As Filhas De Calipso escrita por Liz Jensen, Laís di Angelo


Capítulo 25
Uma proposta indecorosa


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeey, pessoal!!!!
Tudo bem??
Talvez eu tenha demorado um pouco pra postar o capítulo, mas relaxem, não vai virar rotina ;)
(Ah, assim que começar o POV da Cristal, coloquem a música do link pra tocar, pra entrar no clima.) https://www.youtube.com/watch?v=AJtDXIazrMo
Boa leitura



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POV Violet

Assim que acordei, listei uma série de notícias ruins.

1ª: Eu estava presa dentro de uma caixa de barras de metal e madeira retorcidos com um metro e meio de largura por um metro e meio de altura a dois metros do chão de uma floresta subtropical.

2ª notícia horrorosa: tinha um cheiro avassalador de estrume.

3ª notícia não tão terrível, mas mesmo assim péssima: Nico e Alexander estavam em celas semelhantes espalhadas por Zeus-sabe-onde, porém perto o suficiente de mim para que eu os escutasse gemendo pelo mau cheiro.

4ª e pior notícia: Eu não fazia a menor ideia de onde estava.

Tateio toda o espaço diminuto tentando descobrir onde era a porta ou algo do tipo, mas só sentia a madeira envolvendo barras de metal antigas e enferrujadas.

Não vi ninguém desde que cheguei, mas a floresta tem árvores bem espaçadas e provavelmente quem nos capturou não deve estar longe pois tem que nos vigiar.

A árvore em que estou pendurada tem algumas frutinhas minúsculas, mas resistentes. Estiquei o braço e consegui colher algumas, pensando em comê-las mas não sei se são venenosas ou algo do tipo. Preferi não arriscar.

– Violet - escutei o murmuro de Nico. Ele não devia estar muito longe.

– Oi - respondi. - Onde você tá?

– A dois metros do chão. Consegue ver uma árvore de frutas bem vermelhas?

Olhei em volta. Sim, ali está.

– Aham. Há uns cinco metros à minha direita.

– Ótimo. Ela está bem na minha frente, então não estamos muito longe.

– Cinco metros à minha esquerda. - Uma voz de garoto surgiu e deduzi que é de Alexander.

– Excelente. - Podia imaginar Nico revirando os olhos. - Alguma ideia de onde estamos?

– Eu chutaria Flórida - soltei. - Esse eterno cheiro de oceano não me engana. Alguma sugestão de como sair daqui?

– Vocês não vão sair - Uma voz firme soa. Demorei um pouco para encontrar o dono já que estava escurecendo, mas assim que o fiz, meu queixo foi parar no chão, que não estava nada perto.

Tudo bem, lá vai mais uma notícia ruim: o dono da voz era Leon. Sim, o Leon, o garoto de Las Vegas por quem a Cris teve uma quedinha rápida (isso não é novidade). Logo atrás dele estavam Miguel e Darriow. Nesse momento meu queixo foi parar na China.

Miguel e Darriow se aproximaram da minha árvore e começaram a descer a caixa em que eu me encontrava.

– É bom vê-la de novo, Violet. - Miguel disse com um sorriso tímido.

Leon se aproxima com passos calmos. Percebi que ele que mandava no grupinho.

– Como vai sua irmã? - Leon questionou. Cuspi no rosto dele.

– O que você quer, seu patife?

– Me pediram pra te buscar - Ele limpou o meu cuspe do pescoço com um lenço de papel.

– Me buscar pra quê?

Seus olhos brilharam com um reflexo maligno.

– Você já vai descobrir.

Assim que abriram a porta, joguei meu ombro contra o peito de Darriow derrubando-o no chão. Me virei e acertei a mão na garganta de Miguel pouco antes de Leon me agarrar por trás e não tinha como lutar contra ele. Depois agradeceria à Annabeth pelas aulas de luta corpo a corpo.

– Calma, lindinha. - Leon segurava meus braços com força pra trás. Tentei chutar os países baixos dele, mas seus reflexos eram bons. - Você vai dar mais trabalho do que eu imaginava. Mas não se preocupe, vamos mantê-la a salvo.

Darriow e Miguel me seguram pelos braços e me guiam por uma trilha atrás de Leon.

– Vocês são uns traidores, sabiam? - vociferei.

– Você quer a história completa? - Leon questionou com um sorrisinho de deboche.

Fiquei em silêncio.

– Tudo bem, vou interpretar como um sim. A mestra disse que você e sua irmã eram poderosas, não do jeito que precisávamos, mas mesmo assim, poderosas. Então seguimos vocês de Nova York até Las Vegas. Claro, vocês são lindas, então não foi difícil tentar uma aproximação. Naquela noite que convidamos vocês para jantar e você faltou, descobrimos que você tinha o tipo de poder que precisávamos. Então tudo ficou mais interessante.

Minha cabeça estava dando um nó. Nada fazia sentido.

– E que poder é esse? - questionei. A trilha da floresta desembocou numa clareira onde um grande grupo tinha montado um acampamento de guerra. Pelo menos, parecia um acampamento de guerra pra mim. Barracas feitas de tecido grosseiro, algumas fogueiras e armas. Mas também tinham coisas bem estranhas, como pele de cordeiro, vidros com líquidos de aparência esquisita além de cachorros grandes e bem-treinados que levavam mensagens. A maioria das pessoas eram garotos.

– O dom de Hécate, é claro.

Antes de eu dizer qualquer coisa, me obrigaram a parar em frente à maior barraca do local.

– Titus vai recebê-la agora.

Me empurraram para dentro da barraca. A única fonte de luz eram duas lamparinas à óleo nos cantos leste e oeste. Era uma barraca bem alta a ponto de ficar em pé lá dentro. Algumas peles de animais se espalhavam pelo chão, paredes e pela única cama de armar por ali. Num grosseiro banco de madeira no centro estava um rapaz louro e musculoso com aparência rude.

Ok, ele era bonito. Acho que é padrão para alguém com relações olimpianas.
Ele se levantou revelando toda sua altura (uns vinte e cinco centímetros a mais que eu) e se preciptou na minha direção.

– Violet Kane - Sua voz era como a de um predador, calma e letal. - É um prazer finalmente conhecê-la. Desculpe pelas instalações.

– O que raios você quer comigo?

– Uma série de coisas - Ele pousou os olhos frios como gelo em mim. - Por favor, sente-se.

Cruzei os braços sobre o peito.

– Posso ouvir muito bem em pé, obrigada.

Ele soltou uma risadinha de escárnio.

– Muito bem. - Titus começou a andar ao meu redor. - Sei que você tem uma linhagem muito poderosa. Filha de Calipso: fator que por si só, a torna poderosa e além disso, é descendente de Hécate.

– E daí? - Tentei manter a aparência irritada enquanto girava o pescoço para encará-lo.

– Valorizamos a magia aqui. Provavelmente você já ouviu falar sobre nós.

– Não.

Sua risada agora parece um pouco mais real.

– Somos seguidores de Trivia; a maioria homens jovens, todos com algum tipo de dom específico.

Eu conhecia Trivia de algum lugar, mas por mais que eu me esforçasse, não conseguia lembrar.

– E o que eu tenho a ver com isso?

– Você é jovem, é poderosa e tem todos os requisitos para entrar no grupo.

– Eu não sou homem - disse a Miss Óbvio.

– Eu disse que a maioria era formada por homens, mas temos três garotas aqui atualmente. As Caçadoras recrutam mais que nós.

– Por que raios eu me juntaria à vocês? Eu fui sequestrada, caso você não se lembre!

Titus abriu um sorriso frio e assustador.

– Por isso trouxemos seus amigos. Se você não entrar no grupo, vamos matá-los.

– Não pode fazer isso. - desafiei, mas o pânico crescia dentro de mim.

– Claro que posso. A escolha é sua.

– Eu... posso pensar? - murmurei com os olhos baixos.

– Claro, minha querida. - Ele passa um braço magro e musculoso pelos meus ombros. - Podemos conversar mais sobre o assunto durante o jantar.

Darriow e Leon me levaram de volta para minha cela que agora ficava num canto do acampamento e parecia mais com uma cadeia de verdade. Meu cubículo era dentro de uma caverna e vi que Alexander e Nico também tinham sido transferidos.

Assim que os capangas de Trivia foram embora, me virei para a cela de Nico. Seus olhos me diziam muitas coisas.

– Acho que sei uma forma de escapar.


POV Cristal

Entre andar na traseira de uma caminhonete e lutar com uma empousa, escolheria a segunda opção fácil.

Eu e Dean conseguimos carona com um caipira simpático e prestativo, mas só havia espaço na traseira junto com alguns utensílios de lavrar a terra.

– Você acha que ele é um serial killer? - questionei mostrando uma pá enorme para Dean, lutando para minha voz ficar acima do vento e ainda não ser ouvida pelo homem.

– Talvez. Ou ele pode ser simplesmente um maníaco que pega crianças e adolescentes nas ruas para lavrar a terra através de escravidão.

– É bem provável - respondi. Ambos estávamos com sorrisos nos rostos.

Dean desviou os olhos de repente e seus olhos ficaram nublados.

– Cris - Ele começou ainda sem me olhar. - Eu preciso contar uma coisa.

Me remexi irrequieta no chão de metal.

– Pode falar.

Ele finalmente me olha.

– É sobre seu pai.

– O que tem ele? - deixei que a ansiedade escorregasse e envolvesse as palavras.

– Lembra quando o Nico pediu pra Violet ir com ele pra Flórida, antes da nossa missão pra resgatar Alexander?

Assenti com a cabeça.

– Bom, Hécate fez uma visita a Nico nesse dia. Disse que seu pai escondeu algo em sua casa em Miami e ela não podia buscar, já que seu pai fez um feitiço específico que determina que somente quem tem o sangue dele pode entrar lá...

– Ou seja, Violet e eu.

– Isso. - Dean parecia estar pesando as palavras que usaria a seguir: - E disse também... que é provável que seu pai esteja morto.

Essas simples palavras podiam ter se unido e me dado um belo de um tapa na cara, mas eu não estava surpresa.

Engoli o choro.

– Certo - Olhei para a estrada, esperando que a sensação de sufocamento passasse. - Eu suspeitava.

Dean se arrastou pro meu lado e me abraçou. Não sei por quê, mas seus braços quentes e fortes ao meu redor ativaram o choro em mim. Tentei me controlar. O que Violet diria? Provavelmente algo como: Cris, vai ficar tudo bem. Nós sempre nos viramos sozinhas, não é? Vai passar, vamos seguir em frente. Mas sei que ela estaria chorando como eu.

Enxuguei os olhos.

– Desculpa, Dean - Soltei uma risada nervosa. - Já chorei muito em você hoje.

Ele apertou os braços ao meu redor.

– Eu não me importo, desde que eu consiga fazer um sorriso voltar a iluminar seu rosto depois. - Seus olhos penetravam a minha alma.

Incrivelmente ele tinha essa capacidade. Abri um sorriso largo e alguma coisa se remexeu no meu estômago. Deuses, eu estava realmente apaixonada!

Uma lágrima teimou em ficar no meu rosto, mas os dedos longos de Dean a secaram antes que eu pudesse fazê-lo. Ele segurou meu queixo com a mão e se aproximou lentamente. Meu coração estava fazendo um número de sapateado no meu peito. Primeiro ele encostou o nariz no meu, sem nunca parar de olhar em meus olhos, para depois juntar nossos lábios num beijo cálido e apaixonado.

Passei meus braços ao redor do seu pescoço e o apertei contra mim. Era melhor do que eu esperava! Era como se a luz da manhã invadisse todo meu corpo deixando-o em êxtase.

Ele se separou de mim, mas meu corpo todo queria outro beijo. Seus lábios estavam inchados. Puxei-o pelos ombros e o beijei novamente, mas esse foi mais rápido que o primeiro.

– Estamos parando. - Dean disse, mas tinha um sorriso enorme atravessando seu rosto maravilhoso. Eu mesma sentia que minhas bochechas iriam rasgar se eu continuasse sorrindo tanto.

O caipira - que eu descobri chamar-se Clive - nos avisou que iria abastecer e que já estávamos perto da Flórida. Troquei olhares com Dean.

– Na verdade, Clive, acho que já estamos perto o suficiente. Obrigado pela carona. -

Ele tirou uma nota de vinte e deu para o homem. - Talvez ajude com a gasolina.

Clive deu um tapinha em seu chapéu de palha. Eu e Dean saímos do carro tentando identificar onde estávamos. Quase que instantaneamente ele segurou minha mão.

Estávamos a cerca de dez quilômetros de fronteira com a Flórida, perto de Jacksonville e dos nossos amigos.


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Notas finais do capítulo

Eaí, dengos? Gostaram???
Quero comentários, pelo amor de Zeus!!!!
Obrigada, seus lindos!
Beijos no coração e na alma



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