Depois daquela noite meu relógio só apitava e James se afastou, acho que era medo de eu ter algum problema ligado a pressão. Ainda mais porque quando ele se aproximava eu tinha uns picos preocupantes e Bree logo vinha da onde estava. Foram dois dias com ele estranho... distante. Não pude colocar meus planos em prática, fugir e morrer na entrada não era opção. O namorado de Bree falou que eles tinham ordens direta para matar caso eu fizesse alguma coisa. Matar... matar... essa a minha vontade.

- Amor, tenho uma coisa para você. – ele disse entrando no quarto onde Bree estava lendo o final de Persuasão. Eu estava sentada na cama e ele se aproximou pegando a minha mão.

- Eu estou muito preocupado com seus picos de pressão e chamei uma enfermeira. Tive as melhores indicações e ela é super discreta. Por isso não faça nada que prejudique Bree. – era uma ameaça. Descemos as escadas tranquilamente e senti vergonha, ainda estava um pouco machucada.E vi na porta uma mulher de salto, cabelos avermelhados, usava óculos pretos quadrados, elegante com uma roupa branca e uma bolsa branca. Tinha uma aparência conhecida, ela não sorriu ao me ver, pareceu fechar um pouco a cara, mas disfarçou.

- Querida, essa é a minha Isabella.

- Prazer.- ela falou secamente. E eu reconheci a voz, era Chris. Que merda era aquela?

- Minha linda e amada esposa não tem modos mesmo não é Lauren? – James tinha uma cara muito séria e lembrei de ser educada.

- Prazer. – eu disse.               

- Bom, minha linda Isabella, ela vai cuidar de você. Ela é médica e vai morar conosco até nosso pequeno nascer.

Olhei para ele assustada.

- Preciso ir, mande um e-mail com a avaliação do estado dela sim?

- O Sr. não fica para a consulta? – ela perguntou ajeitando os óculos.

- Não, estou indo para a Alemanha e só volto daqui a uns dias. Mas tenho certeza que tudo ocorrerá bem.

Ele cumprimentou a médica e me beijou e se foi.

- Vamos para o quarto Sra.?

Fiquei parada olhando para ela. Ela viu que eu não ia me mexer e pegou no meu braço e gemi um pouco, estava dolorido ainda.

- Bom, acho que precisaremos cuidar desse braço também.

Ela foi me arrastando para o quarto e Bree nos olhou surpresa. Ela fechou a porta e fez um sinal para que fiquemos em silencio. Bree estava assustada e me olhava querendo resposta. Ela abriu a bolsa e pegou um aparelho e colocou em cima da cama. Ele parecia um mp3,mas sem os fones. Ele começou a piscar e depois parou.

- Agora podemos falar.

- A escuta... – Bree apontou.

- Foi desativada. – ela olhou para mim –Isabella o que andou fazendo?

Naquela hora percebi que ela estava falando de James, ele não me bateria se fosse submissa.

- Ele... ele falou de Edward.

- Jesus... ele poderia ter feito muito mais! Não temos tempo. Consegue se locomover tranquilamente?

- Sim. Mas como soube?

- Bom, acho que Bree pode responder melhor. – ela corou e sorriu.

- Richard, ele mandou uma mensagem para um lugar que ele disse ser neutro. Pediu para que não falasse nada para não despertar uma esperança sem necessidade. Bella era um plano louco, não sabíamos se daria certo.

- Como... – eu queria entender, mas Chris foi tirando da bolsa uma arma e eu me assustei e protegi minha barriga no instinto.

- Meninas o plano é, abaixem quando eu disser, se movam quando eu disser e não façam nada estúpido. Entenderam?

Nos assentimos, mas o que ela faria. Tinha uns cinco seguranças só na porta. Ela colocou a arma escondida na roupa e abriu a porta numa boa.

- Senhores,preciso de ajuda sim? A senhora está um pouco mal... – eles entraram receosos e ela foi atirando sem deixar rastros. Não deu tempo de reação, um por um caindo. O silenciador não deixou que ninguém mais ouvisse.

- Caminho liberado senhoras, vamos?

Eu estava assustada, corpos pelo quartos.. sangue... Me senti enjoada e nervosa.

- Bree, ajuda Isabella sim? A puxe se for necessário.

E ela o fez, Chris na frente matando sem ao menos dar chance aos seguranças e Richard já tinha eliminado alguns. Os empregados olhando para nós assustados e receosos, acho que como eu. Ela abriu a porta digitando o código e fomos para a garagem.  Meu Deus estava na merda de um filme de ação, ela abriu um carro com uma chave que tirou do bolso e antes de entrarmos ela jogou a bolsa e olhou para nos.

- Tirem esses relógios e toda jóia.

Bree foi se livrando dos brincos e me ajudando com o relógio.

- Entrem e ponham os cintos. Devemos ter mais dois minutos no máximo.

E assim que Bree me ajeitou ela corre feito louca pelas ruas pequenas de Nápoles e parou num prédio.

- Vamos.

A adrenalina me impulsionava, eu não corri, mas andei rápido pelo estacionamento e pegamos um elevador que estava preparado por dois homens de terno. Chris falou algo com eles e eles entregaram uma bolsa de coro marrom grossa para ela. Chegamos ao terraço e havia um helicóptero nos esperando.

- Vamos, precisamos sair agora.

Bree e eu a seguimos e assim que Chris fechou a porta ele saiu. Numa velocidade que até para um aparelho daquele eu achei rápida ele se foi. Nápoles estava escurecendo, o sol se punha e olhei para a cidade. Eu estava livre... Livre. Fomos em silencio numa viagem de uma hora e paramos num hotel. Já tinham outros homens nos esperando e eu pensei em Edward, quando nos veríamos?

Mais calma Chris nos ajudou a sair e depois deu instruções aos homens que nos seguiam, estava cansada, emocionalmente falando desgastada. Meu filho não se mexia enquanto estávamos num elevador privado. Chris olhava eu tocar minha barriga com adoração.

-Sete meses não?

Sorri para ela.

- Chegaremos aos nove Sra. Cullen, aos nove. – ela disse num tom tranqüilo. Queria Edward, ver seus olhos verdes. Me olhei no espelho e vi o caos que estava. Meus cabelos em pé e despeteados, minha roupa tinha sangue por todo o lado e minha mãos estava sujas. Bree não estava melhor, mas sorria como uma menina apaixonada e nova.

- E seu irmão? Meu Deus! – eu disse e Chris me acalmou.

- Ele está na mansão, esperando por sua irmã. – ela falou olhando para Bree.

- Eu sabia que valeria a pena mandar o poema. Eu sabia.

Não entendi, mas sabia que isso foi a ponte que construíram para estar perto de Edward. Chegamos numa suíte grande e Chris nos deixou a vontade.

- Volto mais tarde para vê-las, tomem um banho. Descanse Isabella. Foi um dia tenso.

E fui para a banheira, Bree me ajudou e preparou uma água com cheiro delcioso, relaxei pensando em Nessie e Edward. Minha família. Tinham roupas separadas, uma mala com poucas roupas e percebi que eram minhas e senti o cheiro de Edward em algumas. Tirei o roupão com lágrimas nos olhos e pus um vestido azul de alças, não sabia onde estava nem que horas eram. Mas sabia que ele estava perto, senti Edward antes mesmo de virar. E lá estava meu amor, minha vida e ar. Corri para seus braços com lágrimas nos olhos e prometi a mim mesma que nunca mais, nunca mais iria sair do lado. Choramos e nos beijamos apaixonadamente. Seus lábios nos meus renovaram minhas forças e senti nosso filho mexer registrando que ele também sabia que estávamos juntos. Foi um beijo longo, saboreamos tudo que não conseguimos nessas semanas.

- Eu te amo. – ele disse e eu chorei mais, deixei seus braços me envolverem e senti seu cheiro e tudo que era meu. Edward era meu, só meu. Não consegui responder, mas sabia que ele sabia dos meus sentimentos. E aninhada em seus braços ele me levou para o quarto e vi uma cama com pétalas espalhadas pelo quarto, velas que deixavam um cheiro de lavanda tranqüilizador. E ele foi me guiando até a cama e me deitou em seu peito agora nu, ele tirou a camisa enquanto eu admirava o quarto.

- Eu te amo. – disse fechando os olhos e senti o carinho e o amor que havia nas suas mãos que percorriam meu corpo como quem quisesse relembrar cada detalhe. Ele demorou na barriga e sentiu o perfume do meu cabelo, cheirando e fazendo carícias.

Nunca dormi tão bem na minha vida. Nunca sonhei com coisas tão boas, porque eu podia agora esperar por nosso futuro com nossos filhos e depois netos... numa casa grande recebendo todos com muito orgulho de nossas conquistas. Conseguimos, conseguimos passar pela barreiras da mágoa e do orgulho, passamos por um seuqestro e estamos aqui... Meu Deus isso é tudo!