POV. Sabrina

- Nini, tem uma coisa que eu tenho que fazer.- Falei, séria, estragando todo o clima.

- O que foi, minha linda?- Perguntou ele.

- Eu tenho que... que...- Só de me lembrar daquilo doía demais, eu comecei a chorar, ali mesmo.

- O que foi, meu amor?- Perguntava ele, muito preocupado. Eu respirei fundo e engoli o choro.

- Eu tenho que ir falar com o meu irmão, ou meio irmão, ou o que ele seja.- Falei.

- Se você tem que ir, eu vou com você.- Falou ele.

- Não! Por mais que seja o que eu mais quero no mundo, ter você ao meu lado lá, essa é uma daquelas coisas que você tem que fazer sozinho. Entende?- Disse.

- Entendo... Mas olha, eu vou sempre estar no seu lado.- Disse ele pegando a minha mão e pousando ela sobre meu peito esquerdo, bem no coração.- Aqui.

- Eu sei, meu amor, eu sei.- Falei abraçando-o o mais forte que podia, tentando fazer com que ele não percebesse o choro, não se desse conta da minha fraqueza. 

Fui para o banheiro e me arrumei rapidamente, tudo bem, rapidamente para mim era quarenta minutos de banho e mais vinte para se arrumar, mas... Haha. Quando finalmente estava pronta ( http://www.polyvore.com/cgi/set?id=56523242 ), me despedi de Niall, que implorou de todas as formas para eu ficar, mas tive de recusar e pediu que eu voltasse, eu assenti. Estava abrindo a porta quando algo quente pega a minha mão e puxa meu corpo para mais perto, óbvio que era Niall.

- Depois de tudo isso, eu não podia deixar de fazer uma coisa.- Falou ele, me beijando. Um beijo de desejo mesmo, mas agora eu tinha que ir. Podia ficar ali beijando ele a tarde inteira, mas tinha que fazer isso. Cedi uma vez e beijei ele, pelo tempo que fosse, nossas forças foram cessando até que não sobrou mais nada, e acabamos o beijo. Ele ainda não havia me soltado, me prendia com a mão esquerda, e lutava para pegar algo em seu bolso com a mão livre. De repente ele puxou uma caixinha que eu abri e lá estava um anel de brincadeira, feito por ele há anos atrás, quando fizemos nossos pactos de amizade.

- Você ainda tem...?- Perguntei, chocada.

- Tenho sim, sempre guardei. Aliás, sempre usei, até que você chegou e eu fiquei envergonhado de usá-lo.- Falou. Eu abracei forte, ele abraçou de volta, mas logo saiu do abraço e ficou fitando meus olhos. Até que finalmente disse:

- Sabrina Archibald, você quer ser minha namorada?- Propôs ele. Como se já não soubesse a resposta, né?

- É obvio que sim Niall James Horan.- Falei sorrindo e beijando ele.

- Não quer comemorar?- Fez biquinho. Era mais uma chance dele me prender ali.

- De noite vamos para a balada com a galera?- Sugeri.- Combine com eles, vou chamar o Josh também.

- Ok, Josh?- Perguntou ele, estranhando.

- Niall, Josh é esse meu irmão, idiota!- Falei, rindo da cara de ciúmes dele.

- Não estou gostando disso...- Brincou ele.

- A vida é dura!- Exclamei, dando um selinho nele e batendo a porta. 

Enquanto andava na rua não conseguia pensar em outra coisa a não ser Niall. Eu olhava para o dedo em que ele havia colocado o anel, enquanto nos beijávamos, e não podia parar de sorrir. Enfim, meus pensamentos foram interrompidos quando eu cheguei em frente a meu prédio. Meu pai estava saindo com uma mulher de lá, eles estavam rindo e para tudo, eles tinham se beijado! É isso mesmo? Eles estavam cheios de malas, isso dava para perceber, mas para onde iriam? Muitas perguntas... Meu coração sofreu um aperto grande ao ver isso, mas eu estava decidida a passar meu dia com Josh, não meu pai. Decidida, fui andando em direção ao prédio, passei por meu pai, que não me viu por sinal, e subi para o apartamento.

- Oi!- Exclamei.

- Ah, oi, Sassa, né?- Cumprimentou Josh.

- Isso mesmo. Então, você sabe quem é essa mulher que papai estava beijando lá embaixo?- Perguntei.

- Sim, sei. Minha mãe.- Disse ele. WHAT? Meu mundo parou agora. Como ele tinha coragem de trair a minha mãe e depois que ela morreu, voltar com essa mulher?- Sua mãe sabe da minha existência?

- Sabe, ela sabia que nosso pai tinha mulher e ela está com ele desde que eu nasci. Nunca pararam de se ver.- Isso sim é uma bomba!

- Entendi...- Disse com uma voz um pouco chorosa.- Josh, hoje eu e a galera vamos sair para uma balada, quer ir?

- Sim, claro.- Aceitou, que bom!

- Ok, volto aqui mais tarde e Niall vai levar a gente. Vai ser bom para você conhecer o pessoal.- Falei.

- Tudo bem. Mas quem é Niall?- Perguntou ele.

- O meu namorado.- Falei, percebi ele arregalando os olhos quando disse namorado, mas não tinha tempo para isso.- Agora tenho que ir, tchau!

Tudo bem, era mentira. Eu não tinha que ir. Essa história da mãe dele com meu pai me abalou muito. Eu precisava sair dali, daquele ambiente. Fiz sinal para um taxi e entrei:

- Por favor, me leve para o Lago mais longe daqui, mas que ainda fique em Londres.- Pedi ao motorista. Ele concordou e me levou. No caminho começou a perceber que eu estava mal, já era um motorista de idade, então começou a falar comigo.

- Senhorita, você é tão jovem e nova, aproveite a vida!- Disse ele.

- Ah, senhor, eu aproveito sim, mas as dificuldades são muito difíceis e acabam limitando a gente.- Falei.

- São sim, mas nada que está em seu caminho é grande o suficiente para te parar. Todas as dificuldades só estão na sua vida e não na dos outros, porque só você conseguiria resolvê-las. As dificuldades servem para você aprender, mas o segredo é, você não aprende com a dificuldade, você aprende com você mesmo. É você que vai resolver a dificuldade, é você que irá derrubar os obstáculos, não eles que serão derrubados sozinhos.- Disse o senhor taxista.

- Muito obrigada, senhor. Me ajudou muito!- Falei, agradecendo enquanto pagava o taxi, havíamos chegado ao local. Dei a ele mais vinte reais que o verdadeiro preço, ele agradeceu e me entregou seu cartão.

- Sempre que precisar, menininha, estou aqui. É só ligar!- Piscou ele.

- Obrigada, senhor, irei ligar sim.- Sorri, como retribuição. Ele foi saindo e eu acenei. Quando ele estava longe eu comecei a pensar no que ele disse, ele era tão sábio! Eu queria ter um avô assim... Para falar a verdade, nunca conheci meu avô paterno, meu pai sempre disse que ele não era bom, e que era melhor dar-lhe como morto. Toda vez que pensava nisso um aperto no coração me atingia. Com aquele senhor eu me senti tão bem, queria mais do que nunca conhecer meu avô. 

Com esses pensamentos na cabeça, fui sentar a beira do lago e comecei a jogar pedrinhas lá. Eu era ótima nisso! Em Mullingar, quando Niall foi embora, eu sempre ia para um lago e jogava pedras lá, me perguntando onde ele estava, por que ele tinha feito aquilo, eu sorria com essas lembranças. 

- Sassa?- Perguntou uma voz conhecida.

- Harry?- Respondi.

- O que você está fazendo aqui?- Perguntamos os dois juntos.

- Ér... Você primeiro!- Disse ele, se sentando ao meu lado.

- Bom.. É uma longa história...- Falei.

- Temos tempo.- Disse ele apontando para o relógio e indicando que ainda eram duas da tarde.- Só que antes...

- O que?- Perguntei, enquanto ele saia correndo, dois minutos depois voltou com dois cachorros-quentes enormes!- Haha, boa!

- Agora conte.- Pediu ele.

- Ok...- E assim eu o contei tudo, do meu pai até o senhor do taxi e meu avô.- Então, meu pai sempre pediu que eu desse meu avô por morto, mas eu tenho o direito de saber quem é, certo?

- Sim, mas as vezes ele está tentando de proteger...- Disse Harry.

- Me proteger? Assim como fez escondendo Josh e sua mãe todos esses anos? Ele tem que revisar o que é proteger...- Falei.

- É verdade, e tudo bem, vamos conhecer seu avô!- Exclamou Harry, eu o olhei com uma cara estranha, sem entender o que ele havia dito.- O que, você não quer conhece-lo? 

- Quero, mas...

- Então vamos!- Disse ele, puxando minha mão e me levando para seu carro. Ele ligou o motor e dirigiu até sua casa. No caminho eu perguntei:

- E você o que fazia lá?

- Carol... Eu fui deixá-la em casa e parei lá para pensar. Eu a conheço em tão pouco tempo, mas ela já é tudo para mim!- Disse ele.

- E então? O que está esperando?- Perguntei.

- Para que?

- Pedi-la em namoro, ué!

- Pois é, esse é o motivo pelo qual eu fui lá!- Disse ele, e eu fiquei sem entender.- Sim, para pensar como eu fazia isso.

- Ah! Compre um presentinho, escreva uma carta ou cante uma canção. É infalível!- Sugeri, confiante.

- Sim, senhora.- Brincou ele.- Chegamos! A proposito como vão você e Niall?- Perguntou ele, e eu o mostrei o anel.

- Ótimos!- Falei, sorrindo.

- Que bom!- Falou Harry.- Vamos?

- Sim. Mas o que você pretende fazer?- Perguntei, assim que saímos do carro.

- Vamos ser investigadores particulares! Fala sério, você é mulher, consegue descobrir o perfil de uma pessoa mais rápido que o FBI!- Brincou ele.

- Isso é verdade.- Zoei, rindo muito.

- Então, mãos a obra!

"Nini, estou na casa do Harry! Passe aqui umas oito para me pegar? Não precisa se preocupar, estou bem! Ajudando Harry com a Carol e ele me ajudando com outras coisas, te conto mais tarde! Te amo muito, meu amor! xx -S"- Mandei para Nialler. Não queria que ele se preocupasse.

"Tudo bem, minha linda! Me conte depois senão eu vou ficar com ciúmes, hein? Haha. Beijos, te amo! xxx -N"- Não era um fofo?

- Acabou de trocar SMS com o seu amor aí?- Perguntou Harry.

- Como você sabia?- Perguntei, indignada.

- Seu sorriso. Ninguém sorri assim porque está falando com amiga.- Zombou ele.

- Haha, ok. E então, por onde começamos?- Perguntei.

- Primeiro o que eu tenho que saber dele?

- Ele é provavelmente velho, está vivo, perdeu o contato com o filho único, que é meu pai, e seu sobrenome é Archibald.- Falei.

- Ok. Nome?- Perguntou Harry.

- Não sei...- Falei.- Mas posso descobrir!

- Certo, descubra e eu vejo o que posso fazer. Tentarei entrar em um sistema de hospitais, assim verei em qual ele nasceu.

- Sim, ele nasceu em Londres, tá?- Falei, em direção a porta.

- Facilitou muito!- Agradeceu ele.

Segui em direção a casa do meu pai. Subi até o apartamento e procurei Josh.

- Ai você está!- Falei, esbaforida.

- Não era mais tarde?- Perguntou ele, confuso.

- Sim, mas eu preciso que você me conte tudo que sabe sobre o nosso avô.