A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 11
Descoberta (Rebeca)


Notas iniciais do capítulo

I'M BACK, BITCHES!
oi, meus lindos! Senti falta de vocês :/ mas agora eu vou ter oportunidade de entrar todo fim de semana - isso até eu comprar meu pc novo, o que, se eu tiver sorte, será em breve.
Dica do dia: Assista Amanhecer parte 2. Grite, chore, xingue, comemore.
Enfim, chega de blá, blá, blá. Lê esse capítulo aí porque a parte interessante tá começando.
Parei de enrolar, agora ficou sério.



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O tédio me consumia naquela segunda-feira como em todas as outras. Estávamos no intervalo. Todos conversavam sobre o massacre do Iguatemi. Suspirei. Estava com sono demais para isso.

Em minha cabeça eu me perguntava quem era o responsável. Todos estavam mortos, exceto por mim e James. Mas ele não faria isso... Eu acho. Mas quem sou eu para achar, certo? Eu não o conheço como achava que sim, no fim das contas. Talvez seja ele mesmo o culpado.

Ri do rumo de meus pensamentos. James? Matando inocentes no Brasil? Pouco provável. Talvez alguém tenha sobrevivido, ou...

Filhos. Outros deviam ter tido filhos além de minha mãe, Pablo e a avó de James.

Claro! Era isso! Descendentes! Talvez quisessem se vingar de mim e James por termos matado seu pai ou sua mãe...

Mas por que só o Brasil? Por que ninguém atacava os Estados Unidos? A não ser que...

-O que você acha, Rebeca? Por que judeus atacariam o Brasil assim? Nunca fizemos nada contra eles e não é como se apoiássemos os muçulmanos lá na faixa de Gaza, certo? Então por quê? – perguntou Hugo.

-Não sei. Na verdade, não vejo qualquer justificativa. – respondi.

-Bom, talvez não sejam os judeus e sim um grupo de brasileiros terroristas insatisfeitos com o governo e que por acaso são judeus. – disse Daniel.

-Talvez sejam neonazistas. – disse Gabriel.

-Judeus? – perguntou Hugo, achando improvável. Eu tinha que concordar com ele.

-Nazistas judeus? Claro, porque isso tem lógica. – ironizei. Alguns riram.

Gabriel revirou os olhos.

-Não judeus. Incriminando os judeus. – explicou-se.

-Até faz sentido... – disse Gustavo.

-Verdade, mas... Neonazistas no Brasil? Parece meio improvável. – falou Carol.

-Improvável, não impossível. – insistiu Gabriel.

-Não acho que sejam neonazistas. – disse Alice - Concordo com Daniel, na verdade. Talvez sejam judeus, mas a causa deles não tem a ver com a religião.

Silêncio. Acho que vale mencionar que Carol, incapaz de ficar na dela, transformou a sexualidade da Alice no assunto mais comentado no grupo da escola do face. Alice bufou e revirou os olhos. Poderíamos ficar naquele silêncio desconfortável o dia inteiro. Resolvi quebrá-lo.

-Não acho que sejam judeus. – eu disse. Alguns concordaram.

-Por que não? – soltou Lucas, finalmente dando um sinal de vida.

Por que ele estava me perguntando aquilo? Ele sabia bem o porquê. E sabia que eu não podia explicar.

-Sei lá. Instinto. – eu disse.

-Acho que a Wikipédia está certa. – disse Daniel – Não foram judeus. Quero dizer, qualquer um pode desenhar uma estrela de seis pontas na parede de um banco ou no chão de um shopping.

-Eu prefiro sua primeira explicação. Judeus por coincidência. – insistiu Lucas.

-É, mas eu estava pensando, se fosse coincidência, por que desenhar a estrela de Davi?

-Verdade, também tem isso. – disse Julia.

Carol pigarreou, ignorando Julia também.

-Então, é, concordo com a Wikipédia.

-Parem de chamar ela de Wikipédia! – pediu Hugo.

-Que lindo, o Hugo defendendo a namorada! – disse Gustavo.

-Awn, que bonito. – brincou Gabriel.

As pessoas começaram a zoar Hugo por isso. Lucas revirou os olhos e se levantou. Fui atrás dele.

-Lucas! Lucas! – chamei. Ele me ignorou e continuou andando – Lucas! – segurei-o pelo pulso. Ele finalmente virou para mim.

-Que foi?

-O que houve? Por que você está irritado hoje?

-Eu não estou irritado. – respondeu friamente.

-É, claro que não. – ele não reagiu, revirei os olhos – Certo não quer falar sobre isso, não fale. – silêncio – Aliás, ontem você ligou dizendo que queria falar comigo, o que era?

Ele suspirou e revirou os olhos.

-Nada, Rebeca. Não era nada.

E foi embora. Provavelmente para a quadra, não sei. Desisti de segui-lo e voltei para onde os outros estavam. Hugo parecia incomodado.

-O que houve? – perguntou, tentando agir naturalmente.

-Sei lá, ele está todo estranho... – respondi.

-Ele deve estar incomodado por causa do que aconteceu no Iguatemi, talvez até assustado. – disse Beatriz – Porque, tipo, ele foi naquele banco com a irmã dele aquele dia, lembra? E depois que eles foram embora, o banco foi atacado. Ontem, a gente foi no Iguatemi, e quando a gente saiu, o shopping foi atacado! Ele deve estar assustado. – ela parou um pouco, parecia estar chegando a alguma conclusão – Já pensou se esses caras estão tentando atacar o Lucas, mas por sorte ele sempre sai antes?

Todos fizemos silêncio por um momento.

-Pouco provável. – disse Daniel.

-É. Deve ser mera coincidência. – eu disse.

O sinal bateu, indicando o fim do intervalo. Lucas agiu estranho durante as aulas, ignorando-me, passou todos os tempos olhando pela janela, sem prestar atenção na matéria. Bufava algumas vezes, demonstrando seu tédio, e batucava na mesa com a caneta, ignorando os olhares repressores dos outros alunos. Quando o último sinal bateu, ele saiu apressadamente, me desequilibrando ao passar por mim. Eu tentei segui-lo para saber o que tinha acontecido, mas Hugo me parou.

-Rebeca, espera! – chamou, segurando meu pulso. Virei para ele, observando pela visão periférica enquanto Lucas se afastava.

-O que foi? – sorri gentilmente para ele.

-Eu estava pensando... Você gostaria de... – ele limpou a garganta, nervoso. Nunca tinha percebido como Hugo era adoravelmente tímido às vezes – Bom, é...

-Tem uma Starbucks no Barra Shopping. Eu sempre quis tomar café na Starbucks. De lá você pode me levar para casa. – ele sorriu.

Saindo da escola, vi Lucas conversar com alguma loira próximo a um carro preto. Ele parecia irritado e ela sorria inocentemente, parecia tentar acalmá-lo. Um homem forte, também loiro, estava parado ao lado deles, expressão séria. Ele desviou o olhar na minha direção, algo maligno brilhava em seus olhos. Ele falou alguma coisa com a loirinha, que virou para mim, também não parecia feliz com minha presença. Ela segurou a mão de Lucas, dizendo algo para ele enquanto olhava para mim. Os três entraram no carro.

Peguei um táxi com Hugo até o shopping. Admito que não dei completa atenção a ele durante o tempo em que estivemos juntos, cinquenta por cento de mim pensava no quanto eu queria chegar em casa e pesquisar algumas coisas e os outros cinquenta por cento se perguntavam quem era aquela loira com quem Lucas conversava e porque eu  odiava sem nem ao menos conhecê-la.

Depois do café – e da discussão com Hugo por eu querer pagar meu próprio café e ele me impedir de fazê-lo – ele me levou para a casa. No caminho, para quebrar o desconforto do silêncio inicial – e para minha infelicidade -, ele resolveu falar sobre o massacre do dia anterior:

-Você não acha estranho essas coisas que estão acontecendo no Rio esses dias?

Por que, Hugo? Você era tão adorável... Por que falar disso?

-Sei lá. O mundo já está perdido de qualquer jeito.

-É, mas esse tipo de coisa assim, extrema, não acontece muito por aqui. Ataques terroristas, ou seja lá o que é isso.

-Porque o nosso país não é muito importante.

-Bom, aparentemente alguém discorda.

Não, ninguém discorda. O Brasil continua o mesmo de antes. Talvez esteja até pior, quem sabe?

-O mais estranho – continuou – é o Lucas, quero dizer, ele esteve nos lugares minutos antes dos ataques, em ambos os casos. Você acha que ele tem a ver com essa gangue?

-Lucas é inofensivo. – ou pelo menos, o Lucas que eu conheço. Não sei mais o que está acontecendo com ele...

-Mas ele anda meio estranho. – insistiu.

De volta ao silêncio.

-Quem era aquela loira com ele, você sabe? – perguntei depois de um tempo.

-Não faço ideia. Pensei que você soubesse, você é amiga dele.

Faz sentido. Eu deveria saber. Se ele ainda falasse comigo.

-Você gosta de rock? – perguntou depois de outro longo silêncio desconfortável. Já estávamos chegando ao meu prédio.

-Gosto.

-Bom, meu primo tem uma banda de rock, Anjos e Demônios, e eles vão se apresentar no Rio Rock & Blues Club, na Lapa, sexta-feira que vem, junto com algumas outras bandas, aí eu queria saber se você gostaria ir comigo... 

-Claro! – sorri, provavelmente seria uma experiência interessante.

Paramos na entrada do condomínio.

-Até amanhã, Rebeca.

-Até amanhã. – dei um beijo no rosto dele. Pude senti-lo sorrir em retribuição ao ato.

Ao entrar em casa larguei todo o meu material na mesa da sala e fui tomar um banho. Banhos me ajudavam a relaxar. Já mais calma e decidindo não me preocupar com a nova namoradinha loira secreta do Lucas, joguei-me na cama, enrolei-me nos lençóis e fechei os olhos. Não percebi quando dormi.

Acordei ouvindo um barulho abafado vindo de algum lugar da casa, já era noite. Sabendo que, devido às minhas condições genéticas, eu não precisava de nenhuma arma para autodefesa, desci de mãos vazias, preparada para atacar o inimigo.

-Pai? – chamei. Ninguém respondeu.

Vasculhei a casa inteira e não havia ninguém em cômodo nenhum. Faltava apenas o escritório de meu pai. Parei na porta e segurei a maçaneta, hesitando por um momento.

-Pai. – chamei novamente. Ouvi o barulho de algo caindo e abri a porta rapidamente.

Gritei, horrorizada.

No centro do escritório, uma versão ensanguentada do meu pai, com os olhos arrancados me aguardava pendurada pelo pescoço por uma corda presa ao teto. Aos seus pés estava sua cadeira, provavelmente a coisa que caiu antes de eu entrar. Na mesa, seus olhos me encaravam, cuidadosamente colocados de maneira a me observarem atenciosa e assustadoramente. Gritei novamente, esperando que alguém viesse me salvar. A única resposta que obtive foi uma risada feminina, doentia e assustadora. Virei-me para a mulher – quem quer que fosse – que me observava com um sorriso macabro nos lábios parada à porta do cômodo.

-Gostou da surpresa, querida Rebeca?

Por mais que eu quisesse chorar, não conseguia fazer com que as lágrimas escorressem.

-Por quê? – foi tudo que consegui perguntar.

-Olho por olho. Dente por dente... – ela virou a cabeça de lado, adotando um olhar inocente – Pai por pai.

Acordei gritando. Meu pai entrou correndo em meu quarto.

-O que aconteceu?

-Você está vivo! – corri até ele, lançando-me em meus braços e abraçando-o com força. Agora eu chorava, assustada com o pesadelo que tive.

Apesar do trauma que aquilo provavelmente me causou, agora eu tinha certeza de uma coisa:

Os responsáveis por esses ataques brutais eram filhos de Hanaggan.


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Notas finais do capítulo

Escrevi isso ontem à noite. Sonhei com essa cena. Foi tenso.
enfim, e aí? Gostaram?
Aah! eu to tão feliz de voltaaar *-*
Vou escrever mais alguma coisa, tchau!