(…)You had it all, The day you told me, Told me you want me, I had it all, But let you fooled me, Fooled me completely, Yeah, I was so stupid, To give you all my attention, 'Cause that way you played me, Exposed your true intention(…)

Michelle P.O.V

Acordei cansada, típico meu, mas o que não era nada típico meu era como eu tinha acordado, sem ninguém me ter acordado. Olhei no relógio: 10:50hs - Bom, como alguém me acordaria a essa hora? Eu sempre acordo ao meio dia com um balde de água, mas hoje estava tudo diferente.

O lado de minha cama de casal estava vazio como sempre. Suspirei pensando que talvez um dia Justin iria estar ali, ao meu lado. Olhei-me no espelho. Cabelo despenteado, todo levantado como que se tivesse vida própria. Olheiras, e lábios secos. Ah, eu acordo sempre assim que até já chega a ser monótono, eu preciso mesmo de mudar um pouco o estilo.

Ajeitei o meu pijama em meu corpo, pois ele estava todo amassado. Pudera, como um pijama desse tamanhinho iria resistir à safadez do Justin? É, nenhum. Penteei meu cabelo com as mãos, o deixando mais ondulado com o habitual, ele estava cheio de nós. Digamos que tenho muitas noites atribuladas e quase nem consegui dormir, hehe…

Calcei meus chinelos pantufa, e saí de meu quarto. Dona Pattie estaria fazendo compras com os avós de Justin. Então apenas Justin e Selena estariam em casa - pra quem ainda não sabe: Não, Justin não dormia com Selena -, me deixando assim podre de sozinha em casa, pois eles deveriam estar dormindo e eu não iria acorda-los.

Ouvi um barulho vindo do quarto de Justin. Tipo algum móvel se encostando na parede, ou chiando, e isso foi realmente desconfortável. O que raio estaria ele fazendo ali? - Fui na porta, e silenciosamente a abri, me deparando com uma cena não muito agradável para mim, é.

Bom, não era agradável mesmo, nem um pouquinho. Justin e Selena estavam praticamente se comendo, e claro, Justin estava usando sua maravilhosa pegada. Minha vontade era de chorar, mas eu não iria ser fraca, não agora. Bom, se eu resistisse, né? A verdade é que eu não tenho experiencia em ser forte.

Fechei a porta sem fazer barulho, deixando os pombinhos terminarem seu trabalho. Eu deveria saber que Justin era um retardado mental que só queria garotas mesmo só pra comer elas, é. Mas o que quer que eu faça? Eu já disse que sou fraca. Eu sou um fracasso.

Quando senti a primeira gota cair sobre meu rosto, corri até meu quarto novamente. Obrigada Justin, agora vou ser obrigada a cortar minha barriga. Não, hoje não, vamos adiar! Não, não vamos adiar nada!! Vou emendar um corte no outro e furar uma veia! É, é isso mesmo que eu vou fazer.

Me prendi no quarto, trancando a porta á chave, pois eu teria a certeza que Justin me teria ouvido a correr, e teria acabado de fazer o seu trabalho depressa para ver o que estava acontecendo comigo e fingir ser bonzinho. Ah, mas eu não iria cair nas mãos dele novamente, não mesmo!

Me prendi no banheiro, fechando a porta com força, criando assim um estrondo, que com certeza não era inaudível. Procurei desesperadamente pela caixa de comprimidos vazia. Peguei nela logo que a encontrei e puxei o cartão para fora, fazendo a lâmina escorrer para minhas mãos. Peguei nela, e deixei o pedaço de cartão cair no lavatório mesmo. Virei meu pulso, procurando um lugar onde acertar uma veia era mais favorável.

Meu pulso estava cheio de cicatrizes, e muitas delas sobrepostas, por isso se eu me quisesse matar estava mesmo a favor, e muitas pessoas quereriam ter essa oportunidade, mas essa chance é minha! Só minha.

Apertei a lâmina com força desnecessária no meu pulsos, e a puxei lentamente, fazendo um estrago completamente abalado tomar conta de meu pulso. Bom, como muitas cicatrizes - não muito cicatrizadas - estavam todas juntas em linhas verticais, qual o problema de fazer uma horizontal nelas? É, o problema é que iria jorrar a tripla vez mais sangue.

O sangue literalmente explodiu de meu pulso. Me assustei, mas sorri pensando que tinha furado uma veia, mas para minha desgraça, não furei.

Liguei a torneira submetendo meu pulso dolorido debaixo da água gelada, me fazendo gemer de dor. Mas essa dor não era tão grande como o aperto em meu coração. Peguei numa toalha branca a limpa e a embrulhei em volta do meu pulsos. Enquanto que o sangue se extendia eu bufava, perguntando a Deus porque eu não tinha ido logo. Realmente, umas pessoas podem e as outras que fiquei nessa droga de mundo, o que é demasiado injusto!

Pus a toalha para lavar, e limpei o lavatório cheio de sangue, retirando o pedaço de cartão do mesmo. O cartão tava uma bosta, com um pouco de sangue mais grosso, que realmente metia impressão. O deitei no lixo, agora eu teria de encontrar outro esconderijo…

Peguei noutra caixa de comprimidos de dor de cabeça, também meus - por causa da ressaca - e espreitei lá dentro. Estava vazio. Retirei o papel de informações, pra que pode ser utilizado e blá blá blá e guardei a lâmina lá dentro, deixando o papelzinho caindo no lixo.

Justin iria ter de se haver comigo depois disso… ele iria se arrepender de tudo após isso. Ele iria me pedir em joelhos para o perdoar, e eu iria me tornar uma pessoa fria e o rejeitar. Ele não merecia o meu perdão, ele nunca mereceu.

"Mih, abre a porta!" - Um barulho forte ecoou por meu quarto na medida que eu fechava a porta do banheiro, e mais um estrondo se fez ouvir. Ainda bem que eu tinha fechado a porta, e eu disse que ele ia acabar o seu serviço primeiro, não foi? Pois bem que aí está a prova.

E ele continuou lá palrando para as paredes, por que eu não o estava ouvindo. Ele para mim tinha morrido. Justin Bieber? O cantor do momento? Não, só conheço One Direction. Não… eu tinha de conhecê-lo, ele era o amante de minha irmã, não era? Então bem que eu tinha de conhecê-lo.

Me afundei em pensamentos enquanto que ouvi um barulho ainda mais forte soar, fazendo meu corpo estremecer. Puxa vida, parecia que ele ia arrombar a porcaria da porta! Já chega mocinho, não acha? Vamos lá, se ponha em pé e encare o futuro seu bebêzão!

Claro que eu estava gritando tudo aquilo em mente, mas ele precisava ouvir das boas. E ele não desistia! Tirei meu pijama curto, enquanto que ele continuava chateando a minha puta de vida. Vesti um moletom confortável, umas supras pretas - para correr dele, hehe - e umas calças jeans, pois a temperatura tinha descido consideravelmente.

Era agora ou nunca.