O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 29
Capítulo XXI - Maximum Potentia


Notas iniciais do capítulo

Boa noite leitores *---*
Cap. fresquinho, fresquinho. Espero que curtam ;D



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Capítulo XXI

Maximum Potentia

A perspectiva de Siger Crowe e Chris Hareston estarem envolvidos numa trama maléfica deixou Harry acordado por muitas noites.

Por motivos ainda desconhecidos para ele mesmo, o rapaz não dividiu suas suspeitas com os amigos, como se assim tudo se tornasse um grande mal entendido. Durante todo o feriado ele sorriu, brincou e presenteou a família enquanto as preocupações rondavam sua mente.

Harry não nutria nenhum sentimento especial pelos dois além do companheirismo que se espera de colegas de equipe, mas algo dentro dele lhe dizia para esperar mais informações. Uma coisa era fato, Chris e Siger estavam mesmo envolvidos. Os pedaços de conversa que ele ouvira não deixavam dúvidas para essa questão. O importante era saber até que ponto eles estavam metidos nesse mistério, e de que lado estavam. Novamente a tendência de Harry para acreditar no melhor das pessoas, sobrepujava quaisquer dúvidas sobre seus caráteres. Deste modo ele se convenceu a apenas esperar e observar toda a situação de longe.

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- Bom dia!

 Um Harry sonolento recebeu um selinho da namorada. Quando abriu os olhos, eles arderam com a claridade do sol da manhã. Seu quarto estava completamente iluminado pela janela que Gina acabara de abrir. Deu um bocejo e percebeu que a menina já estava vestida e se preparava pra sair.

- Hey! – despertando subitamente Harry pegou sua mão. – Aonde pensa que vai mocinha? – disse brincalhão.

Gina lhe abriu um sorriso sentando no seu colo:

- Ora, alguém vai se atrasar para o trabalho hoje... E adivinha? Não sou eu! – os dois gargalharam juntos. – Eu tenho que viajar. Semifinal! – comemorou.

- Isso aí! – deu um beijo em sua testa. – Eu espero assistir o próximo jogo.

- E eu espero jogar o próximo jogo... – fez graça. - Vou levar o Teddy pra casa, e além disso... - ficou séria. – o Siger não disse que tinha algo importante pra hoje?

Harry suspirou se lembrando. Antes do recesso de fim de ano Siger Crowe dera um aviso aos membros do Sétimo Esquadrão: algo muito importante aguardava por eles no primeiro dia de trabalho do ano que vem. Harry não sabia o que esperar. Talvez ele fosse fazer alguma dinâmica estúpida para passarem o tempo já que não havia novidades no caso Alvorada. Ou talvez ele sacasse a varinha, revelasse que era o vilão da história, matasse a todos e fugisse com Chris Hareston a tiracolo. As opções eram tão ridículas que Harry preferiu aguardar a resposta.

Isso porque não dá pra se esperar algo de Siger Crowe. Ele era o tipo de cara que não ia nem pelo caminho possível, nem pelo impossível. Ele fazia o seu próprio caminho. Não se podia rotulá-lo, do mesmo modo como não se podia domesticar um Explosivim.

- Ele disse. – admitiu a contragosto. – Cinco minutos? – ele sussurrou em seu ouvido.

- Talvez mais. – a garota respondeu a mesma altura quando Harry mordiscou a sua orelha.

Antes que se dessem conta estavam entrelaçados no colchão. O rangido da porta sendo aberta fez com que os dois se desgrudassem num salto com a surpresa. Ted Remo Lupin estava parado à soleira com seu pijama azul de bolinhas.

- Titio? – ele chamou hesitante. Seus cabelos despenteados estavam azuis e isso fez Harry se lembrar de Tonks, a mãe do menino que transmitira seu dom de metamorfomaga.

O casal se recompôs depressa. Harry se levantou, agradecido por ainda estar de cueca, e pegou o pequeno menino no colo.

Tinha uma afeição muito grande por Teddy. Desde que se mudara para a casa dos pais, ele trazia o menino para passar os finais de semana com ele e Gina – quando ela não estava de viagem. Agora com quase quatro anos ele já brincava com as crianças da vila – com precauções devido ao seu dom -, especialmente com os gêmeos seus vizinhos.

- Hey amigão! – ele despenteou seus cabelos e o menino sorriu. - Dormiu bem?

- Eu sonhei... – o garotinho disse empolgado. – Com um dragão... Grande! Voando... – ele abriu os braços e os balançou para imitar as asas. – Ele queria pegar a princesa do castelo, mas eu não deixei!

- Que legal! – Harry rodopiou o menino no colo rindo, enquanto este sacudia as mãos atingindo o dragão imaginário.

 – Aposto que o dragão deve ter ficado com muito medo. – Gina lhe sorriu também enquanto o pegava no colo.

- Ele ficou! Eu fui corajoso... – ele se virou pra Harry sorrindo. - Igual a você titio.

Harry olhou bem fundo naqueles olhinhos familiares e viu que ele estava falando a verdade. Teddy o via como um herói. Alguém indestrutível. Para todos os outros bruxos lá fora Harry não se importava com o que parecia, mas para Teddy, a coisa mais parecida com um filho que ele tinha, descobriu que era uma grande honra ser o seu herói.

- Muito bem agora nós vamos tomar café porque o titio Harry tem um dia muito cheio pela frente. ­– Gina deu um beijo de despedida em Harry e deixou Teddy abraçá-lo. – E lembre-se – ela disse a Harry. – olhos abertos.

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O silencio fora da sala sete indicava que o Quartel General de Aurores estava vazio.

Do lado de dentro, o Sétimo Esquadrão, o único que não estava em missão, estava reunido na sala subterrânea que Siger lhes apresentara. Segundo ele cada Esquadrão tinha um “brinde” em suas salas que atendiam às necessidades da equipe. Aquele, na opinião de Harry, não era tão legal quanto o da Equipe Quatro – um nível superior e inferior cheio de equipamentos de pesquisa. Não passava de uma enorme sala vazia, à qual se chegava por um alçapão habilmente escondido no assoalho. Exceto pelo tamanho, não havia mais nada de extraordinário. Loren carinhosamente a apelidou de “Pó-rão”, isso porque foi tudo que encontraram: poeira.

Siger pediu mais respeito para o local que eles iriam usar para treinar, mas ele próprio parecia desgostar da ideia. Quando questionado por Rony sobre isso ele disse apenas: “Não gosto de porões. No subterrâneo não há luz. E luz é liberdade.”.

Harry desanimou ao considerar que a grande surpresa do dia poderia ser aquele lugar. O chefe se retirou alegando ir buscar os “equipamentos” e Harry aproveitou para examinar as pessoas ao seu redor.

Seu primeiro alvo foi Chris Hareston.

O garoto parecia mais carrancudo que nunca. Estava só num canto da sala, de braços cruzados, olhos fechados, os lábios se mexendo silenciosamente. Qualquer um que não o conhecesse pensaria que ele estava cantarolando uma canção. Para Harry parecia mais alguém murmurando Azarações.

Jessica Aley estava do outro lado mostrando uma pulseira dos Chuddley Cannons a Rony. Ele podia imaginar o amigo relatando animadamente as últimas conquistas do time. Exceto pelo mau gosto quanto a equipes de Quadribol, Harry não via mais nada de anormal na garota.

Mais a frente - com as mãos nos bolsos da calça e o olhar perdido no chão - Steven Morris parecia outra pessoa. As manchas amarelas nos olhos resplandeciam de longe, e não havia nenhum resquício do seu bom humor de outrora. Parecia chateado, ou com raiva, Harry não sabia dizer. Mas tinha algo naquele olhar. Ele parecia quase... Em transe.

- O que tanto olha garoto-cicatriz? – Loren tirou-o dos seus devaneios.

- Nada. – deu de ombros. – Só observando.

- É... – ela seguiu seu olhar até Steven e fez uma cara feia. - Não somos mais a “família feliz”. – ela desenhou aspas no ar com um sorriso.

- Tem algo de errado Loren? – Harry olhou desconfiado. A alegria dela parecia de certo modo forçada.

- Bom, se tem eu não devia deixar transparecer não é? – sorriu sem graça.E dessa vez Harry soube que era sincero. Os olhos da menina viajaram de Steven para Jessica, e depois se demoraram em Chris. Harry estava imaginando coisas ou havia algo ali?

Ele abriu a boca para dizer algo, mas foi interrompido quando alguém despontou da abertura no teto. Siger Crowe saltou para o chão com um saco pesado nas costas. Numa concordância muda todos saíram de suas posições e se prepararam para o que viria a seguir. O chefe esvaziou a sacola, retirando de lá diversos frascos com poções luminescentes.

- Para caso alguém se machuque. – ele explicou colocando os vidros num canto.

Então tem mais além da sala, pensou Harry subitamente curioso.

Siger sacou a varinha.

Na mente de Harry ele realizou a façanha do mal, revelando seu plano maléfico, matando a todos e fugindo com o Hareston. Na vida real ele conjurou uma almofada macia, e sentou-se sem cerimônia. Os Aurores entenderam o convite e conjuraram cada qual o assento de sua preferência.

- Vamos começar. – o chefe disse depois que todos estavam confortáveis num semicírculo ao seu redor.

- E lá vamos nós... – Loren disse numa falsa empolgação.

- Para resumir, - Siger olhou para a garota reprovadoramente, mas um tênue sorriso brincou em seus lábios. – vocês sabem que estamos enfrentando algo, até então, desconhecido ao mundo bruxo.

A tensão pareceu despencar em cima de todos na sala. Loren ficou séria, Steven despertou, Jessica olhou pros lados, meio incerta se ouvira direito o tópico da conversa, Rony engoliu em seco, e Harry e Chris limitaram-se a fitar Siger.

- Eu não devia estar dizendo nada, mas... - ele fez uma pausa. – Eu precisava. – admitiu. - Vocês, querendo ou não, - olhou de soslaio pra Steven e o garoto se mexeu desconfortável. - fazem parte disso. 

Ele retirou um envelope preto de dentro do sobretudo. Espalhou o conteúdo no chão e fez as folhas flutuarem para que fossem vistas por todos. Harry olhou atentamente os arquivos. Eram fotos de homens e mulheres que ele nunca tinha visto - bruxos e trouxas -, recortes de jornais e pedaços de mapas.

- Todas essas pessoas... – Siger disse depois que eles analisaram os papéis. – Desaparecidas. No começo havia um padrão. – quatro folhas se destacaram na sua frente.

Eram rapazes da mesma faixa etária, e inacreditavelmente parecidos. Loiros, olhos azuis, porte médio. Estranhamente assemelhavam-se com...

-Sim. – Siger respondeu a pergunta na mente de todos. – O autor da mistura que infectou o Morris, estava tentando recriar o feito.

Steven ignorou os olhares dirigidos a ele.

– Pelo visto não obteve sucesso, pois as vítimas mudaram. – apontou pro restante das fotos. - Ou talvez tenha obtido e agora quer expandir o contágio. Eu não sei. – Siger pôs os dedos nas têmporas, pensativo. – O fato é que: vem coisa grande por aí.

Ele deixou que a notícia fosse absorvida pelos Aurores antes de continuar.

- Temos de nos preparar. – concluiu. – E para isso devo confessar algo. – ele assumiu um tom ainda mais sério. – A época do PSEA, quando fui instrutor de vocês... Lembram-se de algo que ensinei?

- A coisa da... – Loren tentou. – Magia interior?

- Isso! – assentiu. - É muito importante que se lembrem disso, pois havia um propósito naquela iniciação.  – ele se levantou e pôs-se a caminhar de um lado pro outro do jeito que fazia quando pensava muitas coisas ao mesmo tempo. – Magia é... Energia. E energia vem de dentro. – fechou a mão em punho sob o peito. – Não fazemos magia. Nós somos magia. Há muitos séculos o ser humano tenta entender aquilo que eles chamam de alma, ou mente. Eu chamo de Energia. Essa Energia está em todos nós. A dos bruxos se apresenta de um modo diferente da dos trouxas, mas todos a possuímos.

- Trouxas? Eles têm magia? – Jessica olhou descrente.

- De certo modo... – Siger ponderou mais um pouco. – Ou acha que a tecnologia deles surgiu do nada?

- Ele está certo. – Loren acenou com o celular enfeitiçado. – Bem útil sabe? Pode salvar sua vida tanto quanto um Protego.

- Continuando.  – Siger prosseguiu dando um aceno de cabeça à Loren. - Somos outro ramo da árvore da Evolução. Manifestamos essa Energia ao nosso modo. E o fazíamos milhares de anos atrás sem o uso de varinhas. Mas isso não vem ao caso. – ele balançou a cabeça tentando voltar ao rumo.  – Com as varinhas podemos dar forma a essa Energia na forma de Feitiços, sejam eles quais forem. Magia branca requer Energia positiva. Magia negra, Energia negativa.

- Quando você diz Energia positiva ou negativa – Harry interrompeu se lembrando do episódio em que Siger lhe falou da Magia Interior. – está querendo dizer Emoções?

- De certo modo. Magia, Energia, Emoção. Porque é que não se junta tudo numa coisa só? – fez uma pausa.  – Vocês entenderão mais com a prática. – deu de ombros. – Bom, o uso das varinhas nos deixou acomodados. Com o passar do tempo perdemos a capacidade de convocar a Energia pura e sem forma. Não conseguimos acessar mais a nossa essência, que é de um poder inigualável.

Ele parou sua caminhada, e olhou para os Aurores. Harry estava tentando acompanhar a linha de pensamento do homem, e podia imaginar que todos os outros também o estavam.

- O próximo passo eu não posso impor a vocês. – ele disse em um tom solene. – É algo que depende exclusivamente da escolha de cada um. Mas só vamos poder continuar se todos concordarem. O que vou tentar ensiná-los é uma técnica muito poderosa, e digamos... – ele balançou as mãos em busca do termo. – não é exatamente... Bem...

- É ilegal não é? – Loren interrompeu. Jessica lhe repreendeu com o olhar. – O quê? – ela olhou para os outros companheiros. – Tá na cara. – virou-se para Siger. – Eu to dentro.

- Sra. Price, não sei se entendeu a gravidade da situação. E nem pode tomar a decisão pelos seus colegas. – Siger fez um sinal quando ela fez menção de interrompê-lo de novo. – A técnica é proibida por uma boa razão: é perigosa. Se quiserem continuar têm de assumir todas as responsabilidades por isso, até porque, eu não posso garantir que permanecerão inteiros.

As palavras pairaram no ar e os olhares se tornaram ansiosos. Todos pareciam estar considerando a possibilidade de uma morte iminente. E por algo que nem sabiam o que era ainda. Harry não estava menos nervoso ou curioso que a maioria, mas não ousou ser o primeiro a dar uma resposta. Quando o silêncio se tornou torturante, Chris Hareston fez sua voz prevalecer.

- Isso vai nos ajudar? – ele perguntou a Siger num tom que não dizia nada do seu estado de espírito.

- Sim. – o chefe respondeu com segurança. – Poderá por um ponto final nisso. E... – olhou para Steven. – Pode ajudar o Sr. Morris a controlar sua mutação.

Steven abaixou a cabeça e esperou. Com certeza ele não queria que tomassem aquela decisão por pena dele.

Mas não havia como desconsiderar aquelas palavras. Harry sabia que por mais diferentes que fossem, ele e os companheiros estavam unidos num propósito: defender os inocentes. Se existia algo que poderia acabar com toda aquela situação antes que as coisas saíssem do trilho, e poderia ajudar seu colega, eles iriam tentar, mesmo que custasse as suas vidas.

Era possível ver a decisão se formando na face de cada um. Um por um, eles acenaram positivamente com a cabeça sem dizer nada. Aquilo já bastava. Eram uma equipe, e estavam juntos independentemente da situação.

- Então vamos ao trabalho. – Siger anunciou.

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- Maximum o quê? – Loren interrompeu mais uma vez.

- Maximum Potentia. – Siger falou num tom mais alto. Estavam todos de pé na sala. Agora, cheia de alvos de madeira espalhados pelo teto, chão e paredes. – É a técnica mais poderosa já criada, e poucos bruxos conseguiram executá-la com perfeição. Isso porque só se tem uma chance.

- Como assim? – Loren não se conteve.

- Ou você consegue na primeira tentativa, ou não sobrevive para tentar uma próxima. – respondeu simplesmente.

- Tipo... Ou vai ou já era? – Rony perguntou meio em pânico.

- Exato. – respondeu sem titubear. - Ela consiste basicamente em concentrar uma grande quantia de Energia na sua forma pura e liberá-la de uma vez. Já fizeram algo parecido antes. Os ensinei a aumentar a força de feitiços comuns: Aguamenti, Incarcerous, Alorromora, Depulso, Reducto. – disse olhando rapidamente para os alunos dos respectivos feitiços.

Está explicado porque no PSEA o Incarcerous da Jessica era tão poderoso, Harry pensou consternado. Obrigado Siger, por me conceder alguns dias com dores no corpo.

- Então já planejava isso desde o começo? – Chris perguntou parecendo pela primeira vez surpreso.

- Sim e não. – Siger ponderou. – Contei com uma ajuda do destino para reuni-los, mas... É. – confirmou. - Eu também fui instrutor dos outros participantes do PSEA. – revelou. - Claro que com um pouco de Poção Polissuco. Mas por alguma incrível razão, só vocês conseguiram passar da introdução.

- Estamos na posição de cobaia aqui? – Loren inquiriu violenta. – É isso mesmo que estou entendendo?

- Não, Srta. Price. Cobaias não têm escolha. Vocês têm.

Loren fez cara feia.

- Então isso foi premeditado. – Jessica corroborou. – Mas porque nós conseguimos?

- Ah, ainda não conseguiram. – sorriu. – Passaram da introdução, vem muito mais por aí. - seus dedos se moveram até o pingente no pescoço. Harry vislumbrou de longe três caracteres gravados. – Mas nem eu entendo por que vocês. – admitiu. – Podemos começar?

Após um segundo de hesitação os Aurores consentiram ainda um pouco reservados. Não agradava a Harry a possibilidade de Siger estar no controle desde o início.

Para falar a verdade, aquilo o assustava.

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Os Aurores estavam na sala de treinamento, o Pó-rão, concentrando parte da Energia para liberá-la. Era um trabalho árduo, que versava a centralização de todas as emoções para um único fim. As horas passaram depressa, e nenhum progresso adveio.

- Continuem! – Siger encorajou.

Esse era o primeiro passo. Chegar à Energia. No momento eles só tinham de fazer aquilo. Depois aprenderiam como controlá-la para evitar que seus corpos explodissem com a pressão.  Harry sentia o formigamento nos membros como quando saltou da árvore tempos atrás, mas segundo Siger a sensação deveria ser mais forte.

Steven era de longe o que mais persistia para aprender a técnica. Talvez a perspectiva de comer carne sem sofrer a mutação fosse o bastante para impulsioná-lo. Mas para Harry, havia algo mais ali.

- Você tem uma Energia diferente. Por causa da substância no seu sangue. Ela mexe com a sua magia. – Siger explicou a Steven. – Tem de aprender a dominá-la. Mas, - ele olhou sério. – você é o que mais corre perigo, Morris. Qualquer deslize e já era. Entendeu? – o menino fez que sim com a cabeça. - Vá com calma. Talvez você demore um pouco mais a aprender. Vamos lá! – disse aos outros.

- Isso vai mesmo ajudar não é? – Loren perguntou depois de um tempo. Estava suada pelo esforço, assim como todos os colegas.

- Sim. – Siger assegurou. – Mas tem algo que precisam saber sobre a Maximum Potentia. Não há ninguém que possa resistir a ela, mas como podem perceber, sua execução demora. E não pode ser interrompida. – frisou. - Quando estão centralizando a energia vocês ficam vulneráveis a um ataque. E depois se realizá-la ficam quase “secos” de magia por alguns minutos. Ou seja, o ataque tem de ser perfeito. Imobilizem o oponente, e garantam que depois da Maximum Potentia eles não levantem. Mais ou menos assim. – ele fez um sinal para que os Aurores se afastassem.

Harry e os colegas foram bem pro fundo da sala, sem saber o que viria a seguir. Siger Crowe estava no centro, a varinha em punho.

- Primeiro, concentrem a energia! – ele bradou para que todos pudessem ouvi-lo.

De longe os Aurores viram um tênue brilho esbranquiçado tomar seu corpo.

Segundo, conduzam a energia!

O brilho formou um caminho direto até a mão direita que empunhava a arma. Uma pequena esfera luminosa começou a se formar na ponta da varinha. Ela aumentou gradativamente, ficando quase do tamanho de uma Goles.

- E terceiro... MAXIMUM POTENTIA!

Siger arremessou a esfera de poder com um gesto rápido de varinha, e ela se liquefez numa grande explosão.

- Protego! – Chris Hareston sacou a varinha e se anteviu ao perigo.

Os Aurores se abaixaram atrás do escudo num instinto, e fecharam os olhos pra se proteger da luz ofuscante. Harry pode ouvir os alvos de madeira se despedaçando de uma só vez, e sentiu os pedaços baterem contra o Protego de Chris.

Depois tudo se silenciou. Harry abriu os olhos e descobriu que a luz tinha desaparecido. A força da técnica os jogara contra a parede, e se não fosse Chris eles talvez tivessem que lidar com alguns ferimentos sérios.

Siger caminhou até onde eles estavam com um sorriso de canto.

- Esta é só uma demonstração. – ele disse normalmente, como se o que acabara de fazer fosse um mero truque de circo. – Se conseguirem reunir magia o suficiente, não há limites para o que se pode fazer. Eu chamaria essa de “Mininum Potentia”.

Harry se permitiu observar o estrago na sala. Com espanto percebeu que todos os alvos foram estilhaçados, completamente destruídos. Havia fragmentos de madeira de todos os tamanhos e por todos os lados. Só um pensamento permaneceu na mente de Harry naquele dia quando voltaram ao treinamento:

Se ele chamou aquilo de “Minimum Potentia”, qual será a verdadeira extensão dos poderes de Siger Crowe? 


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Notas finais do capítulo

Belezinha pessoal? Guardem essas informações para os próximos capítulos. Jogando Spoiler agora, o Teddy apareceu hoje por uma boa razão. Harry, melhor tomar cuidado... A varinha pode não ser a única coisa que você tem a perder.
Quem tá afim de um joguinho de Quadribol? hsuahsua, até a próxima gente! Beijos. ;D
Ps.: Tô sentindo falta de muitos leitores... O que tá acontecendo pessoal?



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