You Make Me Crazier escrita por Anne D


Capítulo 27
Capítulo 27 - Uma vitória, enfim.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas vocês também então não me culpem.
Enjoy!



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– Francamente, você não faz absolutamente nada certo! – grito, olhando-o de canto com toda a raiva que consigo reunir

– Olha só pra você, Katniss! – ele retruca, venenoso – Falando dos outros e fazendo pior! Que moral você tem?

– Me poupe! – rio sarcástica – Eu tenho a maior moral do mundo!

– Não tem não!

– Maior que a sua com certeza!

– Você é patética.

– Você é ridículo! – eu sairia correndo com raiva se pudesse, se não estivesse muito ocupada com a cena que vejo em minha frente.

Gale é o pior parceiro de Just Dance que você pode imaginar. Fico me odiando por tê-lo escolhido e não ao Cato. Me pareceu uma boa escolha, porque Gale é ágil e Cato tem uma enorme massa muscular.

Só pareceu. Ai que ódio!

– Eu odeio você – grito enquanto dou um giro e troco de lugar com ele. Gale esbarra em mim e eu quase caio – Você é um... ARGH! Nós estamos perdendo feio. Nós não, você está me fazendo perder feio!

– O placar nem está tão diferente assim. – ele da um muxoxo

– Claro que está – Peeta diz ofegante, do outro lado da sala, e pula, fazendo sua camisa se erguer um pouquinho... Bem, o suficiente. Que droga, me desconcentrei!

– 123 para nós e... – Clove dá risada puxando Peeta para o outro lado, enquanto quando eu tento fazer o mesmo com Gale e nós dois quase caímos de cara no chão – 37 pra vocês! Vão chorar?

– Não por muito tempo – resmungo irritada e continuo tentando me concentrar nos passos.

A semana de provas foi terrível e muito difícil, pelo menos para mim, e agora que acabou resolvi alegrar um pouco o cinza que se instalou em minha casa.

A última prova foi de Psicologia, hoje. Cansativa, mas graças a Clove que estudou comigo ontem e, digamos, me deu uma pequena “ajudinha” na questão três, com certeza passei direto.

Chamei todos os meus amigos para vir em minha casa, para fazermos alguma coisa. Estou com tamanho bom humor que chamei até Finnick e Annie, que se divertem olhando os passos de pato de Gale. A idéia inicial era sentarmos comendo alguns petiscos e conversarmos, como as pessoas adultas e responsáveis que somos, mas tudo mudou quando Madge, que estava observando a raque de filmes e jogos ao lado das televisões quando terminamos de almoçar e encontrou o Just Dance, que eu e Prim costumávamos jogar com papai e mamãe de platéia.

– Por favor! – ela me olhou com aquela carinha de cachorro caído da mudança e praticamente pulando em cima de mim. – Eu amo esse jogo! Vamos, vamos, vamos!

– Eu aprovo a idéia – sorriu Cato – É uma ótima forma de passar o tempo.

– E de dar umas belas gargalhadas... – Finnick disse rindo

Olhei para Peeta, em busca de ajuda de alguma pessoa sã, mas ele também pareceu gostar da idéia.

– Tudo bem... – mal terminei a frase e Madge já estava colocando o jogo para funcionar.

Como foi ela quem teve a idéia, jogou contra Clove e perdeu. Clove jogou com Annie, e ganhou. Na vez de Peeta, os dois empataram.

Então, tiveram a brilhante idéia de jogar em duplas. E os dois são praticamente imbatíveis!

Ganharam em disparada de Finnick e Annie, e me desafiaram. E então eu fiz minha péssima escolha de parceiro e cá estamos. Agora estou perdendo vergonhosamente para duas lagartixas ninja.

Quando o placar final se mostra, Peeta e Clove fazem a maldita dancinha da vitória esmagadora deles (que consiste nos dois fazendo passos estranhos e batendo os quadris) eu empurro Gale no chão para enche-lo de tapas, pisões e chutes.

– Para de me bater! – ele grita – Para!

– Você – Eu dou um tapa – é – Outro tapa – o ser humano – Outro – mais inútil – Um soco – que existe.

Saio de cima dele e me jogo no chão, para descansar.

– Nós ganhamos – Clove cantarola – Nós ganhamos, de novo, de novo! Vai, vai! – ela bate as mãos com as de Peeta e eu reviro os olhos.

– Nós: rainhas. Vocês: nadinha – Peeta solta essa e todos riem muito alto. Até eu tenho que segurar o sorriso que se formou

– Correção – eu digo me levantando e dando outro chute em Gale, que me devolve um tapa – Gay-le é nadinha. Eu sou rainha também.

– Claro, todos os 57 pontos foram seus – Clove ri – Vem Cato, vamos jogar uma partida – diz puxando as mãos dele e colocando-as sobre a cintura dela. – Peeta, melhor dançarino de Just Dance do mundo, espero que não se importe de eu te trocar pelo meu namorado.

– Claro que não – ele sorri – Preciso descansar e desemburrar minha namorada.

– Certamente – ela ri e desafia o restante da sala

Madge e Annie topam outra vez, e formam dupla.

Vou até o balcão da cozinha pegar um copo d’água e Peeta me segue, com os olhos cravados em mim. Pego o copo no armário e vou até o filtro enche-lo. Beberico um pouquinho, e logo sinto suas mãos sobre minha cintura e seu queixo em meu ombro.

– Senti falta de você – ele sussurra – Você nem me deu atenção essa semana.

– Que dramático – dou risada – Eu te dei atenção sim! Até estudamos juntos.

– Mas a gente realmente estudou – ele soltou um muxoxo

– Eu precisava – coloco o copo dentro da pia e viro-me para ele, que me pressiona contra o balcão e está com um daqueles sorriso no rosto. – Você sabe o quanto.

– Eu sei o quanto.

– Que bom que você sabe o quanto.

– Fico feliz de saber o quanto.

– Realmente, é gratificante que você saiba o quanto.

– Me orgulho de saber o quanto – ele dá um sorriso – Mas você sabe o quanto eu senti sua falta?

Finjo pensar.

– Não tenho certeza.

Ele puxa meu queixo com o dedo indicador e me trás para perto de si. Deixa um selinho na minha boca e sorri, olhando nos meus olhos. Depois disso, ele praticamente me ataca. Beijando-me com toda a vontade que tem, e eu retribuindo tudo na mesma intensidade. Que loucura seria pensar nisso acontecendo há algumas semanas atrás.

– Tem certeza agora? – ele pergunta quando termina o beijo (contra minha vontade) e sua boca está quase encostando na minha. Isso quase me enlouquece.

– Tenho – sorrio – e você?

– Ah, eu já sabia – nós dois rimos e quando ele encosta a boca na minha novamente, Madge literalmente brota no meio da cozinha.

– Que bonitinho – ela sorri maliciosa – Dando uns pegas na cozinha? Tsc tsc...

– O que você tem a ver com isso, Srta. Estraga Prazeres? – Peeta reclama, olhando para ela

– Absolutamente nada – retruca Madge, rindo

– Acho bom mesmo.

– Sorriam! – o flash quase me cega. De onde saiu aquela câmera fotográfica?!

– Ai! – grito colocando as mãos sobre os olhos – Maldita!

Ela sai correndo e ouço Peeta rindo ao meu lado.

– Maluca – ele diz dando um beijo em cada olho meu – Doida de pedra. Ligamos para o hospício?

– Acho que seria melhor esperarmos até o jantar – eu respondo – Pra não estragar a imagem de bons amigos que minha mãe espera ver.

– Ela está melhor? – ele pergunta preocupado

– Você fez a mesma pergunta ontem...

– E estou refazendo-a hoje, esperando que você me responda novamente. – ele segura meus pulsos e ri

– Ela está bem melhor, graças aos remédios da Paylor. – eu digo – Interage, come, e consegue se movimentar. Mas ainda prefere ficar sozinha lá em cima. Satisfeito?

– Satisfeitíssimo – ele me abraça

Ficamos assim por um tempo, apenas sentindo um ao outro. Eu realmente senti falta. Tanta falta que não me dei conta.

– Eu gosto tanto de você – sussurro contra sua camisa

– E eu gosto tanto de você – ele diz depositando um beijo no topo da minha cabeça

Ouvimos a porta da sala bater com uma força descomunal e um grito de raiva. Outro grito, dessa vez de susto, este vindo de Annie. Nós dois vamos até a porta e nos deparamos com uma Prim bastante irritada enfiando a cabeça em uma almofada ( ela arrancou de Finnick, que parece bastante assustado) e gritando mais ainda.

– O que aconteceu, pelo amor de Deus?! – vou correndo até ela

– O Sean é um babaca! – ela grita na almofada – Babaca! Estúpido! Idiota! Nojentinho de...

– Vai com calma aí, revoltada – diz Clove, sentando-se ao lado dela. – Dá pra falar o que aconteceu?

– Ele simplesmente fez a pior pegadinha de mal gosto de todos os tempos! – ela olha para nós por um minuto e depois enfia a cabeça na almofada novamente, gritando em plenos pulmões.

– Que temperamento... – Madge diz

– Quase pior que a irmã – Gale ri e eu o fuzilo com os olhos – Calma, não tá mais aqui quem falou!

– Pode nos contar que pegadinha foi essa, Prim? – Annie pergunta tranquilamente e afaga a cabeça de minha irmã

– Ele deve ter achado uma ótima idéia brincar com os meus sentimentos – achei que a veria chorando, mas em seus olhos não tem nada além de raiva

– O que ele fez? – pergunto, já cerrando os dentes

– Ontem ele disse que gostava de mim. – ela diz melancólica – Tipo, gostar gostar.

– Eu sei – reviro os olhos

– E nós saímos – eu abro a boca para protestar, mas ela ergue as mãos – Não contei a ninguém porque ele pediu. Nem sequer pensei no porque quando aconteceu. Bem, nós saímos e fomos ao cinema e depois a uma lanchonete e foi super legal. E então, quando eu fui dar um oi para ele, percebi que estava conversando com um amigo. Peguei uma pequena parcela do que ele disse, e resolvi ouvir o resto.

“O amigo dele perguntou o que ele tinha conseguido ontem, o que eu achei muito estranho porque ele disse para não comentar com absolutamente ninguém. E ele disse que queria o dinheiro dele, porque tinha conseguido.”

– Conseguido o que?! – grito com raiva

– EU NÃO DEI PRA ELE KATNISS, FAÇA O FAVOR DE SE ACALMAR – ela grita com mais força – Continuando...

“E o amigo dele disse que não acreditava nisso, e que eu era impecável e inalcançável e só tinha apostado aquilo porque sabia que ele não conseguiria. Logo depois Sean disse que eu era uma sem sal, isso sim.”

– Não acredito! – Madge cobre a boca com as mãos

– E então eu fui a cantina, peguei o saleiro, abri e joguei nele. – Prim, continua – No meio do pátio, com todo mundo olhando. E então eu disse “Tá bom de sal para você agora?” e sai andando.

– Arrasou – Clove grita, orgulhosa

– Arrasei com o meu currículo, isso sim – Prim choraminga – Levei uma detenção ridícula e uma advertência – ela me entrega o papel que tem em mãos

“Por jogar sal em um aluno.”

Não aguento e desabo em risadas.

– Prim isso é incrível – eu dou um abraço nela e sorrio – Essa é a melhor advertência de todos os tempos.

Ela me olha horrorizada.

– Sinceramente, Katniss! – ela pega o papel – Você sabe ler?! Recebi uma advertência!

– Ele mereceu, é um babaca – Peeta diz rindo – E o seu coração, como está?

– Uma droga – ela responde e enfia a cara na almofada novamente, mas não grita

– Não acredito no que ele fez – eu digo afagando os cabelos dela. Queria saber o que dizer...

– Se não se importam – ela diz levantando o rosto – Já me humilhei bastante por aqui. Vou tomar um banho e tirar essas vibrações negativas que estão irradiando do meu corpo. Até mais, amigos desconhecidos da Katniss e amigos conhecidos da Katniss.

Ela sobe as escadas e eu ouço a porta do quarto dela bater.

– Nem todas as histórias de amor dão certo – Madge diz

– Quase nenhuma, pra ser sincero – Gale responde

E isso é estranho.

***

Recebemos o boletim uma semana depois. E eu mal acreditei quando vi que passei em tudo! Notas regulares, ok. Não sou nenhuma Prim. Mas para mim isso era mais que especial.

Prim está muito melhor em relação a tudo o que aconteceu, o que só mostra o quão madura ela é e isso me deixa orgulhosa. Ela pula em cima de mim e nós comemoramos. Jantamos no quarto de mamãe e ela fica muito feliz com meus resultados e isso desencadeia até quatro frases completas, um sorriso e dois abraços. O que mais eu poderia pedir?

Como forma de demonstrar o milagre que aconteceu, a neve começa a cair lá fora, e eu e Prim ficamos sentadas ao lado da janela, observando os floquinhos branco tocando o jardim lá em baixo. Sinto as coisas se encaixando dentro de mim, aos poucos e penso em meu pai, que é o único motivo de eu não estar plenamente feliz.

O Natal está próximo e eu penso se conseguirei passá-lo sem ele. Meu coração se aperta.

Prim arruma mamãe, que adormeceu, e a cobre com o cobertor de lã. Nós duas saímos do quarto e levamos a louça para a cozinha, deixando-a na pia. Cada uma vai para seu quarto e eu ligo o meu aquecedor no máximo, porque não resisto muito bem a nenhuma temperatura extrema. Percebo um envelope em cima da minha escrivaninha, mas meu telefone apita e eu me lembro de contar os resultados aos meus amigos. O envelope cai no chão, abaixo do móvel e eu tiro milhares de fotos das minhas notas para mandar a todos os meus amigos.

Queria que meu pai visse o quanto eu me esforcei. Que me olhasse orgulhoso. Queria um “eu sabia que você era capaz, filha”.

Pena que querer não é poder.


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Notas finais do capítulo

Acharam que era o Peeta lá em cima? Hehe
Capítulo água com a açucar pra amenizar os próximos.
Comentem! E me digam o que acharam da capa nova!
Mellarkisses



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