A Tributo Do Distrito 6 - Jogos Vorazes escrita por Escritora sonhadora


Capítulo 14
Dois grupos de carreiristas e a culpa é de quem?


Notas iniciais do capítulo

SAMIH ALVEZ *Heleonor distrito 5
ANA LAURA (LALADHU) *Arizona - distrito 10
GABI (GABRIELE) *Iman distrito 7
LUNA (LUNA) *Luna distrito 9
LENE (LENE E LISA) *Tyra distrito 3
VENY (Veronica Perez) *Veny - distrito 4
ANNAHG *Static - distrito 11



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Acordo com Vegan me cutucando com um galho, isso é meio engraçado, mas ao mesmo tempo pavoroso, pois acho que ela queria estar fazendo isso com uma faca. Me viro para o lado e só assim percebo que Harry esta ao meu lado, seu braço passa em cima de mim e me abraça, eu poderia ficar assim o resto da minha curta vida, mas não posso, tenho que acordar e ajudar os outros com seus ferimentos. Vou deixa-lo dormir mais um pouco enquanto cuido de seus ferimentos, achei umas ervas na floresta que se bem usadas servem para cicatrizar e retirar as bactérias. Quando ele acorda parece surpreso por me ver cuidando dele, mas me deixa terminar o serviço e refaz o curativo no meu braço. Connor fala para nos armarmos e seguirmos até a floresta, está na hora de caçar tributos.

Passo a mão pelo meu rosto e percebo que uma casquinha de sangue se formou nele, isso me da arrepios, o sangue provavelmente é daquela garota na cornucópia, eu não queria tê-la matado daquele jeito. Connor conta vantagem de quantas pessoas matou ou feriu gravemente, os únicos interessados na conversa são Peter e Vegan, o que me deixa para trás com Harry e Alaska.

Seguimos andando na floresta por mais ou menos 2 horas antes que avistássemos uma fogueira, que tipo de idiota faz uma fogueira com os carreiristas na sua cola? Corremos na direção do fogo, estou apita a matar quem quer que seja, mas prefiro que um de meus aliados faça isso por mim. Quando chegamos próximos a fogueira vejo 7 corpos se materializarem de trás das árvores. Eles eram aparentemente aliados. Reconheço vagamente aqueles rostos da entrevista, Tyra do 3 (matamos seu parceiro); Veny e Deric do distrito 4; Iman e Terrice do 7; Arizona e Mike do 10;

– Hora, hora quem vemos por aqui – diz Connor, ele parece ter entendido bem a situação, mas ainda estou meio confusa.

– Já que não nos querem na equipe de vocês, – diz Veny, a garota do 4 – vamos ter que mata-los mais cedo queridinhos.

Vegan me olha como se a culpa fosse totalmente minha, e na verdade, era.

Os tributos vão se aproximando e começamos a nos armar, a garota do 10, Arizona, vem correndo com uma lança prestes a me acertar, lanço uma lança em sua testa, não é o suficiente, mas serve para despistá-la. A garota retira a faca e se joga no chão procurando um jeito de estancar o sangramento. Cada inimigo segue para um de nós, desta vez quem vem até mim é Iman, a garota do 7. Ela está com um arco e flecha em mãos, lança duas em minha direção e me esquivo me jogando ao chão, ela corre na minha direção e começamos uma luta corpo-a-corpo, vejo que Alaska desviou um dardo que vinha em minha direção. Iman é muito mais pesada e forte do que eu, mas passei muito tempo na ala de combate corpo-a-corpo e acho que aprendi umas boas técnicas. Ela assegura meus braços contra o chão e minha perna se levanta jogando-a para frente, fico por cima dela e seguro seus pulsos, ela tenta se livrar das minhas mãos mas não consegue, retiro umas das minhas mãos e rapidamente enfio uma faca em seu ombro, ela me afasta com a mão que tive que soltar e voo para longe, ela tira a faca e se levanta para vir atrás de mim, a garota do 10, Arizona também a segue. As duas estão vindo lentamente, pego uma faca em cada mão e fico pronta para enfiá-las em seus peitos, ouço um canhão e me distraio olhando para o lado, Harry acaba de matar Mike, o garoto do 10. Ele vem na minha direção para me ajudar com as duas garotas.

– Você é a garota do 6 não é mesmo? – diz Iman.

– Não, eu sou a garota que vai te matar.

– Eu não contaria com isso – ela lança uma flecha na minha direção e não tenho muito como fugir, me esquivo para a direita e logo vejo uma outra flecha chegando até mim, Harry lança sua espada e para a flecha, agora ele está desarmado, e o alvo de Iman é ele.

– Ei, garota. Ele tem dona, pode parar de olhar.

Aproveito enquanto ela se distrai com Harry e lhe lanço uma faca no peito, não acertou seu coração, mas fez com que ela jorrasse muito sangue. Arizona corre para trás arrastando a amiga, ela e os outros tributos formam uma roda em volta do corpo de Iman, acho que ela é uma subi-líder entre eles, ou algo do tipo, pois eles a protegem com muita garra. Eu e os carreiristas formamos um “u” de ataque, Vegan lança um machado no garoto do 4, ele desvia facilmente, mas agora entendo o que ela quer fazer, olho para Peter e ele também parece ter entendido.

– No três. – começo a contagem – um, - Tyra, a garota do 3 lança uma espécie de tridente em nossa direção, Alaska é obrigada a se jogar no chão para não ser atingida – dois, três.

Atiro uma faca em Veny e outra em Deric, Peter aponta o arpão na brecha que eles formaram ao se esquivar e acerta em cheio a pobre garota que estava no meio da roda. O canhão soa e só confirma a minha certeza de que Iman está morta. Os tributos parecem surpresos, e a faca que lancei em Veny pegou sua perna esquerda, cada um corre em uma direção na floresta e os deixamos partir, estamos bem feridos e precisamos nos recuperar. Nunca pensei que um combate desses cansasse tanto, depois que a adrenalina baixa começo a sentir muitas dores, quase nada do que me lançaram me atingiu, mas ao me esquivar eu era obrigada a me jogar no chão ápero e cheio de pedrinhas, estou bem ralada e quase sem facas. Recolho o que sobrou de nosso arsenal no chão enquanto os outros bebem água. Achamos melhor voltar até a cornucópia e verificar se estava tudo bem, não devemos deixa-la muito tempo sozinha. Demoramos um pouco mais para chegar lá, já que Vegan está com a perna manca e Peter parece cansado por segurar aquele arpão pesado o dia todo, eles entram no chifre para montar a mochila desta noite, querem caçar aqueles tributos na hora que eles estiverem mais fracos, ou seja, na noite fria. Resgatei o arco de Iman e agora vou testá-lo, miro em algumas árvores e atiro, ele é bem mais macio que os que eu usava na capital. Ouço passos atrás de mim e me viro rapidamente, meu extinto faz com que eu atire uma flecha naquela direção, e acho que fiz bem pois acertei a perna de uma garota, era a mesma que a noite passada, Heleonor, acho que ela queria pegar um pouco de nossos suprimentos. Vou na direção dela e ela começa a se rastejar pelo chão, tentar fugir, sua perna está doendo muito e ela faz uma cara feia.

– Eu não vou te matar. Pelo menos não por enquanto.

Ela se levanta e começa a correr, a seguro firme pelo braço, ela parece ser mais velha que eu, mas não é tão forte. Ela tenta me dar um soco na cara, mas seguro sua mão e lhe derrubo no chão.

– Eu nunca vou fazer um trato com uma carreirista.

– Mas eu não sou uma carreirista.

– Se é cruel o suficiente pra se juntar a eles, já se torna uma deles.

Ela consegue se livrar de mim e me da um soco na barriga, tenho certeza que mais tarde isso vai virar uma grande mancha roxa. Ela corre para dentro da floresta e os carreiristas se aproximam atraídos pelo barulho, Connor não entendeu bem a situação e mandou sua lança na direção da garota. A lança atravessou seu corpo e a garota caiu no chão junto ao som do canhão. Eu queria gritar, eu queria correr para socorrê-la, mas não tinha o que fazer, e não podia deixar que nenhum deles descobrisse que eu ia deixa-la viver.

– O que você estava fazendo garota? – diz Vegan.

Eu não sei bem como responder, tinha que dar uma desculpa, não só a ela, mas também para os telespectadores da capital. Harry corre até mim e fica me olhando indignado, como se eu estivesse morrendo ou algo do tipo.

– Eu queria tirar informações dela, tenho certeza que ela sabe de algum lago, os outros devem estar se refugiando em volta do lago.

– E por isso você ia deixar ela sobreviver? Já não basta ter excluído os tributos do 4 para que eles formassem uma outra equipe não? Sua idiota. – continua Vegan.

– Cala a boca Vegan – disse Connor.

– Mas ela...

– Cale logo essa boca Vegan.

Ela parece desapontada com ele, ela está contida em uma raiva que não tenho nem como descrever, é melhor eu pegar o primeiro turno hoje. Saio para caçar alguma coisa com Harry, estou com o arco e ele com o arpão de Peter, acho que ao atirar em uma animal com o arpão vamos acabar destroçando a carne, mas não vou dizer isso a ele. Estou sedenta de carne fresca e procuro um servo.

– Você podia me contar todas aquelas coisas agora não é mesmo? – digo a Harry.

– O que quer saber?

– Tudo o que não me contou. Porque se voluntariou por exemplo.

Ele me silencia com a mão direita e me arrasta até uma árvore com uma grande forquilha, ele pega uma de minhas facas e faz um símbolo estranho nela. Era um coração, mas tinha uma espada enfiada nele.

– Por quê você fez isso?

– Porque é assim que eu vou fazer-los pararem de gravar a nossa conversa, esse é um símbolo de rebelião, e eles não vão querer isso passando nas TV’s dos outros distritos.

– Agora me conte.

– A capital descobriu que minha família tem descendência rebelde, e que eu tenho influências nesse meio, para se vingar eles mataram o meu irmão.

Eu estou me sintindo muito mal por ele, já ouvira falar do irmão de Harry, mas não foi nada que eu pudesse me lembrar com clareza.

– Me desculpe, eu sinto muito.

– Esquece isso.

– Mas você ainda não me contou o porque de estar aqui.

– Você Mai, a capital viu que eu estava apaixonado por você, e arrumou o pior jeito de se vingar de mim. Escolhendo você para os jogos.

– Você podia ter me esperado, assim se eu voltasse, a gente poderia ficar junto.

– Você sabe que não ganharia, não conseguiu matar nem mesmo aquela garota perto da cornucópia.

Ele tem razão, não tenho mesmo muitas chances nos jogos, preciso aprender a ser mais fria.

Eu tinha mais perguntas a lhe fazer, mas comecei a ouvir barulhos estranhos na floresta. Harry se levanta e prepara o arpão, pego uma flecha e armo o arco. Eu esperava um servo, ou algo do tipo, olho fixamente para o arbusto de onde veio o barulho, mas não ouço mais nada. Estou prestes a me desarmar quando uma garota cai em cima de mim, acho que ela estava em uma árvore, ela não é muito pesada, mas o impacto me fez cair no chão.

– Tudo bem queridinha? – é Tyra, a garota do 3.

– Pelo menos melhor que você – falo enquanto coloco a faca em seu peito – agora se afaste ou você morre.

Ela me dá um soco na cara, meu olho começa a inchar um pouco e fica difícil de enxegar, a derrubo para o lado e enfio a faca no seu peito, ela ainda resiste e gruda no meu pescoço, não consigo me livrar dela, mas com o tempo ela vai ficando mais fraca e acaba me soltando, rastejo para trás sufoca e com muita dor no rosto, ouço o canhão e isso confirma que ela está morta, estou cheia de sangue espalhado na minha roupa. Me levanto e vou ajudar Harry que está lutando com o garoto do 7, ele está um tanto esfaqueado demais, mas o garoto está em condições piores. Tento acertar o garoto nas costas mas ele me chuta na perna e uma dor horrível toma conta de mim, fico no chão paralisada e sentindo muita dor, estou prestes a desmaiar mas não posso me permitir isto. Levanto e cravo a espada no peito do do garoto, ele já estava bem ferido e isso faz com que ele caia no chão e comece a emitir sons bizarros. Harry tem tempo de pegar o arpão e mira no garoto, não consigo ver muita coisa, mas consigo ouvir o canhão.

Não vejo muita coisa depois disso, meus olhos se fecham de tão inchados e eu desmaio.


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Notas finais do capítulo

H.I.P - Heleonor - Tyra - garoto do 7
Samih, não me mate por te matar ok? >< eu ia te deixar mais tempo viva, mas não sabia como kk