Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 26
Problemas


Notas iniciais do capítulo

oi amig@s! óia eu de novo! obrigada a todos que não desistirem das fic, que continuam lendo comentando, sério obrigada pela compreensão de vcs. Juntos seguiremos Seddies até o fim! o/ o/! espero que gostem do cap! nos vemos lá embaixo



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Pouco antes de o Sol nascer, Robie deixou os pedaços de lenha aos pés de Nicolau, que descansava a sombra de uma carvalho, e voltou novamente ao casebre onde eles estavam refugiados, num vilarejo abandonado ás margens do rio. Havia boatos de que animais selvagens rondavam aquelas áreas e por isso as pessoas mantinham distancia daquela região, tornando o local propício para fugitivos.

Gibby e Lucas assistiam ha três dias, a guerra silenciosa que se instaurara entre Robie e Nicolau, e ambos desejavam que eles superassem de uma vez aquilo e se concentrassem no que deviam fazer. Um informante de Nicolau havia informado sobre um acordo que o rei estava propondo, de deixá-los livre desde que eles se entregassem e falassem o que sabia, tendo como garantia o casamento da líder deles com um dos aliados da coroa, provando que estavam todos de um único lado.

Robie queria invadir o castelo e salvar Sam, Nicolau queria esperar, deixar que ela desse algum tipo de aviso, pois dizia confiar na garota, mas as desavenças entre ele Robie estavam causando um impasse.

–Acha que o Robie seria capaz de agir sozinho? -Perguntava Lucas a Gibby.

Os dois conversavam sozinhos à margem do rio.

–Não. -Respondeu encarando o nada. -Nós agiremos.

–O que?

–Sam está presa, Lucas não pode dar sinal algum e não podemos esperar que a matem ou que a façam casar com alguém que ela nem conhece para que o rei a use de acordo com seus interesses. Ela é nossa amiga. Faria o mesmo que nós, aliás, não podemos esquecer que ela está nisso por todos nós!

–Sei disso, mas o Nicolau...

–Nicolau é leal ao rei Teodoro, e só a ele. Temos que ser leais a Sam.

–Então está bem. -Disse após pensar um pouco. -Chamarei alguns amigos do povoado que se mostraram dispostos a colaborar. Tiraremos a Sam do castelo.

...

Apesar de estar se recuperando bem do último problema que tivera, Bento, o cavalo de Freddie, não duraria muito e isso se soltava as vistas. Estava fraco e mal suportava as caminhadas a que era submetido, por ordens de um senhor entendido no assunto que afirmara ser isso necessário às articulações dele. Quando não podia sair com o animal, o príncipe o deixava aos cuidados de Spencer, mas aquela manhã o criado fora incumbido de auxiliar o rei a preparar uma pequena cerimônia a tarde e pedira a Sam que assumisse algumas de suas tarefas, e cuidar de Bento fora uma delas.

Ela retornava da breve caminhada com o animal, falando com ele, lembrando-se da primeira vez que o vira e de como era feliz naquele tempo, em que não sabia o que o futuro lhe reservava. Foi com espanto que encontrou o príncipe de pé, parado dentro do estábulo observando a entrada dela com ares de poucos amigos.

Eles não se falavam desde o dia em que ele a tirara das masmorras, há três dias, mas sempre se viam a distancia, e era perceptível o aborrecimento de um com outro: Ele pelas últimas ações dela, desde ter sido capturada tramando contra ele até quase se matar, sabe-se Deus por que, e ela pela indiferença com que ele a vinha tratando e também pelas vezes que o vira conversando com a prima.

–Bom dia alteza. -Cumprimentou.

–Eu deveria dispensar o Spencer por deixá-lo em mãos tão descuidadas. -Disse aproximando-se e tomando as rédeas.

Sam observou calada ele se afastar com o cavalo e deixar o animal na baia retornando em seguida com ar severo.

–Ainda está aqui? -Perguntou.

–Spencer me disse que lhe comunicou sobre sua saída e que me deixara responsável por suas funções durante sua ausência. Vossa alteza sabia que eu estaria aqui, me surpreende vê-lo tão aborrecido.

–Você é mesmo muito insolente!

–Não alteza apenas estou lhe dando explicações, é o meu dever. Mas aproveitando a oportunidade, gostaria de pedir que me deixasse ir embora.

Ele riu sarcasticamente.

–Me dê um bom motivo. Agora vai tentar se afogar no rio ou que?

–Sua preocupação é comovente.

–Seus comparsas ameaçam a paz do reino por sua causa, mantê-la em segurança é algo que precisamos fazer. Por enquanto.

–Um punhado de camponeses contra a guarda real, alguém realmente acredita nisso?

Ele silenciou contrafeito e tentou sair dali, mas foi impedido pela garota que o puxou pelo braço fazendo-o se voltar a ela novamente.

–Eu não pretendia me matar. -Disse ela. -Quer dizer, sabia que podia acontecer, e ainda pode, mas escute, por favor. Eu me apropriei indevidamente de alguns papéis que revelam os planos do seu pai, e se isso cair em mãos erradas, não sei o que pode acontecer.

–O que?

–Precisava que me escutasse, que acreditasse em mim, mas aí você foi lá e ficou gritando!

–Por que está me contando essas coisas? O que você pretende afinal?

–Estou pedindo sua ajuda. Confiei isso a vossa alteza e peço que confie em mim e me liberte.

Ele a encarou por alguns segundos buscando a verdade nos olhos dela e por fim riu aproximando-se.

–Acha que sou aquele garoto bobo com quem você fazia o que bem entendia? Vou ser bem claro com você novamente, Sam, ao menor sinal de desobediência seu povoado sofrerá as consequências!

Dizendo isso, mais uma vez ele tentou se afastar, mas novamente foi impedido pela garota que se colocou na frente dele com um ar aborrecido.

–Ouviu alguma coisa do que eu falei?

–Ouvi e não acredito. Você não passa de uma criminosa.

Houve alguns segundos de silencio em que expressão dela passou da indignação a um ar desafiador.

–Já que acha isso de mim -disse friamente. -Não deveria ficar sozinho comigo, alteza afinal eu poderia apunhalá-lo agora mesmo o que me faria ser temida por todos, é o que todo criminoso quer, não é mesmo?

–E o que a impede? -Perguntou cruzando os braços.

Eles permaneceram se encarando por algum tempo até que, cedendo a hipnose que os lábios dela lhe causava, Freddie a enlaçou pela cintura e a beijou. Não carinhosamente como antes, mas de forma ardente, arrebatadora, juntando amor e ódio num único gesto que ela correspondia altura agarrando os cabelos dele com fúria. Foi preciso que o ar faltasse a ambos para que eles separassem os lábios, e aproveitando-se disso, Freddie reuniu as forças que lhe restavam e se afastou saindo do celeiro confuso.

Eram por volta das três da tarde quando, vestida num traje extremamente elegante, Charlote desceu as escadas do salão principal e dirigiu-se ao jardim portando um belo livro vermelho com capa aveluda e sentou num dos bancos que haviam próximos ao canteiro de rosas. Ela abriu o livro na página que marcara com uma fita azul e fingiu continuar a leitura enquanto esperava pelo que tinha ido ver.

Cerca de meia hora depois uma menina loura e magra, surgiu portando uma vassoura com o qual ela provavelmente pretendia limpar aquela área onde haviam poucas folhas secas. A mocinha pareceu surpresa ao ver a outra, reverenciando-a desconcertada e se pôs a limpar apressadamente o local.

Charlote analisava cautelosamente aquela situação, o desconcerto dela parecia a prova de que aquela era de fato a tal aldeã de quem ouvira duas criadas se referir como “a protegida do príncipe”, mas não podia deixá-la triunfante diante do fato de estar ali, numa evidente disputa com uma criada, que por mais que ela odiasse admitir era muito bonita.

A menina já se retirava quando a princesa resolveu agir.

–Não varreu completamente essa parte aqui. -Disse.

–Perdão, alteza. -Disse caminhando até o local completamente limpo.

Sam passou a vassoura pela grama verde e retirou a sujeira invisível e tentou se afastar mas a outra a deteve pisando na ponta do vestido dela.

–Veja o que fez. -Disse Charlote fazendo a outra se virar-Sujou meus sapatos. Limpe-os.

Sam a olhou confusa, mas não hesitou. Abaixou-se e levantou, um a um os pés da outra e limpou-lhe os sapatos usando as mangas do próprio vestido.

–Não queria fazê-la passar por isso, mas... -Disse Charlote. -Ha quanto tempo trabalha aqui?

–Cerca de seis meses, alteza.

–Hm... É casada?

–Não, alteza.

–Está bom. -Disse afastando os pés. -Meu primo deve chegar logo, não quero que ele veja o que você fez, pode quer castigá-la, sabe? Ele é muito bom, mas basta alguém me causar um simples aborrecimento e... -Ela parou suspirando. -Acho que ele me ama!

Sam assentiu sorrindo cabisbaixa.

–Olhe só, aí vem ele. -Charlote disse levantando. -Não acha que formamos um belo par?

Sam assentiu novamente e continuou ali, ajoelhada enquanto a outra se levantava e ia de encontro ao primo. Passando do profundo tédio a extrema raiva, Sam se perguntava o que seria da sua vida se tivesse que aturar aquilo pra sempre, não pela falha tentativa de Charlote de humilhá-la, mas por saber que agora ela e Freddie caminhavam juntos. Isso ela não podia suportar.

Ela se ergueu aborrecida e deu a volta no castelo buscando fugir daquela cena que tanto a machucava e qual não foi sua surpresa ao se deparar com Gertrudes parada em frente porta dos fundos, acenando para ela. Ela pensou em dar maia volta, mas a mulher já se encaminhava na sua direção com um ar que ela nunca vira antes, parecia extremamente amigável.

–Sam! -Chamou-a.

–Olá. -Cumprimentou entediada.

–Melhore esses ânimos menina, parece que nascestes mesmo abençoada! Vossa Majestade pediu que a levassem até o salão!

–Se é uma troça saiba que não tem qualquer graça. -Disse afastando-se. -Tenho muito trabalho a fazer.

–Se não for por bem, terei que pedir aos guardas que a conduza, Samantha assim como você eu apenas cumpro ordens.

Sam parou encarando a mulher que agora se encaminhava em direção a porta onde estava antes. A fim de acabar de uma vez com aquilo, Sam resolveu segui-la certa de que o rei queria apenas tentar tirar alguma informação dela.

–Qual a necessidade daquilo, cara prima? -Perguntava Freddie. -A caso não foi informada sobre a periculosidade daquela moça?

–De maneira alguma! -Exclamou fingindo-se de surpresa. -Mas então por que a deixam aqui, Freddie?

–Ordens minhas. Certos inimigos devem permanecer por perto para que possam ser vigiados, mas é bom não irrita-la, ela tem colaborado ultimamente não queremos perder isso.

–Estou sendo repreendida por causa de uma...

–Não. -Disse sorrindo docemente. -Mas me diga, por que a fez limpar os seus sapatos?

–Por que ela os sujou!

–Sei. -Disse após um suspiro.-Mas procure não aborrecê-la mais, entendeu?

–Se não o que? -Perguntou sorrindo.

Ele se aproximou tomando-lhe as faces entre as mãos e disse gentilmente:

–A faço voltar para Veneza no mesmo dia. -Ele completou beijando-a brevemente na testa. –Para o seu próprio bem. Fui claro?

Fez-se um breve silêncio enquanto ela analisava a situação com cautela.

–Como água. -Ela disse sorrindo.

–Então o que acha de entrarmos, meu pai nos quer no salão acho que tem algo a nos dizer.

–Hm... -Ela afastou-se caminhando graciosamente. -Tenho uma ideia melhor... E se ficássemos aqui conversando, talvez um pouco mais distante daqui...

–Sim, podemos conversar, mas terá que ser aqui, há rumores de que camponeses revoltosos rondam o castelo, precisamos ser cautelosos.

–Está bem! -Assentiu sorrindo. -Fiquemos aqui então!

Freddie devolveu o sorriso e os dois continuaram a caminhar de braços dados pelo jardim, ambos fingindo não ter dado importância ao que acontecera com uma simples criada.

Charlote não queria entrar em conflito com Freddie por causa de alguém de tão baixa estirpe, e achava melhor cuidar disso depois.

Freddie estava preocupado com a atitude da prima, que indicava que ela sabia ou desconfiava de alguma coisa, porém não conseguia pensar direito em função do que acontecera mais cedo. Apenas tentava convencer a si mesmo de que Sam era alguém perigosa, e que por isso não podia ser aborrecida e que o incômodo que ele sentia não era pela forma que a vira cabisbaixa no jardim, mas por ter sido fraco frente e ameaça dela, beijando-a ao invés de prendê-la, por ter se sentido tão extasiado ao tê-la nos braços novamente. Só pedia aos céus que o que seu pai tivesse a comunicar não fosse mais um problema.

Fredward IV era na verdade o sétimo de uma longa linhagem, o nome fora adotado a partir da terceira por considerar Filipe inapropriado. Em seus cinquenta e sete anos, nunca imaginara ver tanto estrago provocado por um ser de aparência tão frágil como o que se movia agora em sua direção. Era bonita, mas como ela haviam várias outras de famílias abastadas e era impossível entender por que dois homens de tamanha importância se encontravam fascinados por ela.

–Samantha Puckett. -Disse o monarca levantando-se sendo seguido pela esposa e os dois convidados.

Sam observava confusa o que parecia uma pequena cerimônia na qual além dos reis, estavam apenas o duque e Serafim e não conseguia entender nada do que via e ouvia.

–Majestade. -Respondeu abaixando-se e mantendo-se ali.

–Levante-se menina. -Ele ordenou e esperou que ela o fizesse. -Que entrem os outros.

Assim que o rei disse essas palavras, entraram por outra porta, os pais de Sam, acompanhados de um bispo e dois magistrados. Ela olhava confusa para todos, mas ninguém era capaz de dizer absolutamente nada, todos, a exceção do duque pareciam tensos demais para esboçar qualquer reação.

–Samantha Puckett;, eu, rei Fredward IV, sétimo da linhagem, imperador do leste e... Desculpem-me, mas não posso continuar. -Disse sentando-se no trono. -Meu filho deveria fazer isso, ele a trouxe, onde está o príncipe?

Ele olhava diretamente para Spencer que estava parado a porta.

–No jardim senhor, está ocupado com vossa alteza, a princesa Charlote.

–Tudo bem, mas faremos isso rápido. Samantha, você é uma mulher de sorte se casará em três dias com um dos meus aliados, para que a paz do reino seja estabelecida novamente.

–O que? -Perguntou num grito. -Mas eu não...

–Acredito -Continuou o rei. -Que com os rumores que correm por aí, não vá querer deixar seus pais a mercê dos rebeldes que rondam o castelo, sabe-se Deus o que lhes poderia acontecer. Então recupere-se da euforia que parece dominá-la nesse momento e venha cumprimentar seu noivo, o duque Humbert Haze.

Sam encarou o duque no outro canto do salão e se voltou ao monarca novamente. Pela primeira vez não entendia de imediato alguma situação e isso aliado a possibilidade de casar com o duque a deixou em pânico.


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Notas finais do capítulo

E entao? Por favor, não deixem de comentar mesmo que nao tenham gostado! Avisem os possívei eros otrogaficos, tá bem? Bjos gente um novo ano cheio de luz para todos!