HARRY POTTER E O ESPECTRO DA TRAIÇÃO escrita por JMFlamel


Capítulo 10
A revelação e o presente


Notas iniciais do capítulo

Harry descobre o nome do traidor e ainda recebe um incrível presente de Natal. Mas quem será que mandou? Certamente não a mesma pessoa que mandou o de Janine.



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CAPÍTULO 9

A REVELAÇÃO E O PRESENTE

Harry saiu da sala, com algo a lhe formigar na mente (“Mais uma vez eles interrompem a conversa quando mencionam o nome daquela pessoa. Quem será e por que eles fazem isso? Bem, ainda vou descobrir”, pensou o bruxinho). Mas seus pensamentos logo voltaram-se para coisas mais agradáveis. Gina Weasley estava vindo em sua direção. Mais atrás, Algie e Luna disfarçavam sorrisos.

—Oi, Harry. Quando eu soube que haviam podado sua saída para Hogsmeade, avisei Gina e saímos para te procurar. _ disse Algie _ Onde você estava?

—Tendo algumas instruções extras com Remus. _ disse Harry, abraçando Gina e beijando-a _ Ele estava me ensinando o Feitiço do Patrono e parece que eu aprendi bem o bastante. Acho que poderei me defender se alguma daquelas criaturas resolver me incomodar.

—Que bom. _ disse Gina, beijando Harry _ Menos uma preocupação. Mas eu achei totalmente sem noção essa atitude do Fudge.

—Deixe para lá, Gina. Não vai demorar muito para confirmarem a inocência de Sirius, espero. Então tudo isso vai passar. _ disse Harry, já pensando em um jeito de contornar o problema, para a data do passeio seguinte.

A festa do Dia das Bruxas foi esplêndida. Os amigos haviam trazido vários presentes para Harry, Algie, Gina e Luna. Todos ficaram encantados com a vila, único povoado inteiramente bruxo da Grã-Bretanha.

—Harry, este aqui é especial. _ disse Rony, enquanto Perebas se escondia dentro de seu casaco _ Todos sabemos que Sirius é inocente mas, com os últimos problemas, é bom que você se previna. Comprei um bisbilhoscópio para você, na Dervixes & Bangues.

—Ah, sim. Ele avisa quando algo suspeito ou perigoso se aproxima. Muito obrigado, Rony. Só que, com esses Dementadores por aqui, ele vai apitar bastante... olha só. Começou.

—Com certeza. _ disse Hermione _ Hogsmeade é legal. Além da Dervixes & Bangues tem filiais da Zonko’s, da Trapobelo Moda Mágica, da Joalheria Encantos Brilhantes, além da Loja de Penas Escriba, a Doceria Dedosdemel e vários outros lugares interessantes.

—Para os casais, a casa de chá de Madame Puddifoot é o lugar ideal, romântico e aconchegante. _ disse Soraya _ O que você achou do passeio, Jan?

—Bem, para mim é tudo novidade, eu adorei. _ disse Janine _ A Casa dos Gritos é impressionante, parece que se move com o vento. Soube que é um dos lugares mais assombrados da Grã-Bretanha. Mas adorei mesmo o Três Vassouras. Sua mãe está de parabéns, Nereida. O Pub é maravilhoso e a cerveja amanteigada é deliciosa.

—Obrigada, Jan. _ disse Nereida _ Procuramos manter a tradição de família. O Três Vassouras existe desde a Idade Média, sempre passando para um dos descendentes. Inclusive, foi um refúgio para vários fugitivos da Alemanha, nos dias da II Guerra. Naquela época, o Prof. Dumbledore lecionava Transfiguração e era um dos líderes da Ordem da Fênix.

—Ah, sim. _ disse Harry _ A Ordem da Fênix existe há muito tempo. Durante a II Guerra, combateu contra o exército das Trevas de Grindelwald.

—Adolf Gellert Grindelwald? _ perguntou Hermione _ Li sobre ele, era conselheiro de Hitler.

—Isso mesmo. _ confirmou Draco, que passava por ali _ Lembra-se do que comentei sobre meu tio-avô, Jean-Marc?

—Aquele que fez parte dos Maquis? _ perguntou Neville.

—O próprio. _ disse Draco _ E Grindelwald encontrou seu fim em Nurmengard, sua fortaleza nos Alpes, onde hoje é a prisão bruxa da Alemanha e Áustria.

—Os livros contam que ele estava duelando com Dumbledore e, para não ser capturado, lançou uma Avada Kedavra nele mesmo. Caiu morto aos pés dele e foi o fim do seu exército das Trevas, pelo menos aparentemente. Depois da guerra, Voldemort... ora, pare de tremer feito geleia, Draco. _ disse Soraya, rindo-se por dentro ao ver Draco Malfoy tremer como vara verde à simples menção do nome do Lorde das Trevas _ Bem, ele formou os primeiros Death Eaters recrutando-os dentro de um grupo dissidente de Grindelwald, chamado “Cavaleiros de Walpurgis”, após matar seu líder.

—O mundo trouxa sequer imagina o que já aconteceu, paralelamente aos eventos históricos conhecidos. _ disse Janine.

—É verdade, Janine... posso chamá-la assim? _ perguntou Draco, educadamente, obtendo a concordância da garota _ Os eventos da História Bruxa entrelaçam-se com a dos trouxas, influenciando-os e sendo influenciados por eles. Boa noite.

Depois que Draco saiu, Luna comentou sobre seu comportamento.

—Malfoy está diferente. Nem parece ele mesmo.

—Não percebo maldade intrínseca nele. _ disse Janine _ Mas vocês e outros mais já me contaram sobre a família dele e os Dias Negros. Na minha opinião, ele é um atormentado.

—Como assim, Jan? _ perguntou Gina.

—Dividido entre o que esperam dele e o que ele realmente é. _ disse Janine, pensativa. Ela também estava começando a prestar mais atenção em Draco _ Somando-se Pansy Parkinson a tudo isso, o clima pesa ainda mais.

Com efeito, Pansy passou por eles, assim que Draco saiu. Parecia até que o loiro havia saído porque ela estava se aproximando. Foi difícil segurar o riso.

Na semana seguinte, os alunos estavam na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, aguardando o início da aula. Foi uma grande surpresa quando, em lugar de Remus Lupin, Severo Snape adentrou a sala.

—Bom dia, alunos. Sem brincadeiras, pois o assunto é sério. O Prof. Lupin está bastante indisposto e eu darei cobertura às suas aulas, durante esta semana. _ disse Snape, fechando as janelas e cortinas com um movimento de sua varinha.

Em seguida, o professor posicionou sobre a mesa um projetor de slides, tecnomagizado para funcionar sem eletricidade e inseriu nele um carregador, contendo uma grande quantidade de slides. Aquela aula prometia.

—Segundo o que Lupin me passou, vocês já estão bastante experientes no que se refere a Grindylows, Kappas, Barretes Vermelhos e Hinkypunks. Poderemos então passar para assuntos mais avançados, uma das mais complexas e perigosas criaturas das Trevas. Falo dos Lobisomens. Alguém poderia me dar uma definição básica de um Lobisomem?

—Um ser humano que se transforma em lobo nas noites de Lua Cheia.

—Ótima definição, Srta. Sandoval. _ disse Snape, relutando em continuar a frase, fato percebido pelos alunos _ Cinco pontos para a Grifinória.

Os alunos sorriram disfarçadamente, ao ver Snape ter de conceder pontos aos Leões.

—Um Lobisomem é realmente um ser humano que se transforma em lobo nas noites de Lua Cheia, como bem o disse a Srta. Sandoval. _ disse Snape, ligando o aparelho e projetando na tela o primeiro slide, uma pintura de um lobo humanóide _ Isso se deve à Maldição Lupina, transmitida pela mordida do Lobisomem. Qual é o nome da condição de um Lobisomem?

— “Licantropia”. _ disse Milly Bulstrode.

—Exatamente, Srta. Bulstrode. Cinco pontos para a Sonserina. E o que diferencia um Animago de um Lobisomem?

—Um Animago é alguém que treina para poder se transformar em um animal específico. Sua contraparte animal apresenta sinais que lembram seu aspecto humano. Por exemplo, a Profª McGonnagall é uma Animaga, transforma-se em uma gata, mas os seus olhos mantêm a cor natural, cinza-esverdeados e têm marcas à sua volta que lembram a armação dos óculos que ela utiliza. Os Animagos devem ser registrados no Ministério, pois a Animagia não é detectável pelos Sensores de Atividade Mágica, assim como a Metamorfomagia. Porém, mesmo assim, existem muitos Animagos clandestinos. _ disse Hermione _ Já o Lobisomem é, como o senhor disse, uma vítima da Maldição Lupina, ele não se transforma por sua vontade.

—Muito bem, Srta. Granger. Cinco pontos para a Grifinória. _ disse Snape, cada vez mais mordido por estar dando pontos para a Casa rival _ E quem pode me dizer a diferença entre a criação de um Vampiro e a de um Lobisomem?

Foi a vez de Janine levantar a mão.

—Um Vampiro é criado quando a vítima, depois de ter seu sangue quase todo drenado, consente em ser “abraçada” ou seja, provar do sangue do Vampiro e, depois de três dias de sua morte, despeertar como um Vampiro neófito, uma “Criança da Noite”. Diferentemente, a mordida do Lobisomem invariavelmente transmitirá a Maldição Lupina. _ disse a garota, lembrando-se do verso _ “Aquele que ao seu sangue a saliva do lobo juntar, na Lua Cheia seguinte em irmão do lobo irá se transformar”.

—Mais cinco pontos para a Grifinória. Felizmente a Maldição Lupina já não é mais um problema insolúvel, pois atualmente dispomos da Vacina Anti-Licantropia, cujo desenvolvimento teve início na década de 50, com as pesquisas iniciadas pelos avós maternos do Sr. Longbottom, Fabiola e Marcus Westenra. Entretanto, sua utilização em humanos só foi possível há cerca de vinte anos e ela deve ser aplicada, no máximo, setenta e duas horas após a mordida ou não fará efeito. Infelizmente as vítimas feitas antes daquilo têm de conviver com a transformação por uma semana, a cada Lua Cheia. _ disse Snape _ Onde foi que a senhorita adquiriu esses conhecimentos avançados, Srta. Sandoval?

—Pesquisando em livros bruxos e trouxas. Os trouxas possuem um bom conhecimento sobre Vampiros e Lobisomens, mas a literatura trata o assunto como lendas, creio que para manter o segredo. A hierarquia e a estrutura social dos Vampiros e Lobisomens é descrita em vários RPGs ou seja, “Role Playing Games”, Jogos de Representação. Um dos mais completos é “Vampiro, A Máscara”. Já o joguei, algumas vezes, sempre representando uma personagem do Clã Toreador.

—Descendentes de Arikel. _ comentou Snape _ Muito bem. O conhecimento de vocês sobre Lobisomens é bom. Então, vamos prová-lo através de uma redação de duas folhas de pergaminho, sobre as maneiras de identificar e eliminar Lobisomens. A aula está concluída.

Os alunos saíram meio contrariados, devido à extensão do trabalho exigido por Snape e no pórtico encontraram Hagrid. O professor de Trato das Criaturas Mágicas tinha uma expressão triste no rosto.

—Ei, Hagrid, o que houve? _ perguntou Rony.

—Problemas, Rony. Grandes problemas. _ disse o professor _ Eu já imaginava que Lucius Malfoy não deixaria barato o incidente de Draco com o Bicuço. Agora terei de depor no Ministério e, se não conseguir convencê-los de que foi um acidente e que Bicuço não representa perigo para os alunos, a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas irá executá-lo.

—Mas você pode provar que ele não é perigoso, não é, Hagrid? _ perguntou Janine. Ela havia visto Bicuço uma vez e não achava que o hipogrifo representasse perigo, a não ser que o desrespeitassem.

—O problema, Janine, é que Lucius Malfoy tem aquela comissão na mão e, além disso, o executor é um psicopata. Aposto que aquele tarado do Walden McNair deve estar babando para descer o machado em mais uma criatura.

—Vamos pesquisar na Biblioteca e achar um meio de preparar uma boa peça de defesa para Bicuço. _ disse Hermione, dando um tapinha no braço de Hagrid _ Estou certa de que poderemos encontrar um precedente que o salve.

—Assim espero, Hermione. _ disse Hagrid, seguindo seu caminho.

Quase chegando à Torre da Grifinória, levaram um susto ao verem Perebas passar como uma flecha e se enfiar em um buraco da parede, perseguido por Bichento.

—Mione, se ninguém fizer nada, meu rato vai parar no estômago do seu gato. Ninguém mais vê o Perebas, ele vive escondido do Bichento. _ disse Rony _ Além disso, ele está cada vez mais magro. Só pode ser de estresse.

—Bichento, venha cá. _ disse Hermione pegando seu gato amarelo, que tentava enfiar a pata no buraco por onde o rato entrara e repreendendo-o _ Eu já lhe disse para deixar o Perebas em paz, gato desobediente.

Ao subirem as escadas, viram os alunos aglomerados em frente ao retrato da Mulher Gorda.

—O que será que houve? _ perguntou Soraya.

—Deve ter acontecido alguma coisa com a Mulher Gorda. _ disse Neville.

—A tela está vazia. _ disse Harry, enquanto Gina vinha correndo ao seu encontro.

—Oh, Harry, é horrível! Atacaram a Mulher Gorda.

—Mas quem poderia ser, mana? _ perguntou Rony.

—Vejam, ela está em outro quadro. _ disse Janine _ Refugiou-se com Violeta.

Com efeito, a Mulher Gorda estava abraçada com Violeta, a bruxa magra e encarquilhada de um dos quadros vizinhos e sua grande amiga. Seu vestido estava rasgado e ela apresentava arranhões no no corpo, que coincidiam com os rasgos na tela do quadro. Naquele momento, Dumbledore chegou.

—O que aconteceu, jovens? _ perguntou o Diretor.

—A Mulher Gorda foi atacada, Prof. Dumbledore. _ disse Seamus Finnigan.

—Ela está ali, com Violeta. _ disse Dean Thomas.

O Diretor aproximou-se do quadro, onde a Mulher gorda chorava, abraçada a Violeta.

—Quem fez isso, minha senhora? _ perguntou ele.

—Eu jamais poderia imaginar, Diretor. _ disse ela, soluçando _ Eu o conheci quando criança, acompanhei todos os seus anos escolares e não acreditei no que diziam os jornais. Mas, quando eu disse a ele que não poderia entrar sem a senha, ele pareceu transtornado e me atacou. Eu não acredito que Sirius Black tenha feito aquilo comigo.

Foi como se uma bomba tivesse sido detonada no local.

Buscas foram dadas por todo o castelo, os alunos foram todos reunidos no Salão Principal, onde dormiriam por aquela noite. Foram providenciados sacos de dormir bastante macios e confortáveis. Os Inseparáveis trataram de conseguir um bom lugar, juntando-se a eles Lilá, Parvati, Padma e Janine.

—Como ele pode ter conseguido entrar? _ perguntou Parvati, baixinho.

—Sirius era um aluno brilhante, mas extremamente bagunceiro. Era Batedor da equipe de Quadribol e meu pai era Apanhador. Acreditem, ele deve conhecer passagens das quais até mesmo Dumbledore não sabe. _ disse Harry, pensando na estátua de Gunhilda de Gorsemoor.

—Acredito que sim, pelas histórias que ele já nos contou. _ disse Algie.

—Mas o que me intriga não é o “como” e sim o “porquê”. _ disse Soraya, pensativa, olhando para os amigos _ Por que papai agrediria o quadro da Mulher Gorda? Ele deve ter um bom motivo para agir de um modo que o faz parecer culpado.

—Não sei. Mas há muito para se investigar nessa história. _ disse Hermione.

—Ouvi dizer que ele era muito bom em Transfiguração. _ disse Lilá _ Sendo assim, o que o impediria de ainda estar aqui no castelo, disfarçado como qualquer coisa, até mesmo um arbusto florido?

—Arbusto florido? Depois dizem que a louca sou eu. _ disse Luna.

—Vai dormir que o teu mal é sono, Srta. Lavender Brown. _ disse Nereida, enquanto todos riam baixo _ Amanhã você nem vai se lembrar das besteiras que disse.

—Silêncio. Tem gente querendo dormir e vocês deveriam seguir o exemplo deles. As luzes até já estão apagadas. _ disse Percy.

—Não vamos contrariar o Monitor-Chefe, gente. _ disse Rony, em tom de gozação com seu irmão, enquanto todos riam baixo _ Boa noite a todos.

Logo todos ressonavam. Após algum tempo, Harry despertou com o som de passos próximos, mas não se moveu. A voz de Severo Snape pôde ser ouvida, falando em tom baixo.

—Foram dadas buscas em todo o castelo, Diretor. Nem o menor sinal de Sirius Black.

—Eu já imaginava que ninguém o encontraria, Severo. Sirius sempre foi extremamente habilidoso e um especialista em pregar peças e se ocultar, como você deve se lembrar.

—E como me lembro. _ disse Snape, com um suspiro _ Sete anos sendo zoado por aqueles quatro. Até mesmo pelo Pett...

Snape se calou a um sinal de Dumbledore. O velho Diretor apontou para um lugar e o professor de Poções viu que os Inseparáveis estavam ali (“Mais uma vez”, pensou Harry).

—Mesmo assim, Diretor, o senhor deve se lembrar de que eu manifestei grandes preocupações quando o senhor resolveu contratar Remus Lupin para substituir Derek Mason, durante este ano.

—Remus não é Romulus, muito pelo contrário, Severo. Confio inteiramente nele. E mesmo essa atitude de Sirius não muda a minha opinião, embora isso possa acabar piorando sua situação.

—E quanto a Harry Potter? Não seria melhor contar toda a história a ele, para que ele possa se defender? _ perguntou Snape.

—Tudo a seu tempo, Severo. Quando chegar a hora, contaremos a ele todas as circunstâncias que cercaram o final dos Dias Negros. Por enquanto, deixemo-lo aproveitar a juventude e descansar. Quando dormimos, entramos em um universo que é só nosso. Vamos permitir que Harry desbrave o dele, cavalgando sobre a mais alta das estrelas ou mergulhando para explorar o mais profundo dos oceanos. _ disse Dumbledore, sabendo que Harry estava acordado e que ouvira tudo o que os professores haviam conversado.

No dia seguinte, retornaram para suas Casas e procuraram cuidar de seus afazeres. A mente de Harry Potter estava ocupada não mais com um, mas sim com dois mistérios. Eles jamais terminavam de falar o nome, paravam em “Pett...” e calavam-se, como se o nome fosse um tabu, quase como o de Voldemort mas, naquele caso, como se o nome lhes repugnasse. Será que era alguém do antigo círculo de amizades de seu pai? Seria, talvez, o verdadeiro traidor que havia revelado a Voldemort o esconderijo de sua família, possibilitando ao Lorde das Trevas ir a Godric’s Hollow e praticar o atentado que quase os matou? Talvez pesquisando nos registros de alunos daquele tempo, existentes na Biblioteca. Sim, faria isso. Outro mistério era o nome “Romulus”. Por uma associação lógica, deveria ser irmão de Remus Lupin. Então, como é que jamais havia ouvido falar dele? Além do que, pela maneira como Dumbledore havia se referido a ele, não devia ser boa coisa. Bem, mais uma coisa para se ocupar, além das matérias e do Quadribol. Ainda bem que Janine lhe emprestara a sua Nimbus 2001-Lite, pois a greve das fábricas ainda não havia terminado.

Envolvido com esses afazeres, o tempo passou e o dia da segunda visita do ano letivo a Hogsmeade se aproximava. Harry já havia planejado como iria driblar os Dementadores. Utilizaria sua Capa de Invisibilidade e sairia pela passagem da estátua de Gunhilda de Gorsemoor, que levava ao porão da Dedosdemel. No dia, quando estava prestes a tocar a corcunda da estátua com a varinha e dizer “Dissendium”, Fred e Jorge saíram de trás da estátua.

—Sabíamos que você estaria aqui, Harry. _ disse Jorge.

—Que vergonha. _ disse Fred _ Ia sair escondido para Hogsmeade?

—Como se vocês já não tivessem feito isso várias vezes. _ disse Harry, com um olhar irônico.

—Ah, mas nós sempre procuramos nos cuidar. _ disse Fred.

—Principalmente porque sabemos dos passos de cada pessoa na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. _ disse Jorge _ Com isso, circulamos por aí, sem risco.

—Como? _ perguntou Harry, curioso.

—Graças a este mapa. _ disse Jorge.

—Ora, mas é só um pergaminho em branco. _ disse Harry.

—Que “abduzimos” de uma das gavetas da sala do Filch, quando ele nos pegou fazendo uma “pequena travessura”. _ disse Fred.

—Me deixem adivinhar... soltaram uma “Dungbomb” no corredor?

—Na verdade foram umas cinco. _ disse Fred, com ar angelical.

—Mas o que tem esse pergaminho de tão especial? _ perguntou Harry.

—Já vou mostrar. _ e Jorge tocou o pergaminho com a varinha _ “Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

Com o toque da varinha de Jorge, o traçado do mapa se formou e Harry viu um mapa completo de todos os terrenos de Hogwarts. Em seguida, apareceu um texto: “Os senhores Moony, Wormtail, Padfoot, Fourhands e Prongs, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar O MAPA DO MAROTO.”

—Um mapa bastante detalhado. _ disse Harry _ E com miniaturas de todas as pessoas. Olhe as nossas, aqui. E também mostra várias passagens secretas, muitas delas levando a Hogsmeade.

—Sim. E esta onde estamos é uma das melhores. Harry, este é um presente de Natal antecipado para nosso cunhadinho. _ disse Fred _ Nós já decoramos o mapa e sabemos de cada passagem. Aliás, aquela outra não é muito segura, pois o Salgueiro Lutador foi plantado bem em cima dela. Faça bom uso do mapa.

—Só não se esqueça de apagá-lo depois de usar, senão qualquer um poderá ler. Toque-o com a varinha e diga “Malfeito feito.” _ disse Jorge _ Bom passeio.

Os gêmeos Weasley saíram e Harry tomou o caminho de Hogsmeade, após limpar o mapa. Aquela passagem já era conhecida dele desde o primeiro ano, quando os bruxinhos tiveram de entrar por ela para escapar de Filch e acabaram surpreendendo uma discussão entre Snape e Quirrell, mas jamais tinha saído pelo alçapão... até agora. Coberto pela sua Capa de Invisibilidade, subiu as escadas e chegou à loja, lotada de jovens, colorida e perfumada com o delicioso aroma da grande variedade de doces. Em um ponto da loja, viu Rony e Hermione, com Janine, Nereida e Soraya.

—Pena que Harry não pode estar aqui conosco, graças às ideias furadas do Ministro Fudge. _ disse Soraya.

—Como se isso me impedisse. _ disse Harry, baixinho, saindo de baixo da capa e dando um susto nos amigos.

—Harry? _ perguntou Nereida _ Como você veio... ah, sim. A passagem de Gunhilda de Gorsemoor.

—E como evitou o Filch para chegar até a estátua? Ele anda vigiando os corredores mais do que de costume.

—Graças a Fred e Jorge. _ e Harry mostrou o Mapa do Maroto.

—Aqueles dois. _ reclamou Rony _ Sou irmão deles e eles nunca me falaram desse mapa.

—Você não vai ficar com esse mapa, não é? _ perguntou Hermione.

—Claro que vou. _ respondeu Harry _ Se alguém mais souber dele, Filch poderá desconfiar que foram Fred e Jorge que o... como foi mesmo que eles disseram? Ah, sim, “abduziram”.

—OK. Vamos ao Três Vassouras? _ perguntou Hermione e todos concordaram.

Saíram para a rua, em meio ao vento e à neve, todos bem agasalhados. Os amigos iam mostrando a Harry os vários lugares, a Zonko’s, a Trapobelo, o Cabeça de Javali, o Correio e, ao longe, fora do povoado, a Casa dos Gritos. Então chegaram ao Três Vassouras, onde foram para uma mesa de canto, após Nereida cumprimentar sua mãe e Harry se esconder com a capa, até chegarem à mesa. Em seguida o garçom, Taylor, trouxe uma rodada de cervejas amanteigadas, que logo espantaram o frio. Enquanto conversavam, Soraya percebeu algo e avisou.

—Esconda-se, Harry! Rápido!

Harry olhou para o local que Soraya apontara e ficou branco. Seus pais estavam entrando no Três Vassouras, acompanhados de Minerva McGonnagall, Filius Flitwick, Hagrid e... Cornelius Fudge. Mais do que depressa, Harry foi para baixo da mesa, enquanto Hermione e Janine levitavam a árvore de Natal, escondendo-os da visão dos recém-chegados, que haviam se instalado em uma mesa ao lado deles.

—Rosmerta, querida. _ disse Lílian _ Há quanto tempo.

—Lílian! Tiago! O que os traz aqui?

—Esperávamos que uma certa pessoa revertesse sua ordem, mas parece que ele continua irredutível. _ disse Tiago, olhando de modo bem significativo para Cornelius Fudge.

—Mas é para a própria segurança de Harry, Tiago. _ protestou Fudge _ Nós não podemos facilitar, enquanto Sirius Black estiver à solta.

—Você continua com essa ideia fixa de que Sirius é culpado de nos trair? Mas isso é um absurdo e a prisão dele foi um erro. _ disse Lílian.

—Mas se somarmos o conjunto de provas, sua fuga e esta última incursão a Hogwarts, com a agressão do quadro, a atitude dele fica bem suspeita. _ disse Minerva, enquanto Rosmerta chegava com os pedidos _ Obrigada, Rosmerta. Junta-se a nós?

—Faço questão. _ disse Fudge.

—Certo. _ disse Rosmerta, sentando-se à mesa com eles, enquanto Nereida ia dar uma força no balcão _ E quando é que vai mandar aqueles horríveis Dementadores embora? Aquelas criaturas assustadoras, patrulhando Hogsmeade após o anoitecer, acabam prejudicando os negócios. Ninguém mais vem ao Pub à noite, por causa do toque de recolher.

—Assim que pegarmos Sirius, nem que seja para ele se explicar, embora a situação paraça estar bem clara. _ disse Fudge.

—Não é bem assim, Ministro. _ disse Tiago _ Não são todos que sabem de toda a história.

—Inclusive, nem contamos nada a Harry e Algie. _ disse Lílian _ Ainda é cedo para que eles saibam que uma pessoa próxima a nós era o Fiel do Segredo e nos traiu.

Harry ficou surpreso. Seus pais jamais haviam revelado nada sobre aquilo.

—Mas não era Sirius Black o Fiel do Segredo? _ perguntou Rosmerta.

—Não, não era ele, Rosmerta. _ disse Tiago _ A escolha lógica seria ele. Bastante próximo a nós, padrinho de Harry, etc. Era o que todos estavam pensando, só que planejamos uma manobra diversionista de última hora.

—O Fiel do Segredo foi outra pessoa. Alguém que ninguém pensaria ser escolhido para essa incumbência. Então, quando o Feitiço Fidelius foi ativado desaparecemos para o mundo, por cerca de um ano, até que fomos traídos. _ disse Lílian _ E por um companheiro da Ordem da Fênix e nosso colega de Hogwarts. Logo após o atentado, Hagrid e Sirius nos tiraram dos escombros e nos levaram para o St. Mungus. Em seguida, Sirius foi atrás dele e conseguiu pegá-lo, encurralando-o em uma rua.

— “Pegá-lo” é modo de dizer. _ comentou Hagrid _ Só sobrou um dedo dele, Sirius o destroçou.

—Na verdade, foi ele mesmo quem provocou tudo e ainda levou treze trouxas junto, executando uma “Bombarda Maxima” e explodindo uma tubulação subterrânea de gás. Foi embora e já foi tarde. _ disse Tiago _ Eu não acredito que agora, doze anos depois de morto, aquele sujo ainda nos causaria problemas. E pensar que ele era um dos Marotos, um de nós.

Harry engoliu em seco. Será que finalmente saberia quem havia sido o traidor?

—Era ele mesmo, Tiago? O quarto Maroto? _ perguntou Flitwick.

—Exatamente, Filius. _ confirmou Tiago _ Ninguém imaginaria que o traidor, que já há cerca de um ano era espião de Voldemort... ora, parem de tremer, gente! Bem, ninguém pensaria que fosse nosso velho amigo, colega de Hogwarts e membro dos Marotos, PETER PETTIGREW.

Finalmente Harry ficara sabendo o nome do traidor de seus pais.

—Quem diria. _ comentou Minerva _ Ninguém pensaria que Peter Pettigrew, com aquele jeito todo tímido e engraçadinho, seria o espião de Você-Sabe-Quem.

—Aparências enganam, Minerva. _ disse Fudge _ Se Derek estivesse aqui, seria de grande ajuda.

—A Corporação reativou temporariamente seu status, Ministro. A última notícia que tivemos dele foi de Djakarta. _ disse Tiago _ Ele foi investigar rumores de atividade de Death Eaters na Indonésia. Mas talvez apareça para o Natal.

—Preparação para um possível retorno de Você-Sabe-Quem? _ perguntou Hagrid.

—Talvez. _ disse Tiago _ Ele é o cara para essa missão. Embora haja outros Aurores com grau de Mestre Ninja, poucos têm o “feeling” de Derek Mason, o quinto Maroto.

—Graças a ele e ao que lhes ensinou, vocês nunca eram pegos em suas brincadeiras. _ disse Minerva, tomando um gole de sua água de gilly _ Sabe, lembrar dos tempos em que vocês eram alunos, me faz pensar em Romulus.

—Mais uma lembrança desagradável. _ disse Tiago _ Sumiu no mundo, quando estávamos no terceiro ano e nunca mais tivemos notícias dele, exceto por alguns rumores de que, durante os Dias Negros, estava do lado das Trevas. Nada confirmado, pois jamais foi visto.

—Deve ter sido um grande golpe para Remus. _ comentou Rosmerta _ Até hoje ele evita falar do irmão.

Então o tal Romulus era irmão de Remus Lupin. Bem, era algo lógico. “Romulus e Remus”. O Prof. Lupin jamais havia falado que tinha um irmão e Harry podia imaginar o porquê, principalmente se era das Trevas. Mas suas conjecturas foram interrompidas pela voz de sua mãe.

—Seria bom dar uma passada em Hogwarts, aproveitar para ver Harry e Algie, já que eles não podem vir. Algie por ainda estar cursando o segundo ano e Harry... bem, Harry ficou no castelo por outras razões. Ainda bem que Gina Weasley está com ele. _ disse Lílian, com um sugestivo acento de reprovação dirigido a Cornelius Fudge.

—Vamos indo, então. _ disse Minerva McGonnagall _ Estou certa de que Alvo também vai gostar muito de vê-los.

Harry ficou branco. Teria de driblá-los e chegar até a Dedosdemel, alcançar a passagem e chegar a Hogwarts antes deles.

—Aproveite a hora em que eles forem pagar a conta e saia com a Capa de Invisibilidade. _ sussurrou Janine. A gente se vê em Hogwarts.

—OK, Jan. Muito obrigado. _ sussurrou Harry de volta, deixando com a garota o dinheiro de sua cerveja amanteigada e preparando-se para sair.

Como o Três Vassouras estava bastante cheio, os bruxos tiveram de ir pagar a conta no balcão. Harry saiu pela porta e correu em meio à neve, até a Dedosdemel. Chegando ao porão, entrou pela passagem e correu o mais que pôde. Por sorte, seu preparo físico era excelente e ele logo chegou ao castelo. Antes de sair pela corcunda da estátua de Gunhilda de Gorsemoor, tratou de ativar o Mapa do Maroto (“Esse nome... será que meu pai e os outros têm algo a ver com este mapa?”, pensou Harry), vendo que o caminho estava livre. Então rumou para a Sala Comunal da Grifinória que, por sorte, estava quase vazia.

—Ei, Harry, Gina estava à sua procura. _ disse Colin Creevey.

—Obrigado, Colin. _ disse Harry, correndo para o dormitório, jogando as roupas suadas no cesto para serem recolhidas pelos elfos e enfiando-se no banheiro, tomando um banho rápido, secando-se e trocando de roupas.

Desceu para a Sala Comunal com um exemplar do livro “Qual Vassoura” nas mãos, bem a tempo de sentar-se em frente à lareira e fingir que o estava lendo há algum tempo. Logo em seguida, Gina entrou e espantou-se ao vê-lo.

—Onde você estava, Harry? Estive à sua procura.

—Depois te conto, meu bem. _ disse Harry, beijando a namorada _ Mas, para todos os efeitos, estivemos juntos até há pouco, quando subi para tomar um banho, OK?

—OK. Mas você vai ter de explicar muito bem, depois. _ disse Gina.

Cerca de dez minutos depois, vozes no corredor de acesso fizeram-nos saber que tinham visitas.

—Harry, meu filho. Como está? _ perguntou Tiago _ Se bem que, estando com Gina, sempre estará bem.

A ruiva corou fortemente com o elogio de Tiago Potter.

—Vão passar o Natal aqui ou querem ir para Londres conosco? _ perguntou Lílian, enquanto os outros Inseparáveis da Grifinória iam chegando _ Natal é para se passar em família.

—Que tal nos reunirmos todos em Godric’s Hollow? _ sugeriu Tiago _ No ano passado vocês ficaram em Hogwarts e sentimos sua falta.

—Seria bom. _ disse Harry, fechando o livro e abraçando os pais _ Realmente, no ano passado ficamos em Hogwarts ( E lembrou-se de como estiveram na Sala Comunal da Sonserina, dissfarçados como Crabbe e Goyle, com a Poção Polissuco).

—Então vou falar com Arthur. Ora, um rosto novo na Grifinória? _ brincou com Janine, a quem já conhecera no Ministério _ Vai ficar por aqui ou vai passar o Natal no Brasil, Srta. Sandoval?

—O Natal deste ano não será a época mais feliz para nós, depois da morte do meu pai. Mas é uma data para se passar em família, portanto creio que irei para o Brasil, passar o Natal com minha mãe e meus avós, em São Borja, no Rio Grande do Sul. _ disse Janine.

—Estou pensando em algo. _ disse Lílian _ Que tal sua mãe e seus avós passarem o Natal conosco, em Godric’s Hollow?

—Acho que seria uma excelente ideia, Sra. Potter. _ disse Janine, com um sorriso que acentuava as covinhas do seu rosto _ Vou mandar uma coruja para ela, agora mesmo.

Janine foi buscar pena e pergaminho. Retornou e começou a escrever a carta.

—Diga a ela que o Departamento de Transportes Mágicos do Ministério da Magia do Brasil mandará uma Chave de Portal. _ disse Tiago.

Janine terminou a carta e foi para o Corujal. Gaudério teria trabalho naquele dia.

—Será bom rever Marilise. _ disse Lílian _ Gostei bastante dela.

—Ela também gostou muito de vocês. _ disse Janine, que já havia retornado do Corujal e estendia as mãos para a lareira, aquecendo-as _ Estou certa de que ela virá.

Tiago e Lílian permaneceram um pouco mais e depois foram para o Gabinete do Diretor, onde entraram na lareira e foram para Londres, com pó de Flu.

No dia seguinte, chegou a resposta de Marilise. Ela e os avós de Janine iriam para Godric’s Hollow com uma Chave de Portal. Os alunos já estavam com a bagagem pronta e logo tomaram as Troykas, em direção a Hogsmeade. Depois de uma tranquila viagem no Expresso de Hogwarts, chegaram a Londres e seguiram seus rumos.

—Não se esqueçam. Esperamos por vocês em Godric’s Hollow. _ disse Tiago, enquanto saíam para a rua. Janine ficaria com os Potter e iria com eles para Godric’s Hollow esperar por seus familiares. Embarcaram na BMW dos Potter e foram diretamente para Godric’s Hollow.

—O trânsito está terrível. _ disse Algie.

—Então será melhor peger um atalho para sairmos de Londres. _ disse Tiago.

—Mas por onde? _ perguntou Janine, vendo que a BMW entrou em um beco.

—Godric’s Hollow, lá vamos nós. _ disse Lílian.

Antes que Janine pudesse dizer uma palavra, Tiago apertou dois botões e o carro ficou invisível, logo desaparatando. No instante seguinte estava na estrada e logo viram uma placa dizendo: “GODRIC’S HOLLOW – 5 MILHAS”.

—Chegamos. _ disse Harry _ Ali está a propriedade Potter.

—É linda. _ disse Janine _ E que casa! Combina perfeitamente com o lugar.

Tiago estacionou em frente à mansão e descarregaram a bagagem. Depois foi guardar o carro na garagem. Entraram e foram para a sala de estar.

—Pelos meus cálculos, devem estar chegando... AGORA! _ Tiago consultou o relógio, um brilho iluminou o cômodo e três pessoas surgiram em frente a eles.

—Janine, querida! Parece que faz um século e não apenas alguns meses.

—Mamãe, vovó, vovô, que saudades! _ exclamou Janine, abraçando a sua família _ Fizeram uma boa viagem?

—Para Marilise já não é novidade. _ disse Claudete Vargas, a avó materna de Janine, acariciando os cabelos da neta _ Acho que eu e Dario nos saímos bem em nossa primeira vez. É um prazer conhecê-los, família Potter. Marilise falou de vocês.

—Bem, eu espero. _ brincou Tiago _ Conhecemo-nos no Ministério e foi bem interessante, dadas as circunstâncias. Janine é a primeira pessoa que manifestou magia após a infância.

—Imaginem só, a magia é uma realidade. _ disse Dario _ Se dissessem isso nos tempos do Tio Gê, qualquer um pensaria ser loucura.

—Até onde eu sei, Getùlio também tinha conselheiros bruxos. Quase todos os reis e presidentes têm ou tiveram. _ disse Lílian _ Infelizmente muitos tiranos também.

A conversa fluiu descontraída e com o chimarrão circulando, até serem interrompidos por algumas batidas na porta, que precederam a chegada dos Weasley e dos Granger, além de Ayesha e Soraya.

—E aí, vamos juntar a culinária bruxa com a trouxa e ver no que é que dá? Creio que será uma boa experiência. _ disse Lílian, enquanto as mulheres iam para a cozinha preparar a ceia da noite e o almoço de Natal _ E ai do barbado que resolver xeretar, independente de quem for.

—Acho bom levarmos a sério o que Lílian está dizendo. Certa vez cometi a tolice de entrar na cozinha quando ela e Ayesha estavam preparando um jantar especial e acabei transformado em um porco-espinho. _ disse Tiago.

—No seu caso não fez muita diferença, Tiago. _ disse Remus, que acabara de chegar, enquanto todos riam.

Logo em seguida, chegaram Dumbledore e McGonnagall e, quando estava quase na hora da ceia ser servida...

—Derek! Mas que bom vê-lo. _ disse Tiago _ Como foi a missão na Indonésia?

—Rendeu bons frutos, Tiago. É bom revê-los a todos. E aí, Remus, a turma está te dando muito trabalho?

—Não, todos são muito bons. Você os deixou afiados.

—Janine, que bom conhecê-la. _ disse Derek _ Ouvi falar do seu caso e fiquei contente em saber que você e os Inseparáveis tornaram-se amigos. Essa é sua família?

—Sim, Prof. Mason. Minha mãe, Marilise e meus avós, Claudete e Dario.

—É um prazer conhecê-los. Sou Derek Mason, professor em Hogwarts e Auror. Soube que Janine foi discípula de Masaaki Hatsumi e que já venceu o Tenkai Chi Budokai por três vezes.

—Sim. E eu soube que o senhor é o Sucessor da Linhagem Bruxa de Togakure, Sr. Mason. _ disse Marilise, cumprimentando o bruxo.

A ceia de Natal foi excelente e mais tarde todos foram dormir, contendo a ansiedade pelo que estava debaixo da árvore. Na manhã seguinte, logo cedo, desceram e foram ver os presentes. Ninguém foi esquecido. Janine pegou uma caixinha endereçada a ela, mas sem remetente. Nela, havia um cordão e um pingente, representando um pequeno dragão, tudo em ouro branco.

—É lindo. _ disse ela _ Mas não tem remetente.

—Um admirador secreto, talvez. _ comentou Gina.

—Bem parecido com aquele do seu piercing. _ disse Marilise _ Ou você pensa que eu não sei que você colocou um?

Janine corou e ficou toda sem jeito.

—Harry, este aqui é para você. _ disse Hermione, pegando um embrulho longo e fino. Quando Harry o abriu, quase perdeu o fôlego.

—Muito obrigado, papai. _ disse ele _ Agora já posso devolver a da Janine.

—Como é que é, filho? _ perguntou Tiago _ Não fomos nós que lhe demos este.

—Aliás, não me lembro de ter visto esse pacote, ontem. _ disse Lílian.

—Mas alguém deu. _ disse Hermione _ E é muito estranho, primeiro porque as fábricas ainda estão em greve. E, segundo, quem presentearia alguém com isso e de forma anônima?

O conteúdo do pacote desembrulhado era nada mais nada menos do que uma vassoura Firebolt, novinha em folha.

Ninguém conseguiu dizer uma palavra.


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