HARRY POTTER E O ESPECTRO DA TRAIÇÃO escrita por JMFlamel


Capítulo 5
O GRANDE PROFESSOR


Notas iniciais do capítulo

As aulas começaram e logo as coisas começaram a acontecer, atingindo Draco Malfoy. E Dumbledore terá de fazer uma viagem.



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CAPÍTULO 4

O GRANDE PROFESSOR

Os coches sem cavalos movimentavam-se pela estrada, debaixo da forte chuva, até os portões de Hogwarts. Uma expectativa pairava sobre os alunos do terceiro ano, que iniciariam o ciclo intermediário de seus estudos, com matérias optativas juntamente com as obrigatórias.

_O que vocês acham de Adivinhação? _ perguntou Harry.

_Bem, não é a minha preferida, embora eu tenha me matriculado nela. Na verdade, dou preferência à Aritmancia, é mais objetiva. _ disse Hermione.

_Notei que você está com mais livros do que o normal, Mione. _ disse Rony, de mãos dadas com a namorada _ Quantas matérias pretende fazer neste ano?

_O máximo que eu puder, Rony. _ disse ela, recostando sua cabeça no ombro do ruivo _ Conhecimento nunca é demais.

_Eu também vi a quantidade de livros que você trouxe. _ disse Harry _ Bem, é certo que o conhecimento é importante, mas espero que você encontre tempo para dormir um pouco, ou não terá saúde para aproveitá-lo.

_Não se preocupem, garotos. _ disse Hermione _ Tudo já está planejado.

_Espero que sim. _ disse Gina _ Ou você será o primeiro caso de estafa entre os alunos de Hogwarts.

_Espero que seja um ano mais calmo do que os dois anteriores. _ disse Harry.

_E eu espero que o ditado de que as encrencas perseguem os Potter seja apenas uma brincadeira de mau gosto. _ disse Algie.

_Depois dos últimos dois anos, mano, até eu começo a acreditar que esse ditado tem algo de verdadeiro. _ disse Harry _ Eu procuro não ir atrás de encrencas.

_Mas normalmente elas é que vêm atrás de você, “primo”. _ disse Soraya, com um sorriso bem semelhante ao de seu pai. Sirius e Tiago eram como irmãos e a garota era considerada como uma verdadeira prima por Harry e Algie.

_Vamos torcer para que este ano seja uma exceção. _ disse Nereida.

_Mas, caso aconteça alguma coisa... _ disse Neville.

_... Os “Inseparáveis” não correrão da raia. _ completou Luna.

_É isso aí. _ concordaram os outros.

No Salão Principal os alunos, já uniformizados, dirigiram-se às mesas de suas Casas. Encontrando-se com Harry no trajeto para a mesa, Draco perguntou:

_Ei, Harry, soube que você passou por uma experiência desagradável com um Dementador, lá no trem. _ disse o loiro _ Como você está?

_Agora já estou bem, Draco. _ disse Harry _ Mas chamar de “desagradável” é pouco.

_O que aconteceu? _ perguntou Draco, curioso.

_Aquela coisa horrorosa me fez reviver o atentado a meus pais. Disseram que eu cheguei a ter convulsões.

_Aquilo também esteve em nossa cabine. _ disse Draco _ Não tenho vergonha nenhuma em dizer que eu, Crabbe, Goyle, Pansy, Milly, Blaise e Blasius quase nos borramos quando aquela coisa entrou e fez o ar ficar gelado. Disseram que quanto maiores são os horrores do passado de alguém, mais ele é afetado pelo Dementador. Mas mesmo quem não os tem, acaba por sentir o efeito de depressão, aquela maldita sensação de que nunca mais se vai ser feliz novamente.

_Mas já passou. _ disse Harry _ Um bom jantar e a companhia de pessoas de quem gosto servirão para melhorar o dia. Até.

_Até.

A Cerimônia de Seleção correu bastante animada, a canção do Chapéu Seletor naquele ano enalteceu a busca pela verdade e orientava para que se visse além das aparências. Assim que terminou, Dumbledore pediu silêncio e fez uso da palavra.

_Sejam todos muito bem-vindos. _ disse o Diretor _ Mais um ano de dedicação aos estudos nos aguarda e espero que seja bem aproveitado para sua formação, como bruxos que utilizarão suas capacidades para o bem da Bruxidade e, por que não dizer, também do mundo trouxa, promovendo a aproximação e o restabelecimento da harmonia entre os povos mágicos e não-mágicos.

Tomou um gole de água e continuou.

_Porém, nem tudo são flores. Devido à frase que Sirius Black dizia repetidamente antes de fugir de Azkaban, o Ministro da Magia tomou uma decisão extrema e destacou Dementadores para reforçar a segurança da escola. Protestei o quanto pude, mas a palavra de Cornelius foi final. Portanto, teremos de conviver com as sentinelas de Azkaban, que estarão postadas em cada entrada de Hogwarts, até que o Ministro mude de idéia. Em virtude de tal fato, precisarei orientá-los quanto a como se comportarem em relação a eles. Um Dementador é uma criatura que cumpre com determinação as tarefas que lhe forem designadas, sem emoções nem piedade. Não lhes dêem motivos para que eles lhes façam mal, procurem evitá-los. Consegui que Cornelius determinasse que eles não passassem para dentro dos limites dos terrenos de Hogwarts, eles ficarão somente à volta. Mas tomem cuidado quando forem a Hogsmeade e, acima de tudo, não tentem sair de Hogwarts sem permissão. Outros avisos mais agradáveis. O Prof. Kettleburn aposentou-se e a cadeira de Trato das Criaturas Mágicas será ocupada por uma pessoa que possui um vasto conhecimento nessa área e adoraria dividi-lo com todos vocês. Rúbeo Hagrid. _ os alunos prorromperam em aplausos.

_Como não pensamos nisso? _ perguntou Algie _ Aquele livro animalesco que você recebeu era bem a cara de algo que Hagrid utilizaria como material didático.

_A Corporação dos Aurores convocou o Prof. Derek Mason para uma missão muito especial, portanto ele teve de suspender temporariamente sua licença. Durante este ano, ele será substituído por Remus Lupin, ex-aluno desta escola e destacado combatente da Ordem da Fênix, durante os Dias Negros.

Harry prestou atenção no rosto de Severo Snape, sentado ao lado de Lupin e surpreendeu nele uma expressão mista de desgosto e preocupação. O desgosto vinha do fato de Snape sempre haver desejado o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, sem nunca ter conseguido que Dumbledore o nomeasse. Para a preocupação, Harry não conseguia identificar o motivo.

_Agora, vamos homenagear a dedicação de nossos elfos domésticos, usufruindo desse maravilhoso banquete. _ Dumbledore bateu palmas e as travessas encheram-se com as mais diversas e deliciosas comidas, das quais todos desfrutaram com satisfação.

Após o jantar, Minerva McGonnagall passou pela mesa da Grifinória e chamou Harry e Hermione.

_Sr. Potter, boa noite. Vamos à enfermaria, para que Madame Pomfrey o examine. Já soubemos do seu problema com o Dementador no trem. Srta. Granger, me espere em frente à minha sala.

_Sim, Profª McGonnagall. _ disse Hermione.

_Estou bem, professora. _ disse Harry _ A primeira coisa que o Prof. Lupin fez foi me dar um bom pedaço de chocolate.

_Ótimo. Remus Lupin sempre foi muito inteligente e de raciocínio rápido. De qualquer forma, vamos lá para ver se não ficou alguma seqüela.

_Está certo, Profª McGonnagall. Aquilo não foi nada agradável. _ e Harry foi para a enfermaria, com Minerva a seu lado.

Depois de examinado, saiu da enfermaria e limpou a boca com um guardanapo, tirando os vestígios da xícara de chocolate que Madame Pomfrey o fizera tomar. Jogou o guardanapo em uma lixeira e rumou para a Sala Comunal da Grifinória.

_Boa noite, Sr. Potter. _ disse a Mulher Gorda _ A senha, por favor.

_ “Bohemian Rhapsody”. _ respondeu ele.

_Pode entrar. _ disse ela, abrindo a passagem _ Espero que esteja melhor.

_A história já correu, não foi?

_Aqui em Hogwarts as histórias correm rápido, Sr. Potter.

_E como. Boa noite.

_Boa noite, Sr. Potter. Durma bem.

Na Sala Comunal, Gina e os outros esperavam por ele. Deu um beijo na namorada e contou o que houve na enfermaria. Quanto a Hermione, ninguém conseguiu fazer com que ela revelasse o que havia conversado com a Profª McGonnagall. Compo já estava tarde, Percy avisou que já era hora de irem dormir. Ninguém estava a fim de incomodar o orgulhoso Monitor-Chefe de Hogwarts, portanto trataram de se recolher.

Após escovar os dentes e antes de dormir, Harry pegou o espelho de duas faces de dentro do seu malão e, mesmo antes de chamar por seu pai, o rosto de Tiago Potter surgiu à sua frente.

_Já estava esperando que você entrasse em contato, filho. Remus mandou uma coruja, contando o que aconteceu. Você está bem?

_Estou, pai. Mas aquela criatura é terrível. Como é que Fudge determinou a vinda daquelas coisas para cá?

_Sei lá, Harry. Às vezes parece que Fudge tem titica de coruja na cabeça, pelas idéias que põe em prática. _ disse Tiago, enquanto pai e filho riam _ Mas, falando sério, tome cuidado. Procure evitar aqueles monstros, pois você é um banquete para eles, por tudo o que passamos. Se uma daquelas coisas te atacar, pode sugar até sua alma.

_Brrr! Nem quero pensar nisso, pai. Só de lembrar do frio que ele provocou, já me dá náuseas. Bem, vou dormir, pois amanhã já começa o batente. Boa noite.

_Lembre-se de que Remus é bom em invocar o Patrono. Se for preciso, peça a ele para ensinar a você o feitiço. Boa noite, filho. _ Tiago despediu-se.

Na manhã seguinte, à mesa do café, os horários começaram a ser distribuídos. O terceiro ano começaria com Adivinhação. A turma saiu à procura da sala, todos sendo seguidos por um curioso cavaleiro andante baixinho, que os acompanhava pulando de quadro em quadro. Lilá Brown percebeu aquilo e perguntou:

_Por que o senhor está nos seguindo?

_Ora, jovem donzela, notei que vocês estão tentando chegar a algum lugar. Para onde estão indo?

_Sala de Adivinhação. _ respondeu Parvati Patil _ O senhor sabe onde é?

_Claro, meus jovens. Não há recanto neste castelo que não seja de conhecimento de Sir Cadogan. Sigam-me, vou conduzi-los à sua aula.

A turma seguiu o cavaleiro por um caminho complicadíssimo, parecendo até que andavam em círculos. Quando chegaram a um lugar que parecia um beco sem saída, uma grande sala circular, Sir Cadogan parou.

_O que houve? _ perguntou Seamus Finnigan.

_Chegamos, jovem senhor. Lembrem-se, Sir Cadogan estará sempre à disposição, para quando precisarem.

_Espero que nunca mais precisemos desse maluco. _ sussurrou Pansy Parkinson, ao ouvido de Draco. Os dois riram.

_Mas aqui não tem saída. _ disse Dean Thomas _ Onde fica a sala de Adivinhação?

Como que respondendo à pergunta do grifinório, o chão do local começou a subir, em direção ao teto.

_O teto vai nos esmagar! _ exclamou Goyle, amedrontado.

À medida que o chão subia, os alunos olharam para cima e viram o teto se abrir do centro para as bordas, como o diafragma de uma câmera fotográfica, permitindo que adentrassem uma outra sala, imersa na penumbra por causa das janelas com cortinas vermelhas e perfumada pelo aroma de vários incensos.

_Que bom que vocês chegaram. _ disse uma voz que parecia vir do próprio ar, suave e melodiosa _ É um prazer conhecê-los materialmente. Procuro não sair muito daqui, para não perturbar os preciosos dons com os quais fui agraciada. Meu nome é Sibila Patrícia Trelawney e serei sua professora na matéria de Adivinhação.

Do meio da bruma do incenso surgiu a figura da professora. Alta, magra e vestida à moda cigana, tinha várias pulseiras nos braços, anéis nas mãos e colares no pescoço. Um xale verde brilhante completava seus trajes e os grandes óculos lhe emprestavam o aspecto de uma libélula gigante.

_Bem, devo dizer que esta matéria é bastante subjetiva e que somente os livros não serão suficientes, além de não existirem muitos e uma mente aberta é importantíssima (Harry e Rony riram da cara de desagrado de Hermione, quando ela ouviu as palavras da professora). Mas qualquer pessoa pode ter capacidades divinatórias, flashes de premonição e mesmo para um verdadeiro Vidente, as mensagens não são cem por cento claras. Creio que a Srta. Black sabe do que estou falando, já que é filha de Ayesha, minha contemporânea em Hogwarts e uma grande Vidente. Confesso que não possuo um talento do nível de minha ancestral, Cassandra Trelawney, mas tenho me esforçado para ampliar meus próprios dons e essa é uma das razões para que eu me isole um pouco. Para começar, saibam que há várias formas de Adivinhação, desde a leitura das vísceras de animais, ramo que não me agrada muito, até a muito conhecida bola de cristal, além da Aleuromancia, que é a adivinhação com a farinha, o Tarô e a leitura da borra de folhas de chá. Aliás, é por elas que vamos iniciar. Peguem suas xícaras e... ah, Sr. Longbottom, cuidado com os cacos da xícara que você vai quebrar. Falando nisso, escreva para sua avó. Augusta não está muito bem.

Ouvindo aquilo, Neville acabou deixando a xícara cair. Pegando uma pá e uma escova, recolheu os cacos, sofrendo um pequeno corte no polegar esquerdo.

_Ela bem que avisou. _ cochichou Lilá Brown, ao ouvido de Parvati Patil.

_Bobagem. _ disse Hermione _ É lógico que ele levou um susto quando ela falou da avó. Augusta Longbottom já é idosa e, na terceira idade, é de se esperar que algum problema de saúde apareça. Ele já mencionou que ela sofre com dores na coluna e preocupa-se com ela.

_Srta... Granger, creio eu. _ disse Sibila _ Posso sentir que a senhorita não fará muitos progressos em minha matéria. É necessário que se possua um certo... dom e minha Visão Interior me permite ver que a senhorita não o possui. A vibração de sua aura é muito tênue no que se refere à intuição e sensitividade necessárias para a Adivinhação. Creio que a senhorita terá muitas dificuldades e precisará lutar bastante para superá-las (“Já entendi qual é a dela. Ela tenta demonstrar que possui os mesmos dons de sua ancestral quando, na verdade, ela não é assim tão poderosa. Provavelmente não tem grande controle sobre dons premonitórios e compensa isso com dedução e observação, tal qual um detetive que se passa por paranormal”, pensou Hermione, que havia sondado discretamente o Ki da professora). Como eu disse, é pelo chá que começaremos. Mais adiante, veremos o Tarô e a Bola de Cristal, para os quais tenho novos conhecimentos a transmitir, que me foram passados por um Clã de ciganos da Romênia, com os quais tive o prazer de conviver nestas últimas férias. Esvaziem as xícaras, troquem-nas com seus parceiros e tentem interpretar as imagens formadas pela borra das folhas, baseando-se no que há no livro “Esclarecendo o Futuro”, da xará de minha ancestral, Cassandra Vablatski.

Depois de tomarem o chá (e quase queimarem as línguas), Harry e Rony trocaram de xícaras e tentaram interpretar as imagens. Harry anotava o significado, após comparar as figuras com as do livro.

_Rony, aqui parece que você terá uma grande surpresa neste ano e um acidente. Tome cuidado. _ disse Harry.

_Já a sua xícara parece um zoológico. _ comentou Rony _ Aves, cães, até parece que você é que vai ser professor de Trato das Criaturas Mágicas. Um pombo, um cachorro... é mesmo um zoológico.

Na mesa ao lado, Goyle interpretava a xícara de Draco e vice-versa.

_Draco, aqui diz que você vai conhecer alguém que marcará sua vida para sempre.

_Mas ele e eu já nos conhecemos praticamente desde as primeiras fraldas, Greg. Acho que a previsão está furada. _ disse Pansy, na outra mesa.

_Pretensiosa. _ brincou Draco, piscando para a amiga. Pansy Parkinson era apaixonada pelo loiro, desde que se entendia por gente e levava a sério o trato que Whitmore Parkinson e Lucius Malfoy haviam feito, pouco tempo depois dos dois nascerem, de prometê-los em casamento _ Mas sua xícara diz algo estranho, Greg. Levando ao pé da letra, você deverá se abaixar para não passar uma vergonha.

_Meio difícil de entender. _ disse Goyle _ Mas a própria professora disse que Adivinhação é muito subjetiva.

Interessada no que Rony havia dito, Sibila Trelawney aproximou-se da mesa dos dois e complementou a interpretação.

_Realmente, há várias figuras de animais em sua xícara, Harry. Vejamos... não, Rony, não é uma pomba. É um falcão, um sinal de que Harry tem um grande inimigo, o que não é novidade.

_Novidade seria se alguém não soubesse quem é Voldemort. _ disse Harry, enquanto ouvia-se um tilintar de xícaras quebradas.

_Não diga o nome dele! _ exclamou Anna Abbott.

_Desculpem. Como nunca tive medo, me esqueço do quanto outras pessoas ficam assustadas. _ desculpou-se Harry _ Mas a língua não cai se a gente falar o nome dele.

_Nem todos têm sua coragem, querido. _ disse Sibila _ Aqui temos um bastão, significando um ataque.

_Cuidado com os Dementadores, Potter. _ disse Pansy.

_Da minha parte, não pretendo nem chegar perto daquelas coisas, Parkinson. Estraga o dia de qualquer um. _ disse Harry.

_Harry, tome muito cuidado. _ disse a professora _ Sua xícara não é nada boa. Esse cão é... AAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!!

Mais xícaras se quebraram, depois do grito da bruxa. Até mesmo Hermione teve um sobressalto.

_O que foi, professora? _ perguntou ela.

_O cão da xícara de Harry não é um cão comum, Hermione. Ele é UM... SINISTRO!

_Sinistro? _ perguntou Hermione _ O lendário e enorme cão negro fantasmagórico que ronda os cemitérios e que também é conhecido como “Cão-do-Demônio”, “Padfoot” e “Uivo-da-Morte”?

_Com esses apelidos carinhosos, com certeza esse bicho não deve se tratar de um lulu da Pomerânia. _ disse Harry _ Já ouvi falar dele, vagamente.

_Parece que para “O Cão dos Baskervilles”, Sir Arthur Conan Doyle buscou alguma inspiração na lenda. _ disse Hermione.

_E ainda há uma outra coisa, gente. _ disse Rony.

_Tem razão, Rony. _ disse a professora _ O Sinistro é um dos maiores presságios de... MORTE. Creio que é o bastante por hoje, jovens. Vamos encerrar mais cedo, por hoje.

Os alunos foram dispensados e dirigiram-se à orla da Floresta Proibida, onde se localizava o picadeiro das aulas de Trato das Criaturas Mágicas.

_Para mim, parecia um cão comum. _ disse Hermione.

_Não sei, Mione. _ disse Rony, de mãos dadas com a namorada e dirigindo-se a Harry, preocupado _ A figura tinha um focinho fino e um aspecto feroz. Você não andou vendo um enorme cão negro por aí, andou?

_Para dizer a verdade, vi um grande cão negro, sim. _ disse Harry, enquanto Rony ficava branco _ Na noite em que saí de Little Whinging, depois que fiz Tia Guida inchar, vi um cão assim, antes de tomar o Nôitibus. Mas quando olhei novamente, ele havia desaparecido. Até parecia um fantasma.

_Talvez um cão sem dono. _ disse Nereida.

_De qualquer forma, levei um enorme susto. _ disse Harry.

_Não sei, não. _ disse Rony _ Minha mãe me disse que um tio morreu, menos de um dia depois de avistar um Sinistro. Realmente, é um dos maiores presságios de morte que existe.

_Me desculpe, Rony, mas ainda sou meio cética quanto a isso. _ Hermione comentou com os amigos _ Realmente, parece que Adivinhação não é bem a minha praia, a Profª Trelawney estava certa, a matéria é muito subjetiva. Aritmancia foi muito melhor.

_Como assim, “foi”? _ perguntou Harry _ Você ainda não assistiu a nenhuma aula dessa matéria.

_Eu quis dizer “deve ser”, Harry. _ desconversou a garota, disfarçando um bocejo e seguindo em frente _ Vamos ver o que Hagrid vai nos mostrar hoje (“Isto está meio estranho”, pensou Harry).

No picadeiro, Hagrid esperava pelos alunos. Quando eles ocuparam as arquibancadas, o enorme professor pigarreou e deu início à aula.

_Bom dia, alunos. Cada criatura mágica possui características próprias e algumas podem parecer monstros intratáveis e selvagens mas, conhecendo detalhes sobre seus hábitos, seu comportamento, elas podem se tornar até amistosas.

_Esqueceram de dizer isso a Aragogue e seus filhos. _ sussurrou Rony para Harry, lembrando-se dos perigos que os dois e mais Algie haviam passado com as Acromântulas, no ano anterior.

_Talvez achem exagero começarmos com criaturas de maior porte, mas vocês verão que não é difícil. Esperem um pouco e abram os livros.

_Mas como? _ perguntou Milly Bulstrode _ Da última vez que tentei, quase que ele engoliu minha mão.

_Eu descobri como. Vejam só. _ Draco Malfoy acariciou a lombada do livro e ele logo se abriu, enquanto Hagrid sorria _ Só tomem cuidado com...

Não houve tempo para completar o aviso. Os colegas retiraram as cordas, cintos, faixas e tudo o mais que prendia os livros, acariciaram suas lombadas e eles se abriram. Mas, logo em seguida, enormes línguas saíram do seu interior e deram uma caprichada lambida nos seus donos, dixando-os molhados.

_... As lambidas. Desculpem, não houve tempo de avisar. Isso sempre acontece da primeira vez que se consegue abrir o livro. _ disse Draco, rindo-se por dentro. Ele também havia levado uma lambida, em casa.

_Muito bem, Sr. Malfoy. _ disse Hagrid _ Cinco pontos para a Sonserina. Como foi que o senhor descobriu?

_Foi meio na tentativa, professor. _ disse Draco.

_Podem continuar me chamando de “Hagrid”, como sempre fizeram.

OK, Hagrid. _ continuou Draco _ Eu havia amarrado um cinto no livro e estava pensando em como abri-lo. Então imaginei que todo animal de estimação gosta de ser acariciado e o único lugar onde dava para fazer isso sem levar uma mordida era na lombada. Tentei, o livro ronronou e se abriu. Só que tomei uma lambida igual a de todos vocês, que me deixou todo molhado.

_Mais cinco pontos para a Sonserina. O Sr. Malfoy foi o único que passou no primeiro teste. Mas não desanimem, não faltarão oportunidades. Como eu disse, esperem um pouco que eu já volto. _ Hagrid entrou na floresta e lá ficou, por algum tempo.

Quando retornou, veio conduzindo quatro animais que despertaram a admiração de todos. Quartos traseiros equinos, com cascos reluzentes, pernas e patas dianteiras com afiadas garras, pescoços recobertos de sedosas penas, terminando em altivas cabeças de aves de rapina, com fortes bicos e cintilantes olhos alaranjados, com um olhar firme e feroz. Suas asas estavam recolhidas, mas Harry calculou que deveriam ter mais de quatro ou cinco metros de envergadura, quando totalmente estendidas.

_Mas que criaturas são aquelas? _ perguntou Dean Thomas, que era de origem trouxa.

_Hipogrifos. _ disse Nereida, admirada _ Mas eu jamais os havia visto em grupo.

_E nem tão de perto. _ comentou Soraya.

_Eu já havia visto alguns, mas ainda filhotes. _ disse Blasius Zabini _ E aí, te ricorda, sorella?

_Ma si, sei vero, fratello. _ respondeu Blaise _ Nostra famiglia cria animais mágicos, no interior. E também recebemos alguns que foram abandonados e cuidamos deles, até que consigam um lar ou que possam ser devolvidos para seu habitat natural. No caso dos hipogrifos, eles têm destino certo. O Ministério os adquire para que sejam adestrados e utilizados pelas Unidades de Ação Rápida da Polícia do Ministério. Mas eu jamais os havia visto adultos e nem tão próximos.

_Bem, Srta. Zabini, estes são livres, silvestres (“Selvagens seria o termo mais apropriado”, sussurrou Rony, ao ouvido de Hermione). _ disse Hagrid _ Hipogrifos são orgulhosos e nobres. Não é nada seguro ofendê-los, sabendo dos bicos e garras afiados que possuem mas, se forem tratados com respeito, eles também os respeitarão e vocês terão um amigo para toda a vida.

_E como é que a gente faz contato com um hipogrifo? _ perguntou Soraya.

_Acho que eu já vi algo assim. _ disse Susana Bones _ A gente primeiro se aproxima, fazendo contato visual.

_Exatamente, Srta. Bones. _ confirmou Hagrid _ Procurem não piscar, mantenham o contato visual e façam uma reverência. Em seguida, aguardem que ele retribua. Se ele não o fizer, afastem-se, sem dar as costas a ele, ou ele considerará um desrespeito e atacará. E aí, quem se dispõe a tentar?

_Acho que vou experimentar, Hagrid. _ disse Harry, vendo que ninguém mais se animava.

_Harry, não faça isso. _ disseram Michael Corner e Padma Patil, secundados por Anthony Goldstein e Theo Boot _ Lembre-se do que a Profª Trelawney viu em sua xícara de chá.

_Alguém mais além de mim se habilita? _ perguntou Harry, aproximando-se de Hagrid.

_Certo, certo. Harry, este é Bicuço _ disse Hagrid, indicando o hipogrifo cinzento e com aparência nobre _ Aproxime-se, faça a reverência e espere.

Harry se aproximou do imponente animal e fez uma respeitosa reverência, mas o hipogrifo se manteve imóvel. Julgando que sua aproximação havia sido recusada, o bruxinho preparou-se para recuar. Mas, no instante seguinte, Bicuço dobrou as patas dianteiras e inclinou a cabeça, correspondendo à reverência de Harry.

_Perfeito, Harry. Acaricie a lateral da base do bico, todos os hipogrifos gostam disso.

Harry acariciou o local indicado por Hagrid e viu que Bicuço semicerava os olhos e emitia arrulhos, como um manso pombinho. O professor aproximou-se e ofereceu uma doninha, que ele abocanhou inteira. Também acariciando o hipogrifo, levantou Harry e colocou o surpreso bruxinho sobre o dorso do animal, que permaneceu quieto.

_Ele não reagiu, Hagrid. _ disse Harry, em voz baixa.

_Porque ele confia em você, meu garoto. _ disse Hagrid, depois de levantar Harry e colocá-lo sobre o dorso de Bicuço _ Certamente ele não irá recusar levá-lo em uma voltinha. Vai, Bicuço.

Harry mal teve tempo de se firmar com os braços à volta do pescoço e as pernas nas articulações das asas do hipogrifo antes dele galopar, ganhando velocidade e abrindo as asas. Bicuço alçou vôo com Harry em seu dorso e ganhou altitude, tornando-se cada vez menor aos olhos dos que estavam no chão.

A visão panorâmica do castelo, do campo de Quadribol, da floresta e do lago era linda. O vôo no dorso do hipogrifo não era tão retilíneo quanto o de uma vassoura, mas era veloz e as mudanças de direção eram precisas. Depois de um rápido mergulho, Bicuço deu um rasante sobre a superfície do Lago Negro e logo subiu, retornando para a orla da floresta e o picadeiro, aterrissando não muito suavemente, mas de modo seguro. Hagrid ajudou Harry a descer e deu mais uma doninha para Bicuço, como recompensa. O bruxinho fez uma nova reverência, logo correspondida e afastou-se, sem dar as costas ao hipogrifo, até estar a uma distância maior.

_Que legal, Harry. _ disse Rony.

_Não sentiu medo? _ perguntou Parvati.

_Não, nenhum. _ respondeu ele _ Na verdade, não tive tempo de ficar com medo. Quando vi, já estava no alto.

_E como foi o vôo, Harry? _ perguntou Blasius.

_Menos suave do que com uma vassoura, mas bem seguro. Vocês deveriam experimentar.

_Muito bem, muito bem. _ disse Hagrid _ Agora é a vez de vocês. Lembrem-se, reverência e aguardem. Se ele corresponder, se aproximem.

Os alunos revezavam-se com os hipogrifos. A Draco, coube ficar com Bicuço e ele, logo após o hipogrifo corresponder à sua reverência, aproximou-se e começou a acariciá-lo.

_Será que você também me deixaria voar em seu dorso, Bicuço? _ perguntou Draco, ansiando pela oportunidade de também ver Hogwarts do alto, montado na imponente fera.

Mas foi aí que a poção desandou, graças a Pansy Parkinson e sua paixão pelo loiro.

Preocupada e até mesmo asustada pela proximidade de Draco Malfoy com uma criatura perigosa, a garota instintivamente gritou com voz aguda.

_DRACO, SAIA DE PERTO, PODE SER PERIGOSO!

O grito assustou Bicuço que, instintivamente, empinou. Quando ele baixou as patas dianteiras, Draco esquivou-se, com seus reflexos de Apanhador de Quadribol. Mas não foi o suficiente, uma das garras de Bicuço atingiu seu antebraço direito não com muita força, mas o bastante para deixar um profundo corte, que começou a sangrar e o garoto viu que um jato de sangue se formava, conforme o pulsar dos vasos.

_Ah, praga! Deve ter atingido alguma artéria. _ disse ele, começando a ficar meio tonto com a perda de sangue.

Pansy havia desmaiado. Crabbe e Goyle pareciam congelados. Hagrid se aproximou, mas Harry e Nereida foram mais rápidos. Correram e empurraram Crabbe e Goyle para o lado, desequilibrando-os e fazendo-os cair sentados sobre os montes de estrume que os hipogrifos haviam largado no terreno (afinal, se o bicho comia, tinha de descomer). Nereida rasgou uma larga faixa da capa de Draco, dando um nó e passando uma ripa de madeira, fazendo um torniquete que foi prontamente apertado, detendo o sangramento.

_Perfeito, Nereida! _ exclamou Harry, rasgando a manga da camisa de Draco e localizando a artéria que fora lesionada _ “Vasa reparo, Vasa cautherium. Hemostatikós”! Pode afrouxar o torniquete, Nereida. Isso deverá bastar, até que Madame Pomfrey possa cuidar dele.

Nereida afrouxou o torniquete e viu que o ferimento já não sangrava mais. Hagrid aproximou-se e pegou Draco em seus braços enormes.

_Vou levá-lo à enfermaria. Como professor isso compete a mim. Permaneçam aqui, jovens. _ disse ele, rapidamente subindo para o castelo com Draco nos braços, depois de prender os hipogrifos com correntes aos postes do picadeiro mas sem apertar demais, para não machucá-los.

_Potter, você nos paga! _ exclamaram Crabbe e Goyle _ Além de nos derrubar, ainda estimulou Draco a se arriscar com o hipogrifo, depois que você voou nele!

_Puxa, estou surpreso de vocês terem conseguido formular uma linha de raciocínio, sem ajuda externa. _ disse Harry, irônico _ Antes de qualquer coisa, não cheguem muito perto, vocês estão fedendo a estrume de hipogrifo. Acho bom tomarem um banho caprichado quando voltarmos para o castelo, pois estão precisando e não é de hoje. Não sei se perceberam, dupla de trasgos, que quem fez toda a ca**da foi Pansy Parkinson, com aquele grito histérico. Agradeçam a Nereida e a mim por termos agido rápido ou Draco entraria em choque pela perda de sangue.

_Potter está certo. Fui eu que fiz toda essa m***a e vou pedir desculpas ao Draco, assim que ele puder receber visitas. E é verdade, vocês dois estão precisando de um bom banho. _ disse Pansy, que havia sido reanimada e chegara perto do grupo, tampando o nariz.

O comentário de Pansy Parkinson fez com que todos rissem, apesar da situação.

_Mas o pai de Draco vai ficar sabendo disso. _ disse Goyle.

_Claro que vai, porque é mais do que óbvio que vocês dois vão mandar uma coruja para Lucius Malfoy assim que subirem, como os dois bons cachorrinhos de estimação que sempre foram. _ disse Nereida, olhando para os dois com um misto de censura e pena.

Dali a pouco, Hagrid estava retornando.

_Deu tudo certo. _ disse ele _ Madame Pomfrey nem precisou fazer muita coisa e elogiou a rapidez e precisão de Harry e Nereida. Draco vai ficar bom, mas vai demorar algumas semanas para o braço ficar cem por cento curado. Ele já pode receber visitas e deverá ter alta amanhã de manhã.

_Oh, não! _ exclamou Pansy, com ar de culpa _ Lá se vai o Quadribol.

_Aliás, que cheiro é esse? Ah, Srs. Crabbe e Goyle, Vão logo tomar um bom banho, antes que o cheiro do estrume de hipogrifo se fixe na pele ou vai demorar para sair. Quanto às roupas, podem queimá-las pois o cheiro já se fixou. Aula encerrada. _ disse Hagrid, dispensando a turma, com ar preocupado.

_O que houve, Hagrid? _ perguntou Rony.

_Draco está bem, confirmou que a burrada foi toda de Pansy Parkinson. Mas estou certo de que Lucius Malfoy vai acabar sabendo e eu sei como aquele cara pode ser venenoso.

_É, Crabbe e Goyle já confirmaram que vão avisá-lo. _ disse Soraya.

_Bela estreia como professor. _ disse Hagrid _ Aluno ferido, logo na primeira aula.

_Não foi culpa sua, Hagrid. _ disse Neville.

_Neville tem razão, foi um acidente. _ disse Nereida.

_Mesmo assim, estou preocupado. Agora subam, sua próxima aula será Poções e Snape já estava preparando o material.

_Se nos atrasarmos, papai nos esfola. _ disse Nereida _ Vamos subir logo, creio que temos mais ums quinze minutos antes do início da aula, no máximo.

Os Inseparáveis subiram para a aula de Poções, enquanto Hagrid entrou em sua cabana.

_Hagrid estava bem deprimido. _ comentou Rony.

_Se conheço bem o jeito dele, estou certo de que aquele barril de uísque de fogo que ele tem na cabana vai estar mais vazio até a noite. _ disse Harry.

_Vamos fazer uma visita a ele, após as aulas. _ sugeriu Hermione.

_Boa ideia. _ disse Soraya _ Vai fazer bem a ele.

Depois das aulas, os amigos retornaram à cabana de Hagrid, à exceção de Hermione, que caíra no sono e nada havia sido capaz de despertá-la.

_Até parece comigo, no ano passado. _ disse Gina _ Quando Voldemort estava possuindo minha mente, eu estava sempre cansada.

Chegando à cabana, viram que a luz estava acesa. Bateram à porta e entraram, vendo Hagrid sentado à mesa, com uma caneca fumegante à sua frente. Abriram as janelas para dissipar um pouco os vapores de uísque de fogo, antes que todos ficassem tontos.

_Algum problema, Hagrid? _ perguntou Algie.

_Mais ou menos, Algie. _ disse Hagrid, com a voz meio pastosa _ Com as declarações de Draco e Pansy, ficou provado que foi um acidente. Não sofri nenhuma sanção, mas soube que Crabbe e Goyle já haviam mandado uma coruja a Lucius Malfoy.

_Aquelas duas gárgulas. _ comentou Luna _ Não perdem a chance de puxar o saco do chefe dos pais. Ebenezer Crabbe e Sylvius Goyle trabalham para Lucius Malfoy, na “Malfoy Import & Export”.

_A empresa de fachada para os trouxas. Comércio internacional encobrindo atividades bruxas, aposto que nem todas elas lícitas.

_Quem conhece o passado daquela cobra loira, sabe do que falo. Eu já era Guarda-Caça quando ele era aluno, na mesma época de seus pais. Tiago, Lílian e Sirius sabem muito bem quem era aquele novelo de serpentes. _ disse Hagrid _ Ocupei a vaga, depois que o velho Ogg se aposentou. Temo por Bicuço, é quase certo que Lucius vai pressionar para que seja sacrificado como criatura perigosa, não vai nem dar a opção de que seja mandado para adestramento pela Polícia do Ministério, alegando que já é adulto e não pode mais ser adestrado.

_Ele pode fazer isso, Hagrid? _ perguntou Neville.

_Ele é extremamente ardiloso, Neville. Basta lembrar de como ele pressionou o Conselho Deliberativo da escola no ano passado, para forçar o afastamento de Dumbledore. Sem contar que acabei indo parar em Azkaban, por algum tempo. Brr, não tenho a menor vontade de rever aquele lugar por dentro. Aliás, já está tarde para vocês ficarem fora do castelo. Vou acompanhá-los de volta, esperem um pouco.

Hagrid saiu da cabana, enfiou a cabeça em um barril de água gelada e, após retornar à cabana, tomou um frasco de Poção Para Curar Bebedeiras. Já recuperado, acompanhou os Inseparáveis, pois já estava quase na hora do jantar.

Alguns dias se passaram e Draco teve alta da enfermaria. Apareceu no Salão Principal na hora do café, com o braço em uma tipóia.

_Como está, Draco? _ perguntou Pansy, com medo da resposta.

_Não dói mais, Pansy, mas os meus movimentos e reflexos ainda não estão cem por cento _ e vendo a cara da garota, completou _ Em algumas semanas estarei completamente bem, só que não a tempo de disputar a primeira partida de Quadribol da temporada contra a Grifinória, a não ser que alterem o calendário.

_Alterar a data do primeiro jogo não será possível, Draco. _ disse Dumbledore, que saíra da mesa dos professores e aproximara-se das mesas das Casas _ Mas tivemos uma reunião com os Capitães das equipes e todos concordaram em alterar a ordem dos jogos, de modo que a Grifinória disputará a primeira partida contra outra equipe.

_E contra quem será, Prof. Dumbledore? _ perguntou Harry, que havia ouvido as palavras do Diretor.

_Será contra a Lufa-Lufa. _ responderam ao mesmo tempo Dumbledore e Oliver Wood, que acabara de chegar para o café.

Naquele momento, uma coruja deixou cair uma mensagem nas mãos de Dumbledore. Como havia um lugar vago na mesa da Grifinória, ao lado de Harry, ele sentou-se e começou a ler a carta. Então, virou-se para Harry e olhou para o garoto.

_Sei que está curioso, então direi. É uma carta de Leonardo Mafra, me pedindo ajuda em um assunto importantíssimo.

_Leonardo Mafra? _ perguntou Harry _ Isso significa que o senhor...

_... Terei de fazer uma viagem ao Brasil, imediatamente. _ completou o Diretor.


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