As Filhas De Calipso escrita por Liz Jensen, Laís di Angelo


Capítulo 23
Desaparecidos


Notas iniciais do capítulo

Hellooooooooooooo, galerinhaa!!
Tudo bom?
Bem, eu vi que o último capítulo teve algumas visualizações, mas nenhum comentário :(
Portanto, criaturinhas que adoro, espero que mandem comentários nesse aqui. Podem ser uma crítica, elogio, dúvida, desabafo ou qualquer coisa relacionada à história. Se preferirem podem me mandar mensagens privadas que as responderei com carinho ^^
Bom, aqui está o capítulo!
Enjoy!



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POV Nico

Preferia ter permanecido acordado a noite inteira a ter mais um sonho, mas Morfeu me levou para seu mundo, de certa forma, cruel.

Eu estava do lado de uma alta fogueira, mas não era a do acampamento. Ao contrário, suas chamas roxas lambiam a madeira que a abastecia. Aos pés da fogueira havia um grupo de pessoas, porém seus rostos estavam encobertos pela sombra. Pareciam tensos.

– A primeira etapa já foi concluída. - disse uma voz de mulher do outro lado da fogueira. Percebi então que ela era o motivo de tensão no grupo. - Agora a próxima etapa deve ser executada.

– Já estamos quase prontos, minha senhora. - Uma voz que não me era estranha respondeu. Parecia ser o líder do grupo. - Mas precisamos encontrá-las juntas.

– Ótimo. Tenho minhas dúvidas de que o garoto vai conseguir ter êxito tentando levá-las juntas. Preciso que saia tudo do jeito que eu quero. Se fizerem algum progresso me avisem. Quero aquelas duas nas minhas mãos em pouco tempo.

O grupo fez uma reverência.

– Ah, e se encontrarem aqueles petulantes... vamos usá-los por enquanto, mas assim que eu conseguir o que eu quero... Acabem com eles.

A escuridão reinou e acordei sobressaltado.

– Nico, tá tudo bem? - Cristal perguntou.

Me senti pior ainda. Porque a voz dela era extremamente parecida com a mulher do sonho.


– Que loucura. - disse Dean, após eu relatar meu sonho. - Será que essa mulher é a mesma que mandou Kimmi atrás de nós?

– Provavelmente. - confabulou Cris, que parecia mais perturbada que todos ali.

– É, mas estamos no escuro, por enquanto. - falei. - As duas garotas que essa mestra quer usar, provavelmente são Cristal e Violet.

– E então vem a pergunta que vale um milhão de dólares: quem serão as iscas?

O silêncio que se seguiu foi longo.

O trem parou na estação. Finalmente Nova York!

Acordamos Alexander e pegamos nossas coisas. Argos veio nos buscar com a van do acampamento, mas seus olhos pareciam tentar esconder alguma coisa.

– Quantos olhos esse cara tem? - Alexander pareceu chocado. Revirei os olhos com a falta de educação dele.

– Ignore, Argos. - Cris disse de forma suave. Desde que enfrentamos a empousa, o clima de tensão que pairava entre nós diminuiu consideravelmente, de modo que agora conversávamos melhor. - Ele não está acostumado. Mas você me parece preocupado, Argos. Aconteceu algo?

Argos grunhiu e o olho de seu cotovelo piscou pra mim.

Senti o solavanco quando a van parou. Peguei minhas coisas e saí do carro olhando o topo da colina. O sol se punha no horizonte deixando tudo mais bonito. Queria que Violet estivesse ao meu lado para ver isso.

Violet... A poucos metros de mim, lá estava ela. Não sabia como começar a conversa, mas estava decidido a desfazer qualquer mal entendido que havia entre nós.

Cristal respirou fundo.

– Vamos lá.

POV Cristal

Assim que vi Violet atravessando os campos de morangos, passando no meio da multidão, com seus cabelos molhados e roupas colando no corpo, percebi o quanto ela amadurecera em pouco dias.

Talvez amadurecer não seria a única coisa a dizer. Ela endurecera.

Sempre fui acostumada à uma irmã caçula, inocente, que gostava de olhar estrelas e desejava morar em uma nuvem, que vivia num mundo cor-de-rosa, mas que também cuidava de mim como se fosse a mais velha. Mas nesse momento, não conseguia desvendar o que se passava atrás de seus olhos, como sempre fazia. Ela estava se fechando ao mundo. Envelhecendo. Acho que teria que me acostumar à ideia de que agora ela não era mais uma criança. Que tinha sentimentos confusos como os meus.

Ela abriu um sorriso culpado pra mim e o retribuí, mas ela já olhava pra Nico. Ele desenhou as palavras nos lábios e Violet assentiu, parecendo mais nervosa. Me aproximei com cautela.

– Posso abraçar minha irmã sem levar um coice? - perguntei e ela riu um pouco, o que tirou um peso enorme do meu peito.

Ela deixou que eu a envolvesse num abraço e fiz carinho no topo de seus cabelos, como sempre fazia quando ela se perguntava onde estavam nossos pais.

– Num lugar melhor, Vi. - Eu sempre respondia, apesar de não acreditar muito. Nessa época Violet tinha seis anos; eu, oito. Pouco tempo depois soube que meu pai mandava certa quantia em dinheiro para nós.

– Me desculpa, Cris. - Violet sussurrou pra mim e percebi que ela chorava um pouco.

Alisei seus cabelos molhados.

– Que tipo de irmãs seríamos se não brigássemos?

Ela riu um pouco, enxugando as lágrimas.

Então Nico chegou perto de nós duas.

– Espero que não tenha explodido nada na nossa ausência. - Ele sorriu de lado.

– Oops. - Violet respondeu, com um sorriso travesso. - Aposto que vocês destruíram muitas coisas mais. Aliás, ainda quero saber quem era e o que aquela menina da mensagem de Íris queria dizer.

Nico corou e eu ri alto.

Olhei Dean conversando com Andrew mais à frente. Ele ria e parecia imortalizado naquele momento. Os raios de sol atravessando os cabelos muito negros.

Violet segurou minha mão e apertou-a.

– Acho que preciso assumir o posto de irmã mais velha de novo. - Ela disse rindo.

Eu sorri e tentei não olhar para Dean de novo, apesar de sentir seus olhos em mim. Depois da conversa no trem, voltamos a conversar normalmente, mas sempre medindo as palavras. Até agora não sei se fiz besteira ou não com aquele "gosto de você". E se ele interpretou errado?

– À noite a gente conversa. - Sussurrei e indiquei Nico com a cabeça, que agora conversava com Mike e Beatrice. - Você tem coisas a fazer.

O rosto de Violet ficou da cor de seus cabelos e eu ri.

– E aquela garota loura da mensagem de Íris? - Violet permanecia curiosa sobre isso.

– Acho que o Nico pode explicar isso melhor - Aumentei o tom de voz para que ele ouvisse.

Ele virou o rosto para nós - levemente corado - e sorriu.

– Ótima ideia, Cris. - Ele se aproximou, pegou Violet pela mão e os dois foram correndo pelo caminho até o refeitório.

Observei a cena distraidamente.

– Acho que eles não são os únicos que precisam conversar.

Estremeci e virei para trás, encarando o sorriso nervoso de Dean.

POV Violet

Nico e eu pegamos cupcakes no refeitório e caminhamos pelo acampamento. Não falávamos nada e apenas trocávamos olhares e sorrisos de vez em quando.
Durante todo o tempo que ele esteve na missão, passava o dia inteiro tentando ocupar minha cabeça com outras atividades. Talvez, por isso, tenha me aproximado mais de Peter. Porém, à noite, só conseguia pensar nele. E agora, ao seu lado, analisava-o de canto de olho. Observei a linha de seu queixo levemente pronunciado e localizei uma leve manchinha ali. Seus lábios - nem muito finos, nem muito grossos - se pronunciavam de forma extraordinariamente delicada. Quantas vezes por dia eu havia pensado naqueles lábios?

Mas ele também me analisava. Percebi seus olhos, vez ou outra, descendo a linha do meu nariz, provavelmente detectando aquelas sardas claras que só eram vistas de perto.

Encarei a grama à frente. Estava prestes a falar, quando Nico tomou a palavra:

– Vi, me desculpa.

A culpa se alojou no meu peito com uma força absurda.

– Não, Nico! - Parei subitamente e ele fez o mesmo. - Eu que fui imatura demais. A culpa é toda minha!

Não consegui interpretar todos os sentimentos que se passavam em seus olhos.

– Eu que te peço desculpas - continuei, evitando seus olhos. - Agi como uma criança.

Ele apenas passou os braços pela minha cintura e afundou o rosto nos meus cabelos.

– Eu devia ter te contado antes. - Ele sussurrou ao meu ouvido e um arrepio prolongado percorreu meu corpo. - Imagino como você se sentiu. Excluída. Peço desculpas por isso.

Apertei suas costas com os dedos livres.

Ficamos abraçados por mais um tempo e senti a brisa fria invadindo o espaço que não existia antes de nos separarmos.

Continuamos caminhando e ele me contava sobre a missão. Era bom ouvi-lo de novo, então prestava bastante atenção aos detalhes enquanto comia meu cupcake.

– E aquela garota da mensagem de Íris? - questionei quando ele falou sobre Alexander.

Ele corou.

– Era a prima do Alexander, acho. Ela estava conosco enquanto ele arrumava as coisas.

Esperei calada pela continuação da explicação.

– Tínhamos comentado sobre você antes.

– Hmm, sei. - Eu estava comendo os M&M's do meu cupcake achando que se não olhasse para Nico, talvez ele contasse tudo. - Comentado o quê, exatamente?

Di immortales! Nada demais, Vi! - Ele estava muito corado.

Eu ri da sua reação.

– Do jeito que você tá vermelho, com certeza não foi apenas "nada demais". - Falei mordendo o cupcake.

Nico se virou para mim para retrucar mas assim que viu meu rosto riu alto. Ele passou um dedo na ponta do meu nariz e mostrou o chantilly.

Arquejei, passando desesperadamente as mãos no rosto para me livrar da cobertura doce. Nico ria mais e mais e eu mesma não contive minhas gargalhadas.

– A culpa é sua! - Passei o chantilly do meu cupcake na sua bochecha que revidou empurrando seu bolinho na minha cara. Fiz o mesmo, rindo como uma criança e fiquei feliz ao perceber que Nico estava se divertindo tanto quanto eu.
Acabamos com restos de cupcakes e os rostos cobertos de glacê colorido.

Passei a língua nos lábios.

– Pelo menos eu estou gostosa. - Eu não queria que a frase soasse com um duplo sentido, mas corei com violência com o sorriso malicioso de Nico.

Tirei um pouco do rosto de Nico e lambi o doce. Continuava bom. Talvez melhor por estar nele.

– Cupcake de Nico. - falei sorrindo. Ele bufou fazendo um pouco do chantilly espirrar em mim. Beijei sua bochecha onde havia um excesso e acabei me lambuzando mais.

– Você é um caso perdido. - Nico disse, sorrindo. Ele passou os dedos pelos meus lábios, que estavam completamente sujos, deixando-os livres de qualquer resquício de chantilly. Seu corpo estava tão colado ao meu que minha camiseta úmida grudava em mim e nele. Deixei ser levada para as profundezas de seus olhos negros, consciente de sua respiração quente em meu rosto e de seus dedos, agora, no meu queixo. Ele beijou a ponta do meu nariz.

– Senti saudade. - Ele sussurrou contra minha pele.

– Eu também senti saudade. - murmurei de volta.

Ele estava tão perto que parecia não haver mais nada no mundo além de seus olhos. Foi quando uma voz nos chamou a alguns metros de distância. Hesitante, virei o rosto para o dono da voz, corando até a raiz dos cabelos. Sentia a respiração de Nico perto do meu ouvido.

Cris subia a colina e sua expressão não era das melhores.

– Quíron quer falar conosco.

A raiva que senti de Quíron naquele momento era bem parecida com o que eu senti quando Zeus quis bancar o soberano. Tão perto...

Eu e Nico pegamos algumas toalhas pra tirar o excesso de doce do rosto e eu evitava olhar pra ele. Toda vez que sentia seus olhos em mim, ficava ainda mais vermelha, o que era constrangedor.

Cristal me olhava com o canto do olho, ainda parecendo irritada com algo, mas ao mesmo tempo tentando arrancar alguma coisa de mim. Seu olhar dizia O que vocês estavam fazendo?! de um jeito que só piorava tudo. Nessas horas que eu odeio ser irmã caçula.

– Você sabe o que Quíron quer, Cris? - Nico perguntou tentando quebrar a tensão.

– Ele disse que só contaria quando todos estivessem lá.

Então caminhamos silenciosamente até a Casa Grande onde Dean, Andrew, Ellena, Quíron e um garoto relativamente gato que eu não conhecia nos esperavam.

– Muito bem - Quíron disse. - Pra sala de reuniões.

E foi empurrando sua cadeira para uma porta lateral, como se fosse o professor Xavier. Nico e Dean foram logo atrás discutindo algo em voz baixa.

O garoto relativamente gato se aproximou de mim e Cris.

– Aqui é muito bonito, Cris, como você disse. - Ele disse tentando seduzi-la ou algo do tipo.

– É sim - Cris respondeu me puxando pela manga da blusa enquanro andava pra porta lateral.

O garoto passou os olhos pra mim e desceu até minha camiseta úmida. Puxei-a pra frente torcendo pra que não estivesse muito colada.

– Olá, sou Alexander, filho de Nix. - Ele estendeu a mão para eu apertar, mas quando o fiz, ele a levou até seus lábios e depositou um beijo. Corei um pouco.

– Violet, filha de Calipso.

– Ah, então você é a adorável irmã de Cristal. Eles falaram muito sobre você durante a viagem.

– Falaram, é? - Lancei um olhar pra Cristal, mas ela revirou os olhos.

– Estão nos esperando! - Cristal me puxou mais forte dessa vez e eu a acompanhei.

– Qual o problema? - sussurrei pra ela.

– O problema é ele. Já veio com essas cantadas baratas pra cima de mim e agora quer jogar em cima de você também. Além disso, é um completo idiota. Depois conto os detalhes.

– Nico disse que ele pode ser meio...

– Exatamente - sibilou. - Aliás, você e o Nico, hein...

– Shhh! Detalhes depois.

Quando chegamos à sala de reuniões me surpreendi ao ver que, na verdade, era a sala de recreação. Algumas pessoas já estavam sentadas ao redor da mesa pingue-pongue.

Nico fez um gesto para eu me sentar ao seu lado e assim o fiz.

Quíron fez um gesto que pedia silêncio.

– Vou direto ao ponto. Na última semana, sátiros por todo o país identificaram semideuses, como sempre. Porém, em alguns casos, sempre que alguma equipe chegava ao local, os semideuses tinham desaparecido.

– Como isso é possível? - Cristal questionou atônita.

– Bom - Quíron coçou a barba espessa. -, eles podem ter escolhido outro caminho. Pensei que talvez Ártemis estivesse recrutando, mas falei com Thalia mais cedo e ela garantiu que recrutou apenas duas garotas nesse período. E são treze desaparecidos. A maioria garotos.

Perdi o ar. Treze semideuses desaparecidos?

– Logo após contatar Thalia, fui visitar Rachel e ela disse que vocês são destinados pra essa missão. Em pequenos grupos, vocês devem ir pelo país atrás do paradeiro dos semideuses. A maioria vinha da Flórida, mas com alguns casos na Georgia, Carolina do Sul. Porém os dois primeiros desaparecimentos aconteceram no Arizona. Portanto...

– Ellena e Andrew podiam ir pro Arizona. - Dean especulou girando um nacho entre os dedos. - A probabilidade de ainda estarem lá é pequena, mas seria bom procurar pistas com um grupo pequeno. Eu, Cristal, Nico e Violet podemos procurar pelo sul.

Quíron alisou a barba.

– É uma boa ideia. Alexander pode ir com vocês no grupo maior.

Ouvi o exato momento em que o nacho virou farelo nas mãos do filho de Nix.

– Ou ele pode vir com a gente. - Ellena sugeriu sem parecer convincente, mas dava pra ver nos olhos de Andrew que ele não ia deixar que Alexander impedisse que ele viajasse sozinho com Ellena.

– A área de vocês é maior - Quíron opinou e sua voz dava a entender que ele não mudaria de ideia. - Um grupo maior será melhor.

– E quando partimos? - perguntei.

– Quanto mais breve, melhor. Amanhã cedo. E Afrodite não ajudará dessa vez, portanto devem arrumar um jeito de chegar ao destino. Depois passarei a lista com o nome e a cidade dos que sumiram. Boa sorte a todos.


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Notas finais do capítulo

E então.......? Gostaram?
Tava faltando alguma movimentação, né?
Aliás, enquete rápida: que casal vocês estão mais desesperados pra ver juntos? Esse cap teve um momento fofo Vico/Niolet/qualquer junção do nome dos dois.
Merecemos alguma nota, comentário, dica, lembrete ou qualquer coisa que possa ser enviada nessa caixinha fofa logo abaixo?
Por favor, gente, é super importante!
Beijos&Queijos
Lizzzzzzzzzzzzz



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