Prólogo:

“You'll might have to bend but you're not gonna break

Wipe the tears from your eyes and the fear off your face

You know deep down inside, you've got what it takes”

(Jennette McCurdy)

As malas pesadas me faziam dar passos lentos e implorava mentalmente por uma ajuda, mas o ser do meu lado parecia não notar. Suspirei baixinho pela minha brilhante ideia. Sentiu a ironia, certo? Cansada sem quer deixei a mala escorregar, fazendo um ruído alto ao bater contra o chão. Parei pronta para me abaixar e pegar tudo quando uma mão aparece na minha frente me entregando.

–Ah, obrigada. – Disse um pouco sem jeito.

–Não foi nada. – Respondeu passando a mão por seu cabelo preto. – Er, preciso ir. Desculpa.

Assenti com a cabeça sabendo que se tentasse falar provavelmente não conseguiria. Um segundo depois um grito chamou minha atenção.

–Anda logo, Lorena!

–Diego, se acalma.

Apertei a mala com mais força, soltando em seguida. Cruzei os braços me sentando em cima dela. Vi meu amigo andar até onde estava com a expressão irritada.

–Anda logo. – Repetiu. – Não quero prolongar muito isso.

Ergui uma sobrancelha sem entender.

–Nada. – Acrescentou antes que perguntasse.

–Bem, eu iria rápido se algum garoto forte e bem educado – falei batendo com a mão em seu braço – me ajudasse com a bagagem.

Ele riu, balançou a cabeça negativamente. Depois fingiu estar bravo me lançando um olhar feio.

–E como pretende viver sozinha se nem a mala consegue levar?

Levantei do meu lugar e mostrei dois dedos para ele.

–Primeiro, - comecei sinalizando um. – Não vou morar sozinha e sim na escola. – E mostrei o número dois. – Terei um “brother-host” que provavelmente será mais educado que meu melhor amigo.

–Tudo bem. – Respondeu erguendo os braços. – Eu levo.

Com uma das mãos me abraçou pela cintura e com a outra carregou minhas duas malas. Aguentei a máximo que pude mais quando paramos em frente ao posto para fazer o check-in perguntei com a voz zombeteira:

– Desde quando ficou forte?