O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 30
Capítulo XXII - A Jogada Final


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meus queridos leitores *--*
Aqui venho eu, depois de meio século, com mais um capítulo fresquinho. Alô, alô românticos de plantão? Espero que gostem. Especialmente a Ferlous que queria um momento com todos os personagens reunidos. ;p
E, ah, claro... Detetives na área, alguém pode me dizer quem é o espião? Melhor descobrirem, antes que seja tarde demais...
Boa leitura ^^



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Capítulo XXII

A Jogada Final


– Eu andei pensando sobre o Siger e essa técnica misteriosa, - Hermione falou a Harry e a Rony numa noite. – e resolvi ir até...

– A biblioteca. – os dois amigos responderam juntos.

Estavam na casa de Harry, desfrutando do calor que emanava das chamas da lareira quando a menina chegou ainda com o uniforme do trabalho. Gina viajara para disputar a Final de Quadribol, então o jantar seria só entre eles três. Hermione tinha um ar decidido quando tirou os saltos e os jogou num canto.

Aos arquivos do Ministério. ­– corrigiu com um sorriso de canto. – Chequei todos os registros. – ela parecia desapontada. – Isso foi tudo o que encontrei.

Ela se empertigou um pouco e tirou um pedaço de papel de dentro da maleta que trazia ao ombro, jogando-o em cima do centro para que ambos pudessem ler. Harry se inclinou para analisar o papel:


SIGER CALEB CROWE

CLASSIFICAÇÃO: AAA

STATUS: ATIVO

ENCARGO: CHEFE DO DEPARTAMENTO DE AURORES

– Eu não sabia que ele era o chefe. – Rony manifestou o pensamento de Harry.

– Cada equipe tem um líder – Hermione explicou despencando no sofá. – e como a mais importante é a sete, o Siger é o líder dos líderes.

– Somos a Equipe mais importante e nem sequer usamos identificação. – Harry disse. Ele se referia ao bracelete que os outros Aurores usavam com o número da Equipe.

– Isso porque tecnicamente vocês não existem. Ao menos para o pessoal de fora do Quartel. – ela esclareceu com aquele seu olhar lógico. – Se são um Esquadrão secreto, não seria burrice usar algo para se identificar?

– Ela tem razão sabe. – Rony olhou para Harry de um jeito engraçado. O garoto deu de ombros concordando.

– Continuem lendo. – ela gesticulou.


REGISTRO: RESTRITO

ATRIBUIÇÕES: LICENÇA PARA MATAR

– Licença para matar? – Rony perguntou incrédulo.

– É, mas isso não é o importante. Vocês também têm. – Rony trocou um olhar alarmado com Harry e Hermione os ignorou. – Terminem de ler!


C.N.: XXX

– O que significa isso? – Harry perguntou desapontado com a quantidade limitada de informações.

Código Numérico. - expôs.

– E onde estão os números? – Rony perguntou o óbvio.

– Não há! – ela disse como se isso explicasse tudo. Os garotos se olharam desentendidos e Hermione deu um suspiro de desgosto. – Todos os outros funcionários do Ministério têm um Código Numérico, menos o Siger. E... – ela puxou mais um papel da mala. – Tem isso.


TÉCNICA: MAXIMUM POTENTIA

TIPO: ATAQUE

PERICULOSIDADE: AAA - FATAL

ACESSO: RESTRITO A USUÁRIOS CAPACITADOS

C.A.: XXX

S.A.: 7

– Ok. Eu me rendo. – Rony levantou os braços. – Não entendi nada Mione.

– Nem eu. – Harry acrescentou.

– Olha, - ela se debruçou sobre o papel e apontou uma linha em cada um. –não há números no Código de Acesso da técnica, assim como não há no Código Numérico do Siger. Não pode ser coincidência!

– E o que significa isso? – Harry apontou para a última linha.

– S.A... Eu já vi esse termo em algum lugar. – a menina refletiu. – Mas não me lembro. – deu por fim. – Também encontrei uma carta de recomendação de Kingsley a Scrimgeour, pedindo um cargo para Siger no Ministério. Ele disse que era alguém de confiança e pronto para aqueles tempos difíceis. Scrimgeour o recusou pelo seu “passado caótico”.

– Como assim?

– Não sei Harry. – a garota admitiu. - Eu também fiquei curiosa e pesquisei em vários jornais antigos, mas não encontrei nada. É como se tivessem varrido todas as informações sobre o Siger de lá.

– E qual é a do Kingsley com o Siger? – Rony indagou.

– Eles se conhecem há muito tempo, acho. – Harry se lembrou da conversa com o Ministro. – O próprio Kingsley me disse que o conhecia muito bem. E parece confiar nele.

– Talvez ele tenha razão. – Rony disse esperançoso. – E o Siger seja alguém de confiança.

– Ou talvez não. – Hermione disse fitando as chamas da lareira.

Harry concordou com um aceno de cabeça. A conversa de Siger e Chris entrou em seus pensamentos. As palavras do chefe agora lhe pareciam terrivelmente agourentas: Você não pode contar a ninguém Hareston. Estamos juntos nessa.

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Copa Européia de Quadribol, Camarote Reservado, 1h27m de jogo.


Se não tivesse tanta confiança no talento esportivo da namorada, Harry poderia pensar que o seu plano todo fora uma grande idiotice.

Lembrando-se da promessa de assistir o último jogo da temporada, Harry pensou na idéia quando Siger lhes assegurara não haver missões por enquanto. E quando Dulce, a apanhadora titular, oficializou sua aposentadoria e Gina assumiu seu lugar, ele não teve mais desculpas.

Contou suas pretensões naquela manhã a toda a família Weasley, recebendo um tapa nas costas de Rony, algumas lágrimas da Sra. Weasley e abraços e apertos de mão calorosos dos demais. Usando seus contatos no Ministério, não foi difícil encontrar alguém no Departamento de Jogos e Esportes Mágicos que lhe fizesse o favor.

O camarote serviu bem a todos os convidados. A cabine ficava no meio do estádio, ao lado da cabine do narrador e lhes oferecia uma vista maravilhosa do campo, arquibancadas e jogadores. O lugar foi espaçoso o suficiente para todos os convidados de Harry: O Sétimo Esquadrão – até Siger aparecera – estava presente juntamente com Patrick Stane; Luna e Neville estavam num canto, ambos de vestes verdes sacudindo algo que parecia um tronco com garras; Hermione – que trouxera os pais e a chefe Charlotte consigo - estava no meio da bagunça, segurando Teddy perto de Rony e sua família. Os gritos da torcida eram ensurdecedores, assim como o assobiar das vassouras cortando o ar velozmente.

Fleur estava em algum lugar lá embaixo nos vestiários com suas primas veelas a espera do momento. Ao olhar o placar mais uma vez um calafrio percorreu a espinha de Harry. Vamos Ginny, você consegue! Pegue esse pomo!

O Harpias de Holyhead perdia de 110 a 190 para o Puddlemere United. O garoto reconheceu o adversário como sendo a equipe favorita de Dumbledore, e também aquela que Oliver Wood jogara quando terminou Hogwarts. Eles eram rápidos e possuíam ótimos batedores. Gina escapara duas vezes por um triz de balaços velozes, e aos gritos da capitã do Harpias passou a receber proteção dobrada.

– É agora Harry, eu sei... – Rony lhe cutucou pela octogésima vez naquela tarde enquanto ajustava os Onióculos. – VAMOS GINA! – berrou.

Harry pegou os seus Onióculos e observou a garota mais uma vez. Ela estava em disparada, lado a lado com o apanhador do Puddlemere United, desviando dos outros jogadores e balaços. O pomo estava a poucos metros na frente dos dois, serpenteando por entre as balizas, subindo alto e depois caindo veloz quase tocando o chão.

O garoto se desligou do barulho a sua volta. Parou de ouvir a narração e os gritos e vaias da torcida. Nem mesmo Rony foi capaz de desviar sua atenção. Naquele momento, quando Gina estendeu a mão rumo a bolinha dourada, a emoção de todas as milhares de pessoas ali presentes não valeram nada frente a de Harry. E quando os dedos da menina se fecharam em torno do pomo, os milhares de gritos não foram capazes de superar o suspiro de felicidade do garoto. Ela conseguiu! Ela conseguiu!

Impressionante! – a voz do narrador quase não era ouvida no meio do turbilhão, verde e dourado, que era a torcida do Harpias. – Gina Weasley, número sete apanha o pomo de ouro para o Harpias de Holyhead! Duzentos e sessenta a cento e noventa para as bruxinhas galeanas! O Puddlemere United se retira, e assim podemos ver a comemoração das campeãs. Gina Weasley sacode o pomo para a torcida, isso aí! Mas... O quê é aquilo lá?

– Boa sorte Harry! – Hermione se aproximou no meio da agitação do camarote com Teddy no colo.

– Obrigado Mione. – falou alto bagunçando os cabelos do sobrinho. Alisou a roupa mais uma vez. – Só espero que a Gina não fique brava com a Fleur.

–Ah, ela só vai achar que foi Fleuma demais. – riu. – Anda logo, vai perder a chance!

Com um gesto de varinha Harry convocou sua Firebolt. Apesar da velocidade de 240 km/h a vassoura demorou a aparecer no seu campo de visão. O garoto foi até o ponto elevado da cabine, com as saudações dos amigos, onde ficava uma abertura de emergência e sem mais delongas saltou. Agarrou o cabo do veículo alguns metros depois, e pode ver a atenção de toda a platéia se voltar pra ele.

Oho! – o narrador exclamou quando o viu. – Parece que temos algo grande por aí pessoal. Harry Potter sobrevoando o campo neste momento e se o que estou vendo dentro daquele pomo é o que estou pensando, melhor prepararem os corações!

Estava com as suas vestes de Quadribol de Hogwarts. A idéia um tanto brega lhe pareceu apropriada já que foi depois de um jogo na escola que eles deram seu primeiro beijo. O número sete dourado resplandecia no uniforme, acompanhado do sobrenome Potter embaixo. Ele guiou a Firebolt devagar até o solo, indo em direção a sua ruiva. Ela olhava o objeto dentro do pomo de ouro sem entender, e as colegas de time lhe davam palmadas amistosas enquanto sorriam.

Harry deu a volta passando de propósito em frente a entrada dos vestiários. Vislumbrou de relance a cabeleira loura de Fleur fazendo sinal positivo. Quando pousou os pés nos chão, ouviu o “Ohh!” da platéia anunciando que as veelas tinham entrado em campo.

O garoto desmontou, olhou pra cima e viu as garotas dando um show sobre das vassouras enquanto jogavam confetes em forma de coração das varinhas e faziam explosões coloridas no céu. A Gina vai matar a Fleur por isso, pensou sorrindo. Contando que ela não me culpe...

Ao se aproximar com a vassoura no ombro, as jogadoras abriram caminho para que ele passasse, com sorrisos nos rostos. Os olhos de Gina se ergueram quando Harry parou na sua frente. Havia uma pergunta clara em seu olhar marejado. O garoto lhe sorriu e tirou o pomo de suas mãos. Lá dentro se encontrava o pequeno anel dourado cintilante. Ele o segurou entre os dedos, ajoelhou-se, tomou-a a mão direita e olhou a namorada com afeição.

– Ginevra Molly Weasley, - falou alto para que ela a escutasse no meio da algazarra. Como se ensaiado todo o barulho cessou. Harry não sabia dizer se foi algum feitiço de Fleur, mas agradeceu intimamente a ajuda. – você aceita se casar comigo? – sua voz ecoou no silêncio.

Ela o olhou e abriu a boca uma centena de vezes sem conseguir emitir nenhum som. A apreensão dos espectadores cresceu assim como a de Harry. Um segundo ou uma eternidade depois, o garoto a ouviu dizer:

– Sim! Eu aceito! –Um sorriso infinito se formou em seus lábios quando ela se atirou pra cima de Harry num abraço.

O garoto se desequilibrou um momento antes de se erguer rodopiando com a ruiva nos braços. Ele colocou a aliança e a beijou sentindo a arquibancada explodir de êxtase. Sem que notasse as lágrimas banharam sua face, se misturando com as de Gina durante o beijo. As palavras foram insuficientes para descrever o que sentiram. E mesmo depois de alçarem vôo de volta ao camarote e receberem os abraços e cumprimentos dos amigos, a emoção era demais para ser definida.

O-ho. – o narrador exclamou claramente emocionado. – Temos uma dobradinha Potter hoje! Esqueçam a Taça...

Lá fora as Veelas continuavam entretendo os espectadores com confetes e fogos de artifício. Jorge tinha feito um ótimo trabalho na confecção daqueles, que eram diferentes de tudo que Harry já vira. A entrega da Taça do Campeonato foi atrasada a pedido de Harry, para que ele e a noiva pudessem comemorar um pouco mais. Como ressaltara Loren, que ao menos uma vez ele aproveitasse os privilégios de ser Harry Potter.

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Copa Européia de Quadribol, Camarote Reservado, após a entrega da Taça.

– Um brinde, - o Sr. Weasley ergueu a taça de Hidromel. – ao mais novo casal Potter!

– Aos Potter! – ecoaram todos.

Harry apertou o abraço em volta da cintura da noiva e bebericou do seu copo. O estádio esvaziara logo após a entrega da Taça, de modo que o camarote se tornou um espaço deveras privativo. Apenas os amigos e alguns outros convidados se divertiam, bebendo e comendo as iguarias que os garçons serviam. O que era para ser uma simples comemoração reservada acabou virando festa.

Por todos os lados as pessoas riam e conversavam animadas, comentando tanto sobre o jogo, como sobre o exótico pedido de casamento de Harry. Teddy estava no colo de Charlotte, rindo com as mãos lambuzadas de chocolate. Rony estava com Hermione e os pais numa conversa aparentemente séria. Harry não pode evitar rir da situação. Luna e Neville explicavam a alguns bruxos qual a maneira correta de se prevenir dos zonzóbulos, enquanto Fleur e as primas veelas roubavam toda a atenção da parte masculina. Loren conversava animadamente com Patrick, e ora ou outra olhava de soslaio para Steven do outro lado da sala. Chris, Jessica e o restante da família Weasley estavam ao redor de Harry, ainda lhe dando os parabéns e perguntando de seus planos para o futuro.

O garoto não se importaria de ficar ali a eternidade a falar de todos os momentos que ainda teria com a futura esposa, mas um puxão insistente na sua capa o fez desviar a atenção da platéia.

– Titio. – Teddy chamou ainda no colo de Charlotte. – Meu brinquedo. – pediu.

– Ah eu disse para você não contar pra ele agora Harry. – Gina o repreendeu.

– O que é? – Charlotte perguntou limpando as mãos do menino com alguns acenos de varinha. – Ele não para de pedir esse tal brinquedo. – sorriu.

– É a vassoura. – respondeu. Parecia-se muito com a que ganhara de seu padrinho Sirius quando pequeno, e lhe pareceu um belo presente para seu sobrinho. – Mais tarde nós vamos buscá-la. – disse a Teddy.

– Mas eu quero agora! – protestou.

– Olha, vamos fazer assim, – Charlotte disse para o garoto suavemente. Não se assemelhava em nada com a megera que Siger descrevia todos os dias. – eu lhe dou mais um pedaço de chocolate e depois nós vamos buscar seu brinquedo. Tá bom?

– Tá bom. – ele repetiu contente. A moça lhe entregou o pedaço do doce e o menino passou a mordiscá-lo.

– Você leva jeito com crianças. – Gina observou. – Ele é muito teimoso com estranhos.

Esperro que seje um talent dos franceses. – Fleur apareceu ao lado de Gui passando uma mão protetora na barriga. Charlotte lhe sorriu complacente.

– Você está grávida? – Gina não conseguiu esconder a surpresa. Fleur concordou com um aceno de cabeça. – A mamãe vai ter um ataque quando souber que vai ter um neto.

– Vamos contar depois da festa. – Gui assegurou baixinho com medo de que alguém mais escutasse.

– O que há com o Teddy? – Jessica roubou a atenção.

– Ah, ele quer o presente dele. – Harry deu de ombros tomando mais um gole do hidromel. O menino saíra do colo de Charlotte e agora a arrastava pra todos os lados pedindo o brinquedo. – Acho que não vai sossegar enquanto eu não pegar. – fez menção de sair, mas Gina o segurou.

– Eu vou com você... Marido. – ela fez cara feia com a palavra e os presentes riram.

– Ah, mas de jeito nenhum! – Patrick se juntou ao grupo com um grande copo de uísque de fogo. – Os donos da festa não podem se ausentar nem um minuto. Eu pego o tal brinquedo.

– Não precisa Patrick. – Harry insistiu. Havia uma estranheza naquela situação, porque justamente Patrick, um dos mais festeiros, abandonaria a festa para atender ao pedido de uma criança? – Eu estava mesmo pensando em sair um pouco e...

– Não, não, não. – ele cambaleou um pouco. – Eu sei que vocês querem escapar um pouquinho, - piscou travesso. – mas haverá tempo pra isso na lua de mel, huh?

Os presentes caíram na gargalhada. Harry trocou um olhar preocupado com Gina e sabia que a noiva também estava desconfiada. O estado de Patrick era deplorável e ainda assim ele estava lhes fazendo um favor. E era algo simples afinal, apenas pegar um brinquedo nos vestiários.

– Eu vou com ele. – Jessica grudou no braço livre do rapaz bêbado, como se lesse o pensamento do casal. – Se não se importar, claro. – acrescentou olhando para Patrick.

– De jeito nenhum. – sorriu antes de tomar outro gole.

– Então, tudo bem. – Harry deu por fim. – Podem buscar, está nos vestiários, embrulhada num papel marrom.

– Então vamos. – Jessica sorriu inocente. – Melhor pegar o Teddy, antes que ele acabe com a coitada da Charlotte. – puxou delicadamente seu acompanhante e os dois se perderam na vastidão de pessoas.

– Acha mesmo que é uma boa idéia deixar o Teddy com eles? – Gina sussurrou baixinho para que só ele pudesse ouvir.

– Não. – respondeu no mesmo tom. A menina lhe lançou um olhar indagador. – Eu disse que podiam buscar o presente, não que levariam o meu sobrinho. – esvaziou a taça e foi procurar o garotinho no meio da multidão.

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– Segura a outra mão. – Jessica pediu ao pequeno Teddy. Ele prontamente agarrou sua mão direita. – Isso.

Patrick, Jessica, Charlotte e Teddy desciam as escadas de metal rumo ao vestiário ocupado pelo Harpias de Holyhead. Patrick e sua acompanhante encontraram a moça segurando o menino perto da saída, e quando mencionaram o presente foi impossível conter a empolgação de Teddy. Assim, os quatro abandonaram a festa no camarote, somente para ver o pequeno garoto feliz.

– Não tinha percebido que você era canhota. – observou Patrick. Teddy não desgrudara de Charlotte, mas a muito custo aceitou segurar também a mão de Jessica para descer alguns degraus perigosos.

– Você não percebe muitas coisas em mim. – ela sorriu.

Patrick se animou com a deixa. Era certo que estava bêbado quase ao extremo, admitia, mas seus instintos primários ainda prevaleciam. Por outro lado ele tinha mesmo uma queda pela chefa do Departamento de Leis dos Trouxas, Charlotte. E era a primeira vez que estavam quase a sós. Sem querer tomar uma decisão ele apenas deu de ombros e sorriu. Jessica era uma garota legal, mas era preciso muito mais que isso para acalentá-lo numa cama.

Quase cinco minutos se passaram até que eles chegassem ao corredor escuro que levava aos vestiários. Eles acenderam as varinhas para iluminar o caminho, e o pequeno Teddy se maravilhou com o feitiço. Patrick sorriu da inocência do menino, se lembrando dos seus tempos de criança. Estavam quase no final do corredor quando ele viu algo se mexer. Receoso apontou a varinha para o local seguindo seu instinto, mas tudo que viu foi sua sombra na parede de metal.

– O que houve? – a voz de Charlotte ecoou atrás de si. Jessica também olhava pra ele sem entender.

– Nada. – respondeu de imediato. – Pensei ter visto... Algo. – deu de ombros.

Estou bêbado, pensou para justificar o ocorrido. Estou com medo de minha própria sombra.

Mas, se era a sua sombra na parede, porque ela erguia a varinha na direção dos quatro quando o próprio Patrick abaixara a sua? Estranho. Estava bêbado, mas sua intuição nunca falhava. Num átimo o garoto percebeu o perigo. Jessica e Charlotte o olhavam desesperadas com sua mudança de ânimo, mas ele se atirou sobre elas e o pequeno Teddy antes que qualquer pergunta se formasse em seus lábios.

– ABAIXEM-SE! – ele conseguiu tirá-los da linha de tiro no momento em que o feitiço passou raspando sua orelha esquerda e se espatifou numa parede próxima.

Teddy caiu no colo de Charlotte alguns centímetros atrás, e Jessica se ergueu ao seu lado já de pé com a varinha em punho. Patrick fez sinal para que fizessem silêncio, e isso fez Charlotte tampar a boca de Teddy que ameaçava chorar a qualquer instante. Eles apagaram as varinhas e esperaram.

Nada.

Só o silêncio e a escuridão.

– Charlotte, - Patrick sussurrou em seu ouvido ainda atento ao ambiente a sua volta. – leve o Teddy de volta lá pra cima.

– Ele estaria mais seguro conosco. – Jessica argumentou no mesmo tom.

– Acho que não. – contrapôs. – Seja quem for não está atrás de dois Aurores e uma funcionária do Ministério. Tem alguém muito mais valioso aqui.

É garoto, olhou de soslaio para Teddy, se eu estivesse no seu lugar este seria o momento ideal para chorar.





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Notas finais do capítulo

Opa (Gangnam Style), e então? Espero que tenham gostado. Estive desanimada com o sumiço dos meus leitores nos reviews. O que houve? Vocês estão sob um feitiço desilusório, ou com a cabeça cheia de zonzóbulos?? APAREÇAM, please.
Ah, observação: * A filha de Fleur e Gui, Victorie Weasley já nasceu a muito tempo atrás. Especificamente no dia da vitória em Hogwarts, daí o nome. Mas ela só aparece agora aqui. E as primas veelas de Fleur, invenção minha, eu não acho que ela as tenha de fato, ou Gui já a teria deixado. hsuahsausha'
Ok, torçam pelo nosso pequeno Teddy, porque o próximo capítulo vai ser de tirar o fôlego. Parabéns ao nosso casal, mas parece-me que eles não terão muito tempo para comemorar.
#ForçaTeddy.
Até mais queridos, e não esqueçam de deixar seus comentários. Eu preciso deles. Sério. '-' Beijos ;D



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