe por isso.

Corro para meus aposentos e choro baixinho. A cabeça enfiada no travesseiro de pena, querendo estar em casa, cavalgando, como se o amanhã não importasse mais. Que droga!



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