Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 29
Escolhas


Notas iniciais do capítulo

OOii. Então como vcs podem ter notado, estou postando antes de responder os reviews do cap anterior e vou logo explicando que devido a minha falta de tempo eu tinha duas alternativas: Escrever e postar o cap ou responder os reviews... Não sei o q vcs preferiam, desculpe por não perguntar mas eu li todos e amei cada um e achei melhor responder depois. Obrigada de coração é muuuito importante saber q vc leem a fic. Aliás tinha umas pessoas falando mal de Conexão Seattle por aí dizendo que o final foi ruim e que não teve hot e sei lá o que, eu fiquei feliz por saber que mais gente leu mas triste por elas não terem vindo aqui comentar, eu que fuçando por aí achei... Pfv, não façam isso, gostando ou não me digam, isso é muuito importante pra mim!!
Bom esse é o penúltimo cap farei um review e aí é adeus pra sempre... Espero que gostem do cap, bjs e boa leitura!!



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Caia uma fina chuva pela manhã, suficiente para fazer o jovem despertar, talvez pela fragilidade da cabana que deixava entrar qualquer barulho externo, desde o canto dos pássaros até os ventos mais fortes. Ele ficou ainda cerca de dez minutos ali deitado, com os olhos pregados no teto pensando em tudo o que ocorrera na noite passada.

Se perguntava se em meio aquela sequencia de acontecimentos, poderia ter feito escolhas melhores, como seguir viagem pela noite até conseguir tirar Sam do reino, mas via que dificilmente conseguiria, estavam os dois cansados e acabariam sendo pegos ou mesmo atacados por algum animal caso fossem por dentro da floresta. Agora teria que convencê-la a ir embora sem os pais, o que só de imaginar já parecia impossível. Mas não havia alternativa, aquelas terras não eram mais seguras para ela.

Ele já pensava em se levantar quando sentiu o peso sobre o seu peito se movimentar, olhou pra baixo e viu que ela abria os olhos lentamente, como que tentando vencer o sono que ainda sentia.

–Bom dia. -Ele disse

Ela abriu os olhos, assustando-se com a claridade e se ergueu encarando-o.

–Meu Deus, o que ainda faz aqui já deveria ter ido embora! -Ela disse levantando.

Ele a olhava vestida apenas com a roupa de baixo que ela provavelmente colocara ao sentir frio no meio da noite, e finalmente começou a ser corroído pela preocupação. Haviam ido muito longe e não havia como voltar atrás.

–Sam, embora ontem tenha sido a melhor noite da minha vida, temo que tenhamos dado um mal passo.

–Se refere a ter fugido comigo? -Perguntou enquanto colocava o vestido.

–Sabe que não. -Respondeu ele.

Ela terminou de pôr o vestido e sentou na cama ficando de costas para Freddie de modo que ele pudesse amarrar os laços e fechar a roupa.

–Pode fechar?

Sem responder, ele se ajeitou na cama e se pôs a puxar os cordões do vestido. Sentiu forte ímpetos de levar os lábios a pele das costas dela e despi-la novamente, mas conteve-se.

–Você está arrependido? -Perguntou ela.

–Não. Estou preocupado.

–Não fique. -Ela o esperou terminar de amarrar os cordões e se virou encarando-o. -Eu amo você.

–Então por que se recusa a fugir comigo?

–Você deveria dizer “Eu também” alteza. -Ela sorriu antes de levantar. -Sabe que não devemos, fugir, isso realmente não. Eu preciso salvar meus pais, e você... Freddie...

Ele levantou impaciente e se pôs a pegar as roupas. Ele trajava apenas uma calça fina que vestia como primeira peça de roupa.

–Certo, então qual o seu plano? -Perguntou ele com certo sarcasmo.

–Eu vou voltar para o povoado. -Disse enquanto o observava se vestir. -Acredito que poderei encontrar ajuda então tentarei recuperar os documentos e os negociarei com o seu pai.

–Ajuda no povoado? -Perguntou enquanto se vestia. -Negociar com o meu pai? Primeiro, deve saber que há poucos em que pode confiar nesse momento. Segundo, não vejo como possa negociar com meu pai agora.

–Não sabe o que há naquele papeis. -Ela disse arrumando os cabelos.

–Mas posso imaginar. -Respondeu tomando um ar sério.

Ele sentou na cama puxando as botas para junto de si e passou a falar enquanto as calçava.

–Minha família não se contenta com uma dinastia, o plano sempre foi estabelecer um domínio ainda maior. Muitas coisas erradas foram feitas para que a França pudesse se colocar acima dos reinos vizinhos.

–Então… Você sabia? -Sam se colocou em frente a ele encarando-o. -Sabia da história da espada?

–Sim. -Respondeu. -E não me orgulho disso, mas o que eu poderia fazer?

–Poderia não ter me chamado de criminosa quando sabia quem são os verdadeiros criminosos! -Gritou -Como você pôde Freddie, aceitar participar disso e ainda me falar tão despreocupadamente que sabe disso tudo?

Ele a encarou em silêncio e levantou pensativo. Pensou em explicar o porque da sua atitude passiva diante da farsa da própria família, mas em meio a situação que o reino se encontrava, hesitou. Ela então retirou as escoras da porta e abriu, saindo logo em seguida.

Freddie pegou a espada e a seguiu, apertando o passo, já que ela praticamente corria.

–Sam, me escute você precisa sair do reino.

Ela o olhou de relance e continuou andando, desviando dos galhos e arbustos que se colocavam em seu caminho. Sentia grande dificuldade em caminhar com aquele vestido, mas, ainda assim, seguiu em direção ao bosque de onde pretendia seguir para o povoado. Após meia hora tentando dissuadi-la, Freddie passou a segui-la em silêncio.

Quando finalmente alcançaram o bosque, terrenos com vegetação mais espaçada e mais próximo da estrada, ele a puxou fazendo-a encará-lo.

–Ouça, se acha a injustiçada não é? Mas caso tenha esquecido há uma enorme responsabilidade em minhas costas e eu não poderia simplesmente confiá-la a uma inimiga declarada do reino.

–Não era sua inimiga agora pouco, quando se dispôs a fugir comigo.

Ele esfregou os cabelos, caminhando de um lado pro outro e parou encarando-a.

–Vai me deixar ajudá-la ou não?

–Você não confia em mim. -Disse. -Por que eu deveria confiar em você?

–Eu sou um nobre. -Respondeu. -Costumo honrar a minha palavra.

Ela riu amargamente.

–Então apenas nobres são dignos de confiança?

Sentindo-se exausto, ele baixou o rosto sentindo-se irritado com o rumo daquela conversa e por fim atirou a espada no chão, aos pés da garota.

–É lutar pelo seu povo que você quer? Então leve-a com você, e boa sorte. Por que você vai precisar.

Dizendo isso, ele se afastou a passos largos, esperançoso que aquela mudança de atitude surtisse algum efeito sobre a impassibilidade dela. Havia pouco tempo para partirem e eles certamente estava sendo seguido, o que dificultava ainda mais as coisas e inviabilizava qualquer discussão. Ao ganhar certa distância, ele se voltou novamente a direção contrária, mas tudo o que viu foram árvores.

De repente, seus ouvidos foram invadidos por um silêncio perturbador, sentiu um vazio dentro de si que foi sendo preenchido pelo ódio. Ódio de alguém que corria para a morte quando outra escolha lhe era dada e ódio de si mesmo por tê-la deixado escolher.

Robie acordou sentindo uma forte dor de cabeça em função do golpe que levara na noite anterior, enquanto se debatia para se livrar dos guardas, mas isso não o impediu de tentar sair da pequena sela em que fora colocado. Ele tentou quebrar as grades, chutou as paredes, gritou por ajuda e por fim percebeu que não seria tão fácil quanto pensou ao planejar aquela invasão.

Ele então sentou com os joelhos dobrados e esperou, cerca de duas horas depois ele subiu passos na escada, não demorou muito a porta da torre se abriu e logo uma figura surgiu na penumbra, mirando-o.

–quem está aí? -Perguntou.

–Sabia que um dia o veria assim.

Robie reconheceu a voz do duque Humbert do outro lado e se levantou indo até as grades.

–Seu miserável! -Rosnou -Nós tínhamos um trato e você me enganou, a prendeu e agora quer se casar com ela? Que diabos pretende?

O homem arrastou alguma coisa pelo chão, que passou entre as grades. Era um prato com dois pães e um copo de água.

–Você trai sua própria amiga e me condena por enganar um completo desconhecido? -Perguntou. -Poupe-me, meu caro tome seu café e procure colaborar, eu quero respostas e você as dará por bem ou por mal.

–Tire-me daqui e verá a resposta que tenho pra você. -Disse entre dentes. -Isso ainda não acabou.

–Tem razão. -Disse saindo da parte sombria e se deixando iluminar pela fraca luz da única janela da torre. -Sabem nem tudo o que lhe contei era mentira, ela realmente havia ficado noiva de alguém importante. Eles fugiram na noite passada, ela não quis saber nem mesmo dos pais...

–A Sam não faria isso.

–Ah, ela fez. -Respondeu sorrindo. -Aliás, você mesmo sabe que ela é uma oportunista, nunca o quis por que você é pobre.

Robie baixou os olhos sentindo-se golpeado por aquelas palavras.

–Então pra que se prejudicar por ela? -Continuou o duque. -Escute, Robie. A única coisa que quero é saber pra onde ela pode ter ido. Conte-me e eu o deixo ir agora mesmo.

Robie relutou por um tempo, mas isso só até o duque pegar as chaves e abri a cela, deixando-o livre. Os dois caminharam para fora das masmorras, desceram as escadas e saíram da torre indo parar num pequeno salão que dava acesso a saída lateral do castelo.

–E então? -Perguntou o duque. -Só continuamos se você começar a falar.

–O que farão quando a encontrarem?

O duque suspirou pondo as mãos na cintura.

–Exílio. -Respondeu por fim. -Mas sabe, precisaremos de alguém para ficar de olho nela por lá, e se você se mostrar leal nesse momento, certamente poderá cuidar dela a vida toda.

–Gostaria de ouvir isso do rei. -Respondeu por fim. -Desculpe-me, mas você já me pareceu bem convincente uma vez e no entanto...

–Certamente. -Disse pondo-se a caminhar. -Mas veja bem, aquele foi um outro momento. Agora ela goza de certo... Prestígio pelos seus atos, alguns a veem como uma heroína, então matá-la não seria uma boa ideia.

Robie assentiu e os dois continuaram a caminhada em direção a sala onde o rei se encontrava. Ele não confiava no duque, mas sabia que precisaria lutar com as armas que tinha para sobreviver, e nesse momento elas consistiam em fingir estar ao lado dele.

Marco era um homem ainda jovem para ser rei da Itália, mas sendo o único filho homem, se viu sem alternativa após a morte do pai. Ele gostava muito da presença da irmã, que parecia feliz em ser rainha, diferente dele que sempre pensou em levar uma vida menos agitada em algum vilarejo em Veneza. Era um homem bonito, com apenas 35 anos de idade, os cabelos castanho claro, e os olhos muito escuros, conhecido por ser muito inteligente.

Ele estava sentado na sala ouvindo atentamente o espião que fora capturado e a cada palavra que o jovem dizia, percebia que ele estava tentando enganar a todos ali. Aquele garoto o fazia se lembrar de si mesmo quando tinha a sua idade, ousado porém ingênuo.

Quando o garoto foi levado embora, ele se virou para o outro rei a sua frente e perguntou:

–Confia no garoto?

–Não. -Respondeu o rei francês. -Mas o duque Haze diz que ele pode ser útil.

–Esse me parece ainda menos digno de confiança. -Falou. -Muito ambicioso.

–Ele abriu mão de excelentes matrimônios para se casar com a aldeã, por lealdade a mim.

Marco suspirou longamente ajeitando-se na cadeira.

–Só me pergunto qual o real interesse dele em se unir a uma inimiga da coroa. Ao que eu sei, ele chegou a ficar noivo de uma dama suíça e só não se casou pela aliança que o pai fez conosco.

–Poderia ser mais direto? -Perguntou impaciente.

–Não sei o que o duque Haze pretende, talvez ele mesmo não saiba, é muito jovem, mas sei de uma coisa: Ele tem ódio da França. E isso é bem perigoso.

–Não pode ser.

–Se aceita meu conselho, fique atento a ele, e assim que puder, afaste-o.

O rei francês teve certa dificuldade em assimilar aquilo, e quando pensava em fazer mais algumas perguntas, Serafim entrou na sala sem nem ao menos bater a porta, com um ar alarmado e informou.

–Samantha está no povoado, os aldeões estão reunidos e atacaram os guardas que tentaram capturá-la. Há eminência de um conflito interno, majestade.

–Meu filho, onde está meu filho?

Antes que o homem pudesse responder, Freddie surgiu na porta e entrou na sala onde atirou-se na primeira cadeira que encontrou. Parecia extremamente cansado.

–Como conseguiu escapar? -Perguntou Marco.

Freddie olhou de relance para o pai e percebeu que o homem não acreditava na história da captura.

–O importante nesse momento. -Disse Freddie. -É controlar a situação no povoado.

–Alguma ideia?

–Sim, tio. Soltem todos os prisioneiros e envio-os para terras fronteiriças. Sedam-nas a Suiça, e teremos uma dupla vitória.

Os dois reis se olharam pensativos e por fim assentiram.

Os três ainda conversara mais um pouco sobre o visível cansaço em que Freddie se encontrava até que este resolveu se retirar afirmando que realmente precisava descansar.

Mal reparou no trajeto até o quarto, se encontrava distante enquanto caminhava e quando se deu por conta já se encontrava no quarto onde uma enorme tina com água quente o aguardava.

Ele começou a se despir pensando em tudo o que acontecera naquela manhã até que se pegou pensando na recente conversa com o pai. Ele aceitara muito facilmente sua proposta e sequer mencionara Sam, o que era realmente estranho. Freddie tinha quase certeza que havia alguma coisa que o pai estava omitindo e resolveu ficar atento, mas era difícil se concentrar nisso depois de tudo pelo que passara nas últimas horas.

Quando ia retirar a última peça de roupa, alguém bateu a porta do quarto uma única vez e entrou logo em seguida. Paul entrou colocando-se diante do amigo e só então Freddie percebeu o quanto estava distraído a ponto de ter deixado a porta destrancada.

–Desculpe-me alteza mas temi que não tivesse outra oportunidade de falar a sós com você.

–Sabe que pode falar comigo quando quiser, por favor volte outra hora. Preciso descansar.

–Freddie, ouça. -Disse firme. -Estava na biblioteca quando seu pai e tio entraram conversando. Eles não me viram, mas deixaram claro que você será muito bem vigiado até amanhã.

–O que acontecerá amanhã?

–O homem que capturaram, chama-se Nicolau e ao que parece era um duque cujas terras foram tomadas pela França. Desde então ele vem servindo ao rei Theodoro , mas parece estar disposto a abrir mão de tudo isso desde que o seu pai lhe devolva as terras e lhe consiga algum título.

–Será que está falando a verdade? Espiões sempre fingem mudar de lado...

–Escutou o que eu disse? Ele não é um espião, do contrário por que precisaria da garota? E ela não é a primeira ele já usou outros e todos fracassaram.

–Não estou entendendo.

–Ele se vendeu ao seu pai, Freddie. E isso não é tudo. Amanhã irá até a aldeia e dirá a todos que Samatha Puckett os traiu. E ele tem boas provas já que ela impediu que você fosse capturado...

Paul parou de falar e esperou alguma reação por parte de Freddie, mas esse apenas o olhava com uma expressão pouco diferente de poucos instantes atrás, quando pediu que o outro saísse. Só parecia mais irritado.

–Não se sabe o que poderá acontecer com ela, -Disse Paul- mas é possível imaginar.

–Saia. -Freddie falou dando as costas ao outro. -Preciso descansar.

–Mas alteza...

–Admiro sua lealdade Paul. -Disse. -Mas por favor, saia ou a água irá esfriar.

Surpreso, Paul saiu do quarto deixando Freddie ali sozinho. Ainda achou ter ouvido algo se quebrando no quarto do príncipe, mas achou que fosse apenas impressão sua e retornou ao seu quarto decidido a passar as horas seguintes rezando, pois era tudo o que estava ao seu alcance.


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Notas finais do capítulo

O cap termina com a música this i love do guns n roses achei tão a cara do momento... Em fim obrigada mais uma vez pelos reviews de vcs e desculpem por não responder, mas se vcs aceitarem eu proponho estrelar o melhor... Mas digam se querem eu particularmente não gosto dessas coisas, mas em fim... Isso não significa que eu não os responderei deixa só eu terminar os dois fichamentos, o seminário e a resenha!! Mais uma vez obrigada pelo apoio de vcs e obrigada a Onlygirl08 pela recomendação, eu amei! E tbm por respostar o ladrão de livros a fic é muuito boa, super recomendo gente!!
Espero que o cap tenha ficado bom me dediquei bastante escrevendo, mas não deixem de dizer o q vcs de fato acharam inclusive os erros kkk. Um bj pra vcs e até mais!