P.O.V. JUSTIN

– Desde quando? ME RESPONDE! - não querendo,viro meu corpo pra trás.A minha mãe estava com o rosto vermelho,os olhos arregalados,ela estava com muita raiva.

– Pattie...eu.. - escuto a voz da Mel atrás de mim,gaguejando.Eu não queria decepcionar a Mel sobre a minha relação com a Marie,é passado.Agora a minha mãe. Isso não podia ficar pior.

– Melina,meu anjo...eu não consigo acreditar..eu... - a voz dela estava alta,seus olhos direcionados pra Mel,que estava quieta atrás de mim,ao olhar pra mim,seus olhos parecem queimar de raiva. - O que você fez Justin? OLHA PRA ESSA MENINA! Essa...essa criança. ME RESPONDAM! Desde quando?

– Mãe,não grita! Por favor.Nós podemos conversar em casa! Por favor. - vejo seus olhos se fecharem,e ela colocar as mãos na boca.

– Quem sabe? Justin,meu filho,você é dez anos mais velho.Meu filho,ela...ela... - agora ela apontava pra Mel . - Vocês não sabem como estou decepcionada. E eu vou falar com seus pais Melina. Isso não passa de hoje. Seu irresponsável. - ela disse a última frase olhando em meus olhos. - Vamos Melina! Eu vou te levar pra sua mãe... - Ah,qual é? Eu não sou nenhum monstro.

– Mãe! O que a senhora esta fazendo? Eu sei que a senhora deve estar me achando um monstro,só porque eu e a Mel estamos... namorando! - escuto a minha mãe soltar o ar em sinal de raiva. - É mãe! Namorando.Eu AMO a Mel,eu nunca gostei de uma pessoa como eu gosto dela. Eu achei que pelo menos a senhora fosse me apoiar.

O clima ficou estranho,a minha mãe me olhava sem piscar os olhos.Sinto a mão da Mel em meu ombro,como sinal de apoio.Se passou alguns minutos e ninguém falava nada.

– Oi,aah! Até que enfim achei vocês... - disse a Mandy entrando na sala.Droga! - O que esta acontecendo? - abaixei a cabeça,esperando a minha mãe contar.

– Eu estava chamando o Justin pra nós irmos,esta tarde.

– Eu também acho que já vou.Vamos Mel querida.Vou chamar seu pai.

– Eu já estou indo mãe. - escuto pela primeira vez a voz da Mel.Vejo sua mãe se despedir de nós,ainda estava parado. A Mel olhou em meus olhos,eles estavam escuros,frios,ela estava querendo chorar.Isso era uma das últimas coisas que eu queria pra ela.

Ela seguiu caminho para porta,com a cabeça abaixada.Olho pra minha mãe,e vejo lágrimas escorrer pela suas bochechas,e ela balançar a cabeça em sinal negativo.Eu sabia o que isso significava!

[...]

O caminho de volta pra casa foi silencioso.Parei o carro na garagem,antes mesmo de abrir a porta,escuto a voz da minha mãe.

– Vá pra casa! Não precisa dormir aqui.Você precisa pensar,é o melhor a se fazer longe dela.Você sabe que isso é o pior pra ela,isso que você sente é passageiro.Já aconteceu antes,e no que deu? Você quase se casou!

Abaixei a minha cabeça,eu não precisava discutir com a minha mãe a essa hora da noite.Ela me deu um beijo no rosto e desceu.Fui a caminho para o meu apartamento,mandando mensagem pra Mel,ela não me retornava.

– Oi..sou eu.Eu preciso te ouvir...Saiba que depois de hoje nada vai mudar,eu não vou deixar ninguém prejudicar nosso relacionamento.Durma bem,eu te amo bebê.

Me joguei na cama digitando mais uma mensagem,depois dessa minha mensagem de voz.

" Boneca,fala comigo! Isso esta me matando.Eu preciso de você!

Bieber "

Eu estava inseguro e me sentindo um gay ao mesmo tempo,isso nunca aconteceu antes.Nem mesmo com a Marie.Eu me lembro de ter 18 anos,e ela 17.Nos tínhamos estudados juntos,eu sempre fui obcecado por ela,e ela me ignorava.Fizemos a mesma faculdade em NY. Até que um dia eu chamei ela pra sair,já sabendo que ela ia negar,e pra minha surpresa ela disse " Ta bom,tô sem nada pra fazer!" Namoramos 3 anos.O nosso relacionamento era cheio de altos e baixos.Muitos se intrometiam me dizendo que ela me traía,mas eu não queria ver,eu não queria acreditar.Pra mim ela me amava,do mesmo modo que eu a amava.

Quando eu tinha 21 anos,a pedi em noivado.Só eu e ela,na faculdade,depois de uma festa.Foi meio que de última hora.Eu ajoelhei e tirei um anel da caixa de veludo,tudo muito clichê,e ela me disse que ia pensar,porque estava confusa.Me deixando do mesmo modo.Depois de 15 dias ela aceitou,eu já tinha contado para os meus pais,íamos pra casa dos meus avós,em Stratford,pra comemorar. Eu estava feliz,me sentindo o melhor de todos.Fazia anos que eu não via minha família,e ainda ia levar a minha noiva comigo.Me imaginava em 3 anos,formado,com filhos e casado.Mas tudo mudou quando fui a pegar em seu apartamento,que estava um pouco vazio,pelo fato de que a maioria das suas coisas estarem em meu apartamento.

Eu odeio me lembrar daquela cena.Ela dormia do mesmo modo que dormia comigo.Sua respiração devagar,seus cabelos jogados no peito de seu melhor amigo e ex-namorado da adolescência o que ela dizia ir fazer trabalhos na casa dele.

Voltei pro meu apartamento calado,eu não podia suportar aquilo.Eu gostava dela tanto.Eu não dei escândalo,não os acordei.Só me joguei no meu sofá,sofrendo.Depois de 2 horas vejo a porta se abrir,e ela me dando a explicação de que tinha acordado tarde,e começou a arrumar as coisas de última hora.

Discutimos durante horas,até ela me confessar de que já saia com ele antes mesmo de namorar comigo,e que quando eu a pedi em noivado ela não aceitou na hora,porque tinha que perguntar a ele.

Eu fui um idiota,um estúpido.E ainda queria jogar tudo pro alto por causa de uma vadia qualquer.Dormi sem nenhuma resposta da Mel.

Acordei no outro dia com as luzes claras entrando no meu quarto.Minha cabeça doía.Levantei,tomei meu banho,e fui tomar café.E nenhuma resposta da Melina.

Já era 14:57 da tarde,o tempo tinha se fechado.Trovões estralavam no céu.E isso me lembrava dela.Ela ama a chuva.A acampainha toca,e me passa uma lista de pessoas que poderia ser.Até eu abrir a porta não imaginando quem seria.

Ela estava encharcada,seus lábios tremiam,a abracei eu meus braços,como se fosse a última coisa no mundo.A levei pra dentro,e peguei uma toalha pra seca-lá.Seus lábios estavam roxos.Ela me olhou com seus olhos frios.Ela tinha chorado muito!

– O que aconteceu meu anjo? Por que não me ligou? Eu estou tão preocupado. - puxei seu queixo em minhas mãos.Ela me olhava atormentada.

– Justin..não..- ela gaguejava,sua voz estava rouca. - não dá mais!